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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

JORNAL DO ENÉAS

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Saiu a vigésima quinta edição do Jornal do Enéas, o boletim cultural independente do escritor e pesquisador Enéas Athanázio. Sempre dando espaço a escritores de todo o país, o conteúdo da publicação é sempre de qualidade, pois para entrar em uma edição do Jornal do Enéas, o texto tem que ser bom. Então lá encontramos bons contos, poemas, crônicas, ensaios e até quadrinhos, eventualmente, e boas ilustrações.
O Dr. Enéas já praticou muito essa coisa de divulgar outros escritores, criar novos espaços, em colunas que assinava em alguns jornais aqui no estado e até de outros estados. Ainda assina coluna em jornal de Balneário Camboriú e publica seus artigos e ensaios em portais na internet, como Rio Total (www.riototal.com.br), Prosa, poesia & Cia. (http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br) e outros e em revistas e jornais pelo Brasil.
É muito bom ver que, apesar da facilidade da internet, ainda existem boas publicações literárias, jornais e revistas impressas, como o Jornal do Enéas. A sensação de folhear o papel impressão, a perenidade da publicação são coisas que a gente nunca vai deixar de valorizar. Por isso, cada edição do jornal é sempre esperada e bem recebida.
Pedidos podem ser feitos ao e-mail e.atha@terra.com.br

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O OVO MÁGICO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Sobre o Café Literário realizado pela Escola Plácido Xavier Vieira, no km 4, em Joinville, do qual fui convidado, na semana passada, preciso voltar o assunto porque tenho mais a contar.
Além do fato de poder assistir aos trabalhos preparados para o evento, magníficos, pude ver o progresso dos alunos das primeiras séries do primeiro grau. E pude conversar com as professoras sobre as mudanças implantadas no ensino de primeiro grau, como a mudança de oito para nove anos de duração e, principalmente, sobre a nova sistemática de alfabetização.
Já havia falado com outras professoras de outras escolas e já havia escrito sobre isso, mas foi muito bom ver que as professoras da Plácido Xavier não tiveram muita dificuldade, pois experimentaram a novidade e, vendo que o jeito novo não era tão prático, demorando muito a dar resultado, adaptaram a velha maneira de alfabetizar. E as crianças estão aprendendo maravilhosamente, a prova disso é que há muitas delas já sabendo escrever e ler no primeiro ano, mesmo com a pouca idade de seis anos.
Mas uma outra coisa que impressionou foi a apresentação do outro convidado, o escritor Jorge Luiz Hoffmann.
Ele foi chamado e começou, de mansinho, a história do Ovo Mágico e foi cativando os ouvintes. A certa altura, pediu que trouxessem um saco de pedacinhos de madeira retangulares, todos do mesmo tamanho – uns dez centímentros – e fez um círculo em volta dele. Então, enquanto continuava a história, que tinha a ver com o que estava fazendo, ele começou empilhar o pedaços de madeira em círculo e pediu que ajudássemos, eu, a diretora, a fada e um outro professor. Quando a pilha circular estava com uns vinte ou trinta centímetros de altura, ele pediu que uma criança entrasse no círculo e continuamos a empilhar as madeirinhas em volta. E ele continuou a contar a história. Quando a pilha alcançou a cabeça da criança que estava no centro do círculo, ele pediu que colocássemos o pedaços de madeira sempre mais para dentro, para fechar o ovo. E, de fato, eis que senão quando, tínhamos construído um ovo. Ele continuou a história, a criança nasceu do ovo e nós, adultos, tínhamos participado da história, tínhamos brincado juntos, como se fizéssemos parte da história.
Achei sensacional a dinâmica do contador de história. Na verdade, ele era o autor do conto e existia um livro com a história, que justamente leva o título de Ovo Mágico.
O livro é muito interessante, ricamente ilustrado e eu o recomendo. Mas nada como ver o autor contando e desenvolvendo, ao vivo, a sua criação.
Foi mais uma grande performance naquela tarde de tantas surpresas e constatações. Penso que fui criança outra vez.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O TEMPO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

E, apesar da chegada da primavera, o tempo descompassado – por culpa de quem será? – traz temporais, ventos e granizo para Santa Catarina, destruindo casas, plantações, estradas, quase cidades inteiras. Faz meio mês que tornados e tempestades haviam devastado algumas regiões do estado, as vítimas nem haviam se recuperado e agora volta tudo, com mais intensidade. A chuva não pára e as encostas começam a deslizar. Os rios estão transbordando e alagando tudo. Aqui e no Rio Grande do Sul, também.
Será assim, daqui por diante?
Nosso estado, que não tinha ocorrência de tornados e furacões, parece que agora está também na rota deles. Não estamos preparados para isso. Quem está?
O estrago que fizemos na natureza, no meio ambiente, durante muito tempo, poluindo o ar, a terra, a os rios e o mar não ficará impune. A amostra está aí.
Infelizmente nós, os seres humanos, não aprendemos. Com todas as tragédias que tem acontecido nos últimos anos, em função das variações do tempo, parece que não aprendemos e continuamos a agredir a nossa Mãe Terra, poluindo-a de todas as maneiras possíveis. Quando vamos aprender? Haverá tempo?
Precisamos responder a essa pergunta. Urgentemente.

domingo, 27 de setembro de 2009

O BALLET BOLSHOI EM FLORIANÓPOLIS

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Ontem, dia 26 de setembro, finalmente aconteceu o espetáculo com a Cia. Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, no Ilha Shopping, no norte da Ilha. Uma performance excelente, sem dúvida, apesar do local não ser apropriado para abrigar algo da envergadura daquela apresentação.
Sem levarmos em consideração o temporal que caiu durante todo o segundo ato, fazendo um barulho infernal, tão alto que não se podia ouvir quase a música, o palco era um pouquinho alto demais, o que impossibilitava ao espectador que se visse os pés dos dançarinos. Uma pena. O Ilha Shopping é muito grande e foi escolhido para a exibição do Bolshoi justamentte por isso, pois o evento fez parte do Festival de Inverno Norte da Ilha. Deveria ter acontecido no dia 15 de agosto, mas foi transferido duas vezes, por motivos como a gripe A e reformas no local. O ingresso era gratuito, por isso a necessidade de um lugar muito grande para acolher um grande público.
Infelizmente um espetáculo daqueles precisa ser visto em um teatro, um bom teatro, onde todo o público fica de frente para o palco. No Ilha, havia as cadeiras que ficavam de frente, mas havia também um grande número delas que ficava dos dois lados do palco, que só era fechado ao fundo.
Faltou, também, um programa, pois o apresentador listou (meio que atropelado), antes de iniciar o primeiro ato e antes de começar o segundo ato, as peças que iriam ser dançadas. Mas uma vez começada a sequência, era difícil lembrar e identificar os números. Eu e outros espectadores gostaríamos de saber identificar os trechos, as peças dançadas e saber, assim, as músicas – belíssimas – que estavam sendo parceiras naquela dança maravilhosa.
Foi distribuído um folder genérico, da Escola do Teatro Bolshoi, sobre a Turnê 2009, que estava sendo apresentada, apenas com a ficha técnica da escola e uma galeria de fotos dos bailarinos que compõe aquele grupo da Cia Jovem ETBB.
O espetáculo era gratuito – precisava-se ter o convite para apresentar na entrada -, mas o estacionamento não precisava ser tão caro, já que era um evento para um público popular: o Ilha cobrou dez reais.
Apesar de tudo isso, valeu a pena, pois o Bolshoi do Brasil mostrou a qualidade que tem. Teria sido melhor ainda num lugar apropriado, mas até do lugar ruim que conseguimos, ao lado e longe do palco, foi possível ver a beleza fluir dos pés, braços e troncos de bailarinos espetaculares.

