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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 16-22.01.2022

 

Rio e vovó na Estufa Fria de Lisboa


       Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

 

Semana das mais frias em Portugal. Aproveitei para terminar a preparação do material para a editoração da edição de fevereiro da revista Escritores do Brasil. Na próxima semana ela estará pronta. Li um pouco, escrevi um pouco também, vi seriados de humor e um ou outro filme e nos divertimos muito com o Rio.

No domingo não fomos na casa do Rio, pois estava muito frio e ficamos com o Rio alguns dias na semana anterior, então papai e mamãe ficaram curtindo o filhote. Na segunda, saímos todos, fomos aos jardins do Príncipe Real para brincar no parquinho com o Rio e ele se esbaldou. Depois almoçamos num restaurante da Avenida da Liberdade e comemos uns bitoques, que eu não havia experimentado ainda: um bife com ovo e batatas fritas. Gostei muito. Também bebemos um chá de limão, bem quentinho, de casca de limão siciliano. Uma delícia que a gente também não conhecia. Depois fomos à Rua das Pretas, não o concerto de maior sucesso de Lisboa, mas a rua de verdade, para levar meu computador que estava com o botão de ignição sem funcionar e eu não podia escrever nada, nem trabalhar na revista Escritores do Brasil. Felizmente, a oficina técnica que eu já conhecia, porque já havia precisado dos seus serviços, fez o concerto no mesmo dia e à noite eu já estava habilitado a escrever de novo. Na terça, a gente também não foi não no Rio, fiquei em casa recuperando o tempo perdido sem computador nos dois dias anteriores. Também fiz Bayleis, para tomar com café, que neste friozão cai muito bem. Na quarta, vovó trouxe o Rio para passar o dia na casa da vovó e do vovô. Almoçou conosco e a sobremesa (mememesa) foi melancia, fruta que ele adora. Brincou muito, lemos juntos e depois ele tirou um soninho. À noitinha, fomos jantar na casa dele. Aí brincamos mais um bocado, lemos outros livros, fizemos mais bagunça. Então ele tomou um banho gostoso para ir nanar e nós voltamos para casa. Na quinta, fomos jantar na casa do Rio e ele tinha visitas. Brincamos muito, inclusive ele queria brincar de cavalinho na minha perna, mas não conseguiu subir nela. Eu estava deitado no chão, no quarto dele, então ele passeou em cima de mim, me amassou bastante e rimos um bocado.  Na sexta, só a vovó foi lá no Rio e voltou depois do almoço, na hora em que ele tira o soninho da tarde, mas soubemos que ele não dormiu, enrolou a mãe dele e ficou acordado. Mas à noite, antes da horinha de nanar ele já estava dormindo. No sábado, fomos com o Rio no parquinho do Eduardo Sétimo. Depois de brincar bastante, fomos à Estufa Fria de Lisboa, ali do ladinho do Eduardo Sétimo. Jardim belíssimo por fora, com lago e tudo e por dentro, jardins com muitas árvores, inclusive brasileiras, lagos, grutas, pontes, túneis, uma beleza só. Rio adorou, subiu e desceu um monte de escadas, até colocou a mão num laguinho bem pequeno dentro de uma gruta. Quando voltamos para a casa da vovó e do vovô, ele almoçou e depois tirou um soninho bem gostoso, que estava cansado. Então, à noitinha, voltamos para a casa dele, super bem agasalhados.

E a pandemia vai se agravando, de novo. Número de casos aumentado, por causa da variante ômicron, número de mortes também e hospitais  lotados. Não é o começo de ano que a gente esperava. Na segunda, começou em todo o país a campanha de vacinação infantil contra a Covid para crianças de 5 a 11 anos. Com quantidade de doses pequena, mas começou. Em Lucena, na região metropolitana de João Pessoa, a equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde comprovou erros na aplicação de vacinas em pelo menos 49 crianças que receberam doses para adultos, sendo 36 com doses vencidas e 13 dentro do prazo de validade.

Os brasileiros beberam mais e engordaram no primeiro ano da pandemia, segundo um estudo publicado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. O levantamento mostrou que casos de hipertensão e diabetes dispararam. Mais um ponto de atenção é a redução do percentual da população que realiza atividades físicas. O único destaque positivo, segundo o levantamento, foi no número de fumantes, que caiu durante o período da pandemia chegando a 6,7% da população adulta.

