Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Começamos a semana indo para o bairro Saldanha, em Lisboa, para
pegar senha para fazer a identidade do Rio, que ele foi viajar, então precisava
de documento. Lá fica também o mercado, um ótimo mercado com peixaria, frutas e
verduras, floricultura, tudo o que é de direito. Uma das melhores peixarias é a
da saudosa Açucena Veloso, que agora empresta o nome ao mercado. Passeamos com
o Rio por lá, ele foi ao parquinho e brincou muito e voltamos de metro. Ele
adorou.
Tomei, finalmente, nesta semana, a minha vacina contra a
covid19. Foi a Pfizer e fiquei dolorido por dois dias e ai não deu vontade de
fazer nada. Na volta da vacina passamos pela Baixa de Lisboa, Praça do Rocio,
Rua Augusta, Praça do Comércio e aproveitamos para comprar uns pastéis de
bacalhau com queijo da serra da Estrela e uns travesseiros de Sintra, ainda que
não originais, para a janta. Comi castanhas portuguesas assadas pelo caminho,
pela primeira vez este ano – comprei na
Areeira, onde fica o centro de vacinação. À noitinha, falamos com o Rio, que
está em Paris e ele está felizão de passear por lá, mas ao ver a gente pediu “quero
ir pra casa”, mas foi só um instante. Tá muito fofão o Rio, como sempre.
No dia 15, não saí de casa, tive um pouco de reação da
vacina, mas foi só dor no ombro. No sábado fomos para Sintra para almoçar lá e
comemos polvo no “nosso” restaurante – sempre almoçamos lá quando estamos em
Sintra – e bebemos a gloriosa sangria da casa, que é a melhor que conhecemos.
Também fomos a Piriquita, para comer o travesseiro de Sintra legítimo e estava
uma fila grande e constante, pois a cidade estava tomada de turistas como se
não houvesse pandemia. Então entramos num café em frente que servia os
travesseiros de Sintra da Piriquita e tivemos a nossa sobremesa. Gostei muito
do travesseiro original, o recheio não é só ovos moles, tem também um pouquinho
de farinha de amêndoa. Mas cá pra nós, o recheio que eu fiz no Brasil estava
quase melhor. Tinha mais farinha de amêndoa e não era tão doce. Não vou contar
isto pra dona da Piriquita.
Passeamos pelo centro de Sintra e fotografamos bastante, mas
como já conhecemos todos os castelos e palácios da cidade, mais o Cabo da Roca,
focamos o olhar naquilo que a gente não tinha tempo de prestar atenção antes: a
paisagem urbana, os prédios mais escondidinhos, etc.
Hoje a senhoria mandou o contrato do nosso apartamento, aqui
pertinho da casa da Daniela, do Pierre e do Rio, nas Amoreiras, pertinho do
Príncipe Real e do Rato. Perto de tudo: do Jardim da Estrela, do Shopping
Amoreiras, de Campo de Ourique, do Parque Eduardo Sétimo, que fica numa das
pontas da Avenida da Liberdade – na outra fica a Praça do Rocio, quer dizer, fácil
de ir para a Rua Augusta, beira do Tejo, etc. Entramos no começo da semana próxima.
E a pandemia, apesar de não parecer, com a quantidade de
gente que há nas ruas e em todo lugar, continua aí. As mortes continuam
acontecendo e o número de confirmados também.
A CPI da Covid
decidiu alterar, na terça, o cronograma para os últimos dias de trabalho da
comissão e, com isso, desistiram de um novo depoimento do ministro da Saúde
Marcelo Queiroga – esse seria o 3º. No lugar dele, os senadores pretendem
convocar o médico Carlos Carvalho. Ele é o responsável por coordenar um estudo
com parecer contrário ao uso dos remédios do chamado "kit Covid" no
combate ao coronavírus. Propagandeados pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo
de toda a pandemia, os medicamentos são comprovadamente ineficazes contra a
doença.
Na quarta, foi divulgado que o Brasil passou da marca de 100 milhões de pessoas totalmente imunizadas contra a
Covid.
São 100.499.968 vacinas aplicadas em segunda dose ou dose única – isso equivale
a 47,11% da população do país. Dados registrados às 20h do dia 13. Entre
os que estão parcialmente imunizados, já receberam a primeira dose quase
149.950.990 (70,29% da população). A dose de reforço foi aplicada em
2.704.015 pessoas (1,27% da população).
O relatório
final da CPI da Covid deve pedir o indiciamento de Bolsonaro por 11
crimes na
condução da pandemia de coronavírus. Ministros, ex-ministros e filhos do
presidente também devem ser responsabilizados. Em quase seis meses de
trabalhos, a comissão interrogou 59 pessoas. O relatório deve ser lido na
próxima terça-feira (19), e a previsão é que a votação ocorra na quarta-feira
(20). Se for aprovado pela maioria dos senadores da CPI, o relatório será
enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá a tarefa de conduzir
as investigações sobre os indiciados com foro privilegiado, caso de Bolsonaro,
de ministros e de outros parlamentares. Será? A PGR é que deve conduzir
investigações? O capacho do presidente? Sei não...
Devido às equipes reduzidas trabalhando nos municípios, os
números de casos e mortes registrados no sistema nacional ficam abaixo do
normal, como visto em feriados anteriores e finais de semana; como
consequência, apontam uma queda maior que a esperada na média móvel (que leva
em consideração os dados dos últimos 7 dias). Por isso, a queda deve ser
avaliada com cautela. O
Brasil registrou na sexta-feira 526 mortes por Covid-19,
com o total de óbitos chegando a 602.727 desde o início
da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos
últimos 7 dias ficou em 319 --abaixo da marca de 400 pelo quarto
dia seguido.
Então a queda da curva não é real, precisamos continuar
tomando cuidado, embora cuidado é o que menos vemos por aí. A pandemia não
acabou, infelizmente.
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