sábado, 26 de setembro de 2009

PITUXA


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Minha cadelinha Pituxa, uma pinscher preta com gravata, meias e luvas amarelas - e também parte do focinho e pescoço, dentro das orelhas e uma pintinha em cima dos olhos -, está com quinze anos, beirando os dezesseis. Já não ouve mais quase nada, enxerga pouco – está com catarata -, e seu olfato também está defasado. Até pouco tempo atrás, ela sabia quem estava chegando quando a gente nem estava ainda no portão. Podia ser de carro, de ônibus, a pé, o que fosse. Quando a gente aparecia, lá estava ela latindo e balançando o toco do rabinho e a gente tinha que pegar ela no colo para ela lamber o as mãos, o rosto. Se agente não a pegasse ou quando a colocávamos de volta no chão, ela saía em desabalada corrida, ia até a sala, dava um salto para cima do sofá e depois voltava e repetida tudo várias vezes. Ela reconhecia cada um, nem que fosse à noite e estivesse escuro, pelo cheiro, pela voz, sei lá.
Hoje, a gente chega e tem que procurar por ela. Ou ela está lá fora tomando sol, quando há sol, ou deitada no sofá, dormindo, principalmente se houver alguém sentado ou deitado. Meu sobrinho de cinco anos quer, a toda hora, brincar com ela, mas ela tem medo de criança, por isso só deixa ele fazer um carinho. Se o carinho fica mais pesado ou muito insistente, ela se irrita e briga com ele. Mas no que diz respeito à criança, ela sempre teve um certo receio, pois algumas a machucavam, apertando, deixando cair, batendo.
Então nossa Pituxa, que por corruptela acabou virando Xuxu, está velhinha, velhinha. Seu pelo ainda está bonito, ela nem aparenta muito a idade, a não ser pelos dentes que já perdeu. Atualmente tem poucos deles e procuramos dar-lhe comida macia, como ração úmida e carne bem cozida e cortada em pedaços bem pequenos.
O cocô e o xixi, que ela sempre fazia no box do banheiro, em cima de jornal ou tapete apropriado, agora ela faz, também, na calçada, na garagem, não sei se pela velhice ou porque meu sobrinho pequeno às vezes fecha a porta do banheiro.
Mas a Xuxu, velhinha como está, ainda é a nossa menininha. Quando deito no sofá, ela ainda vem pedir para deitar em cima da minha costela. Então ela se aninha e fica ali tanto tempo quanto eu ficar.
É uma companheira de muito tempo, para todos nós. É um exemplo de carinho e amizade, de fidelidade. É difícil pensar que uma criatura assim, um dia vai nos deixar. Infelizmente.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

CAFÉ LITERÁRIO EM JOINVILLE


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Participei, ontem, 24 de setembro, como convidado, do Café Literário, evento cultural realizado pela Escola Básica Plácido Xavier Vieira, de Joinville. É um longo caminho o deslocamento daqui de Florianópolis até lá, mas valeu a pena, pois o que vi superou todas as minhas expectativas.
Foi a segunda edição do evento. A primeira edição, no ano passado, foi realizada num único dia, mas neste ano a programação ocupou dois dias, 23 e 24. Foram convidados escritores, eu e o Jorge Luiz Hoffmann, também da terrinha, o artista plástico Amandus Sell e uma representante da Fundação Cultura de Joinville.
A acolhida e a homenagem que recebi foram fantásticas. Alunos e grupos de alunos declamaram diversos poemas meus – e é emocionante ver versos que a gente criou sendo recriados, por crianças, para uma platéia enorme de pais, alunos e professores. Além disso, os professores trabalharam a minha obra em sala de aula e fizeram trabalhos com os meus poemas, com as crianças de primeira a quarta séries, e vi paredes cheias de textos e poemas feitas por elas a partir de poemas meus.
É muito gratificante ver uma escola de excelente qualidade, como descobri que é a Plácido Xavier Vieira, estudando escritores como eu e o Jorge Luiz Hoffmann, mas também é mais importante ainda constatar que essa unidade de educação municipal está encontrando espaço para a literatura catarinense, local. São méritos que nem toda escola tem. E isso se deve à capacidade e dedicação de professores e diretora, que fazem um trabalho espetacular nessa escola que contempla os primeiros anos do primeiro grau.
É uma escola de período integral e além da aula curricular, dada por professores que vestem a camisa do ensino eficiente e eficaz, que oferecem mais do que o currículo escolar exigiria – o compromisso de ensinar praticado com vocação e com amor -, os alunos têm atividades como dança, música, capoeira, xadrez, teatro, iniciação à pesquisa, inglês, literatura, filosofia e sociologia.
Fiquei impressionado com o fato de a escola oferecer tanto e com o resultado disso, pois tivemos a oportunidade de assistir a performances dos alunos que apresentaram teatro, declamação, canto e literatura.
E andando pela escola, antes do evento, vi cadernos e trabalhos dos alunos de primeiro ano – agora as crianças entram na escola com seis anos – escrevendo em caixa alta, caixa baixa e até letra cursiva – como gente grande. Vi recriações de obras do artista plástico que visitou a escola, feita pelos estudantes mirins, que impressionam pela beleza.
Um trabalho excepcional, que proporcionará um futuro com certeza mais promissor aos estudantes daquela escola. Por que o início da criança na escola é tudo, vai moldá-la e dar-lhe capacidade para chegar bem ao segundo grau e à universidade.
Parabéns aos professores, à diretora, aos alunos e aos pais dos alunos. Essa é a educação, o ensino que deveríamos ter em todas as nossas escolas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

