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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

NOVO LIVRO DE APOLÔNIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Um dos livros da nova safra da fecunda escritora Apolônia Gastaldi é “Destino de Mulher”. Digo da nova safra, porque ela está lançando quatro novos livros: o quinto e último volume da saga “A Força do Berço” – “Samir”, o livro de contos “Memórias”, o novo livro de poemas “Emoções” e o romance “Destino de Mulher”.

“Destino de Mulher” é um romance rural, eu diria, de época, talvez, pois se passa ainda no tempo do cruzeiro, do Karman Ghia. É uma trama densa de dramaticidade, de humanidades e desumanidades. São seres humanos lidando com a dualidade bem e mal, numa história que prende o leitor do início ao fim. Posso dizer que é a história de uma mulher de fibra tentando mudar o seu destino, mas é só isso, senão tiro toda a emoção da leitura, o suspense, a descoberta da inventividade da autora, ao fazer da realidade uma obra de ficção.

A autora, como sempre, é de uma criatividade magistral, pois pega um tema tão comum, como a infidelidade conjugal e a violência contra a mulher e os leva a extremos, conduzindo a narrativa a altos índices de tensão.

Apolônia Gastaldi transita com segurança por vários gêneros literários, como o conto, a crônica, a poesia, mas o romance talvez seja o que mais lhe tenha consagrado como escritora talentosa que é, como um dos grandes ícones da literatura catarinense. O seu “Barra do Cocho” já se transformou num clássico da nossa literatura e “Destino de Mulher” vai cativar muitos leitores.
A escritora Apolônia Gastaldi é, sem dúvida, uma grande representante da literatura produzida em Santa Catarina. Não é à toa que a sua obra, mais de uma dezena de livros, está sendo distribuída e vendida por todo o Brasil.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

INCENTIVO À CULTURA, FINALMENTE?

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


O jornalista Marcos Espíndola fez um filtro do que os prefeitos eleitos das três maiores cidades do Estado prometeram fazer no que diz respeito à política cultural em seus governos. Muito a propósito, pois precisamos cobrar, já que as “políticas culturais” praticamente inexistem, principalmente na capital. Nem municipal, nem estadual, lamentavelmente.


Vejamos os propósitos para a cultura do prefeito eleito de Florianópolis:

1 –“ Rediscutir o modelo de editais, dotando de mais recursos e submetendo-os à consulta popular.” Pois então. Em março de 2011, a Prefeitura de Florianópolis criou o Fundo Municipal de Cultura em Florianópolis, que já nasceu proclamado o maior de Santa Catarina. O Fundo, lançado oficialmente na Fundação Cultural Franklin Cascaes, deveria beneficiar todas as áreas da cultura e arte, com exceção do audiovisual, porque já existem recursos municipais para essa modalidade. A matéria não especifica mais, infelizmente, porque gostaríamos de saber quanto seria destinado ao edital de Literatura, por exemplo, quais as artes que seriam beneficiadas, quando sairiam os editais, como funcionariam, que prêmios dariam. São informações importantes que continuamos aguardando, pois a novidade ficou nisso, nada aconteceu ainda. Esperamos que o novo prefeito faça as coisas acontecerem, pois outras cidades, como Joinville, Jaraguá, Blumenau, etc., têm seus editais de incentivo à cultura e beneficiam, com isso, varias modalidades de arte: livros são publicados, espetáculos são montados, tanto musicais quanto teatrais, discos são lançados, etc. A capital, infelizmente, não tem nada. Esperamos, durante todo este ano, que saíssem os editais de incentivo à cultura em Florianópolis, como prometido, mas em vão. Temos a esperança – e precisamos ter – de que os editais beneficiem os produtores de arte da capital de maneira justa, sem privilegiar panelinhas, como era comum acontecer no âmbito do Estado.

2 – “Definir mínimo de 2% do orçamento municipal para investimento na cultura.” Contamos com isso, pelo menos daqui para diante. O Fundo Municipal de Cultura, do qual já falamos no primeiro item, foi criado com orçamento de um milhão e duzentos mil reais para lançar editais para todas as modalidades de arte, exceto cinema. Tivemos esperança de que os editais desse novo fundo privilegiasse e alavancasse a cultura da capital, tão carente de dispositivos que contemplem artes como a literatura, por exemplo. Mas nada aconteceu até agora. Onde foram “investidos” o milhão e duzentos mil reais que foram destinados à cultura?

3 – “Fortalecer a Fundação de Cultura de Florianópolis Franklin Cascaes.” Bem a propósito, é a Fundação que deverá conduzir, provalmente, os editais de incentivo à cultura, pois o Fundo Municipal de Cultura está atrelado àquela instituição. Provavelmente os gestores da Fundação Franklin Cascaes não serão os mesmos, na próxima administração, e isso pode ser bom. Novas cabeças pensando a cultura da cidade. O senhor prefeito deve pesar bem os nomes que estarão à frente da Fundação, para que a cultura não continue no marasmo e abandono de até aqui.

Então são essas algumas das ideias do prefeito em relação à cultura da capital. Aguardamos para vê-las sendo compridas. Os produtores de arte e cultura da capital estarão atentos para cobrar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

DIA DO LIVRO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br



Hoje é o Dia Nacional do Livro. Livro, este objeto mágico que pode trazer no seu interior um mundo de conhecimento, de fantasia, de imaginação. O guardião da história da humanidade, o registro de tudo o quanto o ser humano já fez neste mundão de Deus. O receptáculo de toda a inteligência do homem, até das teorias do que poderá vir a ser o futuro.

É bem verdade que ainda não é tão popular quanto deveria, pelo menos no Brasil, pois ainda é caro para uma grande parcela do nosso povo, mas para quem gosta de ler há alternativas como as bibliotecas municipais, escolares, de clubes e associações, os sebos, etc. Essas bibliotecas nem sempre terão os últimos lançamentos em seus acervos, mas sempre haverá algum bom título que não lemos. Assim como os sebos, que oferecem um sem número de opções a preços razoáveis.

