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domingo, 29 de março de 2020

SOLIDARIEDADE EM TEMPOS TERRÍVEIS



Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://lcamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
 
O novo coronavírus que veio da China está parando o mundo e, infelizmente, há que parar, para que mais pessoas não fiquem doentes. Temos que ficar em casa, todos nós, para que não contraiamos a doença e para que não a passemos, se estivermos infeccionados. Temos que seguir o protocolo de higiene, largamente e repetidamente divulgado e sair de casa só o estritamente necessário: para ir ao supermecado, à farmácia, ao trabalho, se não houver maneira de levar o trabalho para casa, se bem que muitos locais de trabalho estão fechando, para que não haja pessoas muito perto umas das outras.
E ficando em casa, temos que nos ocupar, temos que encontrar atividades para ocupar o tempo, pois chega uma hora em que tudo o que podia ser feito em casa já foi feito. Então temos que ter livros para ler, bons programas e filmes para ver, música para ouvir, jogos para nos entretermos, brincadeiras e um menino Rio, esse ser iluminado, para curtir e alegrar tudo, se for possível.
É tempo de solidariedades e há muitas delas. Queria falar de algumas, dessas que em tempos de ficarmos em casa, nos encantam e nos fazem abençoar o tempo disponível. Falo de iniciativas como a do espetáculo Rua das Pretas, que era apresentado todos os sábados num palacete do bairro Príncipe Real, aqui em Lisboa, pelo cantor e compositor Pierre Aderne. Ele cantava e trazia cantores brasileiros, portugueses – o fado não pode faltar, é claro -, americanos, caboverdianos e por aí afora, numa tertúlia intimista deliciosa, como se fosse na sala da gente, regada a ótimos vinhos.
Não podendo mais abrir o palácio do Príncipe Real, Pierre faz o espetáculo on line, virtual, e a gente pode ter o Rua das Pretas no aconchego do nosso lar. Pierre fica no palco costumeiro do espetáculo e cada cantor, de sua casa mesmo, seja no Brasil, em Portugal ou outro lugar, é colocado na tela do Instagram junto ao apresentdor e canta, para deleite da gente, dentro de nossas casas. E assim, nos dão de presente o seu melhor produto, o que sabem fazer melhor: a sua música. Para nos embalar a alma, para apaziguar o coração e nos lembrar que, apesar de tudo, não estamos sós.
Essa solidariedade me emociona. Como a da professora de dança Renata, em Florianópolis, que também lança mão da tecnologia e dá aulas de alongamento via instragram. Ela pensou em nós, no fato de ficarmos em casa parados e nos possibilita alongar-nos, com a sua ajuda. Isso não é fantástico?
Como a minha filhota Fernanda que, a partir de sua casa em Nice, na França, nos dá aulas de pilates, para a gente manter uma boa atividade física, para nos mantermos ativos, saudáveis. Isso não é fenomenal? São humanidades, diria eu!
Como a nossa filhota Daniela, que pode nos dar aulas de educação física, no nosso apartamento na Luzboa, o que também nos ajuda a manter-nos em forma, em tempos tão singulares. E o Rio ainda ajuda a mãe dele nesse trabalho solidário e tão importante para todos nós, com sua alegria de viver contagiante.
Isso é tudo! Essas, dentre tantas outras solidariedades, são algumas das solidariedades que podem mudar nossas vidas. A generosidade de alguns seres humanos privilegiados que podem salvar a vida de outros seres humanos.

PÁSCOA, RENASCIMENTO E LIBERTAÇÃO



         Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A quaresmeira, tipo de jacatirão que tem esse nome porque floresce na quaresma, está em plena florescência, uma temporada especialmente colorida, talvez para compensar os tempos cinzentos que vivemos. Como será a Páscoa, com tantas pessoas doentes e outras morrendo? Haverão quaresmeiras suficientes para colorir tempos tão escuros?
Mas elas, as flores da Páscoa estão aí para nos lembrarmos que a vida continua, para nos lembrarmos de um Menino que nasceu para nos trazer esperança e fé e que essa esperança e essa fé é que podem nos dar alento para enfrentar o que nos fere.
Em Rancho Queimado, na grande Florianópolis, há um trecho da 282 que está uma beleza, tingido de vermelho e vinho dos dois lados da estrada. Na serra gaúcha também há muitos deles, principalmente nos jardins, e a quantidade de flores é um espetáculo à parte.
Este tipo de jacatirão, a quaresmeira, tem as flores menores do que o jacatirão nativo, que floresce na primavera/verão, mas é mais colorido, tem cores mais vivas, mais vibrantes. Então não dá pra não notar uma quaresmeira fechada de flores. O manacá-da-serra, outro tipo de jacatirão que floresce no inverno, é mais parecido com o nativo.
Fico encantado com as manchas vermelhas que as quaresmeiras deixam na mata, nos jardins, nas beiras das estradas. Mas não é um encantamento comum, simples, é um encantamento mágico, pois meus olhos são atraídos pelas cores das pétalas vermelhas e lilazes, no meio do verde, e meu olhar flutua em direção a elas, como se minha alma seguisse com ele em direção às cores. E então meus olhos brilham, como faróis, e o raio de luz é o canal de ligação com meu coração.
É assim que me sinto encantado com a generosidade das flores do jacatirão, encantamento que envolve meu olhar, minha alma, meu coração. Assustado com este tempo de pandemia que vivemos, nutro-me do encantamento das cores do jacatirão de Páscoa.
E parte deste encantamento, ainda, é o porquê de eu chamar o jacatirão de “flor da Páscoa”. Acho que ele é a flor de Cristo, também, porque o jacatirão nativo está florescido em dezembro, quando nasce o Menino Jesus para todos nós. E uma variedade desse mesmo jacatirão, a quaresmeira, está florescida na Páscoa, quando aquele Menino, feito homem, é cruscificado e sobe aos céus. O jacatirão está presente tanto na chegada quanto na partida do Menino, filho do Pai. Não é uma flor divina?
Pois a Páscoa não é simplesmente ovos e coelhos de chocolate. A palavra Páscoa vem do hebraico e significa "passagem". Os judeus comemoravam esse dia antes mesmo do nascimento de Cristo, desde há muito tempo, então com outro sentido: o de liberdade, ou seja, a libertação de anos de escravidão no Egito. Para os cristãos, a Páscoa passou a celebrar o renascimento de Cristo, a passagem dEle deste mundo para o Pai.                                               
Páscoa, então, é renascimento, renovação, a festa da libertação. Época de repensar a vida e renová-la, de refletir sobre o Menino que se tornou homem, morreu e ressuscitou, elevando-se ao céu, provando aos homens que há uma força divina, maior, regendo nossos destinos.
De maneira que Páscoa é fé em uma força maior que rege nossos destinos e é  também jacatirão, a flor que anuncia o Natal e enfeita a Páscoa, que anuncia a chegada e a elevação do Menino filho de Deus. Então vivamos a Páscoa, pois estamos vivendo um renascimento, que pode ser a libertação daquilo que nos abate.

