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segunda-feira, 28 de julho de 2014

QUINTANA, PARA SEMPRE


Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Quintana faz aniversário neste 30 de julho e completaria, se vivo fosse, 108 anos. Mas ele não continua vivo, na sua prosa e na sua poesia, obra imortal que o conservará para sempre em nossos corações, em nossa memória?
Então há que se comemorar, como deixar passar em branco o aniversário do grande poeta? Não só comemorar com grande programação para lembrar o nosso poeta passarinho, como Porto Alegre faz todo o ano, mas ler Quintana, publicar Quintana, declamar Quintana, falar da grande figura humana que ele foi, falar da grande obra que ele deixou, que o torna imortal para todos nós.

No dia 30 de julho de 1906, nascia Mario Quintana, em Alegrete, no Rio Grande do Sul, para encher o mundo de poesia, para trazer poesia a todos nós, para ser o ícone da poesia brasileira como ele o foi e continuará sendo, para sempre.

Quintana foi o poeta que difundiu a poesia, publicando-a em jornais, tornando-a conhecida e apreciada. Foram os versos do nosso imortal poeta que aumentaram exponencialmente o número de leitores de poesia de meados do século passado para cá. Com todo o talento que Deus lhe deu, ele tornou a sua poesia conhecida em todo o Brasil e até pelo mundo.

Então, no aniversário do poeta, nosso tributo e o agradecimento pela sua obra, pela sua sensibilidade e humanidade, por nos fazer descobrir que gostamos de poesia. Parabéns, poeta. Os arco-íris, o sol, a chuva, as estrelas ainda nos trazem seus versos, pedaços dos poemas que continua produzindo e que joga para nós lá do andar de cima, céu abaixo, onde continua escrevendo sentimentos e emoções  com Coralina, com Drummond, com Pessoa...

Parabéns a você, nosso poeta menino, nosso poeta passarinho. Todo o nosso carinho a você. Pediremos a Cora Coralina que lhe dê um beijo e um abraço por nós. Amamos você, a sua poesia, a sua alma.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

FLORIPA LETRADA PARA TODOS


LIVROS PARA TODOS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Tenho escrito repetidas vezes sobre o Projeto Floripa Letrada, de Florianópolis, que disponibiliza livros nos terminais de ônibus para leitura dos usuários do transporte urbano. As estantes ficam localizadas nas plataformas dos terminais e o usuário escolhe o livro para levar, sem registro ou prazo para devolução. O propósito é deixar que o leitor leve quantos volumes quiser, mas que os devolva depois de lidos. Isso acontece muito pouco, mas não é esse o nosso foco hoje.

Eu tenho criticado o fato de que os livros disponibilizados nas estantes, nos últimos anos, são quase que exclusivamente didáticos. A crítica, na verdade, não é dirigida às pessoas que gerenciam o projeto, mas sim ao poder público, que não tem uma verba específica para compra de livros para prover o projeto. É claro que o município paga algumas pessoas que trabalham na manutenção do Floripa Letrada – recebimento de doações, organização e colocação nas estantes. Mas seria interessante que houvesse recurso para comprar livros, diretamente das editoras, por exemplo.

Então o projeto sobrevive de doações e é por isso que a grande maioria dos livros que vemos nas estantes são didáticos, técnicos. Porque esses livros – apostilas - são renovados quase todos os anos, nas escolas, e as escolas que não os usam mais podem doá-los e as editoras que não os venderam em tempo hábil também. Os livros literários dependem da oferta de quem doa. Eu, por exemplo, doei cento e tantos volumes, todos de gêneros literários, lá no início do projeto. Por isso, não tenho mais para doar.

Outro dia, encontrei a senhora Roseana, pessoa que está à frente do Floripa Letrada e faz das tripas coração para manter o projeto, para conseguir sempre mais volumes para colocar à disposição do leitor, sejam eles literários ou didáticos. Sei que há uma dificuldade, também, para conseguir veículo que vá até os doadores para recolher os livros, pois quando fiz a doação esperei semanas até que alguém pudesse vir a minha casa apanhar mais de uma centena de volumes. E a operária dos livros está sempre batalhando todos os dias para conseguir uma condução que possibilite o recolhimento de doações.