Com o avanço da tecnologia digital, o e-book, ou livro eletrônico, e os leitores eletrônicos - e-readers - estão se popularizando cada vez mais e já há uma pequena legião de seguidores. Vivemos, na verdade, uma revolução cultural. Eles, os tablets – Kindle, Ipad e tantos outros similares que estão à disposição no mercado, inclusive no Brasil, começam a virar o sonho de consumo de muita gente, inclusive daqueles que não têm condições de adquiri-los. Ainda que muitos daqueles que os adquirem acabem esquecendo da função de leitores digitais dos aparelhos, tantas são as opções que eles oferecem: jogos, filmes, internet, comunicação através de programas como skype, programas de relacionamento, etc.

De qualquer maneira, o livro impresso, de papel, o tradicional livro como o conhecemos até agora continuará por muito tempo ainda. E por mais que ele mude, ainda continuará a se chamar livro, o objetivo de perenizar e divulgar a cultura e o conhecimento será o mesmo. Certeza é que o livro de papel poderá conviver harmoniosamente com o livro eletrônico e vice-versa.

Com a tecnologia da informática a serviço da leitura, a tendência é que o hábito de ler se intensifique, até porque além do livro tradicional e do livro digital, temos ainda o áudiolivro, que possibilita que os deficientes visuais sejam, também, consumidores de literatura.

Então talvez devamos comemorar tanta tecnologia a serviço da leitura, mesmo considerando que o livro físico, aquele que podemos folhear, rabiscar e ler sem dependência de nenhuma fonte de energia, a não ser a nossa visão e a vontade de ler, não será extinto. Ao contrário, ele continuará firme, mesmo com todas as outras formas de leitura que existem ou que porventura poderão vir a existir.

De maneira que rendo minha homenagem a esse objeto tão importante para o progresso das civilizações em todo o mundo.

Vida longa para o livro, como quer que seja concebido.

domingo, 28 de outubro de 2012

AINDA A CAPITAL CLASSE A (SEM PORTO)


  Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A malfadada história da capital catarinense dos ricos, publicada por um repórter do Globo, que veio a Florianópolis para colher informações para fazer a matéria, continua rendendo. O  “repórter” escreveu um monte de absurdos e Florianópolis acabou virando piada na internet e nos jornais. Além de merecer outra reportagem no estilo, em jornal internacional. O The Wall Street Journal  fez matéria neste final de semana, elogiando o “glamour” da capital e estampando foto de Ponta dos Ganchos, em Governador Celso Ramos. Não sei se a repórter que assina a reportagem veio a Florianópolis, mas como o repórter do Globo, esses “profissionais” da informação deveriam ter mais cuidado com o que escrevem, deveriam comprovar primeiro o que dizem, para não dizerem inverdades.

Aliás,como já dissemos em crônica anterior sobre a matéria do Globo, Florianópolis é linda, sim, com todas as suas belíssimas praias, a Lagoa da Joaquina e outros cartões postais, mas a verdade que as suas belezas naturais – mal cuidadas, por sinal – não garantem que aqui seja o paraíso que todos apregoam. Não temos segurança, não temos mobilidade, a saúde aqui é um caos total, a educação está falida por falta de interesse do município, do Estado e da União.

O turismo não é aquilo tudo, apesar do potencial inegável da cidade. Florianópolis é uma Ilha e uma parte dela é continente. Quer dizer: o mar é tudo para Florianópolis. No entanto, não temos um porto. Os cruzeiros na costa brasileira deveriam fazer escala aqui, mas não podem, então fazem escala em Porto Belo, Itajaí ou São Francisco do Sul.

Um novo prefeito foi eleito para Florianópolis. O mar, como principal atração para o turismo, na região, será valorizado pelo novo prefeito? Ele terá muito o que fazer, já que a cidade esteve praticamente abandonada, nos últimos anos, mas terá que se preocupar também com o turismo. Precisará se ocupar da saúde, da educação, da segurança, da cultura, da mobilidade da cidade e também do desenvolvimento do turismo. Empenhar-se-á na consecução de um porto que Florianópolis tanto precisa? Florianópolis não precisa tanto de marinas, como a reportagem do Globo destacou, mas precisa muito do porto.

Com a palavra, o prefeito eleito de Florianópolis.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

UM TRIBUTO À LITERATURA CATARINENSE


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br   


Estive ontem, dia 15, na Academia Catarinense de Letras, participando do lançamento do livro “”Literatura Catarinense – Espaços e Caminhos para uma Identidade”, de autoria do Mestre Celestino Sachet. O livro é um panorama completo da literatura produzida pelos catarinenses e já sai com uma segunda edição. A primeira é completa, com seiscentas e tantas páginas, e a segunda é uma edição resumida, em formato grande, com capa dura, que o governo do nosso Estado fez para distribuir como brindo de final de ano. Isso vai ajudar muito na divulgação não só da obra, como também da literatura catarinense que ela revela.

As ilustrações são do artista Rodrigo de Haro e o reunião desses dois artistas num mesmo livro – Celestino, o artista da palavra e Rodrigo, o artista plástico – foi uma das coisas mais felizes que podiam acontecer. O livro contempla tudo – mas tudo mesmo – o que foi escrito em Santa Catarina em prosa, verso e também teatro. É um livro que estava sendo esperado há muito, pois livros deste tipo, atualizados, reunindo informações sobre obras literárias e os escritores catarinenses, não existiam. O mais recente é do nosso saudoso Lauro Junkes e data de 1992. A segunda edição do livro de Celestino – esta que está sendo lançada é a terceira – é de 1985.

Então agora temos uma obra de referência, no que diz respeito à literatura dos catarinenses, um livro que reúne todas as informações sobre a produção literária aqui no Estados até a contemporaneidade.

O Grupo Literário A ILHA está registrado em “A Literatura dos Catarinenses – Espaços e Caminhos para um Identidade” – mereceu até um capítulo próprio. Todos os integrantes do grupo, com obra publicada, estão lá.

Estudiosos, leitores, estudantes, todos temos, agora, uma obra de pesquisa, um lugar onde saber tudo sobre a literatura dos catarinenses.

Estava faltando, não está mais.



