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sexta-feira, 11 de março de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 27.2-05.02.2022


        Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 42 anos em 2022. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

 

Pesada, essa semana que acabou, pois além da pandemia, que ainda continua, temos a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Leis internacionais violadas e desrespeito ao ser humano, coisas que não podem acontecer para não virarem lugar comum. Por falar em pandemia, minha filha Fernanda, que mora na França, pegou a covid, mas deu fraquinho, graças a Deus, pois ela estava vacinada.

No domingo, não fomos ao Rio, pois eles foram visitar amigos. Na terça, Rio veio visitar vovô e vovó, almoçou conosco, fez muita bagunça, brincou com vovô, ajudou vovó, fez o lanchinho da tarde e depois fomos pra casa dele. Queria ficar, mas quando chegamos, papai e mamãe tinham comprado uma locomotiva que andava sozinha para o trilho que ele já tinha e ainda puxava os vagões que ele já tinha, também. Brincou muito. Na terça, não fomos no Rio, estava com resfriado e preferi não arriscar, podia ser gripe. Fiz teste e não era covid. Na quarta, fomos à casa do Rio e ajudamos o Rio e mamãe a começar a montar uns móveis  e montamos também uma estante grande. O Rio ajudou na estante também, lógico. Papai fez churrasco e estava muito bom. Na quinta, mamãe e vovó arrumaram as coisas na estante nova e Rio também ajudou. Achou  umas línguas de sobra da última festa de aniversário e brincou um bocado. Na sexta recebemos a visita da prima Bel e almoçamos no largo do Carmo douradas grelhadas, arroz de tomate e pastéis de bacalhau, numa tasquinha que já conhecíamos, pois já moramos ali. Depois fomos passear pela beira do Tejo e fomos até Belém. A prima Bel conheceu tudo o que tinha direito e depois fomos fazer o café da tarde no Pastel de Belém. Aí voltamos e fomos jantar na casa do Rio e ajudar um pouco na montagem dos moveis. No sábado fomos à Sintra, para uma feira imensa que há lá, para comprar umas coisinhas. Rio recebeu visitas e teve churrasco, mas não fomos porque estávamos cansados.

Não se fala mais em pandemia, por causa da guerra, a não ser a publicação dos números, que graças a Deus está baixando em alguns lugares, inclusive no Brasil e aqui em Portugal.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - documento que reúne um conjunto de leis que têm como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente - diz que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária". “É um direito da criança ser vacinada porque é um dever do Estado brasileiro oferecer os meios. A partir das vacinas que são obrigatórias, é obrigação de quem tem a tutela ou guarda levar a criança para vacinar”. Caso os pais descumpram essa obrigação, o ECA prevê pena de multa de três a vinte salários de referência (podendo ser o dobro, em caso de reincidência). "Se, mesmo com a multa, os pais ou responsáveis não levarem a criança para ser vacinada, é possível a instauração de processo judicial por iniciativa do MP para exigir que isso ocorra”.

Os números da pandemia e da vacinação reunidos pelas secretarias de saúde dos Estados mostram que o Brasil registrou na sexta 697 mortes em 24 horas. São 103 a mais do que o total de quinta-feira, dia 3 de março. O aumento pode ser reflexo de dados represados do feriado de carnaval. Desde o começo da pandemia, 651.343 brasileiros já perderam a vida para Covid. A média de casos está em queda de 59%, na comparação com duas semanas atrás. São 43 mil novos casos por dia.

É bom continuar com os cuidados. Ainda estão morrendo pessoas. E muitas.

segunda-feira, 7 de março de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 20-26.02.2022


     Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 42 anos em 2022. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