Pela primeira vez, na quarta, o Brasil registrou mais de 200 mil casos conhecidos de Covid-19 em 24 horas. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 100.322 - a maior marca registrada até aqui, superando pela primeira vez o patamar de 100 mil diagnósticos diários. A Anvisa decidiu adiar a decisão sobre a liberação da venda de testes rápidos de Covid-19 para que a população possa realizar o exame em casa, os chamados autotestes. A agência afirmou que precisa de mais dados do Ministério da Saúde.

Na quinta, A Anvisa autorizou a aplicação da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, mas incluiu um veto ao uso em pessoas com baixa imunidade. Alguns pontos de destaque da decisão: Não pode ser aplicada em imunossuprimidos; Aplicação está liberada para público com outras comorbidades;
Imunização será em duas doses, aplicadas com intervalo de 28 dias; Vacina é a mesma usada em adultos, sem adaptação para versão pediátrica.

Na sexta, cartões falsificados, usados para acessar locais onde é necessário comprovar a vacinação contra a Covid-19, foram flagrados sendo vendidos por até R$ 200 em plena luz do dia no Rio. Os flagrantes aconteceram em pelo menos dois pontos da cidade. No Centro, com uma câmera escondida, a equipe de reportagem filmou o vendedor negociando o comprovante de vacinação

 Uma nota técnica do Ministério da Saúde traz uma contradição sobre o uso da cloroquina no tratamento contra a Covid-19. Na página 13, em trecho sobre os elementos técnicos e científicos das diretrizes terapêuticas, o documento rejeita o uso da substância. “Recomendamos não utilizar hidroxicloroquina/cloroquina, isolada ou em associação com azitromicina, em pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 em tratamento ambulatorial”, orienta o Ministério da Saúde. “A cloroquina e a hidroxicloroquina não devem ser utilizadas, independentemente da via de administração (oral, inalatória ou outras)”, acrescenta. Mais à frente, porém, na página 25, ao tratar de estudos feitos sobre a eficácia dos procedimentos analisados contra a Covid-19, o Ministério da Saúde afirma que há demonstração de efetividade da cloroquina e que não há a mesma demonstração a respeito da vacina. Ainda isso, o governo indicando um fármaco que comprovadamente não pode ser usado contra a covid. Quando isso vai parar? O que precisamos é que todos se vacinem.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 09-15.01.2022

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


Semana complicada, essa, quando a pandemia volta fica mais forte com a variante ômicron, aumentando número substancialmente número de casos por dia, com novos recordes e também número de mortes. Trabalhei bastante na revista ESCRITORES DO BRASIL, também no meu livro de viagem. Li um pouco, escrevi outro tanto e assisti um ou outro dos novos filmes que estão no cinema, mas assisti em casa. Continuo vendo o noticiário brasileiro e internacional, não é o melhor programa, mas é preciso saber como as coisas vão andando.

E continuo morando em Lisboa, para ficar perto do neto. No domingo ficamos em casa, que estávamos cansados do passeio do sábado, quando andamos dezoito quilômetros até Belém e voltamos. Na segunda fomos jantar com o Rio um bacalhau a Brás que a mãe dele fez, uma delicia. E brincar um pouco com ele, claro. Brincamos de esconder, lemos um pouco juntos, coisa que fazemos sempre. Rio adora ler um livro e a gente lê com ele. Na terça também fomos visitar o Rio, que a gente não consegue ficar muito tempo longe dele. Na quarta ele veio visitar fofó e fofô, que ele adora vir aqui e almoçou a comidinha da vovó. Mamãe também veio e almoçou conosco. Na quinta pegamos o Rio e passeamos com ele pelo príncipe Real. Apesar do frio, Rio e vovó tomaram um sorvete de polpa de cacau e ele brincou muito no parquinho. Depois fomos ao miradouro do Príncipe Real e Rio olhou a cidade  pelo binóculo que há lá e gostou muito. Na sexta, vovó foi lá brincar um pouco com o Rio e passearam no parque da Estrela. Depois saímos para fazer compras. Os saldos de fim de ano que vão até março foram liberados no dia dez. Muito preço bom, mas vai ficar ainda melhor. No sábado, fomos para a casa do Rio para ficar com ele, pois mamãe e papai viajam para o Porto, para começar a produção do concerto Rua das Pretas no Coliseu de lá. Antes de todo mundo ir dormir, fizemos  uma cuca alemã de amora (aqui, framboesa) e mirtilo. Rio ajudou.

