Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor –
Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo
Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Essa semana passou muito rápida, por causa do aniversário,
mas também muito lenta, com a tensão no Brasil, por causa da tragédia em
Petrópolis e pela possível deflagração de guerra pela Rússia contra a Ucrânia.
E o presidanta do Brasil indo para a Rússia justamente numa época como esta.
Interesses escusos?
Mas a
vida vai seguindo, apesar de tudo. Domingo almoçamos na casa do Rio. Antes,
porém, eu e o cara pegamos as ferramentas e levantamos o selin da bicicleta
dele e ele testou, andando um pouco pela casa. É claro que para isso, ele
colocou capacete e óculos escuros, como se estivesse na rua. Também brincou de
“piscina”, no pufe da sala: ele saía correndo e “mergulhava” no pufe. Brincamos
muito e no meio da tarde, antes do soninho dele, eu a fofó fomos ao
supermercado e depois voltamos para casa. Eu precisava trabalhar na revista
Suplemento Literário A ILHA de março. Na segunda, almoçamos de novo na casa do
Rio, pra variar. E não dava pra deixar por menos: tivemos bobó de camarão. Dani
pediu para eu comprar aipim (aqui é mandioca) no Auchan, que é no shopping
Amoreiras, do ladinho de casa, enquanto a mãe também saiu da casa do Rio, onde
ela já estava, pra levar ele ao shopping. Ele brincou muito nos escorregadores
do shopping. Aí no começo da tarde voltaram, nós almoçamos – estava uma delícia
- brincamos mais um pouco e logo estava na hora do soninho da tarde. Fofó e
fofô voltaram para casa, para eu continuar trabalhando na revista. Na terça,
fomo andar um pouco por Campo de Ourique e Alcântara. Estávamos procurando
abóbora moranga para fazer um camarão na moranga de aniversário. Fizemos
compras, inclusive num ling-ling em Alcântara, mas fomos a vários supermercados
e quitandas e só achamos, quando achamos, abóboras enormes com mais de dez
quilos, que acho que nem cabiam no forno. Eis que, pertinho de casa, fomos ao
Auchan, pertinho de casa, e lá tinha a abóbora moranga no tamanho que
precisávamos. Estava garantido o jantar de aniversário. Rio ligou para nós,
perguntando por que não fomos à casa dele. Na quarta, comemoramos o meu aniversário o dia inteiro, até um Varal com
poemas meus eu ganhei nos jardins do Parque da Estrela, aqui em Lisboa. Foi uma
surpresa e tanto dos meus queridos neto, genro e filha. As ilustrações
coloridas de fundo dos poemas são de autoria de Rio. Foi emocionante ver os
caminhantes dos jardins da Estrela parando para ler os poemas e até declamando,
vocês imaginam? Muito legal! Varal da poesia em Lisboa! Muito honrado. Nem na
feira do livro aqui da capital portuguesa eu havia visto um varal de poesia.
Então tivemos um piquenique de café da manhã, com poesia e tudo. Logo mais um
almoço delicioso num restaurante perto de casa, com mirante (ou miradouro) e
vista de metade de Lisboa, com o Tejo ao fundo. De sobremesa, sorvete de
manjericão e petit gâteau com sorvete de creme, com velinha em cima que eu e o
Rio apagamos. Aliás, o Rio adorou o petit gâteau com sorvete. E à noite, jantar
na casa do Rio, com um camarão na moranga bem à brasileira, feito pela chef Stela, soberbo. Com a tradicional tábua de
queijos e o bom vinho e espumante portugueses sempre presentes na mesa de
Pierre e Dani. Aniversário perfeito. Pra completar, Fernanda ligou lá da
França, minha filhota que quando a gente está aqui em Portugal ela está mais
perto da gente. Obrigado Rio, Daniela, Pierre, Stela e Fernanda. Apaguei
velinhas duas vezes. O bolo de chila com farinha de amêndoas estava delicioso. Muitos
presentes, mas o maior presente mesmo é o Rio. Na quinta, fofó foi ficar um
pouco com o Rio, que mamãe e papai precisavam trabalhar. No começo da tarde ela
voltou e saímos para fazer coisinhas que não podiam mais esperar: fomos à
operadora trocar o controle da TV a cabo, trocar o chipe do meu telefone que
estava em pane, trocar a calça que ganhei no aniversário – lindona, e também
fomos à Fundação Gulbenkian pegar os ingressos para o concerto de sexta.
