Por Luiz Carlos
Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente
do Grupo Literário A ILHA, com 36 anos de trajetória, cadeira
19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
– http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
Ano novo, tarifa nova do transporte coletivo de Floripa, e de
tantos outras cidades pelo Brasil, que sofrem de problemas
parecidos. Sem nem considerar que
o último reajuste já chegava a um patamar muito alto, volto a
lembrar que as
tarifas cobradas pelo transporte urbano na capital catarina são
das mais caras
do país, levando em conta o tamanho do percurso total de cada
linha e outros
detalhes mais. Há linhas em que o trajeto não chega a cinco
quilômetros, como o
Corredor Continente, antigo Jardim Atlântico, que custa R$ 3,90.
E, seria irônico se não fosse vergonhoso, a capital catarinense
ainda paga um
“subsídio” de três milhões de reais mensais às empresas de
ônibus, conforme a
própria imprensa divulgou recentemente, a título de pagamento
das passagens de
estudantes, que pagam menos, especiais e idosos. Traduzindo:
nada é de graça,
qualquer coisa “gratuita” ou mais barata, alguém vai ter que
pagar. E somos
nós, cidadãos, que pagamos. Pagamos a passagem de ônibus duas
vezes. Porque
esses três milhões mensais são pagos com dinheiro público.
E que dinheiro é esse? Dinheiro público é composto do imposto
que pagam os
mesmos cidadãos que usam o transporte urbano que custa tão caro.
Se tivéssemos
bons ônibus, em quantidade ideal, em horários suficientes, tudo
bem. Mas na
última vez que as passagens subiram, suprimiram linhas,
diminuíram horários e
pioraram ainda mais o que já não estava bom. Os usuários das
linhas suprimidas
tiveram que passar a usar outras linhas, aumentando ainda mais a
lotação dos
ônibus que circulam nos horários de pico.
Os horários dificilmente são cumpridos. Há linhas nas quais o
ônibus deve
passar de vinte em vinte minutos, mas a gente fica esperando por
ele durante
meia hora e quando finalmente passa um, vem outro logo atrás, às
vezes dois,
como já vi, fazendo uma fila de três ônibus da mesma linha.
E o poder público ainda fala que o povo deveria usar ônibus e
deixar o carro em
casa, para melhorar a mobilidade na cidade. Quem fiscaliza esse
estado de
coisas?
Como já se disse, “é preciso tratar o transporte coletivo como
questão pública,
não como negócio privado.”
E para isso precisamos de uma administração pública eficiente,
que faça o que a
cidade precisa e não o que dá lucro para uns e outros.
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