MOSTRA DE DANÇA


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Estou chegando agora da 8ª Mostra de Dança do Cefid – Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da UDESC. Não é só porque minha filha Daniela também é bailarina e porque ela participou de dois números, o que, cá pra nós, me enche de orgulho – ela é integrante de dois grupos de dança -, mas também porque sempre gostei de dança. De qualquer tipo de dança. Tanto que nunca dancei nada e, agora, ficando velho, estou aprendendo dança de salão.
Desde garoto gosto de dança e minha maior frustração, quando jovem e depois, também, era não saber dançar absolutamente nada. Todo mundo já ouviu falar do Festival de Dança de Joinville, não é? Pois a primeira edição do festival, ainda no Harmonia Lira, eu e minha esposa assistimos de pé o primeiro dia e alguns outros dias daquela semana.
Então onde houver dança, se eu puder, estou lá. Nem tanto pra dançar, que danço mal, mas para assistir. E a Mostra de Dança, com mais de vinte apresentações de grupos aqui da grande Florianópolis, é um prato cheio. Tem balé clássico, jazz, dança de rua, dança do ventre, dança de salão, dança contemporânea, folclórica, popular, tudo. Esta edição, particularmente, estava muito boa.
Minha filhota dançou jazz e contemporânea. Estava brilhante. Mas houve uma performance que marcou a noite. A apresentação de dança contemporânea do Instituto de Educação Especial Manoel Boaventura Feijó, da APAE de Florianópolis foi uma coisa fantástica, de arrepiar a gente. Ver um grupo grande de pessoas especiais, trazer um espetáculo como aquele, de oito minutos, um trabalho preparado com carinho e dedicação tanto dos professores como dos dançarinos, foi um presente e tanto. É coisa pra gente não esquecer.
Eu já ficara impressionado com a capacidade que tem as pessoas especiais – e quando digo especiais, quero dizer nos dois sentidos: especial porque tem alguma limitação e especial porque é especial no exato sentido da palavra – porque já vi, em outras ocasiões, elas provarem que têm uma capacidade enorme de aprendizado e de realização.
Então parabenizo todos os dançarinos e organizadores da Oitava Mostra de Dança e agradeço pela oportunidade de ver um tão grandioso espetáculo. Tanto a apresentação do grupo da APAE como todos os outros participantes foram espetaculares.
Amanhã, falo de outro evento do qual participei hoje, em Joinville, e que envolve, também, performance muito acima da média, de alunos (de primeiro grau) e professores.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A PRIMAVERA SEMPRE VOLTA


Por Luiz Carlos Amorim (escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

E não foi só pelas flores tantas a enfeitar os caminhos que me dei conta que a primavera chegou. Minha amiga Irene, do Rio Total, envia mensagem me perguntando o que houve com minha página em Escritores e Poetas daquele portal, pois já está com mais de duas mil visitas. Na do ano passado foram mais de cinco mil visitas. Fiquei tão feliz com o sucesso de meus poemas sobre a primavera, que resolvi falar da nova estação, coisa que nem pretendia fazer. Mas a passarada, com suas cantorias maviosas nas minhas manhãs não me deixariam esquecer, mesmo que eu não olhasse para fora.
Então não me furto a cantar aos quatro ventos a beleza dos ipês, majestosos, travestidos de sol, espalhando luz e cor e enchendo meus olhos extasiados. Não posso deixar de mencionar as orquídeas, exalando perfume e exibindo suas cores. Não posso esquecer as onze horas, os girassóis, as petúnias, as primaveras, os amores-perfeitos e tantas outras flores enfeitando jardins por todas as cidades.
O jacatirão de jardim, ou manacá-da-serra, já floresceu maravilhosamente, embora algumas árvores ainda exibam alguma cor remanescente. Mas no norte e nordeste de Santa Catarina, no próximo mês, começa a florescer o jacatirão nativo, aquele que ninguém plantou, que nasceu livre na floresta, nas encostas, nos caminhos. O verde das suas folhas começará a desaparecer em meio a tanta flor de cor branca, vermelha e vinho, pontilhando toda a mata com ilhas de tons avermelhados.
E a primavera vai enfeitando esse mundo de Deus, desabrochando jacatirões de outubro em diante, como se fora enfeite para a chegada do Natal e do novo ano que despontará.
Então, agora que parece que finalmente o inverno foi embora, levando com ele o frio, a solidão, a saudade, eu agradeço à Mãe Natureza por deixar vir a nós a primavera para vestir a terra de flores, de verde e de cores.
Vem, primavera e traz contigo a paz, a melodia do cantar dos passarinhos, e a flor do jacatirão...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

IMPOSTO PARA O LIVRO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Leio nos jornais que o governo, grande governo brasileiro, está instituindo – pasmem - o Imposto do Livro. Nos moldes da CPMF, “contribuição” para a saúde – altas cifras que nunca foram utilizadas, na verdade, com a finalidade para a qual foi proposta, ou seja, deveria subsidiar a saúde, que ficou cada vez pior – o imposto taxa a indústria gráfica em 1% do preço final do livro. O que significa que quem vai pagar é o consumidor final, o leitor, o cidadão que não é levado a ter o gosto pela leitura, também porque o preço do livro é muito alto. E, com isso, pode ficar mais caro ainda.
Que governo é esse, que ao invés de tornar o livro mais acessível, torna-o ainda mais caro? Ele diz que o imposto está sendo criado porque o setor editorial não paga PIS e Cofin e mesmo com a isenção desses impostos, o preço do livro não caiu. Então já, que não caiu, vamos aumentar um pouco mais? Ou será que o presidente e o Ministro da Cultura, ou ainda o excelentíssimo autor da idéia da taxa, acham que eles vão cobrar o imposto e isso não vai ser repassado para o consumidor, o leitor, que é cada vez mais empurrado para longe do livro?
O brasileiro já lê pouco, seja pelo preço do livro, seja pela educação desse país que está cada vez pior, relegada a último plano, assim como a saúde e a segurança. Então vêm os nossos “governantes” e criam um imposto para colocar o livro mais longe ainda do alcance do cidadão.
Não estão conseguindo reativar a CPMF, então tentam conseguir arrecadar mais dinheiro para gastarem às custas do leitor, já escasso, também eleitor, que deveria, isso sim, ter este artigo “de luxo” incluído na cesta básica.
Enquanto uns poucos tentam incentivar a leitura, incutir o gosto pelos livros, como alguns professores de primeiro grau, que apesar de praticamente não ter espaço no currículo escolar para ensinar literatura, fazem das tripas coração e arranjam tempo para abordar os clássicos, os contemporâneos e até os escritores locais, como bem tive a oportunidade de ver, recentemente, em Joinville, os donos do poder dão um jeitinho de complicar. Para que facilitar, se é possível colocar mais obstáculos?
Outra iniciativa meritória em favor da divulgação, reconhecimento e valorização da literatura para os leitores em formação, que tivemos recentemente, aqui na grande Florianópolis, foi o 4º Seminário de Literatura Infantil e Juvenil de Santa Catarina.
Então, na contramão de trabalhos que vêm sendo realizados para que aquela velha e infeliz máxima que diz que “brasileiro não lê” deixe de ser verdade, nossos “governantes” aparecem com este grande incentivo à leitura, presente de grego de fim de ano para todos nós.
Gostaria de ter esperanças de que o projeto não vai passar no Ministério da Fazendo, para onde foi encaminhada, mas não tenho muitas ilusões.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ENCONTRO DE ESCRITORES

