Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e
revisor, fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 35 anos de
trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
Brasil –
Pátria Educadora se faz com educação de qualidade. Para um país que vem
sucateando a educação de seus cidadãos há décadas, soa por demais irônico a
presidente fazer deste o lema para o seu segundo e mais desatroso “governo”.
O ensino –
que faz parte da educação, conforme o dicionário – foi perdendo qualidade nun
crescendo assustador, durante o governo do PT e está aí o resultado: crianças
no terceiro, quarto ano, que não sabem ler e escrever, jovens que não sabem se
comunicar – não conseguem escrever ou ler um bilhete, não conseguem interpretar
um texto; escrever uma redação, então nem pensar. Isso sem contar as escolas
sem manutenção, sem equipamento, professores mal pagos, etc., etc.
A
prioridade na campanha da presidente foi o resgate da educação, a melhoria do
ensino no Brasil. E o que aconteceu logo que ela assumiu o segundo
mandato? O principal alvo do corte de
“despesas” do governo foi a educação: teve o maior corte de todos os
ministérios, no valor de nove bilhões e meio de reais. O Fies – Fundo de
Financiamento Estudantil, ficou inacessível justamente na época de inscrição
dos estudantes. Em dezembro, o governo mudou as regras do programa, além de
proibir a renovação de contratos que tinham sido reajustados com taxas menores
do que a taxa de inflação. As “autoridades” educacionais - leia-se MEC – fecharam o acesso ao site do
Fies para conter a inscrição de dois milhões de alunos que dependem do
financiamento para continuar estudando. Depois de muito protesto, o MEC
prorrogou as inscrições até junho, mas não se sabe se todos os alunos
conseguiram se inscrever. Aliás, o MEC reabriu as inscrições, mas dando
preferência ao norte e nordeste. O corte no sul teria sido para disponibilizar
em outro lugar? Programas como Pronatec e Ciências Sem Fronteiras também
sofreram cortes.
Então essa
é a Pátria Educadora da presidente: corte de verbas para a educação,
esvaziamento do conteudo programático do ensino em todos os níveis, abandono da
escolas, pagamento bem aquém do devido a professores, profissionais tão importantes
na vida de todos os brasileiros, que deveriam ser melhor qualificados, também. Não
é à toa que acontecem greves de professoras em vários pontos do país.
As
universidades federais são obrigadas a suspender investimentos em projetos e
pesquisas, para conter despesas. Há que se conter despesas de qualquer jeito.
Esperemos que não tenham que diminuir o quadro de professores.
Então não
parece deboche, escolher tirar a maior quantidade de recursos justamente da
pasta da educação e ficar alardeando que o Brasil é uma Pátria Educadora? Onde
está o ensino de qualidade? Que país é esse, que prefere que seu povo tenha
cada vez menos educação?