A semana passou muito rápida, talvez porque eclodiu a guerra criminosa da Rússia contra a Ucrânia. Mas a vamos levando, apesar da tensão. Trabalhei muito, durante toda a semana, na edição de março de A ILHA, que estará no ar no início de março. Apesar disso, saímos com o Rio e sem ele para bater perna por aí.
No domingo, recebemos a visita da prima Belzita, que mora em São Francisco, SC, da filha Fabiana, que mora aqui, em Sintra e do filho desta última, que também veio do Brasil, Nícolas. Rio também veio almoçar conosco. Foi um domingo feliz. Tivemos polvo e bacalhau e um rizoto delicioso feito pela prima Fab. Depois, à tarde, fomos passear com os primos e com o Rio. Ele fez muita “bagunça” na casa do fofô e da fofó e chorou quando iámos sair, pois queria ficar mais aqui. Fomos ao Parque Eduardo Sétimo e depois para a Baixa Chiado, passando pela Avenida da Liberdade. Foi muito bom receber visitas do Brasil. À noite, jantamos na casa do Rio. Na segunda,  trabalhei muito na revista Suplemento Literário A ILHA e não saímos. Na terça, fomos ao centro: Chiado, Bairro Alto, Alfama, Príncipe Real, etc. Fizemos compras, passamos na Livraria Bertrand e compramos livros para o Rio. Na quarta, fomos com o Rio para Cascais. Divertiu-se muito o cara, precisavam ver. Primeiro ficamos um bom tempo na praia e ele acabou ficando só de cuequinha e camisa. Molhou os pés, correu muito, rolou na areia, cavou, gritou bem alto, fez tudo o que tinha direito. Cascais é linda, exploramos um pedaço da cidade que a gente não conhecia ainda. Almoçamos na Marina e depois fomos s um parque enorme e lindão, com parquinho, castelo, lagoa com ponte e tudo, galos pequenos quase domesticados por todo lado, trilhas, jardins, etc. onde o Rio brincou mais um tanto. Comemos pica-pau de carne com amêijoas, com um molho de natas delicioso, pataniscas de camarão com arroz de tomate e batatas fritas. E bebemos  cerveja de maça, Somersby, uma cidra deliciosa que tem por aqui, o nosso “refrigerante” de verão - e como hoje estava uma primavera quase verão.., O Rio comeu hambúrguer e batata frita e bebeu suco de morango. Foi um dia perfeito. Um pouco nublado, então não estava quente demais, não precisamos usar protetor. Tava muito bom. Na quinta, vovó foi ficar com o Rio na casa dele e vovô ficou terminando a revista para mandar para o editorador. Vovó levou um capacete amarelo de presente e Rio ficou lindão de peão. Na sexta, saímos de novo para andar por Lisboa. Pretendiamos comer um sanduíche tamanho litro – pão com queijo amanteigado da Serra da Estrela e presunto português, uma delícia -  na feira da Praça da Figueira, mas erramos o final de semana, é no próximo. Então comemos robalo e dourada grelhados numa tasquinha já nossa conhecida, no Largo do Carmo, onde já moramos várias vezes. Estava ótimo. Depois cortei o cabelo e a barba, num salão que esteriliza o equipamento, e então voltamos para a casa do Rio de jantamos lá, um churrasco bem brasileiro: picanha fatiada e pastel brasileiro, aquele de vento, que a Dani fez com recheio de porco assado e requeijão cremoso, coisa que é difícil de achar por aqui. Coisa muito boa. No sábado, fiquei trabalhando na revisão de conferência da editoração da revista SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA, que deve ficar pronta no início da semana. Rio foi passear com a Leo, que é um pouquinho mais nova que ele e se divertiram muito. 

E como já tinha mencionado, além da pandemia, agora temos a guerra acontecendo no leste europeu. Esperamos, veementemente, que este conflito cesse, que consigam deter Putin.

Mesmo expostas ao vírus em situações de risco, algumas pessoas não testam positivo. Os cientistas sabem que o fenômeno de 'resistência' à transmissão existe, mas ainda não há explicações sobre essa aparente imunidade apresentada por certos indivíduos em relação ao Sars-CoV-2. Uma das dificuldades do estudo consiste justamente em identificar os indivíduos que são de fato resistentes, já que o SARS-CoV-2 provoca muitas infecções assintomáticas. Além disso, os participantes não podem ser vacinados e devem tomar poucas precauções para evitar as infecções. São pessoas que não estão protegidas por um imunizante e que, apesar disso, não se contaminam. São essas pessoas que devem ser estudadas, prioritariamente. O que a ciência sabe sobre esses sortudos, que resistem melhor à infecção ou são assintomáticos? No início de janeiro, um estudo publicado por um grupo de pesquisadores do Imperial College London mostrou que, quanto maior o nível de células T que haviam sido estimuladas por diferentes tipos de coronavírus, que provocam resfriados, menor era a probabilidade de contrair o SARS-CoV-2. Que avancem os estudos.

Na quinta, começou a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Não se fala de outra coisa, pois é uma ameaça para o mundo todo, e a pandemia ficou em segundo plano. Na sexta, o Brasil registrou  781 mortes pela Covid-19 em 24 horas, totalizando 648.267 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes em  7 dias é de 737 - o país volta a entrar em tendência de queda, o que não acontecia desde 3 de janeiro. Em comparação às semanas anteriores, indica também tendência de queda nos óbitos decorrentes da doença.

Cuidar ainda é preciso. Muito conturbado este mundo atual e não podemos baixar a guarda.

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 13-19.02.2022


        Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Essa semana passou muito rápida, por causa do aniversário, mas também muito lenta, com a tensão no Brasil, por causa da tragédia em Petrópolis e pela possível deflagração de guerra pela Rússia contra a Ucrânia. E o presidanta do Brasil indo para a Rússia justamente numa época como esta. Interesses escusos?