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"A LITERATURA DOS CATARINENSES"


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

O escritor, professor e historiador Celestino Sachet lança, nesta quinta-feira, dia 25 de outubro, a terceira edição do seu livro sobre a literatura produzida pelos escritores de Santa Catarina, “Literatura dos Catarinenses – Espaços e Caminhos para uma Identidade – Poema, prosa , teatro”, com o selo da editora Unisul. Celestino estará autografando seu novo a nova edição, ampliada, do seu livro na sede da Academia Catarinense de Letras, a partir de 19 horas.

O professor Celestino é um grande pesquisador da produção literária dos catarinenses. Nada do que é publicado em nosso Estado lhe passa desapercebido , tudo é lido e apreciado por ele. Por isso este livro passa a ser, a partir de agora, a maior referência da literatura produzida pelos escritores catarinenses ou radicados em Santa Catarina. Se procurarmos um documento que nos dê o registro de quem escreve em nosso Estado, com certeza é o livro do professor Celestino Sachet que devemos consultar.

A primeira edição do livro, com modestas 291 páginas, saiu nos anos 70, com o o título de “A literatura de Santa Catarina”, segundo o próprio autor da obra, em artigo que será publicado na edição de dezembro do Suplemento Literário A ILHA. Lá ele apresentava os escritores das principais cidades catarinenses.

Em 1985, saiu a segunda edição, ampliada, com 350 páginas, muito mais informação sobre a nossa literatura e um título diferente, por sugestão do editor, o saudoso Odilon Lunardelli: “A literatura catarinense”.

Conforme o próprio autor no seu artigo acima citado, “a partir de fevereiro de 2000 transferi minhas energias do magistério ara uma pesquisa mais ampla sobre o tema dos dois livros anteriores. E o resultado está aí, com uma nova cara: “A literatura dos catarinenses – Espaços e Caminhos de uma identidade”, um calhamaço de 600 páginas e exatos 1.179 autores apresentados, muitos deles submetidos a uma resumida análise.”

“- A literatura dos catarinenses?” – Celestino pergunta e ele mesmo responde: “Claro! Quem escreve não é a entidade, o Estado; quem escreve é o cidadão, aqui nascido, aqui vivido ou aqui vivendo.”

No convite do lançamento do livro, a editora apresenta a obra: “Um amplo painel da lilteratura produzida pelos catarinenses desde “Assembleia das Aves”, obra publicada por Marcelino Antonio Dutra em 1847, considerada a primeira de autor catarinense, até os dias atuais. Distribuída em poema, prosa e teatro, a obra foi temperada com o sabor de dois condimentos: preferência pela expressão “literatura dos catarinenses”, e não “literatura catarinense” e indicativos de uma identidade regional difusa, de vez que o operário industrial de Blumenau-Joinville-Jaraguá do Sul pouco se relaciona com o pescador do litoral, com o serrano de Planalto, com o colono de Nova Trento-Urussanga-Nova Veneza ou com o “gaúcho” do Oeste e vice-versa.”

terça-feira, 23 de outubro de 2012

UMA GRANDE ESCRITORA CATARINENSE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Apolônia Galtaldi é uma escritora catarinense das mais produtivas: ela já tinha doze volumes de sua obra publicados: romances, livros de poemas, infanto juvenil.

A escritora de Ibirama, que já tinha publicado seu primeiro romance “A Força do Berço”, em 86, não parou de produzir. Além de poesia, que publicava em jornais e revistas, estava escrevendo romances, crônica, contos. Ela, que atuou no magistério em Joinville nas décadas de 70 e 80, lançou, em 2005, sua produção literária desde final dos anos 80, nada menos que oito novos livros: os romances “Herança”, “Segredos”, “Sinais” e “Regresso” - que contam a saga de uma francesa, chamada “A Força do Berço”, mas que podem ser lidos independentes uns dos outros e em qualquer ordem; “Barra do Cocho” - romance, cinquenta anos da vida dos colonizadores do Vale do Itajaí, de 1893 a 1943; “Anjos Azuis” – romance infanto-juvenil; “Mar” - poema, e “Amor” – livro de poemas, intimista, pessoal.

Agora ela está com mais quatro títulos publicados, prontos para lançamento: a quinta e última parte da saga “A Força do Berço”, “Samir”, o livro de contos “Memórias”, o novo livro de poemas “Emoções” e o romance “Destino de Mulher”.

Apolônia é assim, ela não para, está sempre escrevendo. Alguns de seus livros já tem segunda edição, pois é uma das escritoras catarinenses que mais tem se projetado pelo Brasil afora. Seus livros têm sido distribuídos para quase todos os Estados brasileiros e ela tem representado a literatura dos catarinenses muito bem fora de Santa Catarina.

Neste final de ano ela faz o lançamento dos novos livros em várias cidades de nosso Estado e também em cidades de outros Estados.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PERFIL

Hoje apenas reproduzo a página PERFIL, do Jornal Notícias do Dia, com matéria sobre este cronista.




sábado, 20 de outubro de 2012

DIA DO POETA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br 

E hoje é dia do poeta, esse ser estranho e singular, iluminado, que vê a vida com o coração e tenta passar essa visão a todos aqueles que tiverem sensibilidade para recriar a sua visão. Então quero enviar a minha homenagem a todos os bardos deste imenso Brasil e do mundo, pois é das penas deles que flui a emoção e o sentimento dessa arte que se chama literatura.

É o poeta que torna esse nosso mundo, tão belo e ao mesmo tempo tão conturbado, um pouco mais sensível, é ele que desnuda a alma para que a nossa alma seja menos dura, menos intolerante, mais solidária, mais humana.

É o poeta que nos leva a contemplar o amor, que nos leva a pensar a paz, que nos lembra de que somos irmãos gêmeos da natureza e por isso mesmo precisamos amá-la e respeitá-la, para que ela nos proteja e não nos desampare.

Precisamos comemorar esse dia produzindo e lendo versos, todos nós, pois o mundo atual, tão corrido e tão violento, precisa da singeleza e do lirismo da poesia. O ser humano precisa cultivar a poesia, para não se deixar endurecer mais ainda, para não deixar de ser gente.

Ao contrário do que alguns pensam, a poesia é necessária. Como deixar fluir a alma através das pontas dos dedos, a não ser pela criação de um poema? A poesia é sentimento, é emoção, é alma, é coração. Como sermos humanos sem tudo isso?