Então rendo meu tributo a essa lutadora que não deixa o projeto esmorecer, mesmo que a sua manutenção seja um desafio. É de Roseanas, Marizas, Ednas, e outros abnegados incentivadores do hábito de ler que precisamos, para colocar livros no caminho de nossos leitores. É o trabalho delas que faz com que leitores em formação descubram a magia e o encantamento dos livros.

Conclamo a todos, escritores e leitores, livreiros e editoras, que verifiquem o que pode ser doado em seus “acervos” já lidos ou não vendidos, para poder oferecer mais obras literárias ao projeto, para que dona Roseana não tenha que colocar quase que exclusivamente livros didáticos, técnicos e revistas nas estantes do Floripa Letrada. Todo livro que pudermos ofertar será bem-vindo. E não é necessário acumular muitos volumes, não. Se forem poucos, basta levar a um terminal onde há o projeto e colocar na parte mais baixa da estante, pois os organizadores precisam carimbar os livros para que eles possam ser devolvidos pelos leitores que os levarem. E os leitores, sejam conscientes, peguem apenas o que realmente vão ler. Já fui abordado no centro da cidade por pessoa que estava vendendo – sim, vendendo – livros com o carimbo do Floripa Letrada. Já conversei com dona de sebo que recusou livros que queriam lhe vender porque tinham o carimbo do projeto.

Sempre temos em casa livros que já foram lidos e que podem ser passados adiante. Qualquer exemplar de qualquer livro não precisa ser lido por apenas um ou dois leitores. Eles sempre podem ser lidos por mais e mais leitores. Então vamos coloca-los em circulação. Se você quiser doar, ligue para (48) 3251-6100.

terça-feira, 22 de julho de 2014

DIA DO ESCRITOR


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.b


O dia 25 de julho é o Dia do Escritor, esse ser solitário que faz com que as pessoas vejam o mundo através de seus olhos. Que ele dá a oportunidade para que recriemos o mundo através do seu ângulo de visão, é verdade. Mas que o escritor é solitário, talvez nem tanto. Escrever é, realmente, um trabalho solitário, pois a nossa obra tem de ser construída por nós, sem a interferência de ninguém. Senão, a obra não será nossa, será parceria com alguém. Mas a literatura nos dá oportunidade de conhecer almas afins, aquelas que também escrevem, aquelas que leem o que escrevemos, que gostam de ler, que tem o bom hábito de ler.

Então não acho que sejamos tão solitários, pois nossos pares são muitos e os leitores também, embora desejássemos que fossem em muito maior número. Conhecemos outros escritores em lançamentos, reuniões, encontros e nossos leitores através de contatos por redes de relacionamento, correio eletrônico, telefone. Ao comprar um livro ou ler uma crônica em um jornal, um poema em uma revista ou na internet, nossos leitores chegam até a gente, o que acontecia muito menos antes do advento da grande rede.

Por isso, pela aproximação do escritor com o leitor, que é mais fácil nos tempos atuais, com todas as tecnologias disponíveis, podemos comemorar o nosso dia. Já pela valorização da obra, pela remuneração do trabalho, a coisa é mais complicada. O escritor iniciante – e o não iniciante também – que consegue uma editora para publicar o seu livro, o que não é muito comum, recebe parcos dez por cento pelo seu livro, depois de pronto. Isso mesmo, dez por cento. E se não for um autor popular, já consagrado, ainda recebe os dez por cento em livros. Todos ganham mais com o livro publicado que vende bem. Já o autor... É claro que há o autor de best-sellers, que vive de escrever, mas esse vende muito e não ganha só os dez por cento.

Se o escritor bancar o custo da publicação do seu livro, ele mesmo terá de colocá-lo debaixo do braço e sair para vender, de porta em porta. Não haverá uma distribuição eficiente, para que o livro conste das livrarias, para que tenha uma divulgação abrangente e o leitor tenha a curiosidade despertada para a obra que veio a lume. Então a edição do autor é bastante sofrida, pois o autor paga a edição do seu livro e ainda tem que vendê-lo, ele próprio, para conseguir ter de volta um pouco do que gastou.

Mas escrever é um dom. Então vale a pena dar asas à imaginação, recriar o mundo com a nossa fantasia e criatividade, com emoção e sensibilidade, para que outras pessoas, os leitores, possam vê-lo, recriá-lo através de nossos olhos. Se somos escritores de fato – ou não – é o leitor quem vai dizer.

