Por Luiz Carlos Amorim – Escritor,
editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que
completou 36 anos em 2016. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
– http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
Dia dos Pais
se aproximando e deixa mais vivo na memória que minha filharada está tão longe,
que a casa está vazia e isso dá uma saudade danada. Fernanda mora em Nice, na
França – embora more quase perto do local do atentando, ela não tinha ido ao
desfile, ufa! -, mas embarca pelo mundo
e não tem ficado muito lá. Daniela está em Lisboa e ela e Pierre Aderne também viajam
bastante, mas não têm vindo ao Brasil.
Estivemos
em Lisboa em junho, eu e Stela, para matar um pouco da saudade de Daniela e
Pierre e Fernanda esteve aqui nos primeiros meses de 2016, para ajudar na
convalescenca da mãe, que fez um cirurgia delicada no final de 2015. Mas ah,
que falta que elas fazem!
E o Dia dos
Pais não só aumenta a saudade, mas me faz pensar no privilégio de ser pai. É
interessante que até algum atrás, quando era um pouco mais jovem, eu achava que
era um ótimo pai. Mas o tempo foi passando, a gente começa a ver tudo com mais
clareza e comecei a tomar consciência de que não fui aquilo tudo como pai das
minhas filhotas.
Queria ter
ficado mais tempo com elas, queria ter vivido mais a infância delas, queria ter
aprendido mais com Fernanda e com Daniela, queria ter trabalhado menos e vivido
mais a adolescência delas. Queria ter aprendido com elas a dar mais carinho, a
expressar melhor os sentimentos, queria ter sido mais pai. Queria não ter
ficado longe delas por dois anos, por causa do trabalho, vendo a família só no
fim de semana. Isso faz falta.
Sei que
fizemos alguma coisa certa, eu e Stela, pois nossas meninas são pessoas
educadas, inteligentes e capazes, assim como solidárias e carismáticas. Mas sei
também que eu poderia ter sido um pai melhor.
Então, o
grande presente que tenho, sempre, em qualquer dia, até no Dia dos Pais, é ter
sido pai de pessoas de almas e corações tão grandes e abençoados. O tempo de
vê-las crescer foi o tempo mais feliz da minha vida.
PS.: Já
passou tanto tempo, mais de trinta anos, mas ainda não consigo escrever sobre a
perda de nossa pequena Vanessa, que se foi muito rápido, no dia seguinte ao de
sua chegada. Ainda dói muito.
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