Mas a vida vai seguindo, apesar de tudo. Domingo almoçamos na casa do Rio. Antes, porém, eu e o cara pegamos as ferramentas e levantamos o selin da bicicleta dele e ele testou, andando um pouco pela casa. É claro que para isso, ele colocou capacete e óculos escuros, como se estivesse na rua. Também brincou de “piscina”, no pufe da sala: ele saía correndo e “mergulhava” no pufe. Brincamos muito e no meio da tarde, antes do soninho dele, eu a fofó fomos ao supermercado e depois voltamos para casa. Eu precisava trabalhar na revista Suplemento Literário A ILHA de março. Na segunda, almoçamos de novo na casa do Rio, pra variar. E não dava pra deixar por menos: tivemos bobó de camarão. Dani pediu para eu comprar aipim (aqui é mandioca) no Auchan, que é no shopping Amoreiras, do ladinho de casa, enquanto a mãe também saiu da casa do Rio, onde ela já estava, pra levar ele ao shopping. Ele brincou muito nos escorregadores do shopping. Aí no começo da tarde voltaram, nós almoçamos – estava uma delícia - brincamos mais um pouco e logo estava na hora do soninho da tarde. Fofó e fofô voltaram para casa, para eu continuar trabalhando na revista. Na terça, fomo andar um pouco por Campo de Ourique e Alcântara. Estávamos procurando abóbora moranga para fazer um camarão na moranga de aniversário. Fizemos compras, inclusive num ling-ling em Alcântara, mas fomos a vários supermercados e quitandas e só achamos, quando achamos, abóboras enormes com mais de dez quilos, que acho que nem cabiam no forno. Eis que, pertinho de casa, fomos ao Auchan, pertinho de casa, e lá tinha a abóbora moranga no tamanho que precisávamos. Estava garantido o jantar de aniversário. Rio ligou para nós, perguntando por que não fomos à casa dele. Na quarta, comemoramos o meu aniversário o dia inteiro, até um Varal com poemas meus eu ganhei nos jardins do Parque da Estrela, aqui em Lisboa. Foi uma surpresa e tanto dos meus queridos neto, genro e filha. As ilustrações coloridas de fundo dos poemas são de autoria de Rio. Foi emocionante ver os caminhantes dos jardins da Estrela parando para ler os poemas e até declamando, vocês imaginam? Muito legal! Varal da poesia em Lisboa! Muito honrado. Nem na feira do livro aqui da capital portuguesa eu havia visto um varal de poesia. Então tivemos um piquenique de café da manhã, com poesia e tudo. Logo mais um almoço delicioso num restaurante perto de casa, com mirante (ou miradouro) e vista de metade de Lisboa, com o Tejo ao fundo. De sobremesa, sorvete de manjericão e petit gâteau com sorvete de creme, com velinha em cima que eu e o Rio apagamos. Aliás, o Rio adorou o petit gâteau com sorvete. E à noite, jantar na casa do Rio, com um camarão na moranga bem à brasileira, feito pela chef Stela, soberbo. Com a tradicional tábua de queijos e o bom vinho e espumante portugueses sempre presentes na mesa de Pierre e Dani. Aniversário perfeito. Pra completar, Fernanda ligou lá da França, minha filhota que quando a gente está aqui em Portugal ela está mais perto da gente. Obrigado Rio, Daniela, Pierre, Stela e Fernanda. Apaguei velinhas duas vezes. O bolo de chila com farinha de amêndoas estava delicioso. Muitos presentes, mas o maior presente mesmo é o Rio. Na quinta, fofó foi ficar um pouco com o Rio, que mamãe e papai precisavam trabalhar. No começo da tarde ela voltou e saímos para fazer coisinhas que não podiam mais esperar: fomos à operadora trocar o controle da TV a cabo, trocar o chipe do meu telefone que estava em pane, trocar a calça que ganhei no aniversário – lindona, e também fomos à Fundação Gulbenkian pegar os ingressos para o concerto de sexta.

Na sexta, trabalhei na revista, que está acabando o prazo para mandar para a editoração e, à noite, fomos ao grande teatro da Fundação Calouste Gulbenkian, para o concerto Coro Gulbenkian À Cappella (está escrito assim no bilhete). Espetáculo grandioso. Peças de Brahms, Bartók e outros grandes compositores. No sábado, fofó pegou o Rio pela manhã e trouxe ele para a casa do fofô e da vovó. Brincamos, vimos desenhos como a Patrulha Pata, almoçamos e e brincamos mais um pouco até chegar a hora do soninho da tarde. Ele enrolou, mas tirou uma sonequinha. Acordou lá pelas seis e fez um lanchinho e foi para a casa dele, que ele tinha visitas. Fofô trabalhou quase o dia inteiro na preparação do material da revista A ILHA para editoração e só foi aos supermercados, pois no domingo teremos visitas.

A epidemia parece regredir um pouco. Mas paralelas à covid, acontecem outras coisas terríveis no Brasil e no mundo: tragédia em Petrópolis, com mais de uma centena de mortes e a iminência da guerra na Ucrânia, com a possível invasão da Rússia. Na segunda, o Brasil registrou, em 24 horas, 58.540 casos de Covid-19 e 473 óbitos decorrentes da doença. Com isso, a média móvel de casos caiu pelo quinto dia seguido. Também na segunda divulgou-se que são falsas as afirmações difundidas pelo médico Rubens Amaral em um vídeo no Instagram e no Telegram. Ele nega a epidemia de influenza no Brasil e diz que pessoas vacinadas contra a Covid-19 estão mais vulneráveis à variante Ômicron. Essas pessoas negacionistas deveriam ser presas por mentirem e divulgarem informações falsas, pois isso causa mortes. Mas o presidanta faz isso e ninguém faz nada...

Na terça, o Brasil registrou 909 mortes pela Covid-19 em 24 horas, totalizando 639.822 óbitos desde o início da pandemia. Subiu bastante de um dia para o outro, pois a segunda ainda conta com muita subnotificação do final de semana. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 847.

Na quarta, diferentemente do que costuma fazer no Brasil, o presidanta Bolsonaro se submeteu às regras sanitárias na Rússia. O brasileiro teve de fazer os cinco exames de coronavírus exigidos pelas autoridades russas. Muito perigoso, Bolsonaro tentando ficar amiguinho de Putin. Estará de olho nas eleições, contando com uma “ajudinha” do presidente russo?