E pandemia vai ficando pior, infelizmente, de novo. Muito mais casos, a cada dia, embora no Brasil os números pareçam baixos, mas há muita subnotificação, devido ao apagão por causa da “invasão de hackers” no SUS. Quem quiser que acredite que esse apagão não foi provocado. O Ministério da Saúde anunciou na segunda que o período de isolamento para pessoas recém-recuperadas de Covid passa a ser menor, diminuindo de 10 para 5 dias para pessoas que estão sem sintomas respiratórios e que tenham resultado negativo para teste PCR ou de antígeno. Além disso, o ministério vai pedir à Anvisa uma autorização para o uso de autoteste no Brasil. Outros países já utilizam esse teste para agilizar o diagnóstico da doença. Atualmente, a venda do autoteste não é liberada no nosso país. Mais cedo, o ministranta da saíude, Queiroga, disse também que a Pfizer antecipará 600 mil doses da vacina pediátrica contra a Covid. Não é muito pouco, não? Vai acontecer o que aconteceu com a vacina para adultos, que começou e parou por falta da compra de doses?

O mundo registrou, na terça, pela 1ª vez mais de 3 milhões de casos de Covid em apenas 24 horas. É o quarto recorde diário nos últimos 8 dias. Essa explosão de infecções é impulsionada pela variante ômicron. Mais transmissível, a variante pode contaminar metade dos europeus até março, segundo alerta da OMS.

A variante ômicron segue avançando assustadoramente no Brasil e no mundo. Um levantamento do Instituto Todos pela Saúde apontou a presença da variante em 98,7% dos mais de 3 mil testes positivos coletados entre 2 e 8 de janeiro, em 24 estados e no DF. Em SP, o número de internados por Covid dobrou e levou o governo a recomendar limitação de público a 70% em estádios e eventos Além disso, a Anvisa recomendou o cancelamento da temporada de cruzeiros no país. Já não era sem tempo. Os testes para diagnosticar a Covid podem acabar por falta de insumos, segundo alerta da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica. A recomendação da entidade é priorizar pacientes graves. Enquanto isso, a Anvisa aguarda documentos do Ministério da Saúde para liberar os autotestes.

Em nota técnica divulgada na quinta, o Observatório Covid-19 Fiocruz trouxe um alerta para o aumento da ocupação de leitos UTIs no Sistema Único de Saúde (SUS). No documento, os pesquisadores destacam, ainda, que é preciso: 1 - reorganizar a rede de serviços de saúde, para dar conta dos desfalques de profissionais afastados; 2 - garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes com uso, por exemplo, da telemedicina; 3 - e seguir vacinando a população. O mundo registrou 3,6 milhões de casos de Covid em 24 horas e bateu um novo recorde. Os Estados Unidos seguem liderando o ranking de novas infecções (894 mil em 24h), mas a alta desta vez foi impulsionada pela Índia, que registrou seu maior número diário de casos da pandemia (442 mil).

Um menino indígena de 8 anos foi a primeira criança vacinada contra a Covid no Brasil, na sexta. Davi Seremramiwe Xavante recebeu a dose durante um ato simbólico em São Paulo. Nesta primeira fase, a vacinação será apenas para crianças com algum tipo de comorbidade ou deficiência, além de indígenas e quilombolas. Não será necessário apresentar receita médica. Há exato um ano, o Brasil viveu um dos momentos mais dramáticos e tristes de toda a pandemia: a crise do oxigênio no Amazonas. Até hoje, ninguém foi responsabilizado pelo caos sanitário que deixou mais de 60 mortos.

A Pfizer deve pedir o registro do medicamento Paxlovid, pílula antiviral contra a covid-19, na Anvisa nas próximas semanas. A presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, explica que o medicamento tem 90% de eficácia em pacientes de alto risco com sintomas de covid, para que sejam evitadas a forma grave da doença e a morte.
Então a pandemia está mais forte e precisamos cuidar mais, por conseguinte. Voltemos para a máscara (eu nunca deixei de usar), álcool gel e distanciamento físico.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

DIA DO LEITOR, MÊS DO LEITOR

 


            Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras, Editor das Edições A ILHA e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 41 anos de trajetória. Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br 


O leitor também tem o seu dia. O dia 7 de janeiro é o dia Nacional do Leitor, dia para homenagearmos nossos parceiros, sem os quais não existiríamos. Eu nem sabia que existia este dia, mas gosto da ideia, pois é mais um dia no qual podemos aproveitar para refletir sobre o acesso à leitura por parte de todas as camadas da população. Aliás, por que não um mês? Janeiro, o mês do leitor. Um mês para lembrarmos dos leitores, incentivarmos a leitura, trabalharmos para possibilitarmos aos leitores em formação o hábito da leitura.

