Por Luiz Carlos Amorim – Escritor,
editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e
presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Hoje,segunda-feira,
13 de abril de 2020, choveu pela manhã em Lisboa e friozinho estava bem
gostoso, por isso estava bom ficar na cama. Acordamos quase tarde e já
começamos o dia fazendo festa com Rio.
Verifiquei os e-mails que chegaram, as
mensagens do Whatsapp, li os jornais Notícias do Dia de Florianópolis e o
Jornal da Manhã de Goiânia. As notícias continuam não sendo boas. Aliás, testou
assistindo um canal de notícias brasileiro pela internet, hoje, e a situação no
Brasil parece ainda pior, porque a “politicagem” continua grassando no país e
misturar “políticagem” com saúde não dá certo, nunca deu.
O panorama
do coronavírus fica cada vez mais grave: já são mais de dois milhões de
infectados no mundo – este o número de registros, mas deve haver muitos casos
que não estão nesta estatística – e 115.000 mortes. São números muito elevados e
que só tendem a aumentar, para infelicidade de todos nós.
Aqui em
Portugall, os números apurados agora à noite dão conta de que existem 16.934
infectados e 535 mortos. A imprensa internacional está dizendo que, dos países
ricos, Portugal é o país que está lidando melhor com a pandemia. E acho que está
mesmo, porque o povo está comprindo as determinações, existe muito pouca gente
nas ruas. As pessoas estão em casa.
O meu
Estado, Santa Catarina, está com 776 infectados contabilizados até agora e 24
mortos. Não estão publicando o número de suspeitos da doença. Será que é pra
não sabermos que o número de testes é muito pequeno? O governo de Santa
Catarina está começando a liberar algumas atividades, as pessoas estão
começando a sair de casa e as ruas já estiveram bastante movimentadas nesta
segunda-feira, na capital, apesar de o prefeito de Florianópolis ter estendido
o isolamento por mais uma semana.
Tento
acompanhar as notícias do Brasil por canais brasileiros de notícias e por
jornais que assino de lá. A verdade é que, pelo que se pode perceber, o número
de infectados no Brasil é pequeno – em relação ao tamanho do país -, porque o
número de testes também é muito pequeno. Então a estatística que nos é
apresentada não espelha, por mais que queiramos, a verdade. Infelizmente deve
haver mais casos do que já foi detectado, testado.
E para
agravar ainda mais a situação do aumento de casos, há uma guerra “política”
entre o governo e a Saúde, com o Ministro da Saúde tentando manter as pessoas
em casa, para minimizar o contágio, e o presidente tentando tirar as pessoas de
casa, mandando-as trabalhar. Claro que o resultado desta pandemia vai ser desastroso
para o nosso futuro, para o futuro de todo o mundo – talvez não para a China -,
mas será que devemos priorizar a economia em detrimento das pessoas? É melhor
diminuir os efeitos da pandemia na economia e deixar o contágio correr solto e
matar um número enorme de pessoas, como
na Itália, na Espanha, nos Estados Unidos, ou até pior?
Vejo tudo
isso e fico assustado. Não sei para que Brasil voltarei, daqui a alguns meses. E
terei que voltar, mais cedo ou mais tarde. Só espero que a curva da pandemia,
da qual tanto falam, não suba muito e chegue ao seu ápice rápido, para começar
a descer. Infelizmente não sabemos como será o amanhã, mas poderíamos tentar,
no mínimo, evitar o contágio, para que menos pessoas morram.
Estou
saindo de casa o mínimo possível, como indicado por aqui, pois cada um que fica
em casa é uma infecção a menos. Nesta tarde de segunda procurei me atualizar
sobre o que está acontecendo em vários lugares, pois tinha deixado de ver tv,
ouvir rádio, ler grandes jornais, ver notícias na internet, ando até evitando
faces e whatsapps da vida. E vi que o Brasil parece não estar levando a sério a
gravidade desta pandemia. Uma pena. Mas esperemos que amanhã seja melhor.
Precisa ser.
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