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domingo, 30 de setembro de 2012

ALFABETIZAÇÃO AOS OITO ANOS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Numa época quando se combate tanto a qualidade duvidosa da educação brasileira e quando se comprova isso, com resultados do Ideb e do Enem, com a escola pública cada vez mais abandonada pelo poder público, quando se qualifica pouco e se paga mal os professores, quando constatamos que as mudanças feitas no sistema de ensino fundamental são catastróficas, o MEC – Ministério da Educação, lança o “pacto para alfabetizar aos oito anos”.

Vejo matéria no Estadão de 24 de setembro, anunciando para o mês de outubro o lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que estabelece que toda criança deve estar alfabetizada no fim do 3º ano do ensino fundamental, ou seja, aos oito anos. E pior, é o que prevê, também o Plano Nacional de Educação, em tramitação no Congresso.

Idade certa? Oito anos? Ora, isso é mais um retrocesso, dos tantos que já tivemos na educação brasileira. Vimos alertando para o fato de que, com as mudanças feitas no ensino fundamental, nos últimos anos, existem muitas crianças da escola pública que chegam ao terceiro ano, às vezes ao quarto, sem saber ler e escrever como deveriam.

Num passado recente, duas ou três gerações atrás, as crianças chegavam ao fim do primeiro ano do primeiro grau já sabendo ler e escrever. Uma geração antes, ainda, quando jardim de infância e pré eram coisas de crianças de famílias ricas, a gente entrava direto no primeiro ano, aos sete anos, e no final daquele ano saía lendo e escrevendo.

Mesmo levando em conta que acrescentaram o pré-escola ao primeiro grau, aumentando o ensino fundamental de oito para nove anos, temos que considerar que a idade de alfabetização não mudou, pois as crianças estão começando também um ano mais cedo. Então o segundo ano do primeiro grau corresponde ao primeiro ano antes da mudança, mas continua sendo o ano da alfabetização e continua sendo aos 7 anos de idade.

Então porque agora o governo que retardar em um ano esse aprendizado? Para mascarar a má qualidade do ensino público, para continuar desprezando e relegando ao léu a educação brasileira? Estão legalizando a falência da educação.

É por essa má qualidade do ensino fundamental e do ensino médio que os estudantes chegam mal preparados para as universidades, nas quais acabam se formando maus profissionais, pois a bola de neve acaba atingindo também o ensino superior.

O que precisamos é que o governo brasileiro, através do Ministério da Educação, cuide com mais atenção da educação brasileira, faça modificações no ensino para melhorá-lo e não para piorá-lo, como bem prova esse “pacto” para retardar a alfabetização de nossas crianças e invista mais, muito mais, para que nossos professores sejam melhor qualificados, nossas escolas melhor equipadas e para que os profissionais da educação sejam dignamente remunerados. Existem Estados brasileiros, vários, ainda hoje, que não cumprem a lei que determina o pagamento do piso mínimo para os professores. Como querer um bom desempenho de quem não é bem pago?

sábado, 29 de setembro de 2012

REFORMA DOS DIREITOS AUTORAIS: DO INÍCIO, DE NOVO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


A reforma da Lei de Direitos Autorais voltou à estaca zero, pela segunda vez, com a mudança da ministra do Ministério da Cultura. Marta Suplicy, a nova ministra, disse que pretende ouvir os grupos “interessados” para se posicionar sobre o tema e então reiniciar as discussões.

A reforma, polêmica, começou a ser discutida em 2007. A proposição de modificação da legislação atual, vigente desde 1998, foi enviada à Casa Civil em 2010. Em 2011, no entanto, Ana de Hollanda, então ministra da Cultura, revisou e texto e fez uma versão “mais pessoal”, digamos assim, que foi reenviada à Casa Civil em outubro de 2011. De lá para cá, nada aconteceu, mas o anteprojeto foi muito criticado pelos setores culturais, que não se agradaram nada das mudanças feitas. Até que Ana saiu do Minc e Marta, agora, recomeçará tudo.

Ana de Holanda dizia que queria um consenso sobre a sua reforma. Eu já dizia, em 2011, que se dependesse disso, a revisão nunca sairia. Artistas de renome de todo o Brasil, e não só músicos – escritores, também – prepararam manifesto para aproveitar a deixa e tentar incluir pontos que não foram contemplados no projeto do governo, tornando-o mais racional e funcional. Mas não lograram êxito, pois o processo não teve continuidade.

Vamos ver o que fará dona Marta. Será que finalmente sairá uma reforma decente? A lei de Direitos Autorais no Brasil tem que ser revista. Urgente. O Ministério da Cultura está demorando muito para decidir sobre a revisão essa lei, que está para ser aprovada há quase uma década. Precisamos que essa revisão saia de uma vez por todas. E uma revisão que contemple todos os aspectos dos direitos de quem produz cultura e arte neste país. Uma reforma que seja feita com a participação de todos os segmentos da sociedade, que considere todas as tecnologias atualmente existentes para se produzir, veicular e consumir arte e cultura.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O PRESENTE E O FUTURO DE FLORIANÓPOLIS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Vejo, nas poucas vezes que vejo a televisão aberta, a propaganda eleitoral, que é inserida, infelizmente, nos intervalos comerciais. As campanhas estão cada vez piores e, além dos ataques entre os candidatos – a lavação de roupa suja, que muitos deles de limpos não têm nada – vejo as famigeradas promessas que eles não tem a mínima intenção de cumprir. Tanto é assim, que as tais promessas não tem nem a preocupação de ser verossímeis e as afirmações de “obras” realizadas, muitas delas, não têm condições de serem comprovadas.

Um candidato a prefeito de Florianópolis diz que, graças a ele, 25% da arrecadação vai para a educação. Então porque a educação está no estado lastimável em que se encontra?

Rebatendo outro candidato que teria dito que o atual governo da capital só teria construído 8 casas para famílias de baixa renda, o atual governo de Florianópolis teria construído, em sua gestão, 500 casas. Não torço para este ou aquele candidato, mas quero que me provem que foram construídas todas essas casas, que mostrem, que revelem onde elas estão que eu quero ir ver a documentação delas para saber se foram mesmo feitas pelo município. Falar é muito fácil. Quero ver comprovar.

Propaganda do mesmo candidato afirma, ainda, que de 19 médicos que existiam nos postos de saúde da capital, hoje são 119 (cento e dezenove). Por que, então, a saúde está péssima, pessoas esperam horas para serem atendidas, consultas são marcadas com prazos enormes e há uma falta tão grande de médicos?

