Por Luiz Carlos Amorim – Escritor e editor
– Fundador e Presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa neste ano 36
anos de literatura. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
Mais uma
joia do governo brasileiro em prol da já combalida educação que é oferecida por
aqui: o MEC – Ministério da Educação, eliminou a obrigatoriedade do estudo da
Literatura Portuguesa na Nova Base Nacional Curricular Comum, que deve ser
colocada em prática a partir de junho próximo. A nova pérola não é aprovada por
educadores, pois significa mais um golpe, mais um retrocesso no ensino de
qualidade bem aquém do que o esperado e merecido pelos cidadãos deste nosso
Brasil, cada vez mais corroído pela corrupção e pela impunidade.
Autores como Luís Vaz de Camões, Gil Vicente, Fernando Pessoa, Eça de
Queiroz, Camilo Castelo Branco, Almeida Garrett ou José Saramago deixam de ser
obrigatórios. E no Brasil, se não é obrigatório, não precisa mais ser lembrado.
Outro dia, em uma discussão com amigos, falávamos da não obrigatoriedade da
leitura dos clássicos portugueses nas nossas escolas e de como isso significa
que nunca mais eles serão sequer mencionados.
"A
proposta beira o absurdo. Como se pode apagar Portugal e a Europa de nossas
origens? Tirando do mapa? Será que mais uma vez a seleção de conteúdos foi
contaminada por um viés político e ideológico anacrónico? Já que Portugal teria
sido uma metrópole colonialista europeia que explorou as riquezas de suas colônias
e escravizou populações negras e indígenas na América e na África, agora seria
a vez de dar voz à cultura dos oprimidos, em detrimento da Europa elitista e
opressora?", perguntaram-se em artigo publicado no jornal Folha de S.
Paulo dois professores universitários brasileiros, Flora Bender Garcia e José
Ruy Lozano, indignados com a decisão.” (DN, Lisboa)
Não podemos
negar a importância da literatura portuguesa na memória e na vivência dos
brasileiros. Temos grandes escritores brasileiros porque o passado, o primórdio
da nossa literatura é a literatura portuguesa. Como então apaga-la de nossa
memória?
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