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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022
CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 30.01-05.02.2022
sábado, 5 de fevereiro de 2022
POETA MENSAGEIRO
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Recebi um post no Whatsapp, da minha amiga Chris Abreu, poeta dos dedos cheios de poesia, de um mensageiro poeta. Sim, mensageiro mesmo, funcionário do correio, que se encantou com a poesia e passou a ser carteiro-poeta. Ele passou a entregar as cartas com poemas: entregava a correspondência com uma folha no meio que continha um poema e o poema, quase sempre ou sempre era dele.
Tenho escrito muito sobre as tantas maneiras que tantas pessoas encontram para divulgar a poesia. E essa é uma maneira bem original. O carteiro-poeta Cleyton Mendes, com sua poesia misturada à correspondência, me lembrou o meu projeto Poesia Carimbada, que consistia em carimbos que imprimem poemas inteiros, que eu usava em minha correspondência enviada, no verso do envelope, quando a gente enviava cartas escritas pelo correio. As pessoas recebiam minhas cartas, sobre o assunto que fosse, com um poema carimbado no envelope.
Aí me vem o poeta-carteiro, entregando a sua poesia a domicílio. Tem coisa mais bonita? Receber notícias boas, outras nem tanto, contas, etc. e – pasmem – poesia. Um poema do carteiro-poeta, para alegrar o dia, como este: Sorria / pra afastar a melancolia. / Sorria / pois pra tristeza / é a melhor terapia. / Sorria, / sorria, / Só ria / Pois o seu riso / é pura poesia.
Como o próprio carteiro-poeta diz, “ele é portador da poesia-mensageira: carteiro leva mensagem para as pessoas; poesia leva uma mensagem para a alma, para os corações.” Ele diz também que “a poesia não está só nos livros, a poesia está no olhar de quem vê”. E não é verdade? A poesia pode estar em tudo, depende da nossa capacidade de vê-la. Então ela está dentro do nosso olhar.
Obrigado, poeta-carteiro, por ser mensageiro da poesia. Escreva muitos poemas e seja o mensageiro que vai levar a poesia até o ouvinte, até o leitor. O mundo está muito duro, ele precisa de poesia para mudar para melhor. A poesia é necessária. Ainda mais nos tempos atuais, com a pandemia grassando e deixando a nossa vida e o nosso mundo mais complicados.
E para terminar, a mesma Chris dos dedos cheios de poesia me avisa que aquelas pessoas que ficam nas sinaleiras pela cidade estão distribuindo o quê? Poesia. Manuscrita, escrita em pequenas folhas de caderno, oferecidas quando o sinal fecha e o sinal se abre para a poesia.
Obrigado a todos vocês, multiplicadores da poesia. Eu os saúdo, este é o meu tributo a vocês.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 23-29.01.2022
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor –
Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo
Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Semana de trabalho: a revista ESCRITORES DO BRASIL, edição
de fevereiro foi concluída e está no ar, para iniciar o ano literário no
Brasil. São 80 páginas de muita prosa e muita poesia, muita informação
literária e cultural. Leia gratuitamente na página do Grupo Literário A ILHA no
Facebook, em Destaques. Terminei de ler mais dois livros e vi dois ou três
filmes, também. O friozinho continua, mas com sol, com céu de brigadeiro e
aquela luz única em conluio com o espelho do Tejo. Também inventei um pão novo,
de atum com cebolas caramelizadas, que ficou muito bom. E a semana passou numa
velocidade incrível.
No domingo, não fomos no Rio, fiquei trabalhando na
editoração da revista ESCRITORES DO BRASIL. Fizemos um bacalhau assado com
batatas ao murro e trabalhei o dia inteiro. Na segunda, vovó trouxe o Rio para
ficar conosco, que papai e mamãe estravam às voltas com muito trabalho, a
produção do concerto RUA DAS PRETAS no Coliseu do Porto. Brincamos um bocado,
vovó fez uma almoço delicioso e depois brincamos mais um tanto, que Rio não
quis dormir o soninho da tarde. Voltamos quase noitinha para a casa dele.
Brincamos mais na casa dele, ele subiu em mim e me amassou bastante, eu deitado
no chão do quarto dele e ele me escalando. Também subiu na minha perna
levantada, eu deitado e a perna esquerda cruzada sobre a direita. Ele conseguiu subir e se equilibrar várias vezes.
Na terça, papai e mamãe viajaram para o Porto e vovó veio com o Rio buscar o
vovô, para ficarmos com o Rio na casa dele. Ficamos com ele de terça até
quinta. Na quarta, acordamos quase cedo e fomos fazer o pequeno almoço na
Paula, perto da casa do Rio, uma amiga muito querida que tem um café e faz uma
tosta mista fabulosa. Rio também gosta dos pastéis de nata e do chocolate
quente que ela faz para ele. Depois pegamos o metro e fomos para o zoológico de
Lisboa. Todo mundo de máscara, até o Rio usou em toda a viagem de metro, que é
rápida, só uns dez minutinhos. Ficamos mais de duas horas no zoo, andamos por
ele todo, que é enorme e vimos todos os animais. Só não conseguimos ver o
lince, que acho que estava escondido ou entocado. Rio adorou a girafa, os
tigres alaranjados, tradicionais, e os tigres brancos. Também gostou dos
elefantes, da onça, das zebras, dos hipopótamos, dos macacos de vários tipos,
dos pinguins, dos pássaros, principalmente das araras coloridas. Também não
vimos o leão ou não encontramos o lugar dele, não lembro. Paramos para o Rio
fazer um lanchinho de biscoito e morangos e depois continuamos. Os pelicanos
também agradaram o Rio, mas os flamingos, em um grande grupo, fazendo muito
barulho ele não gostou muito, acho que por causa do ruído que fazem, muito
alto. Mas eles são belíssimos. Não havia o show de golfinhos e da baleia, no
tanque que há no zoo, por causa da pandemia, nem o show de pássaros. Uma pena. Muitos
espaços vazios, infelizmente. Mas o zoo está bem cuidado. Lá pelas duas
voltamos e almoçamos. Acho que o Rio não dormiu à tarde, então à noite lá pelas
nove e pouco já estava abrindo a boca, mas foi dormir um pouquinho mais tarde
do que devia.