Meus parabéns a todos os meus amigos escritores, heróis da palavra. Hoje é seu dia. Hoje é o nosso dia. Que continuemos produzindo e levanto boa literatura aos nossos leitores, mas acima de tudo, que possamos incentivar o hábito de ler em todos os cidadãos deste nosso imenso Brasil.

Neste dia do escritor, conclamo todos eles para que nos unamos, e nós todos, cada um, procuremos ir a uma ou mais escolas, aquela perto de casa, por exemplo, para procurar mostrar lá a nossa obra, divulgando a literatura como um todo e incentivando a leitura. E fazer esse trabalho de levar a literatura e o despertar para leitura o ano todo, sempre.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

ABRAÇANDO A LEITURA


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Dia 20 de julho é o Dia do Amigo e o Dia Internacional da Amizade. Vendo uma matéria sobre abraços trocados por livros, na televisão, lembrei-me da data comemorativa e, também, de uma moça que oferecia poesia em troca, apenas, de um sorriso.

O rapaz de Joinville distribui livros em troca de abraços e a moça, coincidentemente também de Joinville, chegava de mansinho e perguntava se gostávamos de poesia, perguntava o que acharíamos de alguém chegar, de repente, onde quer que nos encontrássemos, e nos dissesse, a queima-roupa, um poema. Não é fenomenal? Não precisávamos ir atrás da poesia, a poesia vinha ao nosso encontro. E ela, então, declamava um poema, como “Retrato”, de Cecília Meirelles, e abria um sorriso, realizada por aceitarmos o poema ofertado.

Helena, a moça de branco, dos lábios cheios de poesia, sorria e ia embora, deixando um rastro de ternura, de sensibilidade e lirismo. Fiquei feliz por ver que existem mais pessoas do que eu pensava, preocupadas em levar a poesia a todos, tornar a poesia conhecida e apreciada.

Agora fico sabendo de Tiago, um escritor da Cidade do Festival de Dança que angaria livros e sai à rua para distribuí-los em troca de um abraço. É verdadeiramente espetacular. E ele não dá apenas os livros dele, ele distribui obras de vários autores, consagrados ou não.

Para nós, que vivemos lutando pelo incentivo à leitura, valorizando as iniciativas neste sentido, é um alento e tanto, é um sinal de que há esperança no fim do túnel, é um sinal de que há muita criatividade, ainda, para levar o livro e o hábito da leitura para quem não teve, ainda, a felicidade de usufruir dessa fonte de conhecimento, de cultura, de magia e de encantamento.

Numa época tão oportuna como na véspera da comemoração do dia do amigo e da amizade, o gesto fica ainda mais grandioso, pois unir abraço com literatura é uma excelente receita. Aliás, vou mandar livros meus e de outros autores para o escritor de Joinville distribuir, pois transformar nossa obra em abraço é uma coisa interessante e original, pelo menos por aqui.

E abraçar, como sabemos, é ter dois corações no peito. Então, cá pra nós, juntar abraço e literatura é uma coisa que só pode fazer bem aos corações.
 
(Artigo publicado hoje no jornal A NOTÍCIA, na página de opinião)

domingo, 13 de julho de 2014

A GALINHA DOS OVOS DE OURO


     Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A ponte Hercílio Luz, o cartão postal da capital catarinense está em reforma há anos, décadas, na verdade. É a galinha de ovos de ouro de uns e outros: já foram gastos milhões e mais milhões de reais e a ponte nunca fica pronta. Parece que nunca ficará.

As empresas que estão “trabalhando” na ponte, nos últimos tempos, vão empurrando com a barriga como quase tudo o que foi feito nela, até agora e, inacreditavelmente, isso provocou a desconfiança dos nossos governantes. O Estado pediu esclarecimentos, formalmente, no início do mês de julho, à empresas  que realizam o trabalho de restauração da ponte Hercílio Luz, sobre o descumprimento do contrato firmado.

O Estado percebeu, finalmente, que as obras não têm progredido e as empresas, por outro lado, reclamam que não têm recebido pelo “trabalho” realizado. As obras estão paralisadas – e não é de agora – o que suscitou o descontentamento do governo catarinense, que até cogita a rescisão do contrato.