Outro candidato, também, promete “convênio” com o Estado para melhorar a saúde do município. Mas o Estado não dá conta de suprir a saúde pública que lhe compete – está aí o SC Saúde, um desastre, um fiasco, uma tragédia – então dá pra saber como será essa melhora na saúde de Florianópolis.

Candidatos desse naipe é que estarão na Prefeitura de Florianópolis. Pobre Florianópolis.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

COMEMORANDO O LIVRO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com



Estamos na Semana Internacional do Livro, que começou no dia 23 e vai até o dia 29 de setembro. Este é um ano especialmente estratégico para comemorarmos esta semana. Por que digo isso? Por que vivemos o pico de uma revolução na publicação e na leitura de livros.

O livro digital, ou e-book, chegou há já algum tempo, prometeu substituir o livro tradicional de papel impresso, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. O final da primeira década deste século marcou o começo de uma mudança nos hábitos de ler, pois as novas tecnologias de publicação e leitura de livros passaram a ser mais usadas. Agora já não existem mais apenas e-readers, existem tablets, que além de leitores de livros eletrônicos são pequenos computadores movidos a toque de tela fazem de tudo. O I-Pad, o mais popular deles, já vendeu milhares de exemplares pelo mundo.

Até o Kindle deixou de ser apenas leitor para se tornar um tablet, com todos os recursos do I-Pad e seus muitos concorrentes. A verdade é que, com a grande venda dos diversos tablets que disputam o mercado, finalmente, os livros digitais também começaram a ter maior acervo em oferta. Até as editoras dos livros tradicionais, algumas delas, já estão oferecendo livros também em formato digital.

Comprovadamente, o livro como o conhecemos, de papel impresso, continua forte e vendendo cada vez mais. O e-book pode crescer – atualmente a sua abrangência ainda é relativamente pequena, apesar de se constituir em uma evolução no nosso hábito de ler – mas o livro tradicional vai continuar no mercado. Pode ser até que o e-book cresça muito mais, mas não deve ultrapassar o livro impresso. O que vai acontecer é que os dois conviverão em harmonia.

Com a informática a serviço da leitura, a tendência é que o hábito de ler se intensifique, até porque além do livro tradicional e do livro digital, temos também o áudio-livro, que possibilita aos deficientes visuais serem também consumidores de literatura.

O audiolivro facilita, também, àqueles que não têm tempo para ler a oportunidade de ouvir bons textos enquanto fazem outra coisa.

Então talvez possamos comemorar tanta tecnologia a serviço da leitura, não esquecendo que o livro físico, aquele que podemos folhear, rabiscar e ler sem dependência de nenhuma fonte de energia, a não ser a nossa visão e a vontade de ler, continuará firme e forte.

Em comemoração à Semana do Livro deste ano, está circulando pela internet uma campanha meritória, que intima a pegar um livro, qualquer livro e ler alguma coisa dele, o que pode nos incentivar a lê-lo todo: “Pegue o livro que estiver ao seu alcance ou aquele que você está lendo agora, ou ainda o que mais goste e abra na página 57 e copie uma frase ou um parágrafo dessa página – Face, ou em outro programa de relacionamento. Simples assim. Conclua mencionando a obra e o autor.” Não é interessante? Um pouco de motivação para a gente ler alguma coisa.



terça-feira, 25 de setembro de 2012

BARULHO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Existe uma norma para reger os Níveis de Ruído para Conforto Acústico, a NBR10152, mas parece que ninguém dá importância a ela. Principalmente nessa época de eleição. Os candidatos pagam “carros de som” que fazem propaganda eleitoral em altos brados pelas cidades e ninguém parece fiscalizar esse tipo de barulho.

Temos muitos barulhos acima do permitido, conforme a região, mas o que mais incomoda é a música muito alta, principalmente nos carros. Aliás, tem coisa pior: gente falando em microfone a todo volume. E o que mais irrita são aqueles carros quem vem a pedido, que as pessoas pagam para virem fazer homenagens à aniversariantes, por exemplo. Chegam, ligam o microfone e a música a todo vapor, para “surpreender” o homenageado. E não raro, como já aconteceu na minha rua e na rua onde mora minha mãe, em Jaraguá, eles são encomendados para vir depois das dez.

E é aquela barulheira as onze da noite, meia noite, às vezes, acordando o bairro inteiro, pois dá para ouvir a um quilômetro de distância.

A vizinhança, no caso eu, não chama a polícia porque o vizinho, por mais longe que fique da casa da gente, está de aniversário. E a culpa não é dele, porque não foi ele que pagou para o carro de “mensagens” vir.

O culpado é o parente ou amigo que teve o mau gosto de gastar dinheiro com uma coisa tão brega e tão prejudicial a quem não tem nada a ver com a sua escolha. Som muito alto incomoda muita gente. E é ilegal. Se chamassem quem de direito para medir a altura do barulho, fatalmente aquele som estaria acima do permitido.

Sei que há muitos outros barulhos incomodantes que deveriam ser fiscalizados e medidos. Mas o carro de “mensagens”, o vizinho que bota um “sonzaço” no carro e quando está em casa ou quando chega em qualquer lugar, abre o capô e obriga a gente a ouvir a música que ele gosta (que nem sempre é de bom gosto) e a "propaganda eleitoral", com locutores berrando nome e número de candidatos ou "músicas" de tremendo mau gosto nas alturas são falta de respeito às pessoas e à lei vigente.

Na verdade, são pessoas sem educação, sem noção, que não estão nem aí para o descanso e para a paz do próximo, como se só eles tivessem direitos e os outros tivessem que se submeter as suas preferências.

Precisamos denunciar esses desrespeitos, para que isso cesse. E não votar nos candidatos que fazem barulho achando que vão angariar votos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A POLÍTICA NA VIDA DE CADA UM

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Não gosto de política, mas ela influi diretamente na minha vida e na vida de todos os cidadãos, então não posso ficar alheio a ela. Ouço pessoas dizendo que não querem saber de política, que não adianta muito votar nesse ou naquele candidato porque são todos iguais. Ou então vejo algumas pessoas aceitando algum benefício em troca do voto, favorecendo a entrada no poder público de candidatos que, comprando votos, mostram bem a que vem.

Pois todos deveríamos prestar muita atenção na política, mesmo que seja a politicagem que grassa em nosso meio, até mais, por causa disso, pois ela afeta, e muito, a vida de cada um de nós. Devemos, sim, procurar saber tudo o que for possível sobre os candidatos, antes de uma eleição. O que não devemos é acreditar em todas as suas promessas e mentiras. E se não houver em quem votar, podemos anular o voto, que é a única maneira de manifestar nosso indignação com o estado de coisas que se arrasta de há tanto tempo.