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Estive ontem na Unisul, para o lançamento do livro de poesia em prosa da minha amiga Urda, “Trinados para o meu passarinho”, que fez parte da programação do 4º Seminário de Literatura Infantil e Juvenil de Santa Catarina. A organizadora do evento, professora e escritora Eliane Debus me recebeu com o maior carinho e logo foi me colocando num encontro de escritores que aconteceu pouco antes da sessão de autógrafos de Urda. Aliás, vale frisar que o lançamento do novo livro da escritora loura de Blumenau, dos dedos cheios de poesia, foi avant-premier, pois ele acaba de sair do prelo, veio à público pela primeira vez naquela oportunidade. E fez sucesso.
O bom desses eventos é que a gente revê pessoas conhecidas e conhece outras tantas. E além de abraçar Urda e Sandrinha, sua fiel escudeira e a professora Eliane, sempre simpática e acolhedora, conheci outros escritores, como Yeda Goulart, com quem já tinha contatado por e-mail, escritora infanto-juvenil com um trabalho importante em prol da literatura para crianças e jovens.
E lá estava também o escritor Flávio José Cardozo, com quem eu até já tinha trocado mensagens, também, mas com quem não tinha conversado pessoalmente. Fiquei surpreso com a simpatia e receptividade de uma figura reconhecidamente importante para a literatura catarinense contemporânea. Declarou conhecer o nosso trabalho, através do portal e do blog e lembrou nossa amiga em comum, a Fátima de Laguna, que foi quem nos colocou em contato, através de e-mail.
Fiquei feliz por conhecer Flávio, um ícone da nossa literatura e ao mesmo tempo uma pessoa acessível e afável, sem estrelismos, ao contrário de alguns “consagrados” que conhecemos. Agradeço pela companhia e espero ter correspondido, pelo menos em parte, a boa acolhida que ele me proporcionou.
E fico grato, também, à professora Eliane pela realização de um evento que é, sem dúvida nenhuma, de suma importância para a divulgação e reconhecimento da literatura infanto-juvenil. A literatura para crianças é a literatura para leitores em formação e é ela que vai possibilitar termos adultos que gostem de ler, que pode incutir nos nossos jovens o gosto pela leitura. É a literatura infantil que pode acabar, amanhã, com aquela constatação infeliz de que “brasileiro não lê”. E temos inúmeros bons autores desse gênero por todo o Brasil, muitos deles em Santa Catarina. Então, mudar é possível.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

“TRINADOS...” SOARÃO HOJE NA UNISUL


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ _

Hoje começou o 4º Seminário de Literatura Infantil e Juvenil de Santa Catarina, no Campus Universitário Pedra Branca, da Unisul, em Palhoça.
A partir das 15 horas, houve exibição do filme “Por causa de Papai Noel”, baseado em crônica de Urda Alice Klueger, e do filme “Lendo Filmes”, ambos da diretora Mara Salla.
As 18 horas, acontece o lançamento do novo livro de Urda, “Trinados para o meu passarinho”, o vigésimo da escritora de Blumenau, no Hall do prédio G.
Quem é leitor aqui do blog Crônicas do Dia já leu sobre o livro “Trinados para o meu Passarinho”, um livro romântico para falar de amor. Amor na verdadeira acepção da palavra, aquele sentimento forte e verdadeiro, inconfundível. Na poesia em prosa de Urda esse amor aflora em todas as palavras, que transbordam a alma e o coração da autora de emoção, carinho e ternura.
“Trinados...” é para ler e reler. E reler.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A LITERATURA REGIONAL NAS ESCOLAS

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Participei do Festival Lítero Cultural, promovido por um grande colégio de primeiro e segundo graus de Jaraguá do Sul. A iniciativa é das melhores e o resultado teve mais pontos positivos do que negativos. Foi a primeira edição do evento, realizado na Semana do Livro, embora contemplasse outras artes, como dança e teatro, além da literatura.
Algumas livrarias, inclusive de fora do estado, estavam lá oferecendo uma gama diversificada de livros e alguns escritores, como eu, Urda A. Klueger, Lorreine Beatrice e Anair Weirich também se fizeram presentes, autografando seus livros, dando palestras para os estudantes, fazendo sessões de contação de histórias, apresentando atividades que incentivassem a leitura.
Qualquer coisa que façamos para que os leitores de pouca idade ou em formação se aproximem dos livros é bom. Mas uma coisa que me chamou a atenção, naquela quase feira do livro é que havia muitos livros de histórias e aventuras com personagens conhecidos, sempre presentes na mídia. Livros com marketing pronto, pois as crianças já conhecem as personagens de desenhos animados, de filmes, de seriados, etc., e vão direto neles. Não falo de Harry Potter e outros do gênero, não, falo de coisa mais comercial mesmo. Livros de literatura clássica brasileira e universal, vi quase nada.
Como eu já disse, foi a primeira edição do festival, nas próximas oportunidades algumas coisas poderão ser corrigidas, mas o que percebi me lembrou um distribuidor de livros que me contou, outro dia, que numa determinada escola no Paraná a diretora o chamou, verificou todos os títulos e só deixou entrar na mostra os livros literários. Há livros e livros, e eu tenho que concordar com essa diretora. Fui convidado para a segunda edição do evento, mas não pude participar.
Outra coisa que me impressionou veio à tona nas palestras que dei. Numa turma de quinta ou sexta série, tive uma conversa ótima, o pessoal mais jovem é curioso, interessado, gosta de perguntar. Falamos de tudo um pouco, mas quando perguntei quais eram os escritores da terra, da cidade, que eles conheciam, ninguém se manifestou. E eles existem na cidade deles, tenho amigos lá que têm romances publicados, livros de poemas, etc. Sei que os professores de Literatura não são culpados sozinhos desse estado de coisas, é o próprio ensino, a educação brasileira em geral que não dá espaço, no conteúdo programático, para que se aborde literatura regional. Uma pena.
Na outra palestra, para alunos de sétima e oitava, fiz a mesma pergunta achando que seria mais feliz, mas a resposta foi a mesma: silêncio. Muitos deles lembravam o nome da autora de Harry Potter e de outros livros de aventuras fantástico-maravilhosas, mas autores da terra ou de um clássico da poesia catarinense como Luiz Delfino, não.
Minha esperança é que o fato de já terem lido livros mais alentados os façam diversificar o leque de escolhas. É preciso.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

