Por Luiz
Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo
Literário A ILHA, com 36 anos de trajetória. Cadeira 19 na Academia
SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
O Varal do
Brasil, capitaneado pela escritora catarinense Jacqueline Aisenman, em Genebra,
na Suiça, encerrou suas atividades. Não porque sua idealizadora e realizadora
não quisesse mais praticá-lo, mas por uma imposição de saúde, infelizmente. Ela
teve que reduzir o ritmo, cuidar mais de si, recomeçar devagarinho. E fez
muito, enquanto o varal existiu.
O trabalho
do Varal do Brasil, de divulgar a literatura de língua portuguesa, foi de uma
importância ímpar, para todos que a produzem, sejam de que país forem. Eu, que
faço um trabalho parecido, mas menor, há 36 anos, com o Grupo Literário A ILHA,
sei bem da grandeza do seu trabalho. A revista Varal do Brasil, as antologias,
os sítios na internet, as participações no Salão Internacional do Livro de
Genebra integraram autores dos países lusófonos e levaram a sua produção para o
mundo todo.
A
literatura fica órfã desse grande canal que foi o Varal do Brasil. Outros
trabalhos parecidos, como o Grupo Literário A ILHA, que que já publicou várias
antologias, publica a sua revista há 36 anos e a distribui para todo o mundo em
suas versões virtual e impressa, com autores de vários países; que publica,
também, trabalhos de escritores de todas as partes no portal PROSA, POESIA
& CIA., que praticou e pratica projetos como o Varal da Poesia, Poesia
Carimbada, Poesia na Escola, O Som da Poesia, etc., continuam, mas não
preencherão jamais a lacuna que o Varal deixou.
Mas além de
ter dado visibilidade a centenas de escritores, o Varal do Brasil deixa um
exemplo que não pode deixar de ser seguido: criou espaços para a literatura sem
preconceitos, sem restrições, sem frescuras. Mostrou que é possível continuar o
que começamos lá nos anos oitenta, aqui em Santa Catarina, que é abrir espaços
para os novos escritores – e para os não
tão novos, também -, incentivar a
leitura e a escrita, para que se produza mais e melhor, sem depender da
“cultura oficial”. Que se arregaçarmos
as mangas e encararmos o trabalho, o resultado aparece.
Continuaremos
a sua luta, Jacque, e contamos com você em nossas fileiras. Sempre. Os
escritores que tem como língua oficial a Língua Portuguesa jamais esquecerão o
que foi o Varal do Brasil.
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