Precisamos saber votar e precisamos saber cobrar trabalho daqueles em quem votamos. Porque são os representantes que elegemos para dirigir nossas cidades, nossos Estados e nosso país, que administrarão a seu bel prazer a saúde, a educação, a segurança, a infraestrutura publicas. São os vereadores, prefeitos, deputados, senadores que vão dirigir nossos destinos. São eles que, uma vez colocados no poder legislativo pelo nosso voto, aprovarão leis que nos prejudicarão e deixarão de aprovar leis que beneficiariam a sociedade como um todo. São eles que, céleres, legislarão em causa própria. Isso tudo sem falar da corrupção e da impunidade que dilapidam o dinheiro público e impedem que os recursos formados pela grande quantidade de impostos que pagamos sejam aplicados em mais obras.

Então a política influi em tudo na vida de cada cidadão. Todos precisamos estar atentos tanto quando formos votar, quanto depois das eleições, quando nossos “representantes” estiverem “trabalhando” para o povo. Porque eles estão lá, ganhando seus altos salários que eles mesmos se deram, para servir o povo. O povo é quem paga seus salários milionários e os recursos que são “desviados” e que nunca são devolvidos aos cofres públicos.

A política – no nosso caso a politicagem – está presente em tudo, favorecendo ou prejudicando a vida de cada cidadão. Há que nos conscientizarmos disso, para que não nos iludamos, achando que o que está acontecendo não tem nada a ver conosco.

domingo, 23 de setembro de 2012

VEM PRIMAVERA

      Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Vem, primavera:


contigo renasce a vida,

brota de novo a poesia,

renova-se a esperança.



Vem, primavera:

lança sobre nós o sol,

raio de luz, força e cor,

essência de vida de nós,

pequenos filhos da terra.



Vem, primavera,

e traz contigo

a flor do jacatirão...

A festa da vida recomeça

e eu te festejo, primavera!



sábado, 22 de setembro de 2012

PRIMAVERA



Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


A primavera chegou. Este dia 22, ao contrário dos inícios de primavera dos últimos anos, foi dos mais bonitos, iluminados, ensolarados. O dia já começou com uma manhã de céu de brigadeiro, preparando a chegada da estação mais bonita do ano. E a tarde continuou brilhante e colorida.

Meu pequeno jardim não tem espaço para plantar muita coisa, mas um de meus pés de jacatirão deu as boas vindas à primavera ainda com uma flor, uma única flor, porque as outras duas já estavam perdendo as pétalas. Mas fico feliz que ele tenha persistido florescendo, para acolher com as suas cores esta estação tão esperada. Assim como outros tantos deles em tantos outros jardins, ainda carregados de pétalas brancas, lilazes e vermelhas, prestando homenagem à estação mais bonita do ano.

Meus amores-perfeitos, felizmente, estão fartamente florescidos, apesar de estarem há meses produzindo suas flores. Sei que eles sabem em que época estamos, apesar do que o nosso descaso com a natureza fez com o tempo, desregulando as estações. E em sabendo disso, mesmo com as flores diminuindo neste mês de setembro, eles rejuvenesceram e explodiram em flores de novo, para receber a primavera.

As orquídeas, de vários tipos, florescem espetacularmente em tudo que é jardim. São cachos e mais cachos de orquídeas de todas as cores, perfumando tudo ao seu redor.

Meus pés de morango, que eu pensei que estavam parando de produzir, encheram-se de flores novamente, promessa de muita fruta vindo por aí. Até o meu pé de guaco está cheio de flores, embora elas não sejam bonitas.

Nem todos os pés de ipê estão carregados de flores, mas vi alguns totalmente vestidos de amarelo, sóis particulares irradiando luz de pequenas ilhas de ouro, como se um Midas tivesse passado e tocado neles.

A primavera chegou...O mundo vestiu-se de flores,a vida enfeitou-se de cores e a gente se enche de amor... É primavera! A vida sorrindo, música ao vento, poesia no ar.

Ah, a primavera... contigo renasce a vida, brota de novo a poesia, renova-se a esperança. Vem, primavera: lança sobre nós o sol, raio de luz, força e cor, essência de vida de nós,pequenos filhos da terra. A festa da vida recomeça e eu te festejo, primavera!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DIA DA ÁRVORE

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

E tivemos o dia da árvore e acho que não temos muito para comemorar, pois nós, seres humanos, não sabemos ou não queremos cuidar bem da natureza. Nós não cuidamos do nosso meio ambiente, não protegemos as árvores que nos dão tudo, até o ar que respiramos e sem o qual não vivemos. O resultado é um planeta cada vez mais maltratado e e poluído, com cada vez menos condições de dar sustentação à vida.


Eu não tenho árvores grandes em minha casa, pois meu jardim é pequeno e é o único lugar onde tem um pouquinho de terra para plantar. E gostaria, gostaria de ter uma grande área para plantar muitas árvores e cuidar bem delas.

Mas tenho meus pé de jacatirão, jovens, pequenos, mas que florescem lindamente, e alguns pés de araçá, pequenos, quase anões, embora produzam abundamentemente e um pé de pitanga, ainda jovem. Eles me fazem festejar o dia da árvore, eles me lembram da importância vital do verde para o ser humano.
E por falar em jacatirão, os manacás-da-serra, aquela variedade de jacatirão do inverno, que floresce em julho, ainda estão floridos, fazendo companhia para os ipês, que ainda estão cobertos de sol. Já nem sei mais direito a época de florescência deles, com todo esse descompasso do tempo, resultado do nosso descaso para com o meio ambiente, que têm mudado tudo, inclusive as estações.
Dá gosto ver árvores majestosas como o ipê e o jacatirão exibirem suas flores e suas cores ao mesmo tempo e é uma coisa que não é normal, pois o manacá-da-serra floresce em julho, dificilmente alcançaria a florada do ipê. E a nossa primavera entra, assim, ornada com as flores douradas do ipê, que irradiam luz, e as flores do jacatirão-manacá, que ainda persistem. Persistem, apesar do nosso descaso para com Mãe Natureza.

Como eu já disse em outra crônica, eu gosto de árvores. E parabenizo a todas elas, que nos dão tanto, a todos nós, limpam o ar que respiramos e nós cuidamos tão pouco delas...

Que não nos lembremos de refletir sobre o valor das árvores em nossas vidas apenas num dia do ano reservado a elas. Precisamos nos conscientizar que sem elas, não sobreviveremos neste planeta que já foi mais azul. Se não protegermos nossas matas, nosso verde, a água desaparecerá e tudo virará deserto. E a vida não resiste em desertos.

Todo dia é dia das árvores, é dia da vida.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

PROMESSAS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Eu não gosto, mas a propaganda eleitoral – ou as promessas que não vão ser cumpridas e muita lavagem de roupa suja – está em todo lugar e a gente acaba não conseguindo escapar dela. Antigamente havia horário eleitoral e só lá apareciam os candidatos com suas ladainhas. Agora os candidatos estão em todas os intervalos comerciais no rádio e na televisão aberta, então eles empurram goela abaixo da gente as suas obras primas.

Vejo promessas como passagens de ônibus gratuitas para todos os estudantes, creches e mais creches que atenderão os trabalhadores quando eles mais precisam, que é a época de férias escolares, e por aí afora. As promessas, se cumpridas, resolveriam problemas de muita gente, são mudanças que, se concretizadas, seriam muito bem vindas, e não seriam favor nenhum de nenhum administrador. Mas sabemos que não serão cumpridas. Até porque, se fossem, quem pagaria a conta seríamos nós. Que me desmintam os candidatos que se elegerem.

Penso que deveria haver uma lei que não permitisse aos candidatos fazerem promessas que não cumprirão, que são feitas apenas para que os eleitores deem seu voto. Porque depois de eleito, o prefeito ou vereador esquece do que foi prometido. Deveria haver um órgão fiscalizador – não há? - além do povo, que cobrasse a realização de tudo que o candidato eleito prometeu.

Mais: os candidatos eleitos deveriam ter um prazo para cumprirem o que prometeram em sua campanha. Até metade do mandato ou no máximo até completar três quartos do mandato, tudo o que foi prometido terá que estar cumprido, realizado. Nada deveria ser deixado para o final, pois senão nada será feito.

A lei da ficha limpa, infelizmente, não deu os resultados esperados, pois tem muito ficha suja concorrendo às eleições neste ano. Se nem isso, que é lei, está sendo cumprido, que esperar do resto?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

UM BOM EXEMPLO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Quando saio para caminhar, é óbvio que não cumprimento todas as pessoas que passam por mim, a não ser aquelas que conheço. Não é falta de educação, absolutamente, é que são muitas pessoas e já me aconteceu, várias vezes, de cumprimentar pessoas que não responderam ao cumprimento. Se uma pessoa, mesmo desconhecida, passa por mim e me cumprimenta, eu devolvo o cumprimento, com toda a certeza.

Esclareço isso para dizer que hoje pela manhã, caminhando em direção à saída do continente para a Ilha, passou por mim uma senhora que vinha com uma sacola que até parecia pesada. Pois ao se aproximar de mim, ela me olhou nos olhos, quase sorriu e disse um sonoro e melodioso “Bom dia!”, enquanto passava, e foi embora, deixando um rastro de simpatia.

Eu não a conheço, mas respondi prontamente o cumprimento. E segui caminhando, também, pensando como um gesto de simpatia, a evidência de uma boa educação podem transformar o dia da gente. Meu dia ficou melhor, com toda aquela positividade, com aquela alegria de viver. Não sei se ela sabe do bem que fez, mas imagino que ela tenha consciência do seu bom astral, da sua boa aura.

E ela só disse “Bom dia!”.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

MAIS BIBLIOTECAS PARA FLORIANÓPOLIS

Transcrevo, abaixo, reinvindicação enviada à Prefeitura Municipal de Florianópolis, no sentido de se criar uma Rede Municipal de Bibliotecas Públicas. Atenção, cidadãos florianopolitanos, estamos em época de eleição municipal. É hora de cobrarmos comprometimento de nossos candidatos. Alguém colocou, nos seus programas de governo, a criação de mais bibliotecas públicas?


Senhor Prefeito do Município de Florianópolis,

Nossa cidade tem sido decantada como possuidora de alta qualidade de vida. A imprensa mundial tem enxergado nosso grande potencial turístico e cultural. O município vem investindo parte importante de suas receitas tributárias para tornar a cidade boa para morar e visitar.

Apesar destas qualidades, da cidade e dos esforços das sucessivas gestões municipais, faltam muitas coisas para tornar o nosso dia a dia ainda melhor. Sabemos todos que providências devem ser tomadas. Entretanto, seja pelo potencial de reforço às ações educacionais e pelo potencial reforço ao lazer e turismo, é urgente que a cidade de Florianópolis possa contar com a instalação, se possível, a ser iniciada já a partir de 2013, de uma rede municipal de Bibliotecas Públicas.

Sabemos que nossa cidade tem dois territórios separados pelo mar: a Ilha (em torno de 90%) e uma fração do continente (em torno de 10%). A única biblioteca pública hoje existente mantida pelo municipio se encontra no continente.

Isso faz com quem mais de 90% da população da cidade não conte com serviço municipal de biblioteca pública.

Todos nós sabemos que os países de forte economia - e hoje o Brasil se enquadra nessa categoria - dispõem de redes municipais de bibliotecas públicas, de modo a assegurar que seus habitantes e visitantes possam ter instalações bibliotecárias de fácil acesso em seus bairros e localidades.

Em Florianópolis também precisamos ter serviços de bibliotecas públicas com essas qualidades: a) estar a uma distância não superior a três quilômetros das residências do bairro; b) ter equipe profissional em padrões recomendados pela UNESCO; c) contar com edifícios - tecnologia - ambiente e atividades compatíveis com públicos de todas as idades.

Nas municipalidades canadenses, francesas, inglesas, de cidades com igual qualidade de vida de Florianópolis, isso existe; em Bogotá - Colômbia, isso existe.

Nesse sentido, portanto, solicitamos a sua atenção para esse pleito. Além disso, pensamos que a Prefeitura Municipal de Florianópolis poderá buscar o apoio e assessoramento técnico e científico tanto da UFSC, quanto da UDESC, instituições de ensino superior sediadas em Florianópolis que dispõem de Cursos de Bacharelado em Biblioteconomia, instalados desde 1973 em ambas universidades e igualmente poderá buscar o assessoramento da Associação Catarinense de Bibliotecários - ACB, entidade de representação profissional dos bibliotecários catarinenses, constituida há mais de trinta anos.

Contamos com sua atenção e de sua equipe para esta demanda.

sábado, 15 de setembro de 2012

PASSARINHOS



Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Hoje à tarde Stela me chamou a atenção para uma coisa que me deixa muito triste: muita gente está usando vidro transparente para fazer muros em frente as suas casas. É muito bonito, dá uma sensação de limpeza, o jardim e a frente da casas ficam bem visíveis. Mas está acontecendo algo bastante grave: estão morrendo passarinhos, que batem nos vidros, já eles não imaginam que há uma barreira transparente no caminho que parece livre.