Na sexta, trabalhei na revista, que está
acabando o prazo para mandar para a editoração e, à noite, fomos ao grande
teatro da Fundação Calouste Gulbenkian, para o concerto Coro Gulbenkian À
Cappella (está escrito assim no bilhete). Espetáculo grandioso. Peças de
Brahms, Bartók e outros grandes compositores. No sábado, fofó pegou o Rio pela
manhã e trouxe ele para a casa do fofô e da vovó. Brincamos, vimos desenhos
como a Patrulha Pata, almoçamos e e brincamos mais um pouco até chegar a hora
do soninho da tarde. Ele enrolou, mas tirou uma sonequinha. Acordou lá pelas
seis e fez um lanchinho e foi para a casa dele, que ele tinha visitas. Fofô
trabalhou quase o dia inteiro na preparação do material da revista A ILHA para
editoração e só foi aos supermercados, pois no domingo teremos visitas.
A epidemia parece regredir um
pouco. Mas paralelas à covid, acontecem outras coisas terríveis no Brasil e no
mundo: tragédia em Petrópolis, com mais de uma centena de mortes e a iminência
da guerra na Ucrânia, com a possível invasão da Rússia. Na segunda, o Brasil
registrou, em 24 horas, 58.540 casos de Covid-19 e 473 óbitos decorrentes da
doença. Com isso, a média móvel de casos caiu pelo quinto dia seguido. Também
na segunda divulgou-se que são falsas as afirmações difundidas pelo médico
Rubens Amaral em um vídeo no Instagram e no Telegram. Ele nega a epidemia
de influenza no Brasil e diz que pessoas vacinadas contra a Covid-19 estão mais
vulneráveis à variante Ômicron. Essas pessoas negacionistas deveriam ser presas
por mentirem e divulgarem informações falsas, pois isso causa mortes. Mas o
presidanta faz isso e ninguém faz nada...
Na terça, o Brasil registrou 909 mortes pela Covid-19 em 24 horas, totalizando 639.822 óbitos desde o início da pandemia.
Subiu bastante de um dia para o outro, pois a segunda ainda conta com muita
subnotificação do final de semana. Com isso, a média
móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 847.
Na quarta, diferentemente do que costuma fazer no Brasil, o presidanta
Bolsonaro se submeteu às regras sanitárias na Rússia. O brasileiro teve de
fazer os cinco exames de coronavírus exigidos pelas autoridades russas. Muito
perigoso, Bolsonaro tentando ficar amiguinho de Putin. Estará de olho nas
eleições, contando com uma “ajudinha” do presidente russo?
A Anvisa concedeu o 1º registro de um autoteste para Covid-19 no Brasil, na
quinta. O produto aprovado usa swab nasal (uma espécie de cotonete), pode ser
feito em casa e dá o resultado em 15 minutos. A Anvisa recebeu 68 pedidos de
registros de autotestes e já reprovou dez.
A Organização Mundial da Saúde anunciou que seis países africanos terão
acesso à tecnologia necessária para produzirem vacinas de mRNA. Egito, Quênia,
Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia serão os primeiros. Criado
principalmente para lidar com a emergência do Covid-19, o centro global de
transferência de tecnologia de mRNA tem o apoio da União Europeia e
deverá fabricar insumos para atender as prioridades locais de saúde.
A Procuradoria-Geral da República afirmou, em manifestação enviada ao Supremo
Tribunal Federal, que abriu uma investigação preliminar para apurar o “apagão
de dados” no Ministério da Saúde entre dezembro e janeiro. Deputados alegam que
o ministranta Queiroga cometeu os crimes de prevaricação e improbidade
administrativa pela falta de informações sobre a pandemia após a pasta ser alvo
de ataque hacker em 10 de dezembro. Novidade, não? Mas a PGR “abrindo”
investigação é mesma coisa que nada.
Por favor cuidem-se, todos. Ainda está morrendo muita gente de covid.