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sábado, 28 de março de 2015

O DESTINO DO MEMORIAL CRUZ E SOUSA



       Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor  - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.b

Passou o aniversário de nascimento de Cruz e Sousa, em novembro,  passou o aniversário da Capital e passou o aniversário da morte do maior poeta catarinense, em 19 de março, tudo em branco. Cento e desessete anos que o poeta, filho desse chão catarinense de renome mundial, se foi e nem a reforma do seu “Memorial”, um puxadinho atrás do Palácio Cruz e Sousa, inaugurado em 2010, depois de anos de atraso, abandonado desde então, foi providenciada.

O Memorial ficou entregue ao tempo, sem nunca ser usado, nem com eventos culturais, nem para visitação, finalidades primeiras do lugar, só deteriorando sem nenhuma manutenção. Várias promessas já foram feitas, por sucessivas “administrações” da Fundação Catarinense de Cultura, mas nenhuma obra sequer foi iniciada. Anos se vão e novos anos se iniciam, sempre com promessas, mas nunca nenhuma foi cumprida. A morada do grande ícone do Simbilismo virou depósito de móveis velhos, caindo aos pedaços. Que Estado é esse que não respeita seus maiores nomes? Pra que Secretaria de Esporte, Cultura e Turismo, Fundação Catarinense de Cultura, etc., se não preservamos a memória do maior representante da cultura  e da arte deste Estado?

Mas tem mais. Filipe Mello, à frente da Secretaria do Esporte, doTurismo e da Cultura, em Santa Catarina – ele é contrário ao desmembramento da pasta, para que se crie uma secretaria esclusiva para a cultura - deu entrevista a três jornais catarinenses, no último final de semana, sobre as ações principais que deve implementar nos próximos cinco anos no cargo.

Muito louváveis as providências que serão tomadas – e necessárias, inadiáveis. Mas pelo menos um ítem causa estranhamento. Como todo o imenso atraso, até agora, na reforma do Memorial Cruz e Sousa, olhem o que o secretário diz sobre a sua “reforma”: “O Memorial Cruz e Sousa foi inaugurado em 2010 e o Deinfra, que fez a fiscalização da obra, entendeu que a forma de execução da empresa contratada na época não foi correta. Há uma ação judicial proposta pela Procuradoria do Estado para que a empresa devolva os recursos e seja penalizada. Independentemente disso, já estamos desenvolvendo um projeto de reutilização dos jardins do Palácio Cruz e Sousa, que prevê a disponibilização do espaço, por meiod e uma taxa cobrada pela FCC, para apresentações artísticas, casamentos, lançamentos e eventos de negócios, por exemplo.”

Perceberam que não se falou da reforma do Memorial, mas “utilização dos jardins”? Quer dizer que o Memorial Cruz e Sousa vai virar um salão de festas de aluguel? Grande homenagem ao maior poeta catarinense, não?  Será que depois de todo este tempo abandonado, por incompetência do  Estado, ele vai desaparecer definitivamente? Seria a cereja do bolo. O cúmulo do desrespeito, primeiro para com Cruz e Sousa e depois para com o povo catarinense.

A presidente da FCC também foi à televisão falar do Memorial, e deu a seguinte desculpa para não terem feito nada com relação às reformas no decorrer de todos esses cinco anos: não mexeram na construção, para que pudessem cobrar da construtora, que não fez o serviço corretamente. E esperaram cinco anos, sem “mexer” para cobrar de uma construtora falida? Desculpa esfarrapada, não? E a fiscalização da FCC e do governo do Estado, que não viu que o serviço estava sendo mau feito?