Ora, não entendo como só agora o Estado percebeu que a obra não anda, pois há muitos meses que a gente passa pela ponte e não se vê ninguém trabalhando lá. Só se vê movimento debaixo da ponte – a etapa atual consiste em colocar suporte sob a ponte para que ela não corra o risco de desabar quando o trabalho de restauração estiver sendo feito nela – quando a televisão vai lá fazer matéria.

O valor do contato assinado com as empresas é de cento e sessenta e três milhões de reais e cinquenta e dois milhões já foram pagos. O que foi feito com esses cinquenta e dois milhões é um mistério, pois é só olhar para a Hercílio Luz para ver que o dinheiro não foi aplicado lá. Deve ter sido enterrado debaixo da ponte. E ainda querem mais.

Uma das empresas que presta o serviço já teve dois contratos rescindidos pelo governo catarinense, conforme publicado na mídia impressa, na TV e na internet. E é responsável, ainda, pelas obras do novo terminal do aeroporto de Florianópolis e do novo acesso ao mesmo. Não dá pra desconfiar que há algo errado por aí?

Como já disse, está difícil matar a galinha os ovos de ouro, uma cornucópia ao contrário, onde se enfia dinheiro sem parar e não se sabe para onde ele vai. Quem fiscaliza essas obras? Não está na hora do governo acompanhar o serviço para só pagar se o que foi contratado estiver feito e bem feito? Parece não haver interesse nisso. A verdade é que mais uma vez os prazos de entrega da ponte restaurada, pronta para uso, não vai ser cumprido. Pra variar. E isto significa que a velha senhora pode ruir. Sim, a ponte pode cair, pois a ferrugem, a corrosão está avançando e o risco é cada vez maior.

Enquanto isso, a galinha continua pondo ovos de ouro.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

BOM PARA TODOS?


     Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Saí de casa pela manhã, depois das dez, nesta manhã de quarta-feira, fatídica terça pós goleada da Alemanha em cima do Brasil. O dia já não era dos melhores e o Banco do Brasil ia fazer com que ele ficasse pior.

Precisava fazer mandar um dinheiro para a filha que mora em Lisboa e combinamos fazer isso pela Western Union, que é a maneira mais rápida. Ou era. Sou cliente do Banco do Brasil e minha agência é São José, na grande Florianópolis. De outras vezes que precisei fazer remessa pela Western Union – no Brasil isto é feito pelo Banco do Brasill – fui a minha agência e eles me mandaram para a agência centro de Florianópolis, onde há carteira de câmbio. Então, para não perder tempo, rumei direto para o centro histórico da capital catarinense. Lá chegando, pedi senha para o câmbio e expliquei o objetivo. O funcionário não me deu a senha e me disse que eu teria que ir a minha agência. Pedi para falar com o gerente da carteira e me encaminharam para o segundo andar, para procurar Nando. Encontrei o Nando e contei a história, disse-lhe que precisava fazer uma remessa via Western para Lisboa, com urgência, como tinha feito outras vezes ali, recebendo na hora o código para enviar a quem vai receber do outro lado. Ele me disse que não podia fazer nada, que não conseguia atender clientes da agência e turistas, que ia perder muito tempo para me atender, que eu fosse fazer a operação na minha agência. Que só tinha um funcionário e não podia atender o Estado todo. Vi que não adiantaria continuar conjeturando com ele, dizendo que eu era aposentado do Banco, que estava ali naquela agência e podia me atender pelo menos aquela vez.

Voltei para São José e fui a minha agência. Entrei lá às 13h17min e fui atendido às 13h45min. Mas o tempo de espera não foi o pior. Depois de um dos dois atendentes que estavam disponíveis ir embora quando chegou a minha vez, ficando apenas um atendendo, finalmente apareceu alguém para me atender. Expliquei que precisava fazer uma remessa pela Western Union com urgência, que a minha filha precisava fazer um pagamento ainda hoje e perguntei quanto tempo levava para obter o tal código necessário para o destinatário poder receber o dinheiro em Lisboa. Ele me disse, pasmem, que demoraria de dois a três dias, que anotaria a operação e mandaria para uma central em São Paulo, que efetuaria a ordem e enviaria o código que ele repassaria a mim para que eu mandasse para minha filha e ela finalmente pudesse sacar.

