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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 14-20.11.2021

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Esta semana foi forte. O frio parece ter aumentando – mas eu gostcho, até compramos umas meias com lã por fora e pele por dentro, para esquentar os pés , numa feira imensa em Monte Abrão. Na Feira da Ladra, compramos uma pro Rio, que encontramos do tamanho dele. E o trabalho na revista Suplemento Literário A ILHA foi intenso, pois o material todo já chegou e agora é preparar, revisar e enviar para o editorador. Assisti pouco do noticiário, vi uma vez o meu seriado syfy favorito, mas procurei tempo para ler alguns jornais brasileiros. Assino meio dúzia deles. E li mais um pouco do novo livro de Agualusa.

No domingo, fizemos piquenique no Jardim da Estrela com o Rio. Compramos uns sandes de salmão e de salada com queijo, uma salada, uns pães de canela que o Rio adora e comemos muito bem. Ele levou a bicicletinha dele (sem pedal) e correu muito com ela e um amiguinho que fez lá, o Miguel, da idade dele. À noite, jantamos na casa do Rio, que a mãe dele, Daniela, e a fofó fizeram um bife bourguignon que estava soberbo. Eu levei umas almôndegas de cogumelos com molho de mix de cogumelos. Um grande jantar.

Na segunda trabalhei o dia inteiro na revista e só a fofo foi no Rio ficar com ele enquanto os papais trabalhavam. Na terça também não saí, trabalhei mais na revista, mas vovó foi com o Rio e mamãe na piscina, para ver ele nadar. Na quarta, Rio almoçou conosco e só foi para a casa dele à noitinha. Brincou muito e tirou a sonequinha da tarde com vovô. Na quinta, fomos cedo para a casa do Rio, pois mamãe e vovó iam fazer compras no Ikea e papai tinha reunião, então vovô ficou com o Rio. Fomos fazer o pequeno almoço no Café da Paula, uma grande amiga do Rio pertinho de casa e comemos uma tosta mista, enorme. Eu tomei café e o Rio um chocolate quente e, além de uma tira da tosta, comeu também um pastel de nata. Depois fomos passear no parque das Amoreiras e, na volta, Rio ganhou uma caixa registradora de brinquedo de uma loja perto da casa dele, que ele namorava há dias. A caixa registradora estava na vitrine e cada vez que ele passava, ele parava para admirá-la. Então dei de presente e ele gostou muito. À noite, não queria dormir porque queria brincar mais com a caixa. Por que ele queria uma caixa registradora, especificamente, eu não sei. Mas os olhos dele brilhavam quando ele a via. Na sexta, Rio viajou para uma quinta com papai e mamãe e ficou até no sábado. Estava muito elegante, o gajo, e felizão também. À tarde, fomos ao shopping Continente, no outro lado da cidade, para fazer compras. Compramos roupa – camisas de algodão de manga comprida e aquele casacão acolchoado, de almofadas por fora, não sei o nome, mas é pra friozão bem friozão mesmo. Vovô e vovó também foram à Feira da Ladra, no sábado  e andaram pra caramba, mas precisávamos andar. Fomos e voltamos a pé, uns quatorze quilômetros. Saímos com casacos, mas precisamos tirar logo, pois tinha sol e só o fato de caminhar já esquenta. Passamos na feira da Praça do Rocio, que está lá até o Natal, e bebemos uma sangria. Só não comemos o sande gigante de presunto português e queijo da serra, porque tínhamos o pão (focaccia), o queijo da serra e o presunto em casa. Compramos também figos secos com nozes e damascos secos com nozes, além de uma mistura deliciosa de figo com castanhas, tudo triturado. Ah, meus noventa e tantos quilos!

Mas a pandemia está ameaçando voltar e já se fala em quarta vaga aqui na Europa. É pra gente se preocupar ainda mais e pensar em se cuidar muito mais. No Brasil os números parecem continuar a baixar, tomara que não aconteça o que está acontecendo em alguns países por aqui. Em Portugal o número de mortes continua baixo, mas o número de casos vem aumentando. Vamos torcer para que a coisa se estabilize e não volte a fechar tudo novamente. Até porque o Pierre tem um contrato de mais uma temporada do concerto Rua das Pretas no Coliseu de Lisboa para a TV e vai ficar difícil com o agravamento da pandemia.

 Na segunda, Hospital referência no tratamento da Covid no Rio "zera" internações pela 1ª vez, e último paciente dá recado após a alta: "Tem que se vacinar.” Por outro lado, após denúncias de censura nas questões do exame, Bolsonaro diz que o Enem começa a ter "a cara do governo". Tá bom. Não é à toa que todos os organizadores do Enem debandaram.

Na terça, Ministério da Saúde anuncia dose de reforço da vacina contra a Covid para todos os adultos e reduz intervalo. É isso, é preciso vacinar todo mundo. Inclusive as crianças. Brasil precisa pensar nisso.

A quarta foi o primeiro dia de pagamentos do Auxílio Brasil, o benefício que substitui o Bolsa Família, e fica no lugar do auxílio que o governo vinha pagando até o mês passado, desde quase o inicio da pandemia. O governo conseguiu mudar o nome do programa, para transformá-lo em campanha eleitoral.  Alguns beneficiários do programa relataram desespero com relação ao futuro, porque não se enquadram nas faixas de renda do substituto do Bolsa Família. Neste mês, o Auxílio Brasil será pago às cerca de 14,6 milhões de pessoas que faziam parte do Bolsa Família. O valor médio a ser pago será de 224,00. Quem sobrevive com isso? E importante, o dinheiro é do povo, não é Bolsonaro que está dando. É dinheiro público e dinheiro público é o imposto e as taxas escorchantes que pagamos.

Na quinta, dados do IBGE mostraram que a pandemia provocou aumento de mortes e redução de nascimentos no Brasil em 2020. Infelizmente, as mortes não foram só de covid, pois as pessoas com outras doenças tiveram tratamentos descontinuados e não podiam procurar assistência médica por que médicos e hospitais estava sobrecarregados com a covid.

Na sexta, divulgou-se que no ano passado o rendimento médio domiciliar per capita dos mais ricos foi de R$ 15.816, enquanto a renda média do grupo mais pobre foi de R$ 453. Apesar da diferença expressiva, o país viu, em meio à pandemia de Covid, serem reduzidas a concentração de renda e a desigualdade econômica entre a população. Quer dizer: o pobre ficou mais pobre e sem emprego, sem moradia, sem nem comida na mesa, com o evento da pandemia.

O Brasil registrou, no sábado, 214 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, com o total de óbitos chegando a 612.625 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias ficou em 196 – a menor marca registrada desde 22 de abril de 2020 (quando estava em 168).

Então combinamos assim: vamos cuidar para que numa nova onda não venha também no Brasil. Cuidemo-nos.