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sábado, 31 de outubro de 2015

LEITURA PELO MUNDO



Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 35 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


Muitas coisas têm me encantado nas visitas a países da Europa,
como Portugal, França, Itália, Espanha, Suiça. Mas uma coisa que não
posso deixar de notar é a quantidade de livrarias na França, na Itália,
em Portugal. Na Suiça, encontrei oferta de livros a céu aberto, como
também em Veneza. Em Portugal existe uma livraria que atravessa
uma quadra inteirinha. São livrarias enormes, verdadeiros templos de
cultura. E a gente encontra pessoas lendo sentadas à beira do Tejo, na
Praça do Comércio, aos pés da Torre de Belém, perto do Monumento
dos Descobridores, nos gramados e nos bancos das praças, no metrô,
no trem, nos ônibus, etc. Na França também são muitas as livrarias. Na
Itália, até em Veneza, apesar das “cales” estreitas, elas são numerosas.
Em algumas das vielas vi diversas, uma ao lado da outra.
Em Roma, ao lado do nosso hotel tínhamos uma e, na volta do
jantar, à noite, havia como que um auditório nela e um clube de leitura
estava em plena atividade. Então leitura é uma coisa que faz parte do
dia a dia dos europeus e pode ser até que o número de livrarias não
pareça muito grande para quem vive ali, mas comparado ao que temos
no Brasil, a diferença é bem gritante.
Cultura é um diferencial no velho mundo, com certeza. A
história secular de algumas cidades, ou milenar, como os casos de
Roma e Veneza e algumas outras, é uma coisa que marca a gente.
Não há como andar em Veneza, em Roma, sem pensar que estamos
pisando em chão que foi pisado por personagens dos mais importantes
da história do mundo.
A cultura que se respira, que se pode testemunhar em lugares
históricos, em cidades e monumentos tombados como patrimônios da
humanidade é uma coisa que impressiona sobremaneira.
A viagem de trem, de Roma para Genebra, principalmente
depois de Milão, é de uma beleza indescritível. As vinhas, em
Montreau, Sion e outras cidades pelo caminho, lembram o Douro,
em Portugal. Mas há lagos, há os picos nevados, há a arquitetura, há
também as árvores que lá ficam com as folhas mais amarelas do que
em Portugal.
Viver essas visões, essas sensações, absorver toda essa beleza
e toda essa informação e toda essa cultura não tem preço. É uma
experiência única.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O LIVRO E O SEU DIA



Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 35 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

O dia 29 de Outubro foi o Dia Nacional do livro. Que esse dia sirva para que nós todos, leitores e escritores, reflitamos sobre o futuro da literatura em nossa cidade, no nosso estado, no nosso país. Se não houver leitores, os livros não serão mais publicados, pois as editoras não resistirão e cessarão suas atividades, como já vem acontecendo com algumas delas. Então há que se repensar a educação neste nosso precário país, há que resgatá-la, há que cobrarmos atenção dos nossos governantes, tão relapsos até aqui, para com o ensino do primeiro grau, para que ele ganhe uma estrutura decente e seja melhor assistido e apoiado, para que os leitores em formação venham a adquirir o hábito da leitura.
O ensino fundamental, que é parte intrínseca da educação de nossas crianças, precisa de conteúdo programático apropriado, de professores qualificados, de escolas com manutenção e com equipamentos necessários. Para que os estudantes aprendam, efetivamente, a ler e a escrever e possam descobrir nos livros tudo o que eles podem oferecer.

O livro é o registro da nossa civilização, é a perenidade da palavra, não interessa se ele é tradicional, impresso em papel, ou electrónico, ou áudio. Um livro fechado, não lido, não existe. O livro só existe quando é lido, quando é recriado pelo leitor.

De maneira que precisamos levar nosso livro até o leitor, precisamos levar nossa obra até o leitor em formação, que está nas escolas, para que tenhamos mais e bons leitores um pouco adiante. Para que possamos comemorar um bom Dia do Livro em anos próximos. Porque o livro é o maior e mais importante instrumento para registrar, veicular, perenizar e transmitir conhecimento. Foi sempre assim e continuará sendo.