Ora, se eu tivesse feito a operação na agência centro de Floripa eu teria o código na hora, mas fazendo numa agência que não tem carteira de câmbio, eu só obteria o tal código dois ou três dias depois. Expliquei para o rapaz que eu já havia feito essa mesma operação numa agência do interior do Rio Grande do Sul, que também não tinha carteira de câmbio e tinha que esperar a operação ser efetivada por São Paulo, mas em menos de três horas eu obtive o código para enviar ao destinatário. Ele me disse que não entendia como isso podia ser possível, pois nunca conseguira a efetivação de uma operação daquele tipo no mesmo dia.

Sem outra alternativa, fiz a propotsa de emissão de ordem de pagamento para o exterior e agora estou esperando que o atendente me retorne com a finalização da operação, para que eu possa enviar a minha filha um código que deve chegar sexta ou segunda.

Senhores responsáveis pelo Câmbio no Banco do Brasil, os senhores sabem que tornaram a vida de seus clientes e clientes da Western Union impraticável, tendo que esperar 48, 72 horas, no meu caso até mais, pois há um final de semana aí, como o próprio funcionário do Banco me esclareceu, por um serviço que é pago e que, se eu pudesse ser atendido numa agência onde existe carteira de câmbio, poderia resolver tudo na hora? O que acontece com o Banco do Brasil, mudou tanto assim desde que me aposentei, que agora ao invés de facilitar, complica ainda mais a vida da gente?

O gerente de Câmbio da agencia centro de Florianópolis não pode me atender porque tem apenas um funcionário para este tipo de serviço. Não está na hora de colocar mais gente para trabalhar? Quer dizer, falta funcionário, o cliente que se dane? E cadê a boa vontade que sempre tivemos para resolver o problema do cliente? O cliente não tem mais nenhuma importância?

Três dias para mandar uma ordem de pagamento ao exterior é um absurdo, na era da comunicação instantânea, das operações on line. Que banco é esse? Ele é bom para quem? Onde foi para o Banco do Brasil bom para todos?


 

 


 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

ENSINO E EDUCAÇÃO


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Li o seguinte texto num post na internet, recentemente: “Essa lei que Vcs colocaram eu como um repórter e jornalista básico náo concordo eu trabalho com meu celular depois que saio da escola náo concordo mesmo quando fiquei sabendo passei isso pra imprensa maior eles falaram com representante do governador ele falo que aluno náo pode usa dentro da sala manter desligado mais proibi è um abuso isso eu como aluno e brasileiro náo aceito isso ta bom diretora náo aceito quem cria lei é governo na escola”.

Tive que ler várias vezes, colocar os pontos e vírgulas e desconsiderar os erros de concordância e letras faltantes em algumas palavras para entender que ele estava protestando contra a proibição de celular em sala de aula. O autor do texto não vem ao caso, porque na verdade ele não tem culpa da ignorância em expressar suas ideias na sua língua que é o português, isso é culpa da nossa educação, do ensino que está sendo praticadado com nossos jovens. O mais estarrecedor da situação é que este é um aluno do segundo grau. Sim, do segundo grau, não é dos primeiros anos do primeiro grau.

É quase normal um aluno do terceiro ou quarto ano do primeiro não dominar a escrita ou a leitura, diante das modificações que fizeram no sistema de ensino brasileiro, nas últimas décadas, e diante da falta de consideração dos donos do poder para com a educação e para  com as nossas escolas, mas alunos do segundo grau já deveriam ter esse domínio. Segundo o texto que vimos acima, a pessoa que o escreveu não consegue nem ao menos comunicar um fato simples, que é a proibição do uso do celular na salada de aula, com o que ele não concorda.

É flagrante o despreparo do estudante e não precisaríamos nem entrar no mérito da questão dele, que é a indignação dele por não poder levar o celular para a sala de aula. Mas há que se discutir, sim, o uso do celular, pois para alguém que escreve tão mal, o celular pode desviar ainda mais a atenção do que está sendo ensinado e a situação dele pode ficar ainda pior.

Precisamos prestar mais atenção ao aproveitamento de nossos filhos na escola e precisamos cobrar de nossos governantes melhoras na nossa educação. Melhores conteúdos programáticos, mais qualificação e salários decentes para nossos professores, manutenção assídua e equipamentos para as escolas públicas. Os programas de relacionamento, na internet, são boas amostras de como anda a instrução que estamos tendo em nosso país, pois lá as pessoas escrevem simplesmente como sabem, alguns de nossos jovens mostram, infelizmente, o pouco que estão aprendendo.