POESIA DO MAR

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

O Museu do Mar, em São Francisco do Sul, na Santa e bela Catarina, cresceu em espaço, em acervo e em organização. Ele conta com muitos tipos de embarcações, como canoas, jangadas, baleeiras, veleiros, etc., alguns em tamanhos naturais. Lá existem duas salas simulando pescadores no mar e um rancho desses trabalhadores do mar, com todos os seus apetrechos e equipamentos. E lá existem também poemas de Caymmy, de Pessoa, de Milton Nascimento e dos poetas do Grupo Literário A ILHA.
Do outro lado da rua, na extensão do museu, localizado nos antigos armazéns Hoepcke, uma embarcação em fase de construção, uma sala com a apresentação de pescadores no mar às voltas com uma baleia, mais poemas de Caymmi e a sala da Amir Klink. Nesta última, além do barco em que fez a sua famosa viagem, muita literatura em vários painéis: contos e crônicas sobre o mar do aventureiro autor. Existe, ainda, no Museu do Mar, um número enorme de miniaturas e maquetes de embarcações marítimas, incluindo caravelas, galeões, navios, etc., de uma qualidade invejável. O museu conta, ainda, com instrumentos de navegação antigos e tudo sobre a vida e trabalho de pescadores de várias regiões do Brasil em painéis com muito texto, fotos e gravuras. A organização chama a atenção: tudo no museu é bem sinalizado e esclarecido. A informação é bem distribuída em painéis, placas, totens, setas, etc. Os painéis trazem extensa literatura sobre embarcações, sobre pescadores, sobre tudo o que é do mar.
E há mais poesia. Logo na entrada, nos deparamos com painéis que estampam poema de Fernando Pessoa. Mais adiante, na seção de canoas, outro poema de Dorival Caymmi - a letra de uma música do grande compositor e poeta podia ser ouvida, também, nas caixas de som distribuídas pelo ambiente. Em outra seção, outro poema de Caymmi, em outra, mais um de Milton Nascimento e até alguns deste articulista, todos cantando o mar. Começamos a nos dar conta do quão forte é a relação da literatura com as coisas do mar, como o mar é, por si só, fonte de inspiração para a criação literária. E inspirada nisso tudo, nasceu a antologia "Poesia do Mar", com poemas de autoria de todos os integrantes do Grupo Literário A ILHA. A antologia concretizou-se e foi lançada lá, no Museu do Mar. Os poemas que compõe a antologia formaram uma edição especial do Varal da Poesia, que foi exibido no Projeto Poesia no Shopping e depois no próprio Museu do Mar. Aquela edição do Varal da Poesia foi doada ao Museu do Mar, mas como os poemas foram impressos em papel, o grupo vai fazer nova doação, com a impressão em banners. O livro, a antologia, também é mais um volume incorporado à vasta coleção de livros sobre navegação, embarcações, pesca, pescadores e tudo o que se relaciona com o mar em livros antigos e contemporâneos que o museu possui.
Se você vier a Santa Catarina, passando pelo norte do Estado, vá a São Francisco, a terceira cidade mais antiga do Brasil e visite suas praias, seu porto e o Museu do Mar. A poesia mora lá. Até saraus poéticos, encontros de escritores e poetas são feitos lá.

NOSSA ILHA CATARINA

Luiz Carlos Amorim

Esta ilha catarinacercada de sol
por todos os lados,
é a terra prometida,
o paraíso de areia.
A natureza, generosa,
deu as praias mais bonitas
a este pedaço de chão.
E deixou que eu, poeta,
me quedasse à beira-mar
para sonhar esperanças,
para cantar as belezas
desta nossa São Francisco
de história e tradição,
com mais de quinhentos anos,
da idade do Brasil...
Cidade antiga São Chico,
com suas estreitas ruas,
casario açoriano,
mas jovem ao mesmo tempo,
crescendo ainda, menina...

domingo, 13 de setembro de 2009

LITERATURA E HUMANIDADES

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Recebi, recentemente, um pedido de doação de livros meus. Até aí, tudo bem, isso acontece de vez em quando, professores pedem livros para usar em sala de aula, entidades quase sempre beneficentes tentam conseguir acervo para começar ou manter bibliotecas em escolas, asilos, orfanatos, etc.
Mas desta vez o pedido foi para uma campanha em prol de pessoas carentes. A pessoa que me pediu os livros se reuniu com outras para conseguir banheiros, oito deles, que serão montados em casas de famílias do bairro Promorar 2, de Itajaí. Para angariar os recursos necessários, imaginaram pedir livros a escritores, livrarias, editoras, que conseguindo um aqui, outro acolá, vão juntando até poder fazer lotes com sete livros, para oferecer a amigos e empresários.
Não é original? Eu diria que é fantástico. Usar a literatura para conseguir ajuda e possibilitar que famílias com baixo poder aquisitivo tenham banheiros em suas casas, conforto mínimo a que elas têm direito.
Tomando conhecimento desse tipo de ação, fico animado e penso que pode haver uma luz no fim do túnel, que nem tudo talvez esteja perdido. Há quem ainda se preocupe com o próximo, apesar dos maus exemplos que a maioria dos “políticos”, aqueles que mandam nesse país, infelizmente, insistem em dar constantemente.
Vou mandar alguns livros para essas pessoas que estão catando a obra dos escritores da terra para transformá-la em um benefício talvez maior que o prazer de ler e de beber na fonte da imaginação e do conhecimento que é o livro. Porque além de ajudar quem precisa, essa campanha estará divulgando a obra daqueles que se juntarem a ela, pois os livros serão lidos por um público que, de outra maneira, talvez não viesse a ler alguma coisa da nossa lavra.

sábado, 12 de setembro de 2009

LIVROS PARA OUVIR

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor –Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