A Anvisa concedeu o 1º registro de um autoteste para Covid-19 no Brasil, na quinta. O produto aprovado usa swab nasal (uma espécie de cotonete), pode ser feito em casa e dá o resultado em 15 minutos. A Anvisa recebeu 68 pedidos de registros de autotestes e já reprovou dez.

A Organização Mundial da Saúde anunciou que seis países africanos terão acesso à tecnologia necessária para produzirem vacinas de mRNA. Egito, Quênia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia serão os primeiros. Criado principalmente para lidar com a emergência do Covid-19, o centro global de transferência de tecnologia de mRNA tem o apoio da União Europeia e deverá  fabricar insumos para atender as prioridades locais de saúde.

A Procuradoria-Geral da República afirmou, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, que abriu uma investigação preliminar para apurar o “apagão de dados” no Ministério da Saúde entre dezembro e janeiro. Deputados alegam que o ministranta Queiroga cometeu os crimes de prevaricação e improbidade administrativa pela falta de informações sobre a pandemia após a pasta ser alvo de ataque hacker em 10 de dezembro. Novidade, não? Mas a PGR “abrindo” investigação é mesma coisa que nada.

Por favor cuidem-se, todos. Ainda está morrendo muita gente de covid.

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 06-12.02.2022


        Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

 

Esta semana foi tranquila, de bastante trabalho, pois já estou recebendo os trabalhos para a nova edição do Suplemento Literário A ILHA. Li mais um livro, assisti um filme e alguns seriados de comédia e o noticiário brasileiro e internacional. Mas também ficamos um tempo com o Rio, que não dá pra ficar longe dele. O mundo está em polvorosa, não só com a covid 19, que parece não querer arredar pé, mas também com a tensão da ameaça de guerra entre Rússia e Ucrânia.

No domingo, fomos jantar na casa do Rio. O prato do dia era pizza e ele adora, assim como gosta imenso de sushi. Comeu também da tábua de queijos. Depois brincamos com ele até a hora de dormir. Na segunda e na terça, vovó foi ficar com o Rio na casa dele e eu fiquei trabalhando na nova edição da revista Suplemento Literário A ILHA. Na terça, antes de vovó ir à casa do Rio, ele foi com mamãe ao parquinho e brincou bastante. Voltou com os bolsos cheios de pedrinhas, pra variar. Na quarta, fomos à noitinha para vovó ajudar mamãe a fazer um prato para o jantar. Ficou uma delícia e brincamos mais um bocado com o Rio até ele dormir. Na quinta, não fomos no Rio e ele sentiu falta de vovô e vovó. Na sexta, fomos encontrar Malu, uma grande amiga que estava uns quantos meses aqui em Portugal, no Porto, e veio pegar o voo de volta para o Brasil aqui em Lisboa. Então fomos tomar um café com ela lá no Café do Parque Eduardo Sétimo, ao lado do parquinho. Então levamos o Rio e ele se esbaldou. Brincou como nunca, em todos os brinquedos, mesmo naqueles que eram para meninos com mais idade do que ele. Rolou pelas pedrinhas, subiu nas aranhas, até andou de novo – sozinho, ele mesmo se segurando – de tirolesa para crianças. Antes de ir para o parquinho fez o pequeno almoço, que era só dez e pouco da manhã e ele acordou tarde. Depois, voltamos para casa do fofô e da fofó e almoçamos. Vovô fez hambúrguer e vovó fez feijão, arroz e salada. De sobremesa, banana assada com canela e mel. Aí já estava na hora do soninho da tarde do Rio. Mas quem disse que ele dormiu? Enrolou a vovó e acabou não dormindo. Então não podia ver desenho, pois não tirou a sonequinha, conforme o nosso combinado. Brincamos um pouco e vovó fez um lanchinho – cereal com iogurte, mas cereal com frutas vermelhas secas – e um suquinho. À noitinha, voltamos para a casa do Rio e papai e mamãe fizeram sushi com atum e dourada, cru e frito. Uma delícia. Aí sim, lá pelas nove e meia o gajo foi dormir, pois estava cansado com o dia cheio. No sábado não nos encontramos, pois ele tinha um aniversário para ir. Divertiu-se muito.

E a pandemia continua. Aguns países já estão dando a quarta dose, mas como começamos um novo ano, não seria melhor assumir que estamos começando a vacinação novamente, já que todo ano vamos ter que nos vacinar? Os números estavam baixando pouca coisa e no sábado tivemos menos de mil mortos, no Brasil, mas acontece que nos finais de semana a subnotificação é muito maior, pois as secretarias de saúde dos estados não funcionam ou funcionam precariamente. E não é só a pandemia que está se agravando, no mundo todo. A politicagem também. A Rússia está ameaçando invadir a Ucrânia e o presidanta do Brasil insiste em ir justamente agora, na iminência e uma guerra, para a Rússia. Deus me perdoe, mas sei o que todos estão pensando, pois até eu me surpreendi pensando a mesma coisa.