A poesia é mágica, como já disse Quintana – e quem mais poderia dizê-lo? – como neste poema que toma a liberdade de transcrever:

”Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão.Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...”

Que mais posso eu dizer? Rendo a minha homenagem a você, poeta, que não deixa morrer a poesia que existe, ainda, em nossas vidas. E viva a poesia mundial, e viva Quintana, e viva nós, poetas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

FLORIANÓPOLIS, A CIDADE DOS RICOS


       Por Luiz Caros Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Li a matéria “Os ‘sem lancha’ da Cidade Classe A”, publicada no jornal O Globo e reproduzida no Diário Catarinense, aqui de Florianópolis, do repórter Henrique Gomes Batista. Tem sido muito divulgado, nos últimos anos, pelo Brasil e pelo mundo, que a capital catarinense é um paraíso, que é o melhor lugar para se viver. A cidade é linda, suas praias são, talvez, as mais bonitas do mundo, sua Lagoa da Conceição é a personificação da beleza, sua ponte Hercílio Luz, sempre em reforma, é um atrativo a mais. Mas a propaganda que vem sendo feita nas últimas décadas, continuamente, traz muita gente para cá e não é só gente boa, não.

O DC, muito generosamente, comenta que a reportagem “reforça a imagem de um lugar especial para trabalhar e viver”. O que o senhor repórter do Globo fez foi afirmar, com muita ênfase, muito mais do que já vinha sendo dito, que Florianópolis é uma cidade de ricos, de cidadãos que podem ter até uma lancha, além de todo o resto.

Já no começo da matéria, o repórter afirma que “Florianópolis é a única capital que, até agora, não contou com qualquer empreendimento do programa Minha Casa Minha Vida”, como se a população fosse toda ela tão rica que não precisasse de financiamento para comprar suas casas. Quem foi que disse isso a ele? Ele foi à Caixa para saber se havia financiamentos do programa para moradores da capital? A afirmação já sugere, de cara, que não há “pobres” em Floripa.

Em seguida, para reforçar, ele diz que “a cidade tem a maior proporção de ricos entre as capitais.” E publica a afirmação de Mané Ferrari, presidente da Associação Catarinense de Marinas: “Hoje, ter um barquinho é desejo de muitos aqui, virou apetrecho familiar”. Ora, ter o desejo, todos têm. Mas daí a virar “apetrecho familiar”... Tenha a santa paciência.

Depois de dar vários índices e fatores reafirmando que nossa capital é muito rica, ele vem com outra pérola: a capital impede a ocupação desordenada e preserva a natureza e a população de Florianópolis é pequena, apenas 420 mil habitantes. Esse repórter deve ter ido direto para Jurerê e não saiu de lá. A cidade não tem mobilidade nenhuma, está travada, e a ocupação indevida é constante, em razão, mesmo, de propaganda como essa que ele fez. A natureza é cada vez mais desrespeitada, o poder público parece não se importar com o meio ambiente, a população vive cada vez mais insegura, com a violência, o tráfico e a mendicância.

E tem mais: nosso amigo repórter afirma que na Ilha não existe pobre, que os pobres são expulsos para o continente. Isso é  o que dá quando alguém se mete a falar de alguma coisa que não conhece. Deveriam ter contratado alguém daqui para escrever a matéria, alguém que vivesse aqui e realmente conhecesse a vida na capital. Não é verdade que na Ilha só há ricos e que no continente só há pobres. O nobre “jornalista” sabia que há favelas na Ilha?

Deveríamos exigir que houvesse uma retratação, que fizessem uma nova matéria sobre o tema, contando as verdades como elas são. Para não atrair mais personas non gratas que vêm para cá atrás das posses da profusão de gente rica que estaria vivendo aqui, segundo “jornalistas” como esse senhor Henrique.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O SUCESSO DE NORMA

A autora, Norma Bruno

 
Eu e Fátima de Laguna, a escritora/fotógrafa, e sua exposição.


 Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Hoje aconteceu o lançamento do livro "Cenas Urbanas e Outras nem tanto", da escritora Norma Bruno, no Museu Histórico de Santa Catarina, localizado no Palácio Cruz e Sousa. Um festa grandiosa, que contou com a presença de muitos convidados.

A noite de autógrafos de Norma foi bastante concorrida. Um ambiente agradável com muita gente interessante, reunida para admirar e cultivar a arte e a cultura.

Junto com o lançamento do livro de crônicas de Norma - a cronista oficial da ILHA, uma escritora atenta ao cotidiano, atenta a tudo o que a cerca, a também escritora e fotógrafa Maria de Fátima Barreto Michels estava abrindo a sua exposição de fotos, com imagens únicas baseadas em textos da obra de Norma. Nada como uma poeta para fotografar e captar imagens maravilhosas de temas que nos passam despercebidos.

Poucos escritores estiveram lá para prestigiar o lançamento de Norma Bruno, mas a verdade é que um grande público de leitores esteve presente e isso é que fez o sucesso da noite.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

AOS PROFESSORES, NO SEU DIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Esta segunda-feira é o Dia do Professor, aquela pessoa que educa, transmite conhecimento para que nós, seres humanos, nos tornemos pessoas produtivas e capazes, pessoas inteligentes e honestas, para que saibamos cuidar da Natureza e do meio ambiente e assim podermos ter uma perspectiva de futuro.

Quero parabenizar os professores de todo o Brasil, principalmente aqueles abnegados, completamente dedicados ao magistério, como alguns que conheço e dos quais tenho orgulho de poder dizer que são meus amigos.