Na quinta, acordamos quase cedo e vovó fez uma tosta para o
Rio no pequeno almoço. Depois, enquanto
Rio via uns desenhos com vovô, vovó foi fazer o almoço, que papai e mamãe
chegariam no início da tarde do Porto. Papai
e mamãe chegaram mortos de cansados, mas o concerto Rua das Pretas no Coliseu
do Porto foi um sucesso. Está gravado mais um episódio de mais uma série RUA
DAS PRETAS para a RTP TV. Na sexta, Rio ficou na casa da vovó e do vovô durante
a tarde e à noite levamos ele para a
casa dele, para o jantar, com visitas. No sábado, Rio ficou com a mamãe e com o
papai.
A pandemia, infelizmente, continua se agravando, com grande
aumento de casos e de mortes, também, na semana que se encerrou. O Brasil
recebeu na segunda mais 1,8 milhão de doses pediátricas da vacina contra a Covid-19
da Pfizer. Esse é o último lote previsto para o mês de janeiro. Em fevereiro, o
governo espera receber cerca de 7 milhões de doses do imunizante.
O impacto do fechamento de escolas e universidades causado
pela covid-19 é imenso e suas consequências ainda não são totalmente
conhecidas, afirma pesquisa da Unicef, Unesco e Banco Mundial. Apesar da pandemia afetar 1,6 bilhão de
estudantes em todo o mundo, os efeitos não foram iguais para todos — no Brasil,
com o abandono da educação pelos nossos desgovernantes, mais crianças e jovens
estão se evadindo da escola e a qualidade do ensino é cada vez menor.
Na quarta, o Brasil registrou o maior número de estados sob
alerta crítico na ocupação de leitos de UTI para Covid-19 desde junho de 2021,
informou a Fiocruz. As altas taxas foram verificadas entre 17 e 24 de janeiro.
Seis estados e o Distrito Federal têm 80% ou mais dos leitos intensivos
ocupados. A ministra Rosa Weber, do STF, determinou um prazo de cinco dias para
o secretário Helio Angotti Neto, de Ciência, Tecnologia, Inovação do Ministério
da Saúde, explicar a nota técnica contra as vacinas contra a Covid-19 e a
ciência. Contrariando a OMS e a comunidade científica, a secretaria publicou
uma nota afirmando que os imunizantes não têm demonstração de segurança e também afirma que a hidroxicloroquina
demonstrou segurança como uma tecnologia de saúde para a Covid – o que não tem
respaldo científico. Depois de quase dois anos, continua a campanha contra as
vacinas e a favor de fármaco que comprovadamente não é indicado para a covid. E
o presidanta continua lá, sem ninguém fazer nada a respeito.
Na quinta, nova portaria do governo atualiza medidas de
prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19
em ambientes de trabalho. Ministério da Saúde volta a pedir que
"pais procurem recomendação prévia" antes da vacinação
de crianças contra Covid — especialistas são contra a
orientação.
Na sexta, a Anvisa
aprovou a venda de autotestes de Covid-19 no Brasil. A decisão não tem efeito
imediato: cada empresa interessada em comercializar sua versão do produto precisa
pedir o registro junto à agência, que vai analisar cada solicitação. A Anvisa
informou também que espera ter os primeiros produtos aprovados em fevereiro.
No sábado, o ministranta da saúde sai com mais uma pérola:
Em entrevista ao jornal O Globo, Marcelo
Queiroga afirmou que deseja que a história o defina “como o homem que acabou
com a pandemia”. Há mais de dez meses na gestão da pasta, só puxou o saco do
chefe, o presidanta de plantão e, consequentemente, fez e falou um monte de
caca. Além de um péssimo ministro e péssimo médico, também, ele é um bom
comediante. Seria para rir, mas é de chorar. Inacreditável.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, o Brasil
atingiu mais de 1 milhão de pessoas contaminadas pela covid-19 no período de
uma semana. Foram 1.305.447 registros, 39% a mais em relação à semana
anterior, que acumulou 933.452 casos entre 16 e 22 de janeiro. No sábado, foram 179.816 novas infecções
registradas. E notem que é um resultado de sábado, quando as
subnotificações são muito maiores, pois as secretarias de saúde dos estados não
funcionam ou funcionam precariamente. O aumento de casos reflete os efeitos da
expansão da variante Ômicron pelo país, que também incide sobre o número de
óbitos. Neste sábado, com subnotificação enorme e tudo, foram registradas
640 mortes.
Precisamos continuar cuidando. E muito. Os hospitais estão
começando a ficar no limite.