Infelizmente, o número de leitores parece não ter a tendência de crescer, apesar do confinamento durante a pandemia, que fez com que tivéssemos mais tempo para ler. Lemos mais, sim, no período que ficamos em casa, mas a julgar pela qualidade do nosso ensino, da nossa educação, que vem proporcionando cada vez menos que os leitores em formação saiam dos primeiros anos do primeiro grau gostando de ler, essa tendência terá sido passageira. Até porque o ensino, no Brasil, que já estava ruim, está ainda pior com dois anos perdidos durante a pandemia, 2020 e 2021, com as escolas fechadas.  

Os estudantes do ensino fundamental estavam chegando ao terceiro, quarto ano sem saber, efetivamente, ler e escrever. O que será agora, depois de dois períodos escolares sem aulas? Nossas escolas públicas estavam, literalmente, caindo aos pedaços, os professores não eram suficientemente qualificados e também nunca foram pagos condignamente. E as próprias modificações que o poder público fez, até agora,  na educação – como mudar a maneira de alfabetizar as crianças, aumentar o prazo para que as crianças sejam alfabetizadas, tentando legalizar a falência do ensino, e transformar as 13 ou mais disciplinas do ensino fundamental e médio em apenas quatro áreas, numa óbvia tentativa de diminuir o conteúdo curricular, diminuíram ainda mais a qualidade que já era ruim. E com o atraso de dois anos na vida escolar de nossos estudantes, o que será daqui pra frente?

Então nossos leitores em formação não são levados, infelizmente, a ter o hábito e o gosto pela leitura, com algumas exceções, pois conheço professores que fazem um trabalho excepcional neste sentido, de dedicação e superação. A qualidade da educação brasileira tem que mudar, tem que ser repensada, o ensino fundamental e médio tem que ser olhado com mais carinho, com mais dedicação, com mais responsabilidade pelos nossos “governantes”, que parecem querer que o povo seja mais ignorante, para que não reivindiquem seus direitos. A educação tem que ser resgatada em nosso país, mas com o governo que está aí isso parece bem difícil.

A leitura abre as portas do conhecimento, da imaginação, da criatividade. A leitura abre as portas para o nosso futuro. Precisamos trabalhar para que mais e mais brasileiros tenham acesso ao livro, não só no sentido de fazer com que eles adquiram a capacidade e o gosto pela leitura, mas que possam comprar livros, esse produto que ainda é caro para a maior parte da população, ainda que usufrua de algumas isenções. Ainda bem que agora temos muitos títulos que podem ser acessados gratuitamente na internet e que podem ser lidos até no celular.

Você, que pode comprar livros, não os deixe guardados em prateleiras ou gavetas. Troque-os, doe-os, empreste-os. Você, que tem livros em pdf ou endereços onde se pode conseguir livros on line, passe-os adiante. É assim, também dessa maneira, que podemos fazer a nossa parte e colaborar para que aumente o número de leitores neste nosso imenso Brasil. É assim que podemos dar oportunidades a todos os leitores. Se cada um de nós fizer um pouquinho, o resultado geral pode ser bem animador.

Nossa homenagem aos leitores de qualquer gênero, de qualquer idade, de qualquer lugar. Continuem a ler e incentivem a leitura. Leiam livros para crianças desde a mais tenra idade, leia livros com as crianças, que elas crescerão gostando de livros. E viva o leitor em formação.

 

domingo, 2 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 26.12.2021-01.01.2022

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


A semana de passagem de 2021 para 2022 foi agitada. Tempo oscilando,  trabalhamos para preparar a festa para a virada, mas sem sair muito por aí. Fomos ao supermercado, para não deixar de preparar o porco assado, a lentilha, etc. No mais, só fomos até a casa do Rio e voltamos. Andamos pouco. Estou lendo um novo livro, A Garota do Lago, estou trabalhando no meu novo livro de viagens e começo a trabalhar na nova edição da revista ESCRITORES DO BRASIL. Não assisti muita televisão, mas vi um ou dois filmes e um pouco do noticiários português, brasileiro e de outros países.