 Com a palavra, o Estado.

segunda-feira, 23 de março de 2015

FLORIANÓPOLIS, 289 ANOS


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br  

 
E a capital da nossa Santa e bela Catarina completa mais um aninho. Apenas duzentos e oitenta e quatro aninhos, jovenzinha ainda. Há que comemorarmos o fato de se poder viver no paraíso, ainda que este paraíso esteja ameaçado pela falta de segurança, pela falta de estrutura, pela ganância imobiliária e pela ocupação indiscriminada do solo, por “políticos” que passam por ela apenas para usá-la como degrau.
Florianópolis é mágica, não só pela lenda das bruxas, mas pelas belezas de suas praias, da sua ponte quase centenária, de sua lagoa majestosa, de sua gente acolhedora.
Essa terra, abençoada por tanta beleza, cativa a gente de tal maneira, que uma vez aqui, é difícil ir embora, é difícil deixá-la.
As comemorações oficiais já foram mais entusiásticas, em outras épocas. Este ano Florianópolis comemora pouco e timidamente o seu aniversário. Aliás, poderíamos comemorar com a entrega da Ponte Hercílio Luz revitalizada. Mas a pobre senhora está abandonada, como sempre esteve, apodrecendo ao léu, apesar de todo o dinheiro que “investem” nela. Poderíamos comemorar com a entrega do Memorial Cruz e Sousa, nunca utilizado e deteriorado pelo tempo, com promessas várias de reforma, nunca cumpridas. Continua, também, abandonado no tempo. Poderíamos falar de outras obras paradas na capital, que se entregues poderiam ajudar a comemorar o seu aniversário, mas temos que agradecer pelo que ainda temos.

São essas e outras “pequenas” coisas que empanam a festa de aniversário da cidade-capital. Mas a falta de sensibilidade e de amor à terra dos nossos “políticos” não tira os méritos e a magia de Florianópolis.

Feliz Aniversário para a cidade, e que ela inspire seus governantes e seu povo a cuidarem melhor dela, para que possa crescer saudável e feliz.
Comemoremos, então, com um poema: ESSA ILHA - Luiz Carlos Amorim -
Essa ilha catarina / cercada de sol por todos os lados, / é a terra prometida, /,
o paraíso de areia. / A natureza, generosa, /  deu as praias mais bonitas /
a este pedaço de chão. /  E deixou que eu, poeta, /  me quedasse à beira-mar /
para sonhar esperanças, / para cantar a beleza / sem igual da capital.
Florianópolis antiga, /  ao mesmo tempo menina, /  capital da natureza, /
da magia e da beleza.

domingo, 22 de março de 2015

A CULPA É DO POVO. É MESMO?


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br  

Tenho visto, ultimamente, alguns formadores de opinião em jornais aqui do Sul argumentando que os culpados da corrupção no Brasil somos nós, o povo, e não os políticos. Que nós, brasileiros, sempre querendo levar vantagem em tudo, é que incentivamos a corrupção. Até na internet tenho visto este tipo de defesa em favor dos políticos. Respeito a opinião do outro, mas não posso concordar.

E me ofendo, pois eu não estaciono em vagas para cadeirantes, nem pratico outras “pequenas” mazelas, pois tive uma educação decente e sei até onde vai o meu direito e onde começa o direito do próximo. E não acho justo  que me comparem ou digam que sou mais corrupto do que os políticos que estão aí a roubar somas inimagináveis do dinheiro público, dinheiro que é composto  de impostos e taxas que nós, povo, pagamos.

Aliás, é importante dizer que, se parte dos brasileiros tem envereado pelo mau caminho, fazendo tudo para levar vantagem no que for possível, é porque a educação deste país está deteriorada. E quando falo educação, inclua-se aí o ensino, como manda o dicionário. E a educação brasileira está falida por que? Porque ela foi abandonada pelos mesmos políticos que, uma vez no poder, além de dilapidar o país, não valorizaram professores, não fizeram manutenção nas escolas, não as equiparam e foram diminuindo conteúdo programático, dimimuindo o número de horas de aulas durante o ano letivo, etc. Matérias foram sumindo do currículo, nas últimas décadas, o sistema de alfabetização foi mudado – não para melhor -, assim como o ensino da matemática também. A idade de alfabetização de nossas crianças foi alterada de 7 para oito anos, recentemente, numa confirmação, por parte do governo, da derrocada indisfarcável do ensino, da nossa edução, em todos os níveis. Hoje em dia, infelizmente, existem crianças no terceiro, até no quarto ano do ensino fundamental, que não sabem ler e escrever. E não estou atribuindo a culpa disso aos professores, pois além de nem sempre serem devidamente qualificados, eles não são bem pagos. Além disso, há muitos deles, dedicados e abnegados que, apesar de tudo, fazem um trabalho que deveria servir de exemplo para os gestores da educação neste país.

