Por
Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Tenho visto, de há
bastante tempo, falarem em educação como se o significado da palavra não
abrangesse instrução, ensino. Como se educação significasse apenas o bom
relacionamento social. Já vi até professores dizerem que “professor não é
educador, quem deve educar são os
pais, em casa, pois o professor apenas transmite instrução, conhecimento”. É
claro que concordo que a educação começa em casa, mas ela continua na escola,
pois o professor é educador, sim, nos dois sentidos: ensinar, transmitir
conhecimento e consolidar boas maneiras, o bom trato entre as pessoas.
Acho que algumas pessoas
nunca foram ao dicionário para ver o que a palavra educação realmente significa. Se fossem, iriam constatar que educação é “aperfeiçoamento das
faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano; disciplinamento,
instrução, ensino; processo pelo qual uma função se desenvolve e se aperfeiçoa
pelo próprio exercício; aperfeiçoamento integral de todas as faculdades
humanas; conhecimento e prática dos usos de sociedade; civilidade, cortesia,
delicadeza, polidez.”
Temos a mania de usar
algumas palavras sem conhecer o seu exato significado, então pensamos que
estamos dizendo uma coisa e estamos, na realidade, dizendo outra. Vemos isso
até na imprensa, na televisão. Precisamos nos acostumar a ir ao lugar certo
para consultar e usar as palavras de modo correto, que é o dicionário.
Precisamos ler mais e escrever mais, cultivar sempre o hábito de ler e de
escrever. E quem lê e escreve precisa ter ao seu lado, prontos para serem
usados, um dicionário e uma gramática. Dicionário não é livro para decoração,
para ficar enfeitando a estante ou prateleira.
Dicionário é livro para
ser consultado sempre. Para que não caiamos no imperdoável pecado de deturpar,
desvirtuar o sentido das palavras. Não podemos nos esquecer, então, que educação significa polidez, cortesia
entre as pessoas, mas significa também instrução, aperfeiçoamento intelectual,
aquisição de cultura. Sempre usei essa palavra com esses sentidos, pois eles
são intrínsecos. Repetindo, então, educação
é civilidade, bons costumes e aquisição de conhecimento. Para não esquecermos.
Caro Luiz Carlos, seguindo seu texto, sugiro então mudar o nome de muitas profissões para "educador". Quando vou ao médico e ele recomenda mudar de atitude para ter saúde, está colaborando para minha educação. Quando vou ao dentista a mesma coisa. Quando um guarda de trânsito me aborda e recomenda mudar atitude, igualmente. Vamos chama-los todos de "médicos educadores", "dentistas educadores", "guardas educadores", etc. Até um animal de estimação, podemos chamar de educador, pois ele influencia a mudança de hábitos. Claro que professor, amigos, vizinhos, COLABORAM, para que certos valores, sejam reforçados na vida de uma pessoa. Após o período que os pais exercem a verdadeira educação,(15, 16 anos), as pessoas passam a se autoeducar, em contato com todos os elementos que tem contato. Um livro, um filme, um amigo, um professor, um médico, um cachorro, etc. Dizer que professor é educador, é apenas para confundir, não para esclarecer. Edésio Reichert
ResponderExcluirComplementando o comentário acima, estes nomes inventados para designar o que é responsabilidade da família e o que é da escola, mais esclarecem ou mais confundem ? Educação familiar e educação escolar; educação informal e educação formal; educação primária e educação secundária. Não precisa racionar muito pra ver que mais confundem. Pra que isto, se temos: educação= valores morais= pais= família; ensino= instrução= professor= escola? A propósito, o termo " Ministério da Educação" foi adotado inicialmente por ditadores europeus e depois a moda veio para as américas. O Brasil já teve Ministério da Instrução. Por que será que os ditadores queriam "educar" o povo?
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