Eles estão acostumados a passar através dos vãos e, de repente, lá está uma barra de vidro a lhes tolher o caminho. E eles esbarram, caem no chão e ficam desamparados, à mercê de gatos, de pisões, de chutes, de tudo.

Então me lembro da passarinhada no meu telhado, de manhã, no meu jardim, na minha porta e penso que, infelizmente, com mais essa predação - existe essa palavra? - dentre tantas outras que já havia, meus passarinhos poderão não cantar nas minhas manhãs, em um futuro próximo, a me acordarem para a vida.

Minha mãe, que colhe passarinhos, lá em Jaraguá, no quintal da casa dela, também não terá mais a cantoria dos pequeninos que vem usufruir das frutas e do milho quebrado que ele serve para eles, num comedouro com proteção feito especialmente para eles.

O progresso é uma coisa cruel – sacrifica-se qualquer coisa por um bom design, a aparência é tudo, no mundo de hoje. O meio ambiente continua em segundo plano, apesar das mostras que temos tido de que a natureza está se rebelando contra o nosso pouco caso.

Ontem ainda encontrei um filhote de passarinho morto na calçada, pisoteado que foi por alguém. Até quando meus passarinhos virão cantar na minha calha, na porta da minha cozinha, nas pedrinhas do meu jardim?



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

EDUCAÇÃO E ENSINO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br 


Vi, na terça feira, o seguinte post na página da Isadora, a menina que, com cidadania e coragem, conseguiu atenção e providências para as mazelas de sua escola: “Eu vejo aqui na minha página alguns professores falando que eles não estão lá para educar, que educação vem de casa, que eles estão lá para ensinar. Mas eles também falam que a escola é a segunda casa, então acho que eles pelo menos tem que impor limites, se não não seriam educadores e sim ensinadores.”

Não li os mais de mil e duzentos comentários, porque não queria que eles influissem na minha maneira de ver a reclamação da estudante, mas a denúncia é muito grave. Notem que Isadora não está afirmando que ela acha que os professores não estão na escola para educar, que estão lá apenas para ensinar. São professores que vão à página dela afirmar que “a educação deve vir de casa”, que professor não é educador e sim “ensinador”.

Sabemos que o poder público não valoriza o professor, não paga um salário decente, não dá uma escola equipada, com manutenção adequada para que possam trabalhar. Que a formação do professor, com a derrocada da educação brasileira, não tem a qualidadade que deveria, também. É uma coisa óbvia: se o ensino fundamental é ruim, é falho, e o ensino médio também, vamos ter estudantes que chegam à faculdade com base ruim para acompanhar o ensino superior. Este, por sua vez, também não é dos melhores, pois o conteúdo curricular vem se defasando cada vez mais e o corpo docente das universidades, pelo menos parte dele, vem dessa mesma cadeia de ensino em vias de falência.

Então o professor não é valorizado, não é reconhecido, todos sabemos. Mas um professor que é realmente professor não diria, jamais, que não é um educador. Um professor qualificado, um professor de verdade, dedicado e abnegado, como existem alguns por esse Brasil afora – posso afirmar porque conheço alguns deles – não diria jamais que é apenas um “ensinador”.

A educação começa em casa, é verdade. Mas essa educação continua na escola. Que esperar dos pais das últimas gerações, que saíram de escolas que já vinham sofrendo o abandono de quem devia cuidar e zelar por elas, que já não tiveram uma educação como tinham o direito de ter? É claro seus filhos seriam mais prejudicados ainda, com uma educação bem menos conservadora em casa e uma educação pouco eficiente na escola. E pouco eficiente não por culpa pura e simples de professores, absolutamente: por culpa dos gestores e mantenedores da educação brasileira.

É bom frisar que quando ne refiro à educação e a ensino, não quero estabelecer diferenças entre as duas palavras: os dois conceitos estão entrelaçados. Quando digo educação, não estou me referindo apenas à interação social, aos bons modos em sociedade e em família, ao tato cortês com as pessoas, à moral e aos bons costumes. Aí estão intrínsecos, também e principalmente, a instrução, o conhecimento e a sabedoria que vai nos tranformar em adultos produtivos e autosuficientes, cidadãos úteis à sociedade.

Consta, no artigo 205 da Constituição Federal, que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao plenodesenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” O cumprimento desse artigo não está sendo cumprido como deveria.



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

MEMORIAL CRUZ E SOUSA E POESIA NOS SELOS






Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiecia.xpg.com.br


Para amenizar o desrespeito da cultura oficial catarinense – Secretaria de Estado da Cultura, Esporte e Turismo, Fundação Catarinense de Cultura – com o mais importante poeta catarinense, o maior simbolista do Brasil, Cruz e Sousa, temos uma boa notícia advinda das comemorações do Ano do Brasil em Portugal.

O descaso para com os restos mortais do Cisne Negro é gritante. O Estado de Santa Catarina fez questão de reivindicar os despojos do poeta que é o maior patrimônio cultural dos catarinenses, para colocá-lo em um Memorial, que seria construído anexo ao Palácio Cruz e Sousa. A urna com os restos mortais do poeta chegou, mas o tal Memorial demorou mais de dois anos para ser inaugurado. O Estado prometeu um Memorial amplo, com espaço para eventos culturais, mas o seu espaço era tão exíguo que não era possível realizar, absolutamente, nenhuma reunião ali.

Pior: descobriram, depois de todo o tempo que demorou para construir o Memorial, que ele estava em cima da casa de força do Palácio Cruz e Sousa, onde não poderia ter sido construído nenhuma benfeitoria. E o Memorial ficou abandonado, deteriorando no tempo, interditado. Agora esperamos pela ação dos setores competentes (competentes?) do Estado, no sentido de reconstruir o jazigo do grande poeta, com as especificações iniciais, com espaço para eventos, biblioteca, etc., para que possamos, enfim, honrá-lo como ele merece e ele possa, finalmente, descansar em paz.

Quando a imprensa começa a cobrar esse desrespeito com o poeta, aqui em Santa Catarina – eu venho escrevendo sobre isso desde a demora para inaugurar o Memorial e cronistas e repórteres vêm abordando o tema – a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e os Correios de Portugal lançaram, simultaneamente, no dia 7 de setembro, na abertura do Ano do Brasil em Portugal, dois selos em homenagem aos grandes poetas Fernando Pessoa e Cruz e Sousa.

Os poetas brasileiro e português trazem, assim, a poesia para os selos, com Cruz e Sousa estampando o poema “Ser Pássaro” e Fernando Pessoa “Mar Português”.

É uma grande homenagem que os dois países irmãos fazem aos seus maiores poetas e para o nosso grande simbolista o tributo vem em boa hora, para compensar a desonra feita com ele aqui em Santa Catarina.