As manifestações do povo, aos milhões, em meados de março, não sensibilizaram os “políticos” brasileiros, pois logo em seguida dinheiro para os fundos dos partidos foi pedido e concedido pelo governo brasieiro.  Coisa de bilhões. Mas para a educação, não há recursos. E não esqueçamos, de novo, que o dinheiro que o governo distribui é o nosso dinheiro, o dinheiro do povo.

Então não venham me dizer que o culpado é o povo, que os políticos são o produto da nossa desonestidade. Sabemos que em todo segmento da sociedade exsitem pessoas boas e pessoas não tão boas, e parece que essas últimas, as mais “espertas”, fazem “carreira” de políticos. O que falta neste país é resgatar a educação, para que tenhamos pessoas mais esclarecidas, honestas e responsáveis. Tudo se resume à educação. Se um povo tem boa educação, ele será mais culto, saberá a diferença entre o certo e o errado e tomará decisões corretas.

Não comparem o povo brasileiro à reles raça de politiqueiros que grassa por aí. Cobrem mais atenção à educação deste país. Exijam um ensino fundamental e médio de qualidade. Pessoas bem  educadas, instruídas, esclarecidas, saberiam votar melhor, por exemplo, e com uma boa educação, teríamos candidatos melhores, teríamos em quem votar.

sábado, 14 de março de 2015

TRIBUTO AO DIA NACIONAL DA POESIA


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br


14 de março é o Dia Nacional da Poesia. No Brasil o dia da poesia é neste dia, porque é o dia do aniversário de Castro Alves, um dos grandes poetas brasileiros. O Dia Internacional (ou Mundial) da Poesia, no entanto, é comemorado no dia 21 de março, por iniciativa da Unesco.

Poesia é a língua universal do ser humano. Poesia é a linguagem do sentimento, da emoção. O
Poeta é esse ser estranho e singular, iluminado, que vê a vida com o coração e tenta passar essa visão a todos aqueles que tiverem sensibilidade para recriar a sua visão. Então quero enviar a minha homenagem a todos os bardos deste imenso Brasil e do mundo, pois é das penas deles que flui a emoção e o sentimento dessa arte que se chama literatura.

É o poeta que torna esse nosso mundo, tão belo e ao mesmo tempo tão conturbado, um pouco mais sensível, é ele que desnuda a alma para que a nossa alma seja menos dura, menos intolerante, mais solidária, mais humana.

É o poeta que nos leva a contemplar o amor, que nos leva a pensar a paz, que nos lembra de que somos irmãos gêmeos da natureza e por isso mesmo precisamos amá-la e respeitá-la, para que ela nos proteja e não nos desampare.

Precisamos comemorar esse dia lendo e produzindo versos, todos nós, pois o mundo atual, tão corrido e tão violento, precisa da singeleza e do lirismo da poesia. O ser humano precisa cultivar a poesia, para não se deixar endurecer ainda mais, para não deixar de ser gente.

Ao contrário do que alguns pensam, a poesia é necessária. Como deixar fluir a alma pelas pontas dos dedos, a não ser pela criação de um poema? A poesia é sentimento, é emoção, é alma, é coração. Como sermos humanos sem tudo isso?

A poesia é mágica, como já disse Quintana – e quem mais poderia dizê-lo? – como neste poema que toma a liberdade de transcrever:

”Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...”