domingo, 25 de outubro de 2015

QUANTA SAUDADE



      Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 35 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Quanta saudade cabe em um dia? Ouvi isso, outro dia, em um comercial e fiquei pensando a respeito. Lembrei da nossa pinscher Xuxu, que quando a gente saía, ficava o dia inteiro no portão, sentada perto da grade da garagem, esperando a gente. Podia estar frio, ela podia estar com fome ou com sede, mas não arredava pé. Minha mãe ficava admirada com isso, quando ficava em casa para cuidar dela. Quando a gente chegava, era uma festa só, com latidos, correrias, lambidas, etc.
Dá pra medir a quantidade da saudade que se sente? Tenho saudades de lugares, de coisas que vivi, mas tenho mais saudades de pessoas. E também pergunto: quanta saudade cabe em um dia, em uma semana, em um mês, em um ano, em uma vida?
Tenho saudades da minha filharada, que cresceu e foi embora e deixou uma casa enorme para trás, que insiste em me lembrar que minhas meninas não são mais crianças, que agora têm as próprias casas, tão longe da nossa.
Tenho saudades da nossa primeira filha, Vanessa, que chegou, há muitas primaveras, e logo se foi, tão rápido. Mas dói como se tivesse sido ontem, embora a saudade se acumule há muitos, muitos anos.
Tenho saudades dos meus irmãos, mais dos que já se foram, tenho saudades da minhas avós, dos meus avôs, de amigos queridos que foram conhecer o outro lado da vida ou estão muito longe para que possamos vê-los e abraçá-los.
Tenho saudades de mim, da criança que fui, em tempos idos. Tenho saudades de meus outros eus. Preferia, às vezes, não ter saudades, mas a saudade é a prova maior de que vivemos bons momentos, de que fomos felizes. De maneira que quanto mais saudades temos, tanto mais felizes temos sido ou estamos sendo.
Então que venha a saudade, que sempre cabe mais uma pequena felicidade nas nossas vidas, até uma saudade bem grande, muito grande, que vai acabar se transformando em uma enorme saudade.

sábado, 17 de outubro de 2015

AOS PROFESSORES, RECONHECIMENTO



Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 35 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Eu teria falado dos professores na semana passada, mas todos estavam falando sobre o tema e não podemos valorizá-los apenas por ocasião de um dia dedicado a eles. Temos que defender melhores condições para nossos professores, pois essa é a profissão mais importante dentre todas, porque é aquela que forma todos os profissionais de qualquer área.
Professor é aquela criatura abnegada e dedicada, na maioria das vezes, que estuda muito, fazendo um curso superior como Letras, Pedagogia, História, Geografia, Matemática, Educação Física, etc. e que quer transmitir conhecimento para as novas gerações, contribuir para que a educação seja melhor, apesar de nossos governantes.
Mas a verdade é que os “gestores” da educação neste nosso país, os donos do poder, dão muito pouca importância aos professores que estão nas frentes de trabalho, nas salas de aula tocando a educação como podem, sem motivação e incentivo, com salários bem aquém do que deveriam receber.
Falo, principalmente dos professores do primeiro e segundo graus, que deveriam ser os mais bem remunerados, pois estão formando os adultos de amanhã, estão formando os adultos que poderão conduzir, logo adiante, os destinos do Brasil.
O que acontece, no entanto, é a má valorização do profissional, falta de professores nas salas de aula e pessoas não qualificadas, às vezes, à frente dessa importante missão.
Há lugares, neste nosso país, em que professores ganham quase nada para dar aulas à sombra de árvores, com a desculpa de que não existe dinheiro para pagar um salário melhor àqueles que se entregam de corpo e alma à educação, para pagar transporte de alunos para que tenham um lugar adequado para estudar.
A máquina administrativa do Brasil gasta demais, os políticos corruptos drenam o dinheiro público com altos salários, muitas vantagens e roubalheiras, mas para a educação, para a saúde, para a segurança, não há dinheiro.
Esperemos (e mais do que ter esperança deveríamos ter candidatos decentes em quem votar) que os nossos governantes parem de gastar (gastar?) o dinheiro público em benefício próprio e olhem com mais atenção para esses problemas que só se agravam: corrupção, impunidade, roubalheira, deterioração da educação, falência da saúde, da segurança, da justiça. Um país sem educação e sem governo dá nisso que aí está. Há que conferirmos o devido valor aos nossos professores, há que respeitarmos e nos conscientizarmos da importância crucial de que tudo se resume a uma boa educação, coisa que nosso país não tem. E quando digo educação, estou falando também em ensino, podem conferir o dicionário o significado da palavra. Precisamos exibir qualificação para nossos professores, salários dignos, manutenção nas escolas públicas, equipamentos para que os professores possam trabalhar. Só assim a categoria não terá que entrar em greve todo ano, para exigir um salário decente, pelo menos. Coisa que não conseguem nem com greve. É que o poder adora provocar e fazer com que eles entrem em greve, para colocar neles a culpa da falta de aulas, quando a culpa é do patrão - o governo - que não quer pagar o que é de direito, não quer dar condições de trabalho a nossos professores.