Então rendo minha humilde homenagem a esses profissionais, notadamente aqueles do primeiro grau, aqueles que ensinam a ler e a escrever nos primeiros anos da escola, pois eles dão a base que o cidadão vai precisar para sermos bem sucedidos no segundo grau, na universidade, na vida. Apesar dos donos do poder, que a cada dia comprometem mais a educação brasileira, fazendo modificações que só empobrecem o nosso sistema de ensino, além da falta de reconhecimento ao corpo docente da escola pública.
Rendo minha homenagem àquele que forma o adulto de amanhã – com a ajuda da família, que já deveria ter começado e dado um bom encaminhamento na educação das suas crianças – mas não ganha um salário condizente com a sua missão e com a sua dedicação. Não só na escola pública, como na particular também.
Professor, aquela criatura abnegada e totalmente devotada ao ensino, que na maioria das vezes estuda muito, fazendo um curso superior como Letras, Pedagogia, História, Geografia, Matemática, Educação Física, etc. e que quer transmitir conhecimento para as novas gerações, contribuir para que a educação seja melhor, apesar de nossos governantes.

Que esses profissionais sejam reconhecidos e melhor remunerados, valorizados, para que possam melhorar a nossa educação que anda tão relegada a último plano pelos donos do poder, que fazem questão de que o ensino público seja ruim, pois é mais fácil dominar um povo sem cultura. Parabéns e obrigado pelo seu trabalho, professores.

sábado, 13 de outubro de 2012

ÁRVORE DA FELLICIDADE

Transcrevo crônica publicada aqui há algum  tempo e que está sendo publicada pela escritora Jaqueline Sampaio em material didático de Língua Portuguesa para 5º. ano para a Editora IBPEX de Curitiba (sistema de ensino).

A ÁRVORE DA FELICIDADE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Hoje o tempo está carrancudo, até já chuviscou, mas eu saí assim mesmo para caminhar. Passando pela Avenida Atlântica, meu caminho da roça, vi alguns homens cortando os galhos de uma árvore da felicidade, até então majestosa nos seus quase cinco metros de altura. Ela fica perto das pracinhas que marcam a divisa de Florianópolis e São José, na frente de uma casa singular.
Não sei o motivo que levou a podarem-na tão drasticamente, pois ela não tem galhos muito pesados, as folhas são pequenas, não oferece nenhum risco, aparentemente.
Parei para olhar, mas segui em frente, porque doeu ver aquilo. Passo sempre por ali e sei que aquela árvore, além de linda, é abrigo de centenas, talvez milhares de passarinhos, que na boca da noite, vêm se aninhar em seus galhos para dormir. Aquela cantoria anunciando que a noite estava chegando, aquele coral com hora marcada já não será mais ouvido, pois quando os pássaros chegarem, hoje à noitinha, encontrarão apenas galhos podados, desnudos, da grande e generosa árvore. Há outras árvores, os passarinhos com certeza as acharão, eu sei, mas qualquer delas que desaparece, é uma grande perda.
Isso me lembra dos pés de jacatirão que secaram e outro que está morrendo, em outra rua, e fico eu cá, matutando, que a natureza tem razão em não nos dar mais voto de confiança. Não fazemos por merecer.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

OS MENINOS

Luiz Carlos Amorim

Outra vez menino,

aprendo engatinhares,

vou vivendo novas vidas,

sorrindo novos sorrisos,

sentindo mais emoções.



Menino de novo,

divido tantos e tantos sonhos,

aprendo novos amares,

descubro luz nos caminhos

e vejo a força do amor.



Menino que sou,

olhos sem vendas, coração criança,

ainda vejo a natureza,

vejo cores, vejo luzes,

apesar do abandono

do homem à própria vida.



O mundo precisa de muitos,

muitos e muitos meninos

para ensinarem aos homens

a salvar a natureza...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

TODAS AS CRIANÇAS

Luiz Carlos Amorim


Tenho pequenos sorrisos grandes,

saudáveis, perfeitos, felizes,

inspiração maior dos meus versos,

motivos do meu viver.



Tenho pequenos abraços grandes,

apertados, singelos, vivazes,

cálices transbordantes

de carinho e de alegria.



Tenho pequenos beijos grandes,

lambuzados, melados, molhados,

expressão maior do amor

que tenho prá dividir.



E os sorrisos presos nos lábios?

E os abraços não dados?

E os beijos sem endereço?

Quanto amor desperdiçado...

Tanto amor abandonado...



terça-feira, 9 de outubro de 2012

EU, CRIANÇA

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br



Com a proximidade de mais um dia da criança, impossível não lembrar da minha infância. Sou de Corupá, terra de dezenas de cachoeiras, pequena cidade aos pés da Serra do Mar, perto de Joinville. Vivi toda a minha infância lá, com exceção de um ano, quando fui estudar em Mafra, mais ao norte de Santa Catarina, em meados dos anos sessenta.

Não lembro de praticamente nada de antes dos seis, véspera de minha ida para a escola, pois aquela nova aventura era uma incógnita e eu não sabia como seriam as coisas lá. Mas vi que não era o fim do mundo, gostei da escola, fiz amigos e até tirava boas notas. Dentre os amigos que fiz, havia um que eu gostava de visitar, pois a família dele fazia passas de carambolas e como tanto eu como ele gostávamos das revistinhas Disney – Pato Donald, Mickey, Zé Carioca, Tio Patinhas, sentávamos debaixo dos tabuleiros onde as frutas secavam para ler e comer as passas. Por um bom tempo eu pegava a bicicleta de minha mãe, mesmo que não conseguisse pedalar direito e ia para a casa daquele amigo para ler gibis e comer carambolas secas.

Por falar na bicicleta, minha mãe fazia biscoitos de araruta com coco e eu levava a massa para assar na padaria, de bicicleta. Eu já era um pouquinho maior, conseguia pedalar, ainda que precisasse ficar de pé. E foi numa dessas viagens à padaria que escorreguei e fiquei preso na corrente da bicicleta, ficando sem a pele de uma boa parte de cima do pé esquerdo. Ainda tenho a marca. Foi um dos muitos sustos que dei em minha mãe, ao chegar em casa com o pé ensangüentado.

Além dos gibis, quando não tínhamos dever de casa para fazer e eu não tinha que cuidar de meus irmãos – minha mãe também trabalhava, por isso tinha que ajudar – gostava de ouvir fábulas no rádio. Havia um horário, à tarde, em que uma emissora tocava contos infantis e aquilo era uma coisa mágica, encantada, só suplantado por uma tia contadora de histórias, que infelizmente nos visitava muito pouco, apenas em datas especiais.

