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quinta-feira, 16 de abril de 2020

DIÁRIO DA PANDEMIA - 16.04.2020





                                               Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Vi a crônica da Urda, nesta quinta-feira, dia 16 de abrill, mas só li a primeira linha, porque tenho que escrever a minha e colocar no blog. Em seguida, porém, vou ler, porque não perco uma. Urda é a nossa romancista catarinense e a cronista do coração, também. Do coração dela e de todos nós.
Ela dizia, iniciando o diário: “Hoje fui ver o mar…” E eu já fiquei com inveja, aqui, pois o mar que ela vê é o mar da Enseada de Brito, no litoral da Grande Florianópolis, o paraíso dela e do Zorrilho, do Atahualpa, da Teresa Batista e da Domitila – os três primeiros são cães e a última é uma gata. Eu eu digo que fico com inveja porque o paraíso da Urda é lindo e dá vontade de ir lá visitá-la. Pena que é um pouquinho longe, mas na verdade nem é a questão da distância, todo um oceano pra atravessar. É que a gente não pode viajar, mesmo. Temos mais é que ficar em casa, para ludibriar o vírus virulento.
A minha sorte é que a Praça do Comércio, ou o Terreiro do Paço, como queiram, fica à margem do Tejo, e é pertinho daqui do Chiado. Então, uma ou duas vezes a gente saiu para ir ao supermercado e fomos dar uma sapeada na beira do Tejo, dizer olá, ver como ele está. Não vi lá as tainhas, não sei se não é tempo agora, mas elas são um espetáculo à parte. Aqui não se come as tainhas do Tejo.
Na verdade, queria ir a muitos lugares aqui em Portugal, mas com esse coronavírus que jogaram em cima de nós, nada de sair, precisamos ficar aqui, sossegadinhos, torcendo para que essa pandemia acabe logo e a gente possa voltar a viver quase normalmente. Quase normalmente, porque é claro que não vamos mais voltar ao nosso normal de antes tão cedo. A economia do Brasil, do mundo, estará destroçada e precisaremos de força para continuar lutando para recuperar tudo o que perdemos, que não é pouco, a começar pelos empregos e pelo funcionamento das empresas, para que os empregos sejam possíveis.
Hoje não arredei pé de casa de novo, até precisava ir à farmácia para comprar vitamina C com selênio, que aqui não tem Prevelip, e um desodorante 48 horas, que o que eu trouxe do Brasil tá acabando.  Amanhã, se der tempo bom, eu vou. Talvez precise ir no supermercado, também. Mas não é pra comprar pão, não. O Pierre está trabalhando com a massa mãe dele, um fermento natural e tem feito pães e mais pães, ele, a Stela e a Dani.
Hoje choveu de manhã e um poquinho à tarde, até saiu um solzinha na Luzboa, mas as nuvens estavam lá, toldando o azul do céu de brigadeiro, que estava sempre aqui. Moramos sete meses aqui, no ano passado, e quase não vimos chuva. Desta vez está chovendo um poquinho mais, mas nem reclamo, porque como já disse, em uma crônica do meu novo livro de crônicas sobre Corupá, a minha terra, que estou terminando: gosto do barulho da chuva na janela, no telhado, nas calhas. E uma boa chuva, por aqui é bom, pois vai encher as albufeiras e, assim, não teremos nenhuma ameaça de problema com água.
Então é isso: hoje fiquei de novo com a bunda quadrada de tanto ficar sentado, mas quase terminei meu livro. Agora é fazer a revisão para mandar para a editoração. Depois volto à minha antologia de contos e em seguida começo a tratar da edição de aniversário da nossa revista SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA, que completa quarenta anos de circulação no próximo mês de junho. Então, vamos trabalhar. Em casa. Só saia se for indispensável.
Hoje não falei dos números da pandemia e da bagunça politiqueira no Brasil. De propósito. Não li jornal, não assisti telejornal, não ouvi rádio. De proposito, pois é preciso tirar uma folga de tanta coisa negativa. Até comecei a ver uma comédia, mas meu Popcorn Time travou. Amanhã falamos de novo.

6 comentários:

  1. Bom dia mano...muito bom o seu diário...deu até uma saudade de Florianópolis,de praia...Como.você falou aqui no Brasil..uma bagunça só...não vale a pena assistir a TV,bem ler os jornais...é só para se estressar..e vamos continuar em casa e usando máscaras..e Da-lhe costurar para aproveitar o tempo...tudo de bom para você mano..bjs no seu ❤

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  2. Que delícia, curtir teu diário!! Bom dia amigo!
    Abraço

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  3. Que delícia curtir teu diärio!!
    Sempre interessante!!
    Abraço amigo!

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  4. Me senti caminhando pelos lugares... Que gostoso poder passear novamente, mesmo que pela imaginação! Valeu, amigo!

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  5. Legal Luiz. As vezes, quando você fala da Urda nos teus trabalhos, fico pensando que preciso ver e falar com ela uma hora dessas, pois trabalhei com ela alguns meses quando entrei na caixa. Aqui continuam dias bonitos e ensolaradosmss já estamos precisando de uma chuva. Com relação aos pães. Bem lembrado, acho que vou fazer pão aqui em casa também. Hehehehehe. Abraço.

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  6. Oi Amigo, gosto mto das tuas crônicas, me faz sentir + petto da terrinha... Tbm ñ vejo tv, só fala a mesma coisa, prefiro ouvir música e faço minha caminhada d 3 km, assim mantenho meu astral a flutuar... Tbm gosto do mar, me faz sentir + livre, sagitariana é
    assim rsrsrs... Abraços a tds...

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