A Comissão de Direitos Humanos do Senado  aprovou na segunda a convocação do ministranta da Saúde, Queiroga, para explicar a nota técnica elaborada por técnicos da pasta que atribuía maior segurança à hidroxicloroquina que às vacinas no tratamento da Covid – contrariando evidências científicas. Queiroga também deve ser questionado sobre a "demora" entre a aprovação da Anvisa e o início da vacinação infantil contra Covid no país.

Não existe um levantamento do Ministério da Saúde sobre quem são as pessoas que estão morrendo de Covid em 2022 e qual o impacto das campanhas de imunização para evitar os óbitos por coronavírus. Mas dados divulgados pelos estados confirmam o alerta de especialistas: os não vacinados são a maioria das vítimas da doença na atual fase da pandemia. É o que mostra um levantamento feito junto às Secretarias de Saúde dos 26 estados e do Distrito Federal. "Baseado no que tem sido divulgado, tanto por secretarias estaduais, quanto por outros países, o que tem sido observado é exatamente isto: a imensa maioria das internações mais graves não tem o esquema vacinal completo", afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha.

Na quarta, O Brasil teve o maior número de mortes em um dia desde 29 de julho de 2021, quando foram registrados 1.354 óbitos.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, divulgaram na quinta que a vacinação contra a Covid-19 reduziu o risco de internação e mortes pela doença mesmo em pacientes que tinham várias comorbidades simultâneas, como problemas de coração e diabetes. Entre os vacinados, apenas idade acima de 60 anos e doença renal permaneceram como fatores de risco. Já entre os não vacinados, problemas de coração, fígado, neurológicos, diabetes ou comprometimento imunológico foram relacionados a  probabilidade maior de internação. O estudo usou dados de 2.777 pacientes internados com sintomas de Covid entre 5 de janeiro e 12 de setembro de 2021.

Na sexta, o governo da Rússia pediu que o presidente Bolsonaro e sua comitiva, que insistem em visitar o país russo nesta época de tensão e ameaça de guerra, se submetam a um rígido controle sanitário  para se aproximar do presidente russo, Vladimir Putin, durante viagem oficial a Moscou, marcada para a próxima semana. De acordo com as orientações enviadas pelo Kremlin ao governo brasileiro, Bolsonaro e os membros da comitiva que se aproximarão de Putin teriam que fazer até cinco exames do tipo PCR para detecção de Covid-19. Pra aprender a não ser besta.

No sábado, foi divulgado que o Projeto de Lei Paulo Gustavo (Projeto de Lei Complementar 73/21), que libera R$ 3,862 bilhões para amenizar os efeitos negativos econômicos e sociais da pandemia de covid-19 no setor cultural brasileiro, está na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados da próxima terça-feira. Esperemos que finalmente alguma ajuda seja dada aos trabalhadores da Cultura neste país, talvez os mais prejudicados até agora.

Resumindo: a pandemia ainda está aí e é preciso que nos cuidemos, para que ela não fique crônica.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 30.01-05.02.2022


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Semana sem chuva na Luzboa, com muito sol e céu de brigadeiro e aquela luz única que o sol, em parceria com o Tejo, conferem à capital portuguesa. Trabalhei na divulgação da revista ESCRITORES DO BRASIL e comecei a trabalhar na nova edição da revista SUPLEMENTO LITERÁRIO A ILHA, que completa 42 anos de circulação neste 2022. Saímos pouco, por causa do avanço da pandemia. O frio já não é tão intenso como em janeiro. A imprensa já fala em “primavera antecipada” por aqui. Temos passado bastante tempo com o Rio, ele adora vir na casa do vovô e da vovó.
Rio continua crescendo, cada vez mais inteligente e bonitão. No domingo não fomos à casa dele, pois a semana ia ser cheia, uma vez que há concerto da Rua das Pretas no Coliseu de Lisboa, para gravação de mais um episódio da série para a RTP TV, e eles ficaram curtindo a companhia mútua. Na segunda, Rio veio ficar com fofô e fofó, pois mamãe e papai estavam às voltas com a produção do concerto no Coliseu, o que dá muito, muito trabalho. Na terça, fofó foi ao parquinho para ele brincar um pouco e tomar sol e depois veio almoçar na casa da fofó e do fofô. Eu assisti um pouco de desenhos da Patrulha Pata e Léo, o Caminhão, com ele, ele almoçou arroz e feijão, carne de panela e banana assada, e de sobremesa suco e salada de laranja. Depois tirou um soninho, não sem antes enrolar um monte. Depois da sonequinha fez um lanchinho, brincamos um pouco e mais tarde ele jantou e foi para casa, pois havia ensaio na casa dele e ele adora participar, os músicos são todos seus amigos. Na quarta, dia do concerto Rua das Pretas no Coliseu de Lisboa, a correria foi grande, então ficamos mais um pouco com o Rio e à noite fomos ao concerto. Ele fez sucesso, mesmo não indo ao microfone: nos camarins, na plateia, nos bastidores. Dançou, cantou, fez maquiagem, correu, encantou. Aliás, ele estreou no Coliseu com um aninho, na primeira vez do Rua das Pretas no palco daquela casa tão tradicional de Lisboa, no palco e tudo. Depois do concerto, Rio veio para a casa de vovô e vovó e dormiu aqui. Chegamos já era mais de meia noite, ele ainda fez festa, pulou do sofá na cama que fizemos no chão com o colchão inflável e adorou. No dia seguinte, na quinta, acordamos, vovó fez um pequeno almoço para ele, mas ele não comeu muito e fomos almoçar com mamãe e papai num restaurante perto da casa dele, com a cantora brasileira Karla, a moça do vozeirão. Depois do almoço Rio foi para casa, para tirar um soninho e nós, vovó e vovô, fomos ao supermercado, pertinho. Mas deu um dó imenso, pois Rio não queria que fôssemos, segurou a mão de vovó e não queria largar, foi embora chorando. Mas fez o soninho da tarde e acordou bem. Na sexta, foi fazer o pequeno almoço com papai num restaurante perto de casa, enquanto mamãe e vovó se ocupavam da casa. No sábado, mamãe foi comprar peixe e aipim (aipim ou mandioca, aqui, é importado da África e até do Brasil) em Saldanha, um bairro quase perto de nossas casas e fomos todos juntos. Rio aproveitou muito o parquinho que existe ao lado do mercado e brincou muito. À tarde Rio teve almoço com amigos e à noite teve visitas.
Infelizmente, os números da pandemia continuam crescendo em todo o mundo. No Brasil, o número de mortes diário já passou de mil e isso é muito grave.
Na segunda, no Rio, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, por falta de doses, suspendeu a a vacinação das crianças contra a Covid-19, até que o Ministério da Saúde envie nova remessa de vacinas para a cidade. E assim em outros lugares. É lamentável que o ministério da saúde (leia-se presidanta e ministranta da saúde) não esteja comprando e distribuindo a vacina em tempo hábil. Enquanto isso, pessoas morrem.
O Brasil pode atingir o pico de 1,3 milhão de infectados por dia pela Covid-19 em meados de fevereiro por causa da disseminação da variante Ômicron, apontam estimativas da Universidade de Washington. Essa nova onda será um “tsunami” de casos em relação a tudo que se viu na pandemia até agora. Conforme os pesquisadores, o país já deve ter hoje mais de 430 mil pessoas se infectando todos os dias.
A Fundação Oswaldo Cruz identificou os primeiros casos da subvariante BA.2, da Ômicron. São dois casos no estado de São Paulo; dois no Rio de Janeiro; e um em Santa Catarina, totalizando cinco registros no país. Em nota, o ministério da saúde esclarece “que a sublinhagem da VOC Ômicron não tem impacto no diagnóstico laboratorial e eficácia das vacinas. Ah, enão tá. Até o momento, não existem evidências relacionadas à nova linhagem que demonstrem mudanças na transmissibilidade, quadro clínico, gravidade ou resposta vacinal”. Quer dizer: não estão nem aí.
Entre 24 e 31 de janeiro, oito estados e o Distrito Federal registraram ocupação crítica nos leitos de UTI para Covid-19, informou um boletim divulgado na quinta pela Fundação Oswaldo Cruz. Na semana passada, seis estados, além do DF, estavam nessa situação. A ocupação crítica significa uma taxa de 80% ou mais dos leitos ocupados.
O Brasil registrou na sexta-feira 1.074 mortes pela Covid-19 em24 horas, totalizando 631.069 óbitos desde o início da pandemia. Voltamos a ter registro de mais de mil mortos por Covid em um só dia pela primeira vez desde 19 de agosto do ano passado (quando foram 1.030).
No sábado, foram registrados 197.442 mil casos de covid-19 e 1.308 mortes em 24 horas. Desde o início da pandemia, foram notificados 26.473.273 casos e 631.802 óbitos em decorrência do novo coronavírus. O boletim, divulgado no sábado (5), não traz os dados do Mato Grosso e do Distrito Federal, que não foram atualizados pelas respectivas secretarias da Saúde. O que quer dizer que, na verdade, os números são muito maiores, pois além de não haver informações de duas unidades da federação, há a subnotificação do final de semana, quando as secretarias estaduais não funcionam ou funcionam precariamente.
A progressão da pandemia é muito forte, a situação está cada vez mais grave. É preciso que nos cuidemos. Ou essa pandemia não acabará nunca.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

POETA MENSAGEIRO

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Recebi um post no Whatsapp, da minha amiga Chris Abreu, poeta dos dedos cheios de poesia, de um mensageiro poeta. Sim, mensageiro mesmo, funcionário do correio, que se encantou com a poesia e passou a ser carteiro-poeta. Ele passou a entregar as cartas com poemas: entregava a correspondência com uma folha no meio que continha um poema e o poema, quase sempre ou sempre era dele.

Tenho escrito muito sobre as tantas maneiras que tantas pessoas encontram para divulgar a poesia. E essa é uma maneira bem original. O carteiro-poeta Cleyton Mendes, com sua poesia misturada à correspondência, me lembrou o meu projeto Poesia Carimbada, que consistia em carimbos que imprimem poemas inteiros, que eu usava em minha correspondência enviada, no verso do envelope, quando a gente enviava cartas escritas pelo correio. As pessoas recebiam minhas cartas, sobre o assunto que fosse, com um poema carimbado no envelope.

Aí me vem o poeta-carteiro, entregando a sua poesia a domicílio. Tem coisa mais bonita? Receber notícias boas, outras nem tanto, contas, etc. e – pasmem – poesia. Um poema do carteiro-poeta, para alegrar o dia, como este: Sorria / pra afastar a melancolia. / Sorria / pois pra tristeza / é a melhor terapia. / Sorria, / sorria, / Só ria / Pois o seu riso / é pura poesia.

