Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://lcamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Wilson Gelbcke, um dos membros mais ilustres do Grupo
Literário A ILHA, nos deixou, recentemente: foi fazer prosa e poesia com Júlio
Queiroz, Quintana, Coralina. Um grande romancista, um grande escritor da
literatura produzida em nosso Estado, é um dos mais importantes representantes
da literatura catarinense e brasileira.
Produziu
obras importantes dentro do gênero romance, como “A Máscara de Capelle”, seu
primeiro romance, publicado em 1997, e desde então não parou mais. Em seguida
veio “Vindita do Historiador”, um romance à altura de um Don Brown, “A terceira
Moeda” e “Ás de Ouros”. Mas não foi só este gênero que o grande escritor
praticou. Ele produziu infanto-juvenis, contos, poemas e biografias. Foi autor
premiado e muitos outros prêmios lhe seriam concedidos, se todos os seus livros
tivessem sido publicados por editoras de âmbito nacional.
Gelbcke
nasceu em São Paulo, em 1933, mas viveu grande parte de sua vida em Santa
Catarina e produziu sua literatura aqui, depois que aposentou-se. Era um escritor
ativo, dinâmico e versátil, produzia
constantemente e prestigiava os seus pares sempre que havia algum acontecimento
literário ou cultural. Estava sempre presente às feiras do livro da região e
nos encontros de escritores e lançamentos de livros. Era presença marcante em
eventos que reuniam artistas e escritores e uma pessoa querida e respeitada por
todos.
Ele nos
deixou em quatro de dezembro de 2019, aos 86 anos. Uma grande perda para a
literatura brasileira e lusófona. Mas ele deixa a sua obra, 17 livros que o
tornam imortal para todos os seus leitores e admiradores e todos aqueles que amam literatura e que
recriarão a sua lavra, ao lê-la. Um dos grandes escritores que já tivemos e
continuaremos tendo, pois a sua obra é imortal.
“Eu acho que vou lutar para as pessoas saberem que devem gostar de
ler”, disse Gelbcke. E ele fez isso: fez palestras, foi à escolas, distribuiu
livros, escreveu – e muito bem – e foi lido. Sua marca, sua obra, jamais vai se
apagar. Não é por acaso que ele é um dos imortais da Academia Joinvillense de
Letras.
E lutou, escreveu muito, escreveu para leitores em formação, sempre tendo
em foco a sua determinação de difundir a leitura, de incentivar o hábito de ler.
Além de ser um
excelente contador de histórias, Wilson
Gelbcke era também pintor, o que permitia que fosse também o autor das
ilustrações de alguns de seus livros e enriquecia ainda mais a qualidade do
texto. Como artista plástico, que pintava e desenhava muito bem, a sua
ilustração favorecia a narrativa, já que ela
estava muito mais integrada à história do que se fosse feita por outra
pessoa. E um livro de grande qualidade com esmerada apresentação, atrai as
crianças e faz novos leitores.
Wilson Gelbcke escrevia histórias como se escrevia antigamente. “A história
tem de ter algo de bom, de bem. Tenho de sentir que tem uma razão nas minhas
histórias”. E ele não abdicou, jamais,
do prazer de escrever. “Nada vai substituir o livro. Ele tem essa vantagem: não
morre.”, dizia. E tinha razão. Sua literatura permanecerá para sempre.
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