Transcrevo o poema estampado ao lado da caricatura de Cruz: “Ah! Ser pássaro! / ter toda a amplidão das aves / para as asas abrir ruflantes e nervosas / dos parques através e dos moitais de rosas, / nos floridos jardins, nas hortas e pomares.”

Transcrevo também o poema de Pessoa: “Ó mar salgado, quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal? / Por te cruzarmos, quantas mães choraram, / quantos filhos em vão rezaram.”

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O "NOVO" MINISTÉRIO DA CULTURA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br 


E a dona Marta Suplicy, ex-prefeita e agora ex-senadora, foi nomeada Ministra da Cultura, pela presidente dona Dilma. Está certo que a ex-ministra Ana de Holanda não estava dando conta do recado, no Ministério da Cultura, não sei ao certo se porque não deixavam ela fazer – ela reclamava da falta de verbas – ou porque era devagar mesmo.

A verdade é que Marta entra no Ministério apenas porque desistiu da candidatura à prefeitura de São Paulo e porque aceitou “apoiar” Haddad, o incompetente Haddad que também foi Ministro da Educação. E o prêmio para tudo isso foi o Ministério da Cultura, coisa que foi deflagrada agora, mas já vem sendo pensada e engendrada há algum tempo.

Por falar em Haddad, fica evidente que os Ministérios da Educação e da Cultura são considerados moedas de negociação nas barganhas políticas, em troca de apoios e benefícios “políticos”.

É por isso que a educação brasileira está falida, relegada à ruína, que a cultura de nosso país é relegada ao esquecimento: porque as pessoas que são colocadas nos ministérios correspondentes não são apropriadas, não têm o devido conhecimento e a devida experiência nas áreas. Elas são colocadas lá, quase sempre, por outros motivos, alheios à cultura ou à educação. Ninguém está preocupado com o desempenho dessas pessoas dentro das respectivas pastas.

Já vimos isso antes: Haddad foi um desastre para a educação, mas só saiu do ministério porque o seu Lula decidiu que ele tem que ser prefeito de São Paulo. Que Deus livre São Paulo desse flagelo. E quem entrou no seu lugar? Mercadante. Por quê? Porque o Planalto queria mais do PT de São Paulo no poder, para que houvesse mais apoio a Haddad. É assim que a coisa funciona, infelizmente. Agora são dois figurões do PT paulista no alto escalão. Isso não é por acaso. E a educação? E a cultura?

Não é à toa que o Brasil ocupa a 88ª colocação no ranking internacional da educação. Com o tratamento dado aos ministérios correspondentes, com a gestão de pessoas que não valorizam nem a educação nem a cultura, mas sim a politicagem que grassa nesse nosso Brasil, não poderíamos esperar mais do que isso.

Mas está na hora de dar um basta nisso. Está na hora de exigir os direitos que os cidadãos brasileiros têm e que precisam ser respeitados. Que não nos esqueçamos disso na hora de votar.

domingo, 9 de setembro de 2012

O BARULHO DA PROPAGANDA ELEITORAL

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


O abuso do barulho, do som muito alto é comum demais, como se não houvessem parâmetros ou leis que regulassem isso. Quem não tem um vizinho que coloca o som a todo volume a qualquer hora do dia – e às vezes, de noite, também? Quem não sofre com os carros equipados com pesadíssimos equipamentos de som ligados a todo vapor – e com o capô aberto na direção da casa da gente, como acontece comigo, aqui na minha redondeza?

Isso é falta de respeito para com o próximo, é descumprimento de lei que proíbe o excesso, é falta de civilidade, de educação, de bom senso, de inteligência. É não saber conviver em sociedade.

E nessa época de eleição o som de carros que fazem propaganda eleitoral parece tornar legal esse desrespeito. Autofalantes com músicas de mau gosto ou locutores falando numa altura de decibéis intolerável,tentando vender candidatos com mentiras e promessas que sabemos, nunca vão ser cumpridas, são comuns.

Será que esses candidatos pensam que esse barulho insuportável, que incomoda todo mundo, vai lhes angariar votos? Quem gosta desse barulho são apenas as pessoas que prestam esse tipo de “serviço”. É comum as pessoas terem o trabalho de anotar o número ou nome dos candidatos que fazem arrazoados barulhentos, para não votar neles. E não o contrário.

E é o que devemos fazer, para desencorajar candidatos pouco inteligentes de fazerem este tipo de propaganda, pois é um tiro na culatra para eles. Vão gastar dinheiro com os tais “carros de som” que os farão, na verdade, perder votos, porque ninguém acha simpático o fato de ser incomodado com barulho da pior qualidade.

Então, senhores candidatos, não se iludam: na verdade vocês perdem votos com o barulho que promovem, contratando os famigerados “carros de som” para berrarem seus nomes e suas promessas, para cantarem seus “jingles” horrorosos. Usem o dinheiro que pagam esse “serviço” de outra maneira: coloquem propaganda nos jornais, por exemplo. Polui o jornal, mas é muito mais silencioso, muito mais limpo, mais civilizado.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

INDEPENDÊNCIA OU MORTE

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br   

De novo setembro e esperamos que seja um setembro com sol, cores, esperança e uma realidade mais amena, mais humana. Precisamos de mais poesia, mais reflexão, mais coração e muito menos violência, corrupção e falta de respeito. Ainda somos seres humanos. Precisamos parar de agir como animais irracionais e pensar no nosso futuro, ou não haverá futuro.

Que independência, que liberdade é essa que não dá perspectiva nenhuma de amanhã? Há que se pensar com menos imediatismo, há que se pensar no depois, no mais adiante.

Como festejar a nossa independência, se ela se esvai no descaso de nossos governantes, na falência da saúde, da educação, da justiça e da segurança? Como comemorar uma coisa que não temos, que foi solapada por políticos imorais e corruptos, que ao invés de defender os direitos do cidadão, ao contrário, roubam descaradamente os impostos tantos que ele paga com tanto sacrifício, a maior quantidade de impostos do mundo?

Como podemos nos considerar independentes se estamos a mercê políticos corruptos que têm a conivência da justiça?

Precisamos, nós cidadãos, proclamar a nossa independência, não votando mais nesses “senhores” que aí estão, escolhendo melhor ou mesmo não votando em ninguém, se não houver um candidato decente, para manifestarmos nossa insatisfação e revolta com tanto desrespeito, desonestidade, falta de vergonha na cara, mesmo, falta de hombridade e humanidade.