Como o próprio carteiro-poeta diz, “ele é portador da poesia-mensageira: carteiro leva mensagem para as pessoas; poesia leva uma mensagem para a alma, para os corações.” Ele diz também que “a poesia não está só nos livros, a poesia está no olhar de quem vê”. E não é verdade? A poesia pode estar em tudo, depende da nossa capacidade de vê-la.  Então ela está dentro do nosso olhar.

Obrigado, poeta-carteiro, por ser mensageiro da poesia. Escreva muitos poemas e seja o mensageiro que vai levar a poesia até o ouvinte, até o leitor. O mundo está muito duro, ele precisa de poesia para mudar para melhor. A poesia é necessária. Ainda mais nos tempos atuais, com a pandemia grassando e deixando a nossa vida e o nosso mundo mais complicados.

E para terminar, a mesma Chris dos dedos cheios de poesia me avisa que aquelas pessoas que ficam nas sinaleiras  pela cidade estão distribuindo o quê? Poesia. Manuscrita, escrita em pequenas folhas de caderno, oferecidas quando o sinal fecha e o sinal se abre para a poesia.

Obrigado a todos vocês, multiplicadores da poesia. Eu os saúdo, este é o meu tributo a vocês.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 23-29.01.2022



        Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Semana de trabalho: a revista ESCRITORES DO BRASIL, edição de fevereiro foi concluída e está no ar, para iniciar o ano literário no Brasil. São 80 páginas de muita prosa e muita poesia, muita informação literária e cultural. Leia gratuitamente na página do Grupo Literário A ILHA no Facebook, em Destaques. Terminei de ler mais dois livros e vi dois ou três filmes, também. O friozinho continua, mas com sol, com céu de brigadeiro e aquela luz única em conluio com o espelho do Tejo. Também inventei um pão novo, de atum com cebolas caramelizadas, que ficou muito bom. E a semana passou numa velocidade incrível.

No domingo, não fomos no Rio, fiquei trabalhando na editoração da revista ESCRITORES DO BRASIL. Fizemos um bacalhau assado com batatas ao murro e trabalhei o dia inteiro. Na segunda, vovó trouxe o Rio para ficar conosco, que papai e mamãe estravam às voltas com muito trabalho, a produção do concerto RUA DAS PRETAS no Coliseu do Porto. Brincamos um bocado, vovó fez uma almoço delicioso e depois brincamos mais um tanto, que Rio não quis dormir o soninho da tarde. Voltamos quase noitinha para a casa dele. Brincamos mais na casa dele, ele subiu em mim e me amassou bastante, eu deitado no chão do quarto dele e ele me escalando. Também subiu na minha perna levantada, eu deitado e a perna esquerda cruzada sobre a direita. Ele  conseguiu subir e se equilibrar várias vezes. Na terça, papai e mamãe viajaram para o Porto e vovó veio com o Rio buscar o vovô, para ficarmos com o Rio na casa dele. Ficamos com ele de terça até quinta. Na quarta, acordamos quase cedo e fomos fazer o pequeno almoço na Paula, perto da casa do Rio, uma amiga muito querida que tem um café e faz uma tosta mista fabulosa. Rio também gosta dos pastéis de nata e do chocolate quente que ela faz para ele. Depois pegamos o metro e fomos para o zoológico de Lisboa. Todo mundo de máscara, até o Rio usou em toda a viagem de metro, que é rápida, só uns dez minutinhos. Ficamos mais de duas horas no zoo, andamos por ele todo, que é enorme e vimos todos os animais. Só não conseguimos ver o lince, que acho que estava escondido ou entocado. Rio adorou a girafa, os tigres alaranjados, tradicionais, e os tigres brancos. Também gostou dos elefantes, da onça, das zebras, dos hipopótamos, dos macacos de vários tipos, dos pinguins, dos pássaros, principalmente das araras coloridas. Também não vimos o leão ou não encontramos o lugar dele, não lembro. Paramos para o Rio fazer um lanchinho de biscoito e morangos e depois continuamos. Os pelicanos também agradaram o Rio, mas os flamingos, em um grande grupo, fazendo muito barulho ele não gostou muito, acho que por causa do ruído que fazem, muito alto. Mas eles são belíssimos. Não havia o show de golfinhos e da baleia, no tanque que há no zoo, por causa da pandemia, nem o show de pássaros. Uma pena. Muitos espaços vazios, infelizmente. Mas o zoo está bem cuidado. Lá pelas duas voltamos e almoçamos. Acho que o Rio não dormiu à tarde, então à noite lá pelas nove e pouco já estava abrindo a boca, mas foi dormir um pouquinho mais tarde do que devia.

Na quinta, acordamos quase cedo e vovó fez uma tosta para o Rio no pequeno almoço.  Depois, enquanto Rio via uns desenhos com vovô, vovó foi fazer o almoço, que papai e mamãe chegariam no  início da tarde do Porto. Papai e mamãe chegaram mortos de cansados, mas o concerto Rua das Pretas no Coliseu do Porto foi um sucesso. Está gravado mais um episódio de mais uma série RUA DAS PRETAS para a RTP TV. Na sexta, Rio ficou na casa da vovó e do vovô durante a tarde e à noite  levamos ele para a casa dele, para o jantar, com visitas. No sábado, Rio ficou com a mamãe e com o papai.