Havia algumas árvores frutíferas em nossa casa, como laranjeiras, limeiras, abacateiros, goiabeiras, ameixeiras e outras que não lembro. O que lembro é que em “tardes fagueiras” eu subia num abacateiro amigo, sentava num galho e cantava até quase estourar, por pura felicidade de ser criança. Uma das canções, que ainda sei de cor, era “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu.

Mas não era só isso. Naquele tempo não havia televisão, vídeo-games, computadores, apenas o rádio e o cinema, de vez em quando. Um domingo ou outro a gente ia à matinê, assistir a um filme de caubói. E isso dava margens a novas brincadeiras, como as de faroeste, imitando os filmes que víamos.

Foi uma infância feliz, abençoada infância. Brincávamos de coisas que hoje algumas crianças nem ouviram falar, como bolinha de gude, peteca, bilboquê, etc. E já que mencionei este último brinquedo, na última viagem ao Rio Grande, recentemente, tive uma autêntica volta à infância. Eis que, senão quando, ao passear na pracinha de Nova Petrópolis, perto do labirinto verde, encontrei bilboquês de madeira, numa lojinha de um quiosque. Comprei um, afinal ele é quase o botão de ligar o túnel do tempo, embora hoje meus braços não ajudem muito e eu possa brincar pouco tempo. Mas ainda acerto.

Aprendi a nadar muito cedo, pois sempre havia um rio por perto – eu disse que minha cidade é a Cidade das Cachoeiras? Gostava de pescar e aprendi até a pegar peixe na toca, com as mãos. Só não aprendi a pescar de tarrafa. Mas isso fica para uma outra infância.

Até os dez ou onze anos, morei num lado da cidade, perto de um rio. Depois mudamos para o centro, perto de outro rio de um lado e perto da estrada de ferro do outro. Isto significa que parte da minha infância e quase toda a adolescência eu passei às margens dos trilhos do trem, que naquele tempo ainda tinha passageiros. Viajávamos para Joinville, São Francisco, Mafra, Jaraguá do Sul, Curitiba, de trem.

Andávamos a pé pelos trilhos, para cortar caminho para ir à escola, por exemplo. E para ir até a ponte que ficava mais adiante, do lado oposto da cidade, para mergulhar no rio lá de cima. Coisa que minha mãe não sabia, é claro.

Como já mencionei, eu tirava boas notas. E foi na escola, nos tempos de ginásio (a segunda parte do primeiro grau de hoje), que fui descobrir que gostava de escrever. O colégio onde estudava participou de um concurso de redações sobre as afinidades Brasil/Portugal e eu tirei o primeiro lugar da cidade, com recebimento de troféu em solenidade no cinema e tudo. Poucos anos depois, já adolescente, ganhei outro concurso de contos da revista Rainha, que assinávamos, com prêmio em dinheiro, inclusive. Foi um grande incentivo.

Minha infância não teve grandes aventuras, mas foi feliz. Fui criança, e é o quanto basta.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

NOSSAS CRIANÇAS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/



Hoje, um dia qualquer na Semana da Criança, estava eu fotografando minhas palmas no meu jardim/horta - que estamos na primavera e minhas flores estão lindas e coloridas – e minha cadela Pituxa, a nossa Xuxu, estava junto comigo. Aliás, ela sempre está atrás de mim, ou de minha mulher ou de minha filha. Lembrei que minhas filhas já estão adultas e, apesar de Xuxu estar com dezessete anos, ela é a nossa bebê. Ela é uma pinscher mestiça – tem as pernas não tão compridas como as de um pinscher puro e as orelhas talvez sejam mais alertas, um pouquinho maiores, sei lá.

Está velhinha, muito velhinha e mesmo assim é a criança da casa. Seus dentes estão caindo, já não pode comer nada sólido, não ouve quase nada e está enxergando muito pouco – tem catarata nos olhos. Esta madrugada, ao ouvir barulhos como se houvesse alguém dentro de casa, percebemos que é Xuxu andando no escuro. Ela vai fazer xixi no banheiro ou tomar água e como está quase tudo escuro, bate nas coisas, na parede. Decidimos que vamos deixar a luz do corredor acesa.

Xuxu é a criança que não temos mais e precisa de muitos cuidados. Não pode comer qualquer coisa, pois seu fígado não está muito forte, volta e meia precisa tomar remédio.

Quando sua barriguinha começa a fazer barulho, temos que dar remédio, pois ela fica um, dois dias sem comer nada.

Como eu disse lá em cima, ela anda atrás de mim para que eu deite no sofá e ela possa deitar nas minhas costelas e dormir. Ou espera que pelo menos eu ou outro membro da família sente no sofá para que ela se aninhe encostadinha na gente e possa dormir um pouquinho.

Não temos nenhum presente para ela, nesse Dia da Criança, mas deveríamos. Pelo contrário, como a barriguinha dela não estava boa, tive que segurá-la para dar-lhe remédio em plena madrugada. Apesar dos seus dezoito anos, nossa menina velhinha é muito forte e não é fácil imobiliza-la para administrar-lhe qualquer medicamento, coisa que ela detesta.

Então as cores da primavera e o Dia da Criança me dão conta de que minha filharada está debandando, não compro mais brinquedos para elas neste dia, só dá para desejar-lhes uma feliz vida, mandar um beijo. Apesar de adultas, elas continuam sendo as nossas meninas, mas estão seguindo o seu caminho. Fernanda, a fisioterapeuta casou e está morando longe, com o marido. Daniela, a bailarina, foi estudar em Portugal, está fazendo um mestrado na área de dança. E a criança que ficou foi Xuxu. Às vezes fica muito doentinha, como na madrugada de passada, quando não dormiu, pois ficou a noite inteira tentando fazer um ninho em uma manta, choramingando, muito estressada. Mas já está bem.