Que mais posso eu dizer? Rendo a minha homenagem a você, poeta, que não deixa morrer a poesia que existe, ainda, em nossas vidas. E rendo minha homenagem a você, leitor, que não deixa morrer a poesia, recriando-a. E viva a poesia mundial, e viva Quintana, e viva nós, poetas e vivam todos os leitores.

segunda-feira, 9 de março de 2015

A REVISTA LITÉRÁRIA MAIS ANTIGA



Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Já está no ar, no portal PROSA, POESIA & CIA., do Grupo Literário A ILHA, em Http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br , a nova edição, de número 132, da revista Suplemento Literário A ILHA, com muita poesia, prosa e mais informação literária e Cultural. Nesta edição, escritores de Santa Catarina, do Brasil e de outros países: Mia Couto, de Portugal, Else Sant´Anna Brum, Mary Bastian, Pierre Aderne, de Portugal, Norma Bruno Marlete Cardoso,Marcos Antonio Meira, Rita Pea, de Portugal, Harry Wiese, Júlio de Queiroz, Urda Alice Klueger, Apolônia Gastaldi, Jacqueline Aisenman, da Suiça, Luiz Caracol, de Cabo Verde, J. C. Bridon, Arlete Trentini dos Santos, Enéas Athanázio, Selma Franzoi, Celestino Sachet, Rosângela Borges, do México, Nilz Helena S. Vilhena, Aracely Braz, Teresinka Pereira, dos Estados Unidos, Célia Biscaia Veiga e este que vos escreve. Assuntos como "Personagens em busca de um autor", A Cultura e a Língua Portuguesa", "A Menina sem Palavra", "Os 104 anos de Dinah", "A Literatura dos Catarinenses na Modernidade Líquida", "Sarau Poético", "Novo Livro de Salim Miguel aos 90 anos", "Grupo A ILHA no Salão Internacional do Livro de Genebra".
A revista Suplemento Literário A ILHA e o Grupo Literário A ILHA completam, neste ano de 2015, 35 (trinta e cinco) anos de atividades, de existência e persistência, abrindo espaços para a literatura que se produz em nosso Estado, no Brasisl e no mundo.
Conheça a publicação do gênero mais perene que existe. Entre o portal do Grupo Literário A ILHA - endereço acima - e, na primeira página, clique na capa da revista. Leia e comente, recomende, se gostar.

quinta-feira, 5 de março de 2015

EDUCAÇÃO


              Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Tenho visto, de há bastante tempo, falarem em educação como se o significado da palavra não abrangesse instrução, ensino. Como se educação significasse apenas o bom relacionamento social. Já vi até professores dizerem que “professor não é educador, quem deve educar são os pais, em casa, pois o professor apenas transmite instrução, conhecimento”. É claro que concordo que a educação começa em casa, mas ela continua na escola, pois o professor é educador, sim, nos dois sentidos: ensinar, transmitir conhecimento e consolidar boas maneiras, o bom trato entre as pessoas.

Acho que algumas pessoas nunca foram ao dicionário para ver o que a palavra educação realmente significa. Se fossem, iriam constatar que educação é “aperfeiçoamento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano; disciplinamento, instrução, ensino; processo pelo qual uma função se desenvolve e se aperfeiçoa pelo próprio exercício; aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas; conhecimento e prática dos usos de sociedade; civilidade, cortesia, delicadeza, polidez.”

Temos a mania de usar algumas palavras sem conhecer o seu exato significado, então pensamos que estamos dizendo uma coisa e estamos, na realidade, dizendo outra. Vemos isso até na imprensa, na televisão. Precisamos nos acostumar a ir ao lugar certo para consultar e usar as palavras de modo correto, que é o dicionário. Precisamos ler mais e escrever mais, cultivar sempre o hábito de ler e de escrever. E quem lê e escreve precisa ter ao seu lado, prontos para serem usados, um dicionário e uma gramática. Dicionário não é livro para decoração, para ficar enfeitando a estante ou prateleira.

Dicionário é livro para ser consultado sempre. Para que não caiamos no imperdoável pecado de deturpar, desvirtuar o sentido das palavras. Não podemos nos esquecer, então, que educação significa polidez, cortesia entre as pessoas, mas significa também instrução, aperfeiçoamento intelectual, aquisição de cultura. Sempre usei essa palavra com esses sentidos, pois eles são intrínsecos. Repetindo, então, educação é civilidade, bons costumes e aquisição de conhecimento. Para não esquecermos.