Aqui em Portugal as medidas foram no sentido de prevenir o alastramento da ômicron, embora mesmo assim os números de novos casos aumentem vertiginosamente. O números de mortes não aumentou muito e a grande maioria das pessoas que morreram ou estão nas UTIs são aquelas que não tomaram a vacina. Infelizmente. Aqui é preciso teste para entrar em restaurantes e em qualquer evento. E o uso de máscara é obrigatório em locais fechados, inclusive transportes. Mas na Ilha da Madeira liberaram tudo e, além disso, ou por causa disso, havia onze navios de cruzeiro no Ilha na passagem do ano, com dezenas de milhares de turistas circulando. Estão insistindo nos cruzeiros, apesar de ser impensável juntar milhares de pessoas num local fechado como um navio, sem a possibilidade de sair dele a qualquer momento. É um risco inclusive para o continente, pois há fluxo constante entre as ilhas e o continente. Perigo dobrado para Portugal.

Rio ficou mais tempo esta semana com os pais e ele se diverte. Ficou acordado até a hora da virada, no dia 31 de dezembro. Adorou comemorar e só foi dormir no dia primeiro de janeiro de 2022. Um sopro de alegria que faz a gente feliz também. Uma ótima maneira de entrar no novo ano, entrar levados pelas mãos do Rio.

Por isso, a ordem neste início do novo ano é esperança. Precisamos combinar com o Universo que este ano tem que ser o ano do abraço apertado, do abraço de mãos, do beijo, da proximidade, da cura, da saúde. De muita luz. E ele será, se lutarmos por isso, se cuidarmos tanto quanto é necessário cuidar, se olharmos ao nosso redor e ajudarmos quem precisa ser ajudado, se dividirmos o pouco que temos. Conseguiremos, se tentarmos. Isso é esperança.

O ano de 2020 foi avassalador, com o mundo parando por causa de uma pandemia de covid 19. Não sabíamos nada sobre o novo flagelo que estava matando pessoas por todo o planeta, e cada vez mais. No final do ano de 2021, começaram a ser aplicadas as primeiras vacinas dessa pandemia e isso foi aceno de esperança de que o próximo ano, 2021, fosse mais promissor com o declínio da covid, já que todos deveriam ser vacinados. O fim da pandemia já era cogitado e o ano novo poderia ser bom. Mas não foi assim que aconteceu. As vacinas foram sendo aplicadas, aprovadas que foram em tempo record, algumas com maior índice de eficácia, outras menos.

No Brasil, a vacinação andou devagar por culpa de um governo negacionista que não comprou as vacinas em tempo hábil, por não reconhecê-las, criminosamente. Novas ondas da covid19, com novas variantes se espalharam pelo mundo e passamos o ano de sobressalto em sobressalto, com muito medo. Quando em parte do planeta havia países com 70, 80 por cento da população vacinada, no final de 2021, a terceira dose já estava sendo aplicada nos adultos e a primeira dose começava a ser aplicada em crianças de cinco anos em diante. Porque com a observação dos efeitos das vacinas e o aparecimento de novas cepas foi-se verificando a necessidade de uma maior proteção. E então apareceu mais uma variante extremamente contagiosa, a Ômicron. E já se fala em quarta dose.

Muita especulação, mas sem sabermos quase nada sobre a nova cepa, a esperança de um fim de ano quase “normal” foi se distanciando. Não deveríamos aglomerar-nos, ainda, não deveríamos abandonar os cuidados mais elementares, como usar máscaras, manter o distanciamento físico e fazer a higiene das mãos com álcool com frequência. E de novo muitos países tiveram que tomar medidas para atenuar o contágio nas festas de fim de ano: sem festas, sem fogos, os eventos de Natal e Ano novo foram quase todos cancelados. Alguns lugares insistiram na festa, aglomeraram pessoas, arriscando uma maior proliferação do vírus. E veremos o resultado nas próximas semanas.

Mas, apesar de tudo, teremos que perseverar a tentarmos fazer de 2022 um bom ano. Vamos ter que nos cuidar – se nos cuidarmos estaremos cuidando também dos outros – e fazer tudo para evitar que haja mais variantes. Pois só assim poderemos fazer um ano melhor, só conseguiremos isso tomando as vacinas e tomando os cuidados necessários. Talvez tenhamos que aprender a conviver com a covid, como convivemos com a gripe, tomando vacina todo ano, mas que seja uma forma mais branda. O novo “normal” continuará a exigir de nós todos os cuidados com os quais já nos acostumamos. Ou mesmo que não tenhamos conseguido nos acostumar, que é difícil. Depende também de nós, dos cuidados que tomaremos ou não. Que o  novo ano seja feliz, com covid e tudo, mesmo que tenhamos que conviver com ela tomando vacinas todos os anos. Mesmo que tenhamos que usar a máscara ainda por algum tempo. Mesmo que tenhamos que evitar aglomerações, por enquanto. Podemos tentar fazer um novo ano melhor.