Então, feliz dia da Criança para você, Xuxu, feliz primavera e obrigado por ser a nossa criança. Feliz Dia da Criança para todos os filhos do mundo, independente da idade que tenha. Feliz Dia da Criança para as minhas meninas.

sábado, 6 de outubro de 2012

AS "MUDANÇAS" NO ENSINO BRASILEIRO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Olhem só o que foi comentado por uma professora, aqui no blog, a respeito da crônica “Alfabetização aos oito anos”:

“Como sempre, o que nós professores pensamos a respeito do assunto, não faz diferença para o poder público. O Governo continua fazendo "o que lhe dá na telha" pois, ao final, sempre nos culpam pelos seus erros (recorrentes). Nós sabemos que o "Ler e Escrever", do jeito que eles querem que a gente faça, não funciona! Somos forçados a considerar alfabetizadas crianças que só reconhecem letras bastão(antiga letra de fôrma). Para eles, o que importa é que não haja reprovação e que os índices fiquem lindos no papel. Na prática, muitas crianças só sabem parlendas e cantigas decoradas mas não conseguem escrever o nome completo, o nome dos pais, seu endereço, e por aí vai... Nós também não podemos mais (a exemplo da tabuada) ensinar tempos verbais, artigo, pronome, e muito menos a boa e velha análise sintática. O que esperar das crianças quando forem adolescentes e estiverem no ensino médio ou tentando entrar em uma faculdade?”

A situação é bem mais grave do que a gente estava achando que era. É por isso que estão esticando os prazos para que uma criança aprenda a ler e a escrever? Como uma criança vai aprender a ler e escrever com fluência se não querem mais ensinar a gramática para elas?

A educação brasileira está mesmo jogada no lixo. Precisamos cobrar, urgente, de nossos “governantes”, que façam o seu trabalho e trabalhem para resgatar a educação, o nosso sistema de ensino, que foi sucateado. E estão sucateando ainda, pois estão tentando acabar com as 13 matérias que o ensino fundamental e médio têm, para apertá-las em apenas quatro “grupos”. O MEC inventou um “pacto pela alfabetização na Idade Certa” – que torna normal a alfabetização aos oito anos, quando na verdade as nossas crianças deveriam sair do segundo ano do primeiro grau, aos sete anos, dominando a leitura e a escrita, como acontecia no sistema antigo, sistema que funcionava muito bem, diga-se de passagem.

Está mais do que óbvio que interessa aos nossos “representantes” no poder, aqueles que colocamos lá para defender nossos interesses, que eles querem que o povo seja cada vez menos educados, instruídos, pois assim ele é mais fácil de enganar.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PROCURA-SE UMA CRIANÇA

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )



Procura-se uma criança. Procuro a minha criança perdida. Cresci e minha criança interior foi se distanciando – ou fui eu que me distanciei dela? Hoje sou apenas um adulto estressado, procurando pela criança que deixou em algum pedaço do caminho, esperando que tenha ficado um pouquinho dela num cantinho escondido do coração.

Preciso reencontrar o riso cristalino da criança que fui há muito tempo atrás, preciso do sorriso franco e verdadeiro, sincero e iluminado, preciso do olhar sem preconceitos e sem vendas, preciso ouvir os sons da natureza com a percepção da infância de outrora.

Quero meu eu criança de volta, para poder brincar as brincadeiras mais infantis, para sonhar os sonhos mais ingênuos, para de novo exercitar a fantasia, para resgatar a pureza interior.

Quero a alegria simples e pura da infância, o descompromisso de ser feliz por ser feliz, quero de novo um coração menino a sentir todas as emoções e a capacidade de aprender tudo de novo. Quisera repetir os primeiros passos sem medo do futuro e correr, correr muito, descobrir a vida. (Hoje em dia já não corro mais, o corpo cansado já não encontra a criança na minha memória esquecida para usufruir da sua força e vitalidade...)

Procuro minha chama perdida, nem que seja pequena, quase apagada. Cresci e me tornei “gente grande”. Preferia, agora, ter deixado crescer apenas a alma, mantendo intacta a pureza, a singeleza, a paz e a serenidade de menino.

Ah, saudades da minha infância, tão distante aquele tempo! Devolvam meu coração criança, quero ser menino de novo! Para aprender novos engatinhares, sorrir novos sorrisos, sentir tudo outra vez! Dividir meus sonhos, descobrir novas luzes nos caminhos. Procuro uma criança... Procuro meu “eu criança”! Me procuro e me perco... Olho pra dentro de mim e não encontro a criança abandonada, a chama perdida. Vasculho meu coração e ela não está lá...

Em algum canto escondido, ela deve estar. Preciso encontrar a criança que fui dentro de mim. Preciso.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

DIA DA NATUREZA

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – HTTP://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Hoje é o Dia da Natureza e amanhã é o Dia Mundial do Professor. Acho que as duas coisas têm muito a ver, pois o professor educa, transmite conhecimento para que nós, seres humanos, saibamos cuidar da Natureza, saibamos preservá-la para podermos ter uma perspectiva de futuro para nossos filhos e netos.

Quero parabenizar os professores de todo o Brasil, principalmente aqueles abnegados, completamente dedicados ao magistério, como alguns que conheço e dos quais tenho orgulho de poder dizer que são meus amigos.

Então rendo minha humilde homenagem a esses profissionais, principalmente aqueles do primeiro grau, aqueles que ensinam a ler e a escrever nos primeiros anos da escola, pois eles dão a base que o cidadão vai precisar para sermos bem sucedidos no segundo grau, na universidade, na vida. Apesar dos donos do poder, que a cada dia comprometem mais a educação brasileira, fazendo modificações que só empobrecem o nosso sistema de ensino, além da falta de reconhecimento ao corpo docente da escola pública.

Que esses profissionais sejam reconhecidos e melhor remunerados, para que possam melhorar a nossa educação que anda tão relegada a último plano pelos nossos governantes, que fazem questão que o ensino público seja ruim, pois é mais fácil dominar um povo sem cultura.

E tanto ou mais do que a educação, a nossa Mãe Natureza também é desrespeitada. Nós, homens, envenenamos o ar, a água, a terra, tudo. Nosso meio ambiente é cada vez mais agredido e Mãe Natureza já se ressente disso, mostrando que não está nada contente: as catástrofes climáticas, em volta do mundo, dizem bem isso.