A Lei do Livro promete colocar obras literárias em braile à disposição de deficientes visuais, entre outras coisas. Esta é uma excelente alternativa para possibilitar que as pessoas cegas tenham acesso à literatura. Não sei se a promessa está sendo cumprida, espero veementemente que sim, mas há outra opção: entregar àquelas pessoas para quem o livro impresso é apenas um objeto vazio, páginas em branco, as obras literárias em arquivos de áudio, para que elas simplesmente possam ouvir.
Antes uma ação pouco praticada, levada a efeito apenas por algumas bibliotecas e associações de cegos, a gravação de audiolivros já é um formato adotada por algumas editoras, tradicionais ou novas. Transforma-se, inclusive no Brasil, em um nicho do ramo editorial, pois já não atende apenas aos deficientes visuais, mas também ao leitor comum, sem problema para enxergar as páginas impressas, mas que tem pouco tempo para leitura.
Pessoas comuns estão adotando os livros em áudio, pois é possível ouvir uma gravação de obra literária como se ouve música, em mp3. Isto significa que podemos ouvir um bom livro enquanto dirigimos, enquanto fazemos algum trabalho em casa, enquanto caminhamos, enquanto fazemos um grande número de tarefas.
O áudio-livro, como o e-book, não vai substituir o livro impresso, mas todos os dois têm a sua utilidade, acho até que o áudio ganha nessa comparação, pois dá acesso à literatura para pessoas cegas.
Algumas bibliotecas têm esquema de gravação própria de obras, como a de Joinville, que mantém um grupo de doze voluntários que gravam livros, didáticos ou literários. As gravações são feitas a pedido dos usuários, neste caso pessoas cegas que precisam ler determinados livros, por serem estudantes, por exemplo.
Um bom exemplo a ser seguido, pois em qualquer lugar haverá deficientes visuais que precisarão do livro em braile ou em áudio para poder ter acesso a obras literárias ou didáticas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A LEI DO LIVRO E A LITERATURA PARA CEGOS

Por Luiz Carlos Amorim (escritor e editor – lc.amorim@ig.com.br )

A Lei do Livro, sancionada em 30 de outubro de 2003, instituiu uma “política nacional do livro”, e além de “assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de acesso e uso do livro; fomentar e apoiar a produção, a edição, a difusão, a distribuição e a comercialização do livro; estimular a produção intelectual dos escritores e autores brasileiros tanto de obras científicas como culturais; promover e incentivar o hábito da leitura; instalar e ampliar no País livrarias, bibliotecas e pontos de venda do livro; propiciar aos autores, editores, distribuidores e livreiros as condições necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei”, prometia, também “assegurar às pessoas com deficiência visual o acesso à leitura”.
Os deficientes visuais poderão ir a uma livraria ou qualquer outro ponto de venda para ter acesso aos livros do seu interesse, em vez de depender exclusivamente de doações do governo e outras instituições. Poderão encomendar os títulos desejados, que será providenciados. Li, também, que “os próprios pontos de venda se encarregarão de fazer o pedido às editoras e, mais tarde, entregar os títulos em arquivos digitais que os clientes poderão levar embora e imprimir numa impressora Braille”.
Pergunto: as pessoas cegas terão que imprimir os arquivos em braile? Será que todas tem acesso a uma impressora desse tipo? Essas mesmas obras serão entregues aos deficientes visuais em arquivos de áudio?
No final do texto dessa lei, consta o Art. 19°, que diz: Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Mas não vi a tal data. A lei está vigorando?
Isto me lembrou que um escritor amigo meu, de Balneário Camboriú, Enéas Athanázio, participou de uma antologia em braile, uma obra para pessoas especiais, para pessoas deficientes visuais. E notem que o livro foi impresso em braile, e não entregue em arquivo para os leitores cegos imprimirem.A antologia – “Blumenauaçu na Ponta dos Dedos” foi publicada pela Editora Cultura e Movimento e é pioneira em nosso estado: a coletânea tátil reúne trabalhos em verso e prosa de quinze escritores contemporâneos. A edição e impressão foram feitas pelo Centro de Difusão da Literatura para Cegos.
Um público específico, mas considerável, os deficientes visuais tinham acesso, até agora, a poucas obras em braile, quase todos clássicos. Melhor do que nada, necessário até, mas eles não tinham acesso às letras da região, à obra dos autores importantes e atuais de quem ouviam sobre o sucesso, sem ter como lê-los.
Isso me chamou a atenção, mais uma vez, sobre um fato cada vez mais evidente: a capacidade de aprendizado e de realização das pessoas especiais.Numa entrevista com deficientes visuais, foi marcante e oportuno o repórter abrir um livro em braile e mencionar que, para ele, aquelas eram simplesmente páginas em branco. Em contrapartida, colocou um livro impresso com texto e desenhos na frente de uma menina cega que, tocando-o, afirmou que também ela tinha diante de si páginas vazias. Mas trocando os livros, a menina cega começou a tatear as páginas em branco com uma rapidez e uma sofreguidão que dava idéia da importância de poder ler aquele livro.
Já está na hora de aceitarmos as pessoas especiais, de possibilitar-lhes acesso à literatura, ao conhecimento e à informação, de reconhecermos as crianças especiais como especiais que são, capazes de ensinar-nos a sermos nós, os “normais”, mais humanos e mais felizes.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A DIFUSÃO DA POESIA

Por Luiz Carlos Amorim (escritor e editor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

A poesia, até algum tempo atrás, era tida como gênero literário apreciado apenas por intelectuais e/ou adolescentes e merecia pouca atenção de livreiros, editores e leitores, se comparada a outros gêneros, como o romance, por exemplo.
Dos anos 80 para cá, a poesia tomou conta das praças – através dos varais literários e recitais, dos jornais (embora conseguindo aí apenas pequenos espaços), das revistas e livros, citando-se apenas os meios tradicionais de publicação. Sim, porque a poesia saiu do seu suporte tradicional e passou a ocupar camisetas, quadros, shopping-centers, bares, lojas, bancos, palcos, o rádio, a televisão, o disco, embalagens de produtos, out-doors (o pioneiro Projeto Poesia na Rua do Grupo Literário A ILHA) e a internet, que veio para democratizar as oportunidades de levar até o leitor, em qualquer lugar, a produção dos poetas novos ou não.
Um fator decisivo para que a poesia passasse a ser conhecida e apreciada foi o aparecimento dos varais literários, notadamente no norte de Santa Catarina, que a tornaria acessível e popular, enquanto a internet não chegava até nós.
De um primeiro contato com a poesia, através dos varais de poemas, dos recitais de poesia e dos folhetos alternativos, que publicaram, sempre, a produção dos novos poetas, é que os novos leitores poderiam saber se a apreciavam. E muitas das pessoas que esbarravam com a poesia, em qualquer lugar, a qualquer hora, descobriam que gostavam dela, passando a comprar livros, não só de autores locais, mas também de poetas consagrados nacionalmente.
Ao Varal de Poesia – hoje transformado em projetos como Poesia no Shopping - vieram juntar-se os recitais em praça pública, em bares, escolas, festas, etc., que hoje estão voltando à moda, os saraus poéticos, além dos programas de rádio e até a televisão aderiu, com programas literários como “Literatura”, “Entrelinhas” e outros.
O resultado disso tudo é que o público está se aproximando mais da poesia, porque esbarra com ela na praça, nas feiras do livro, nas festas populares, nos shoppings, nos out-doors – impossíveis de não se ver – e até dentro da sua própria casa, quando liga o rádio, a televisão ou acessa a rede.
A própria escola está fazendo o seu papel, incentivando a produção dos seus alunos, promovendo mostras e organizando publicações internas e convidando autores para possibilitar o contato direto autor/leitor. Tempos promissores que prometem resgatar os escritos dos nossos escritores que não têm grandes editoras para publicá-los.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O SER HUMANO E A NATUREZA