O povo não sabe a força que tem, não sabe que assim como colocamos o bando de sanguessugas no poder, podemos tirá-los. Infelizmente para nós, cidadãos, o sistema de manipulação usado para que os eleitores não se levantem e tentem mudar o estado caótico em que nos encontramos, que é o futebol e a novela, está funcionando muito bem. As pessoas se projetam no problema de personagens fictícios, esperam ansiosamente para torcer fanaticamente pelo time favorito e se esquecem dos seus problemas reais, da vida, que vai ficando cada vez pior, porque não temos governantes e políticos corretos e capazes.

Precisamos nos libertar dessa dependência, dessa impunidade que aumenta dia a dia, que transforma nosso país em um lugar perigoso de se viver.  Precisamos dar nosso grito de independência, ou morreremos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

NOVA EDIÇÃO DO SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA



Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


A revista literária do Grupo Literário A ILHA chega a sua 122ª edição com os escritores já conhecidos do público leitor, que estão sempre aqui nas páginas do Suplemento Literário A ILHA, mais alguns deles que já haviam passado por aqui e que agora voltam a marcar presença.

Quando o Grupo Literário A ILHA acaba de completar 32 anos de caminhada, criando e mantendo espaços para a literatura catarinense e brasileira, o número de escritores que se reúne em volta dele aumenta. E o projeto do novo livro com a história do grupo e de todos os escritores que fizeram parte dele, consequentemente aqueles que fazem a história da nova literatura desse Estado Catarina, está sendo desenvolvido e o volume deverá ser publicado até a data do nosso próximo aniversário, em junho de 2013.

Neste ano de 2012, quando comemoramos os 32 anos, recebemos várias homenagens, como na Noite da Poesia de São José, no Literanoite, também de São José e na Tarde Literária de Ascurra, assim como através da escolha do coordenador do Grupo A ILHA como Personalidade Literária de 2011, pela Academia Catarinense de Letras e Artes.

Nesta edição, a merecida homenagem ao grande escritor brasileiro Jorge Amado, pelo centenário de seu nascimento neste ano.

Visite o portal do Grupo Literário A ILHA – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br e confira. Muita prosa e muita poesia, muita informação literária e cultural.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A RUÍNA DA BIBLIOTECA NACIONAL

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Acabo de ler artigo de Elio Gaspari, publicado na Folha de São Paulo e no Globo, sobre a nossa Biblioteca Nacional. Nele, o autor denuncia o abandono daquela que é considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, é também a maior biblioteca da América Latina.

O início da Real Biblioteca no Brasil – que substitui a Livraria Real, de D. João I - está ligado a um dos mais decisivos momentos da história do país: a transferência de toda a família real e da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, quando da invasão de Portugal pelas forças de Napoleão Bonaparte, em 1808.

Apesar da sua importância para a memória e para a cultura de nosso país, a Biblioteca Nacional está caindo aos pedaços – sua fachada solta pedaços – e ela está infestada de baratas, brocas, traças, cupins e ratos. Sem contar que vazamentos já inundaram diferentes andares, com acúmulo de água de dez centímetros.

Minha amiga Maura, que me mandou o artigo, indignada, clama: “há quem possa dizer que temos iPads e e-books, que não dão cupim nem barata. Mas e a história, como fica? Vai acontecer como no filme “Farenheit 450 – onde os livros são todos queimados e, para preservar a memória, um idoso conta a seu neto a história, para que depois ele também passe adiante – a volta à oralidade para preservar o passado.”

Pois é. Segundo o autor do artigo, o atual diretor da casa, Galeno Amorim (tinha que ser Amorim, para me envergonhar) e a presidentA Dilma gastam muito dinheiro da polpuda verba destinada à Biblioteca Nacional, mas não na preservação do acervo e do prédio.

Então, como se vê, tudo que é ligado à Cultura e à Educação, nesse país, é relegado à ultimo plano, infelizmente, pelos donos do poder.

Como termos resgatar o sistema de ensino brasileiro, a educação brasileira, se não damos aos livros, repositório da memória e do conhecimento, o devido valor?

E Santa Catarina segue essa cartilha direitinho: a Biblioteca Estadual quase foi fechada, recentemente. O governo do Estado a tem tratado como um estorvo e tenta se livrar dela. Mudaram até o nome dela para Biblioteca Pública de Santa Catarina, quem sabe para “privatiza-la”. O que há com esses políticos? Cultura não dá votos, educação deixa as pessoas mais inteligentes para enxergarem que eles – os nossos representantes - não estão no poder para trabalhar pelo povo, mas sim trabalhar apenas no seu próprio interesse?

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

DONA GVT, O FUTURO É HOJE, LEMBRA?

Por Luiz Carlos Amorim


Adiei bastante este desabafo, mas não dá para segurar mais. Minha TV, meu telefone e minha internet são da GVT. Assinei primeiro o telefone para ter a internet, pois já tinha me incomodado demais com Net e Oi. Aí veio a TV paga da GVT e eu mudei para ela, pois ela tinha o diferencial de oferecer canais em HD em todos os pacotes.

Logo após a instalação, houve muita oscilação e sumiço de vários canais, tive que chamar os técnicos meia dúzia de vezes. Até que acertaram a configuração e as coisas melhoraram. Já chamei um outro tanto de vezes por causa do telefone e da internet, mas ultimamente a coisa está ficando irritante.

A TV trava tem travado com muita frequência, a gente tem que desligar tudo: TV, as caixinhas sintonizadoras ou como quer que se chamem aquelas coisinhas, o moden, tudo. Aí a gente liga tudo de novo e o sinal da TV demora um tempão, já demorou cerca de meia hora. Outras vezes são os controles remotos que travam num canal e não funcionam para nada e a gente tem que desligar tudo de novo, ligar e desligar tudo outra vez, e o sinal da TV demora e demora para entrar.

Já chamei liguei para a central da GVT várias vezes, os técnicos vêm e olham tudo, dizem que está tudo bem – eles olham a configuração, na hora que eles estão aqui a imagem não oscila, não trava nada, o televisor já está ligado e o sinal não demora para entrar, consequentemente, e eles dizem que os problemas que estou tendo todos os assinantes estão tendo, porque eles estão implantando sistemas novos e é assim mesmo.

Um técnico chegou a dizer, na casa da minha cunhada, que a bagunça toda era causada pelo tempo. Dá pra aguentar? Até admito que esporadicamente possa haver algum problema temporário, mas já são duas semanas que a coisa está péssima e a dona GVT não dá jeito?

Eu assino TV para assistir TV, não para ficar ligando e religando tudo a toda hora, ou para ficar olhando para uma tela preta ou branca, esperando e esperando que o sinal da GVT se digne a entrar. Eu pago assinatura para ter o serviço funcionando regularmente, não para ficar me incomodando e esperando.

