Por Luiz Carlos Amorim
- Escritor, editor e
revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 36 anos de
trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras.
A reforma
da previdência é inadiável, não se pode negar, outras reformas também são, e
qualquer que fosse o presidente no poder teria que fazê-las, obrigatoriamente.
Não importa se desse ou daquele partido, as reformas são urgentes. Aliás, já
deveriam ter sido feitas há muito tempo, e esse é um ponto importante, que deve
ser levado em conta: não gosto do atual presidente, acho que é, simplesmente, o
“político” padrão da atualidade - e isso não é um elogio, absolutamente , mas
tenho que admitir que o estado em que se encontra o Brasil hoje, quebrado, não é coisa do governo dele, a não ser pelo
fato de que ele já fazia parte do governo anterior. O estrago já vem de bem antes. A contenção, a ocultação dos
problemas, pelos últimos governos, o
fato de esconderem a verdadeira situação de tudo neste país e de escamotearem,
de maquiarem as coisas, de segurarem preços que precisavam ser atualizados, para
parecer que tudo ia bem, tinha que
resultar num estouro, num desmascaramento. Algum dia a verdade teria que
aparecer, e apareceu. Estourou na mão dos próprios “governantes” que provocaram
tudo, mas tiveram a sorte de tirar o corpo fora na hora certa e deixar o
abacaxi nas mãos de outros sedentos de poder a qualquer custo, que também só
querem fazer com que alguém pague a conta. E adivinhem quem é esse alguém? O
povo, claro.
Então, aí
está o país falido, roubado, acabado. E os “políticos” de plantão em polvorosa,
projetando uma reforma da previdência que vai fazer o cidadão brasileiro
trabalhar até morrer: para se aposentar, ele precisará contribuir por 49 anos.
O interessante é que os políticos “desviam” o dinheiro público e quem tem que
repor o que foi roubado é o povo, o cidadão brasileiro. O mesmo cidadão que pagou os impostos e taxas
que compõe o dinheiro público, o dinheiro que enche os cofres públicos. Todos
que “desviaram” recursos públicos deveriam devolver aos cofres públicos o que
roubaram, com juros e correção. Mas não é bem o que acontece, muito pouco
dinheiro “desviado” é recuperado. Alguns dos “políticos” que “desviaram”
dinheiro público até estão presos, mas todos devolveram o que foi “desviado”? E
os outros, que nem na cadeia estão? A solução é sempre muito fácil: sumiu o
dinheiro, o povo paga de novo, paga em dobro.
E mais, os
“políticos” no poder são rápidos em querer que os cidadãos brasileiros
trabalhem por, no mínimo, 49 anos, mas não falam em cortar os salários
milionários, privilégios e regallias de veradores, prefeitos, deputados,
senadores, ministros, presidente, etc, que nós, o povo, pagamos. Se fizessem
isso, um bom dinheiro permaneceria nos cobres públicos, para serem usados em
favor do povo, como deve ser. E se não “desviassem” dinheiro público, então, o
país teria dinheiro para tudo o que precisa ser feito na saúde, na educação, na
segurança, na mobilidade e tudo o mais, e todos estariam empregados e
consumindo plenamente, aumentando ainda mais a arrecadação de impostos e, consequentemente,
de recursos públicos.
Perceberam
que não falei a palavra corrupção, em todo o texto? Não precisou, ela está por
trás de tudo e é redundante mencioná-la.
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