Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador
e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 36 anos de trajetória, cadeira 19
na Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
– http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
Há algum tempo, uma apresentadora de telejornal, ao
chamar mais uma das tantas matérias sobre o abandono das escolas, por parte do
Estado, disse uma coisa muito importante, para a qual venho chamando a atenção
faz um bom tempo: se não tivermos escolas em condições de receber os
estudantes, se não tivermos professores bem pagos e um conteúdo curricular
minimamente apropriado, não podemos esperar que tenhamos cidadãos educados,
esclarecidos, produtivos e honestos.
Com a violência, o banditismo e o tráfico de drogas se
intensificando cada vez mais, a apresentadora responsabilizou o abandono da
educação pela formação de terroristas e bandidos. E esse abandono é visível
para quem quiser ver, conforme a televisão e os jornais vem mostrando: escolas
estaduais interditadas por absoluta falta de condições de receber alunos e
professores, caindo aos pedaços, literalmente.
Todo ano é a mesma coisa: com quase três meses de
férias escolares, o Estado deveria providenciar, nesse espaço de tempo, para
que fossem feitas obras de reforma em várias escolas públicas. Mas não é o que
acontece. As aulas iniciarão e as escolas continuarão, muitas delas, em mau
estado. O que será das crianças que precisam estudar? Vão entulhar dezenas de
estudantes em pequenas e precárias salas, piorando ainda mais a qualidade do
ensino que já vem sendo sucateado pelo poder público, a nível nacional, há
tanto tempo?
Como disse a apresentadora, com esse tratamento à
educação, como não esperar a escalada de terrorismo que vem se instalando pelo
mundo? E o descaso não é só com a educação. É com a saúde, com a segurança, com
tudo. Não temos policiais nas ruas. Não há policiais suficientes e os que
existem estão prestando serviço em gabinetes de repartições públicas, para
políticos, na maior parte das vezes. No que diz respeito à saúde, as pessoas continuam
empilhadas nos corredores de hospitais, esperando, esperando e esperando para
serem atendidas. Morrendo à espera. Sem médicos, sem enfermeiros, sem
equipamentos, sem remédios, etc.
Senhores administradores da coisa pública, em todos os
níveis, está na hora de dizerem a que vieram. Está na hora de trabalharem, de
fazer o seu trabalho. E quanto a nós, cidadãos e eleitores, está na hora de
cobrarmos providências, de tomarmos providências. Já é hora de se fazer alguma
coisa. Já está mais do que na hora. A corrupção e o abandono, o descaso com a
coisa pública e com o povo, finalmente conseguiram falir o Brasil?
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