Até a internet tem dados sinais de piora: tenho 15 megas, mas hoje os notebooks não estavam conseguindo se conectar a internet, tão fraco era o sinal.

Está na hora de a dona GVT tomar providências para melhorar o serviço. Ou a gente vai ter de migrar para outra operadora. E olhe que não sou só eu a estar indignado assim. O atendimento está ruim, falamos com os atendentes, com a ouvidoria, com os técnicos que vêm à casa da gente e cada um fala uma coisa diferente, ou entende uma coisa diferente. A empresa precisa de mais integração nas informações para que possa funcionar melhor.

Na instalação na casa de um parente, aqui pertinho, os técnicos instalaram tudo e foram embora. Dois ou três dias depois começou a chover e fomos constatar que eles tinham tirado telhas do lugar mas não as colocaram de volta, de maneira que ficaram dois buracos no telhado e estava chovendo para dentro.

Aqui em casa tive que exigir que me mandassem técnicos para ver meu telefone, que estava com um chiado tal que não dava para ouvir quem ligava para cá, pois queriam que fizéssemos testes, insinuando que o problema seria dos cabos dentro de casa. Demorou umas três semanas até que alguém viesse e finalmente apareceu alguém no final da tarde – parece que quase sempre eles vem no meio dia ou no final do dia – e verificou, mexeu em tudo, trocou peças, cabos, mas não resolveu o problema. Decidiu que o problema não era aqui em minha casa – coisa que eu já sabia – e que ele ia verificar na caixa que ficava na rua e voltaria no dia seguinte. No dia seguinte, apareceram dois técnicos aqui que teriam vindo para cumprir um chamado que estava em aberto. Perguntei se eles não teriam vindo terminar o serviço que o outro começara. Não, eles vieram cumprir um chamado novo. E então, felizmente, resolveram o problema, que era lá na rua.



domingo, 2 de setembro de 2012

PIERRE ADERNE E A "MÚSICA PORTUGUESA BRASILEIRA"



Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


No próximo dia 15 de setembro, estreia no Canal Brasil, as 20h45min, o programa “MÚSICA PORTUGUESA BRASILEIRA”, comandada pelo cantor e compositor francês radicado em Portugal, Pierre Aderne. Por que “música portuguesa brasileira”? Porque o programa reúne a música do Brasil, de Portugal, de Cabo Verde, com todas as suas diversidades e contrastes, com toda a sua beleza, cadência e ritmos. Grandes intérpretes dos três países estarão soltando a voz no programa gravado em Lisboa.

Pierre viveu grande parte de sua vida no Brasil, dá pra dizer até que ele é muito mais brasileiro do que francês ou português. Mas antes de tudo é músico, cultuador e divulgador da música brasileira, assim como da música portuguesa. Por isso é um artista que está sempre procurando integrar as músicas dos países irmãos. Ele já é conhecido no Brasil, por inúmeras produções na área musical e também por uma música sua e de Mu Carvalho, cantada por ele e por Cuca Roseta, cantora portuguesa, na trilha sonora da novela “Aquele Beijo”.

Pierre Aderne estará no Brasil na segunda semana de setembro, para o lançamento do programa “Música Portuguesa Brasileira”, que terá uma temporada no Canal Brasil, e voltará logo em seguida para o lançamento de seu novo CD, que será apresentado ao público brasileiro, português e japonês simultaneamente.

Com o início do Ano do Brasil em Portugal – e vice-versa -, no dia 7 de setembro, fico me perguntando por que esses eventos todos, eventos culturais, evidentemente, não estão integrando as comemorações de integração entre os dois países.

Alô, dona Globo, alô Ministério da Cultura, onde estão vocês que não incluíram o programa “Música portuguesa brasileira” e shows do Pierre na programação do Ano do Brasil em Portugal / Ano de Portugal no Brasil? Tremenda mancada. Não é assim que se faz para estreitar os laços culturais entre os dois países. Vamos rever isso com mais atenção?

sábado, 1 de setembro de 2012

INVERNO E ÁRVORES EM FLOR

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://br.geocities.com/prosapoesiaecia

Já falei, em uma das minhas crônicas, da minha amiga árvore, que florescia no inverno, majestosamente, a uma quadra do meu apartamento, na grande Florianópolis. Pois é. Já haviam construído um sobrado no meio do caminho (entre a minha janela e ela) e eu conseguia ver apenas a sua copada florida, não dava mais para vê-la de corpo inteiro.

Na estação de floração seguinte começaram a erguer mais um andar no sobrado construído bem na direção da minha amiga árvore da qual não sei o nome. Dali para a frente, não poderia mais ver, da janela do meu apartamento, a minha amiga árvore feliz, a balançar seus galhos coloridos como se estivesse acenando para mim.

Mas não faz mal. Eu ia mesmo vender meu apartamento e, nos próximos invernos, iria visitá-la. Quedar-me-ia ao pé dela e a admiraria, conversaríamos e agradecer-lhe-ia, mais uma vez, por existir, por oferecer sua beleza incomensurável sem pedir nada em troca.

Continuaríamos amigos e, mesmo estando longe dela, estaria feliz, por ter voltado a viver em uma casa, como vivi a maior parte da minha vida.

Eu nunca havia morado em apartamento, mas mudei de cidade por circunstâncias alheias a minha vontade, que agora até agradeço, e tive que viver num deles. Mas uma casa é mais lar, pelo menos para mim.

Morei em várias casas, desde criança. Lembro-me de que na segunda casa na qual moramos, em Corupá, havia um quintal grande com muitas árvores. Eu era quase adolescente e podia subir nelas para colher os frutos de jabuticabeiras, laranjeiras, cerejeiras, pessegueiros, goiabeiras. Colhia também tangerinas, nozes e até uma frutinha de nome diferente, a grumixama, parecida com uma goiaba, mas do tamanho de uma jabuticaba ou de um araçá e de cor bem escura, quase preta. E saborosa, muito doce.

Tenho saudade daquela infância farta de natureza, das cores e dos perfumes das flores das laranjeiras e dos pessegueiros.

No inverno, além das touceiras vermelhas de azaléias, tínhamos a beleza singela e perfumada dos pessegueiros. As folhas sumiam das árvores que mais tarde penderiam com pêssegos deliciosos e seus galhos e troncos ficavam cobertos de flores brancas oscilando para tons de rosa. E o perfume enchia o ar.

Hoje, vejo poucos pessegueiros. A cidade quase não os têm. Gosto voltar a Corupá, e ver a beleza da florada do pessegueiro e sentir o perfume delicioso que se espalha mansamente pelo ar. Para matar a saudade e encher os olhos dessa beleza que a natureza renova a cada inverno.