Então peço, no dia da Natureza, que nós, homens, seres humanos, nos conscientizemos de que tudo o que fizermos contra a natureza, ela nos devolverá. Não ficaremos impunes. Precisamos cuidar mais e melhor dela, para que ela possa nos legar um futuro.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CRIANÇA É PRIMAVERA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


E chegou a primavera, e veio outubro e está chegando o dia da criança. Primavera, tempo de renovação, de vida que desabrocha, de esperança de tempos melhores. Isso tudo não e sinônimo de criança? A criança é a única esperança de que o ser humano tem de ser melhor, ter um mundo sem violência, com mais saúde, educação e meio ambiente preservado, de aprendermos a cuidar melhor da natureza, para que haja uma perspectiva de futuro. E o mundo precisa de muitos e muitos meninos para ensinarem aos homens que podemos e devemos salvar a natureza... Se os adultos de hoje souberem cuidar de nossos meninos e meninas, proporcionando uma educação decente e uma vida digna, com bons exemplos – nada a ver com o que vemos, hoje, em nossa sociedade, em nossa “política” – as nossas crianças terão perspectiva de poder lutar por um mundo melhor amanhã. Mas temos que começar agora.

Não queria dar brinquedos de presente, apenas, para as crianças, no seu dia. Queria poder dar, para as crianças de hoje e de amanhã, rios vivos, limpos e claros, ar puro, alimento sem contaminação de agrotóxicos e produtos químicos, estações definidas, climas amenos, natureza preservada.

No entanto, não posso evitar que nossas crianças vejam desastres ecológicos por desrespeito à natureza, violência e falta de moral, falta de humanidade e de consciência, decorrentes da ganância, da falta de responsabilidade e de respeito ao ser humano e ao planeta em que vivemos e da miséria.

Os adultos, todos, até os donos do poder – principalmente eles, talvez – deviam ser mais crianças, para serem mais honestos, mais responsáveis, mais humanos. E quanto às crianças, se eu pudesse dar-lhes um conselho, pediria que crescessem, sim, mas que não se transformassem em “gente grande”: que fossem apenas GENTE. E que nunca, jamais, deixassem morrer a criança dentro de seus corações, seja qual for a idade que tenham.

Pois é da criança que emana a vida, alento, felicidade, poesia. É isto que brota de mãos pequeninas e faísca de olhos de luz de pequeninos seres que chegam a este mundo que temos o dever de tornar melhor para que eles tenham um futuro melhor que o nosso.

Pequeno grande mundo que pode ser mais feliz, pois enquanto houver criança, teremos a certeza de que Deus ainda tem alguma confiança no ser humano...



terça-feira, 2 de outubro de 2012

UMA SECRETARIA DE CULTURA PARA SC


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Foi aprovado, pelo Senado, no mês de setembro, o Sistema Nacional de Cultura. Sua função é integrar a União, os Estados e municípios em torno do fortalecimento da cultura brasileira, garantindo-lhe certa estabilidade, coisa que ela nunca teve, até então. Para isso, define um conjunto de metas a serem alcançadas, cria uma rede de indicadores culturais, além de traçar estratégias e prazos.

O mais importante da nova PEC – proposta de emenda constitucional - é que, para fazer parte do Sistema, cada Estado e cada município precisarão ter uma área governamental voltada à cultura. E mais: cidades e estados não irão apenas aderir a um plano pactuado nacionalmente. Ficam obrigados a definir suas próprias estratégias, o que significa ter uma política cultura real e atuante.

Digo que isso é mais importante, porque talvez agora o governo de Santa Catarina atenda os insistentes pedidos dos produtores de arte e cultura catarinense no sentido de criar uma Secretaria exclusivamente para a Cultura, ao invés de continuar com uma secretaria que engloba turismo, esporte e cultura. Engloba ou embola, pois a cultura consta aí apenas como enfeite. A cultura está relegada a último plano em nosso Estado.

Então penso que agora, com o Sistema Nacional de Cultura, que exige uma área específica para o assunto, finalmente uma Secretaria de Estado da Cultura seja criada e comece a funcionar, para finalmente termos a valorização e preservação de nossos valores culturais.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CÃO: FIDELIDADE A TODA PROVA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br



A TV mostrou, nos últimos dias, o cão que acompanha seus donos até a escola e fica no portão da escola esperando por eles até a aula terminar. Isso lembra um filme que mostra outro cão, mais fiel ainda, que fica esperando por seu dono que não voltaria mais até a sua própria morte.

Os jornais mostraram, há algum tempo, a história de dois cães de rua que andavam sempre juntos pelo centro de Florianópolis, mais exatamente pela área da Beiramar. Eram amigos, pois não se separavam. Acontece que um belo dia foram atravessar a avenida e um deles foi atropelado e morreu. Pois o outro ficou ali, solidário e triste, rodeando o amigo, lambendo-o, como quem diz: “acorde, amigo, vamos embora!”. Não arredou pé do lado do amigo, mesmo quando alguém o colocou dentro de um saco plástico para levá-lo dali.

A imagem do cão velando o outro emocionou quem passou por ali e até a televisão parou para registrar o quadro inusitado. Uma senhora que parou para ver condoeu-se com a perda e a dor do cão remanescente e pegou-o, tirou-o de perto do amigo morto e levou-o para casa, adotou-o. Ela disse que iria dar um lar para ele, iria tentar retribuir o carinho que ele demonstrou pelo amigo. Belo gesto, minha senhora. Menos um cão abandonado na rua.

A fidelidade do cão de rua me lembrou de Pituxa, a nossa Xuxu, sobre a qual já escrevi algumas vezes. Mesmo que eu a segure para dar-lhe remédio – ela é muito forte, apesar dos seus dezoito anos -, mesmo que eu brigue com ela quando ela faz xixi onde não deve, ela sempre vem correndo para mim, quando chego, me lambe a cara, as mãos, mostrando que não guarda rancor, por mais que a gente tenha que fazer coisas que a desagradem. Sempre abana o toquinho de rabo, dando-nos boas vindas. Sempre late pra gente, quando estamos meio pra baixo, como quem diz: vamos, amigo, ânimo, vamos viver que a vida não espera, o tempo não para. E, é bom frisar, ele não ouve, enxerga quase nada, pois a catarata está tomando os seus olhos e também quase não sente mais cheiro.

O ser humano, infelizmente, não é tão fiel assim.