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terça-feira, 2 de junho de 2009

OS LIVROS RECOLHIDOS E A DESCULPA DO ESTADO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com )


Sou obrigado a voltar ao assunto. Lembram do meu artigo sobre o escândalo dos 130.000 livros comprados pelo Estado, por um milhão e meio de reais e que depois foram recolhidos? Pois é, a história estava mal contada e continua sem explicações.
O Anexo de hoje, 2 de junho, traz uma matéria sobre a polêmica do recolhimento, pelo Estado, dos 130.000 livros que haviam sido comprados e distribuídos às escolas públicas de segundo grau.
Nessa mesma matéria, há a informação de que “a compra dos livros ocorreu por meio da lei que determina que o Estado adquira livros de autores da terra, selecionados pela Comissão Catarinense do Livro, para bibliotecas municipais catarinenses.”
Há que se esclarecer alguns pontos sobre essa afirmação. Primeiro, a lei Grando, que é a lei mencionada, não foi cumprida até agora, apesar de ter sido promulgada há quase vinte anos. Segundo, para comprar livros através dela é necessário que se publique o edital para seleção dos livros a serem comprados. E o edital ainda não saiu, está para ser publicado pela Fundação Catarinense de Cultura, por esses dias, segundo informação da Assessora de Imprensa da FCC,por e-mail. Terceiro, o edital é para aquisição de 300 (trezentos) exemplares de cada obra selecionada e não 130.000 (cento e trinta mil).
Como já perguntei em outro artigo, desde quando o Estado compra livro indicado para o Vestibular para cada um dos alunos do segundo-grau da escola pública catarinense?
De quem partiu a idéia de comprar essa quantidade imensa de exemplares de uma mesma obra, sem ao menos ler a obra para saber se era apropriada, provocando o recolhimento e transformando em pó um milhão e meio de reais, dinheiro tirado do imposto suado pago pelo cidadão catarinense? Quem autorizou esse gasto? E a tal licitação, que foi citada pela Secretaria de Estado da Cultura em todos os jornais, há alguns dias, dá a idéia de que havia pelo menos três editoras publicando e vendendo o livro, o que não é verdade. A editora é uma só.
Então toda essa história está muito mal contada. Usar a Lei Grando como desculpa não está colando.
Quem se habilita a contar a verdadeira história?

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