domingo, 8 de março de 2020

RUMO AOS QUARENTA ANOS DE LITERATURA



 a edição 152 do SUPLMENTO LITERÁRIO A ILHA, a revista do Grupo Literário A ILHA, que completa 40(quarenta) anos de circulação em junho próximo, com a edição 153. Para comemorar este importante aniversário, um grande marco para a literatura produzida em Santa Catarina e no Brasil, a revista mais perene do gênero, as Edições A ILHA e o Grupo Literário A ILHA estarão publicando mais uma antologia, talvez a mais importante de todas que já publicamos. Porquê? Por que a nova antologia comemora 40 anos de literatura do Grupo Literário A ILHA e da sua revista, marco inédito para um grupo literário e sua publicação. Por que será um grande livro, mostrando mais da produção dos integrantes do grupo. Essa nova antologia será um painel que dará uma mostra da lavra dos nossos escritores, pois não publicaremos apenas um trabalho de cada um. Vamos comemorar nossos quarenta anos de literatura?
   Comemoraremos, também, participando da Feira do Livro de Lisboa, com o lançamento da edição de aniversário, em junho, desta revista, da antologia POETAS DA ILHA e do livro PORTUGAL, MINHA SAUDADE, deste que vos escreve.
   Nesta mais recente edição do SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA publicamos algumas matérias mais importantes publicadas em números anteriores da revista, para relembrarmos alguns acontecimentos marcantes da nossa literatura.
Muita prosa, muita poesia e muita informação literária e cultural em sessenta e oito páginas de muita literatura. Leia também na página do Grupo Literário A ILHA no facebook, comente, dê sugestões, critique e participe. Nosso e-mail para contato é lcaescritor@gmail.com.

MEIO AMBIENTE E NATUREZA


      

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


O ano de 2020, infelizmente, não começou nada bem. Não falo nem na corrupção, na impunidade e no descaso à educação, à saúde, à segurança, à justiça, etc, coisas que também precisamos combater. Então por quê? Por causa do tempo, das tempestades, da natureza? Não, por causa de nós mesmos, por nossa culpa, por causa de nós, seres humanos. As enchentes, ventos e calor inclemente são apenas consequências. Se não respeitarmos a natureza, ela também não terá como nos devolver respeito e segurança. É uma troca natural e justa. Então, temos que ter responsabilidade e esperança.
Temos que fazer deste ano o ano da conscientização e do propósito de cuidar do nosso lar, cuidar do nosso planeta Terra, que até aqui só fizemos tentar matá-lo. E ele está estertorando. Então, este ano terá que ter a marca da renovação, da certeza de que podemos mudar, de que podemos provocar mudanças em nós e no próximo, de que essas mudanças precisam começar e podem trazer, oxalá, condições de vida melhor para todos se tivermos um planeta mais vivo, mais saudável, com o meio ambiente e a natureza protegidos. Sei, precisaríamos de um outro governo que não este que está aí, mas temos direitos e deveres e precisamos lutar para que alguma coisa seja feita, começando por nós mesmos. Não podemos apenas ficar sonhando, precisamos transformar nossa esperança em ações, precisamos trabalhar para melhorar nosso meio-ambiente.
E essa esperança de um futuro melhor, sem poluição do ar do nosso planeta, da água, do mar e do solo, vai nos trazer uma coisa não menos importante: a paz. Precisamos plantar, cultivar e disseminar a paz, sem a qual todo o resto, até a esperança, será em vão. E sabemos que nós somos o instrumento da paz, os construtores da paz, os responsáveis pela sua existência e permanência.
Não podemos contar com uma transformação instantânea, com a correção dos erros do passado em um piscar de olhos. Mas precisamos começar. Com urgência. Temos que participar da renovação, com solidariedade e honestidade, com determinação, fazendo cada um a sua parte.
Nossa sociedade está imersa em uma era de corrupção, de roubalheira e mentiras e precisamos redirecionar essa energia para o cuidado necessário que temos de ter com o nosso pequeno mundo, entrando em uma nova era, esta de transparência e verdade. Impossível? Este é o ano da esperança e da realização, não haverá esperança se não tentarmos construir um futuro melhor. Temos que trabalhar e contribuir para que a natureza seja nossa aliada, neste caminho para a paz, e não nossa inimiga. Temos que parar de desafiá-la e protegê-la. Precisamos nos unir a ela para salvar nosso planeta.