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Neste feriadão de sete de setembro estive em Corupá – e foi um susto muito grande acordar de madrugada com o barulho da força do vento, coisas batendo e quebrando, muita chuva. No dia seguinte, ao andar pela cidade, vi o que o vento fortíssimo havia feito: telhados destruídos, árvores arrancadas ou partidas, até construções caídas no chão, além de postes e out-doors lançados por terra. Vendo os telejornais, vi que não fora só ali o caos com tanto vento e tanta chuva. Em quase toda Santa Catarina, tornados haviam passado e deixado rastros de destruição. Ventos de mais de cem quilômetros horários distribuíram pânico e até morte pelo sul e sudeste do nosso Brasil e na Argentina.
E vi a chuva caindo, aumentando o risco de novos deslizamentos, aumentando a angústia daqueles que têm suas casas em locais de risco.
Lembrei que aquela fora justamente a madrugada seguinte a do dia 7 de setembro, quando deveríamos ter comemorado a nossa independência, a liberdade de todo cidadão e pareceu ironia aquela situação de tragédia. A natureza, mais uma vez, nos alertava para o fato de que não estávamos cuidando direito do meio-ambiente. Que podemos ser livres, sim, mas nosso direito vai até onde começa o direito do outro. E não estamos respeitando o nosso planeta, o lugar onde vivemos.
E a natureza apela, mais uma vez, para que o ser humano repense as suas ações neste nosso mundo, para que ele não sucumba de vez com tanta poluição, tanto descaso, tanta irresponsabilidade.
E a natureza lamenta: “Sinto muito pela dor que este tempo tão diverso está causando, mas ele está assim porque o homem, o ser humano, não tem se preocupado com o meio-ambiente – com o ar, com a terra, com a água, que são a sua vida. A poluição acumulada, não contida há tanto tempo, é que descontrolou o clima. A ganância desmesurada fez com que se fechasse os olhos às agressões contínuas ao meio-ambiente. E isso resulta nas tragédias que estão acontecendo ao redor do mundo. O homem precisa respeitar mais e proteger a natureza para ser protegido.”
Isso não me saiu mais da cabeça, pois sei que a natureza está dando o seu recado, disso não há a menor dúvida. Nós, homens, sábios homens, precisamos nos conscientizar, o mais rápido possível – esperemos que não seja tarde demais – de que é preciso fazer alguma coisa, tomar atitudes para que salvemos o nosso planeta Terra.

domingo, 6 de setembro de 2009

CORES E CHEIROS


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http: //www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Recebi uma foto de um pé de xinxin de um fotógrafo amigo de Corupá e como eu vim para a terrinha neste final de semana com direito a feriadão, resolvi procurá-lo. Não lembrei que não é mais época da fruta, já não há mais laranjas maduras, limas, tangerinas. Só há, ainda, um pouco de limão maduro, vermelho, vermelho e junto com eles muita flor e limões pequeninos, bebês. O dourado de tangerinas, laranjas, xinxins, ponkãs, que manchava o verde de matas, pomares, quintais e jardins já se foi, para voltar apenas no próximo inverno.
Uma vez na terrinha, saí para passear e rever lugares já conhecidos e também para conhecer novos recantos. Não visitei nenhuma nova cachoeira, mas andei pelo interior e fui almoçar num restaurante com uma deliciosa comida caseira, quase em São Bento.
No caminho, enchi os olhos com uma quantidade imensa de olho-de-boneca, um tipo de orquídea que alguns chamariam de ordinária, porque é muito comum em nossa região, só que eu não aceito isso, pois orquídea é orquídea e ela é sempre bela. Há muito olho-de-boneca, em tudo que é jardim. É tanta cor e tanto perfume que a gente quase não entende como a natureza pode ser tão prodigiosa e tão generosa. O perfume das orquídeas, inclusive, se mistura com o perfume da flor de laranjeira, que também há em profusão, e a fragrância resultante é sensacional.
Mas não é só orquídea que a gente vê. Os ipês ainda estão florescidos, pequenos sóis a derramar tapetes de luz pelo chão. O manacá-da-serra – a variedade de jacatirão de inverno – ainda está florescido, convivendo maravilhosamente com os ipês. As azaléias atrasaram um pouco, com o descompasso das estações e estão desabrochando flores vermelhas por todos os lugares. Além de petúnias, amores-perfeitos, marias-sem-vergonha, malvas, cristas-de-galo, hibiscos, cravos de defuntos, gérberas, margaridas, etc.
Então, é muito bom voltar à terra da gente. Corupá ainda é um bom lugar para se viver e a natureza aqui é mais bela, o verde é mais verde, as cores são mais vivas. O Vale das Águas ainda é a perfeita tradução da beleza e da abundância e o cheiro de inverno é perfume de orquídea e flor de laranjeira.

sábado, 5 de setembro de 2009

LIVRO: PRAZER E CONHECIMENTO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Ensinar literatura nas escolas de primeiro grau implica levar o aluno a ter o prazer de ler - não significa obrigá-lo a ler. Se ali não conseguirmos incutir-lhes o gosto pela leitura, o problema será muito maior quando estiverem no ensino médio: lerão, quando muito - e por obrigação - apenas resumos e orelhas dos livros.

A literatura é o registro da realidade, de costumes, espaço e tempo de um povo, ainda que visto por ângulos diferentes e aí reside a sua riqueza. Ela sempre estará associada à alguma realidade: são realidades verdadeiras, realidades possíveis ou apenas imagináveis, dependendo do que o leitor conseguir recriar.

Porque sabemos que a obra literária existe enquanto lida, enquanto está sendo recriada pelo leitor. E cada leitor pode recriá-la com nuances diferentes, pessoais. Essa é a característica mais marcante da literatura ficcional. A emoção do autor, ao produzir seu texto, não será, necessariamente, a mesma do leitor ao recriá-la.

