Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras, fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 41 anos de trajetória. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
A primavera chega no dia
22 de setembro e o Dia da Árvore chegou um dia antes, para anunciar a mais bela
estação do ano. Infelizmente, acho que não temos muito para comemorar, pois
nós, seres humanos, não sabemos ou não queremos cuidar bem da natureza. Nós não
cuidamos do nosso meio ambiente, não protegemos as árvores que nos dão tudo,
até o ar que respiramos e sem o qual não vivemos. O resultado é um planeta cada
vez mais maltratado e poluído, com cada vez menos condições de dar sustentação
à vida.
Eu não tenho árvores grandes em minha casa, pois
meu jardim é pequeno e é o único lugar onde tem um pouquinho de terra para
plantar. E gostaria, gostaria de ter uma grande área para plantar muitas
árvores e cuidar bem delas.
Nem meus pés de jacatirão tenho mais, que
morreram, mas que floresciam lindamente. Tenho só alguns pés de araçá,
pequenos, embora produzam abundamentemente e dois pés de mamão papaia, dos
quais um já frutificou, mas eu não colho, deixo os mamões para os passarinhos
que vem cantar no meu jardim e nas minhas calhas, nas minhas janelas e no chão
da minha cozinha. Eles me fazem festejar o dia da árvore, eles me lembram da
importância vital do verde para o ser humano.
E por falar em jacatirão, o manacá-da-serra,
aquela variedade de jacatirão do inverno, que floresce em julho, ainda está
florido, fazendo companhia para os ipês, que estão cobertos de sol. Já nem sei
mais direito a época de florescência deles, dos ipês, com todo esse descompasso
do tempo, resultado do nosso descaso para com o meio ambiente, que têm mudado
tudo, inclusive as estações.
Dá gosto ver árvores majestosas como o ipê e o
jacatirão exibirem suas flores e suas cores ao mesmo tempo e é uma coisa que
não é normal, pois o manacá-da-serra floresce em julho, dificilmente alcançaria
a florada do ipê. E a nossa primavera entra, assim, ornada com as flores
douradas do ipê, que irradiam luz, e as flores do jacatirão-manacá, que ainda
persistem. Persistem, apesar do nosso descaso para com Mãe Natureza.
Como eu já disse em outra crônica, eu gosto de
árvores. Gosto de muitas coisas: de um sorriso de criança, de um rio de águas
claras, de flores, campos e praças. Gosto de natureza, simplicidade, pureza, de
terra, mar e de sol. E gosto muito de árvores. Gosto delas na primavera, no
inverno, no verão e até no outono. Gosto do verde das árvores, gosto da cores
das suas floradas, gosto da sua sombra, dos seus frutos. Gosto de árvores
pequenas, médias e grandes, símbolos da natureza. E parabenizo a todas elas,
que nos dão tanto, a todos nós, até purificam o ar que respiramos e
nós cuidamos tão pouco delas...
Que não nos lembremos de refletir sobre o valor
das árvores em nossas vidas apenas num dia do ano reservado a elas. Precisamos
nos conscientizar que sem elas, não sobreviveremos neste planeta que já foi
mais azul. Se não protegermos nossas matas, nosso verde, a água desaparecerá e
tudo virará deserto. E a vida não resiste em desertos.
Todo dia é dia das árvores, é dia da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário