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sexta-feira, 17 de abril de 2020

DIÁRIO DA PANDEMIA - 17.04.2020


    
O sol de Luzboa, da minha janela no Chiado.


 Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Chega mais um final de semana – e nada de “hoje é sexta-feira”, porque vamos continuar em casa do mesmo jeito.  Hoje, 17 de abril,l  apesar do sol na Luzboa, não fiz nada. Não li um livro, não escrevi nada, a não ser esta crônica, não fiz a revisão do meu novo livro de crônicas que acho que consegui terminar, não saí, apenas li dois jornais, brinquei com o Rio, nosso bom humor salvador, e criei coragem para assistir a CNN Brasil. Mas antes de falar nisso, argh!, quero dizer que ouvi música. Não, hoje o Pierre Aderne também não tocou nada, apesar de ter o espetáculo Rua das Pretas on line, amanhã, lá pelas dez da noite, se não me engano. E vai estar imperdível, muitos convidados, via Zoom.
Vi um post da Maura, no Face, onde ela colocou o linke de uma música antiga, muito antiga, mas que é linda, traz saudades de um tempo que já vai meio longe e diz muito de hoje, na sua letra. Trata-se de “Alone Again” – Sozinho, novamente, com Gilbert O´Sullivan.Eu ouvi a música umas duas ou três vezes, pois sempre gostei dela, e agradeço à Maura pelo flashback. Eu, graças a Deus não estou sozinho, estou aqui no nosso apartamento no Chiado, em Lisboa, com a Stela, a Daniela e o Pierre e o Rio, que encanta nossos dias, apesar da pandemia que grassa lá fora. Mas penso em amigos que realmente estão sozinhos, como a Maura, aqui em Portugal e no Brasil e queria poder ir lá fazer companhia a eles, ou convidá-los para virem aqui, que seria um grande prazer recebê-los. Mas o vírus virulento não deixa. Então abraço-os virtualmente e mando-lhes o meu carinho e o meu diário, para dizer-lhes do meu dia e que estou com eles em pensamento.
Ouvi também música infantil com o Rio e ouvi música clássica – Vivaldi e outros grandes compositores – também com o Rio. Ele gosta. E eu também. Sempre gostei de música clássica, desde bem pequeno. Um dos discos que eu tinha na minha adolescência, junto com alguns da Jovem Guarda, era de Mantovani e Orquestra, executando Mozart. Uma lástima que o festival de música clássica que existe aqui em Lisboa, mais ou menos nos moldes de Festival de Música de Santa Catarina, em Jaraguá do Sul, não vai acontecer este ano. Ano passado fomos assistir, no Centro Cultural de Belém, e foi uma beleza.
Mas vamos falar do coronavírus e das suas implicações, essa peste que se abateu sobre nós. O pior é que não dá pra saber quando ela vai terminar, se já atingimos pico – parece que ele ainda está por vir, mais dantesco do que já está. E quanto mais a pandemia se arrasta, mais incerto será o futuro, pois a economia dos países, do mundo, vai ficando cada vez mais prejudicada. Mas temos que ter fé.
O problema é ter essa fé quem é brasileiro, com a bagunça que vem acontecendo na politicália do Brasil. O Ministro Mandetta foi demitido ontem, depois de mais de uma semana ou duas de ameaças. Deram posse hoje ao novo ministro, que não tem uma ficha nada boa e uma fama pior ainda. Vi umas entrevistas dela falando de velhos, antes de ser indicado para ministro da Saúde, e fiquei preocupado. Paralelo a isso, o presidente do Brasil, que dá cada vez mais mostras de desequilíbrio, ao mesmo tempo que demitiu o ex-ministro, declarou guerra ao Rodrigo Maia, que também não é flor que se cheire. Aliás, algum “político” é? Talvez para tentar desviar o foco da demissão do ex-ministro da Saúde, será?  O presidente parece não se dar conta de que é óbvia a inveja que ele sente da popularidade do ex-ministro Mandetta. E eu nem sei se é pra tanto.
A verdade é que está rolando um diz que diz que, bem baixaria, que não se coaduna com um cargo como o de presidente do nosso país. Infelizmente, é esse o panorama do coronavírus no Brasil: virou guerra de poder,  de egos, bem baixo nível. Como será o combate ao covid-19 daqui em diante e o que será feito para frear a pandemia no Brasil, ninguém sabe. Esperemos que o novo ministro,que jurou fidelidade eterna o presidente, faça o seu trabalho com eficiência. A curva continua subindo, para terror de todos nós. No Brasil, hoje, já são 2.141 mortos e 33.682 casos de contaminação. Em Portugal, 657 mortos e 19.022 contaminados. Então é preciso trabalhar e não perder tempo.
Independente do que seja feito, procure só sair de casa se for imperativo que o faça. Não vamos dar facilidade para que o vírus se alastre ainda mais. Use máscara, obedeça a distância entre pessoas, se tiver que sair, no ambiente de trabalho, etc. Vamos evitar a contaminação.

Um comentário:

  1. Acredito que assim muitos estão vivendo hoje, acompanhando notícias, escutando uma música, lendo crônicas! Parabéns!

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