Então a leitura nos provoca emoções, nos dá referência, faz-nos refletir, pode mudar nossa maneira de pensar e até de agir. Ela é viagem pelo desconhecido é aquisição de conhecimento, é aprendizado e exercício de criatividade, é experiência adquirida. Isso é literatura e é isso que os nossos leitores em formação precisam ir buscar nas páginas de um livro. Ou de vários. O ensino da literatura dividindo-a em "escolas", acaba fazendo-a parecer, para o estudante, uma coisa velha, ultrapassada, sem utilidade imediata. Faz a produção literária parecer algo que é feito a partir de receitas, como se fosse um bolo, sem originalidade, sem criatividade.

Literatura é arte, por isso não pode ser tratada como uma disciplina estanque, precisa ser explorada como algo dinâmico e estimulante, algo que vai acrescentar subsídios para o crescimento do leitor.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

TRINADOS DE AMOR

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Já li o novo livro de Urda Alice Klueger, “Trinados Para o meu Passarinho”, que deve ser lançado em breve, porque fiz parte do Conselho Editorial. São vinte e uma crônicas de puro amor. Sabe aquele amor firme e forte, incondicional, que a gente pensa até que não existe mais? Pois ele está contido todinho neste grande livro, da primeira à ultima palavra, lindíssimo.
Como já disse, ele é um hino de amor, uma coletânea de poemas em prosa, daqueles mais inspirados. Esse livro lembra a toda gente que o amor ainda existe, que é preciso procurá-lo dentro de nós, dentro dos olhos, dentro do peito, dentro da alma. Que é preciso adentrar os olhos e o coração do próximo que esse sentimento maior e inconfundível está lá, dentro de nós e dentro de alguém que precisamos encontrar.
Beija-Flor - Quase Abril é antológico, é a obra-prima da sensibilidade e do sentimento. A capacidade de amar que transborda nesse livro e, consequentemente na autora, é incomensurável.
Algumas crônicas eu já havia lido, e continuam belíssimas, outras eu não conhecia e fico aqui babando, como ao ler Pseudo-primavera, A garça e o segredo das Dunas, Patos Gansos e Cisnes e todas as outras.
Este é um livro feito de alma e coração, para dar de presentes às pessoas mais queridas da gente, no aniversário, no Natal, no dia dos namorados, para dizer-lhes "Eu te amo".
Porque “Trinados Para o meu Passarinho” é isso: amor de verdade, no mais alto grau que o sentimento pode chegar, que um coração pode suportar.
Como pudemos ficar sem essas canções de amor de Urda por tanto tempo?
Amar é isso.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

OS LIVROS CATARINENSES SELECIONADOS PARA COMPRA PELO ESTADO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Eu não queria voltar ao assunto, mas tantas pessoas – escritores e não escritores - comentaram comigo, com certo descontentamento, o resultado da seleção de livros feita pela Cocali para distribuição às bibliotecas municipais do Estado, que trago de novo o tema à tona.
Na crônica que escrevi quando saiu a lista dos livros escolhidos, tive o cuidado de não criticar o que quer que fosse, apenas parabenizei a FCC e os contemplados. Só o fato de o Estado ter lançado este primeiro edital para comprar dez livros de autores catarinenses para distribuição às bibliotecas e assim fazer cumprir a Lei Grando, há tanto tempo promulgada e esquecida, já é um grande passo.
O que está sendo questionado é que quase metade (quatro) dos nomes que aparecem na lista de autores selecionados são alguns daqueles mesmos nomes já bem conhecidos, que vivem aqui na Grande Florianópolis, alguns quase sempre presentes nas coisas vinculadas ao Estado. Há, até, autor como Salim Miguel, escritor consagrado nacionalmente, que já teve livro seu selecionado para o Vestibular da UFSC e por isso já existem livros seus nas bibliotecas municipais.
Três dos contemplados são autores catarinenses, mas radicados em outros estados. Há dois ou três autores novos, um inclusive é um índio, Adão Karai T. Antunes, de Morro da Fumaça, uma revelação literária nesse Edital.
Não sei qual o critério usado para a escolha dos dez livros dentre os 172 (cento e setenta e dois) inscritos no Edital. A comissão da Cocali leu todos eles, ou houve algum que foi escolhido pela projeção do nome? Quero crer que os livros foram lidos, mas são cento e setenta e duas obras. Eu já fui júri de concurso literário e foi uma trabalheira ler três ou quatro dezenas de originais. E prazo da Cocali, para ler tudo, era curto.
Não estou colocando em dúvida o critério de escolha, mas tenho curiosidade de saber se todos os livros foram lidos de fato, na íntegra.
Uma boa coisa foi a declaração, no comunicado da FCC com o resultado do Edital, afirmando que “Devido à qualidade, alguns títulos não selecionados ficaram automaticamente inscritos para a próxima edição do edital, que será lançado até outubro deste ano.” É sinal que havia outras obras passíveis de serem selecionadas, obras que teriam tido a qualidade reconhecida com a leitura das mesmas, creio eu. Insisto que seria importante que se publicasse quais são essas obras, para que os autores delas não se inscrevessem com as mesmas no próximo edital.
Como disse minha amiga Fátima de Laguna e outros amigos de pontos diversos do Estado, a Fundação Catarinense de Cultura precisa divulgar autores de todos os pontos do Estado, sem privilegiar nenhuma região, diversificando sem perder de vista a qualidade literária, lógico, mas valorizando novos talentos.
E está de parabéns a Anita Pires, presidente da FCC, por ter cumprido a palavra de fazer valer a Lei Grando, publicando o Edital e comprando os livros.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

SAIU A REVISTA A ILHA DE SETEMBRO


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Já está no ar, no portal PROSA, POESIA & CIA.- http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ -do Grupo Literário A ILHA, a nova edição da revista Suplemento Literário A ILHA, de número 110 – Setembro de 2009.
Nessa edição, assuntos como “Os 103 anos de Quintana”, “O Livro Estático”, “Portal do Grupo Lit. A ILHA muda de endereço”, “Oficina de Crônica da Academia Catarinense de Letras”, “Cumprida a Lei Grando, finalmente”, “Euclides da Cunha, o escritor quase esquecido”, e ainda crônicas de Célia Biscaia Veiga, Maria de Fátima Barreto Michels, Enéas Athanázio, Urda Alice Klueger, Mary Bastian e Sônia Pillon. Também muita poesia, de poetas do grupo e de poetas de outros países, como Grécia, Portugal, Cabo Verde, Estados Unidos e Eslováquia.
Visite o Portal Prosa, Poesia & Cia. do Grupo Literário A ILHA, agora em novo endereço e veja também a edição de setembro da revista eletrônica LITERARTE, com mais prosa e poesia e muita informação literária e cultural.
São quase trinta anos de circulação da revista Suplemento Literário A ILHA e de atividades do Grupo Literário A ILHA. Acesse o portal e conheça o trabalho do grupo em prol da literatura catarinense e brasileira.
Pedidos da revista impressa para o e-mail lc.amorim@ig.com.br