A pandemia, infelizmente, continua se agravando, com grande aumento de casos e de mortes, também, na semana que se encerrou. O Brasil recebeu na segunda mais 1,8 milhão de doses pediátricas da vacina contra a Covid-19 da Pfizer. Esse é o último lote previsto para o mês de janeiro. Em fevereiro, o governo espera receber cerca de 7 milhões de doses do imunizante.

O impacto do fechamento de escolas e universidades causado pela covid-19 é imenso e suas consequências ainda não são totalmente conhecidas, afirma pesquisa da Unicef, Unesco e Banco Mundial.  Apesar da pandemia afetar 1,6 bilhão de estudantes em todo o mundo, os efeitos não foram iguais para todos — no Brasil, com o abandono da educação pelos nossos desgovernantes, mais crianças e jovens estão se evadindo da escola e a qualidade do ensino é cada vez menor.

Na quarta, o Brasil registrou o maior número de estados sob alerta crítico na ocupação de leitos de UTI para Covid-19 desde junho de 2021, informou a Fiocruz. As altas taxas foram verificadas entre 17 e 24 de janeiro. Seis estados e o Distrito Federal têm 80% ou mais dos leitos intensivos ocupados. A ministra Rosa Weber, do STF, determinou um prazo de cinco dias para o secretário Helio Angotti Neto, de Ciência, Tecnologia, Inovação do Ministério da Saúde, explicar a nota técnica contra as vacinas contra a Covid-19 e a ciência. Contrariando a OMS e a comunidade científica, a secretaria publicou uma nota afirmando que os imunizantes não têm demonstração de segurança e  também afirma que a hidroxicloroquina demonstrou segurança como uma tecnologia de saúde para a Covid – o que não tem respaldo científico. Depois de quase dois anos, continua a campanha contra as vacinas e a favor de fármaco que comprovadamente não é indicado para a covid. E o presidanta continua lá, sem ninguém fazer nada a respeito.

Na quinta, nova portaria do governo atualiza medidas de prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 em ambientes de trabalho. Ministério da Saúde volta a pedir que "pais procurem recomendação prévia" antes da vacinação de crianças contra Covid — especialistas são contra a orientação.

Na sexta, a  Anvisa aprovou a venda de autotestes de Covid-19 no Brasil. A decisão não tem efeito imediato: cada empresa interessada em comercializar sua versão do produto precisa pedir o registro junto à agência, que vai analisar cada solicitação. A Anvisa informou também que espera ter os primeiros produtos aprovados em fevereiro.

No sábado, o ministranta da saúde sai com mais uma pérola: Em entrevista ao jornal O Globo, Marcelo Queiroga afirmou que deseja que a história o defina “como o homem que acabou com a pandemia”. Há mais de dez meses na gestão da pasta, só puxou o saco do chefe, o presidanta de plantão e, consequentemente, fez e falou um monte de caca. Além de um péssimo ministro e péssimo médico, também, ele é um bom comediante. Seria para rir, mas é de chorar. Inacreditável.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o Brasil atingiu mais de 1 milhão de pessoas contaminadas pela covid-19 no período de uma semana. Foram 1.305.447 registros, 39% a mais em relação à semana anterior, que acumulou 933.452 casos entre 16 e 22 de janeiro. No  sábado, foram 179.816 novas infecções registradas. E notem que é um resultado de sábado, quando as subnotificações são muito maiores, pois as secretarias de saúde dos estados não funcionam ou funcionam precariamente. O aumento de casos reflete os efeitos da expansão da variante Ômicron pelo país, que também incide sobre o número de óbitos. Neste sábado, com subnotificação enorme e tudo, foram registradas 640 mortes.

Precisamos continuar cuidando. E muito. Os hospitais estão começando a ficar no limite.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 16-22.01.2022

 

Rio e vovó na Estufa Fria de Lisboa


       Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

 

Semana das mais frias em Portugal. Aproveitei para terminar a preparação do material para a editoração da edição de fevereiro da revista Escritores do Brasil. Na próxima semana ela estará pronta. Li um pouco, escrevi um pouco também, vi seriados de humor e um ou outro filme e nos divertimos muito com o Rio.

No domingo não fomos na casa do Rio, pois estava muito frio e ficamos com o Rio alguns dias na semana anterior, então papai e mamãe ficaram curtindo o filhote. Na segunda, saímos todos, fomos aos jardins do Príncipe Real para brincar no parquinho com o Rio e ele se esbaldou. Depois almoçamos num restaurante da Avenida da Liberdade e comemos uns bitoques, que eu não havia experimentado ainda: um bife com ovo e batatas fritas. Gostei muito. Também bebemos um chá de limão, bem quentinho, de casca de limão siciliano. Uma delícia que a gente também não conhecia. Depois fomos à Rua das Pretas, não o concerto de maior sucesso de Lisboa, mas a rua de verdade, para levar meu computador que estava com o botão de ignição sem funcionar e eu não podia escrever nada, nem trabalhar na revista Escritores do Brasil. Felizmente, a oficina técnica que eu já conhecia, porque já havia precisado dos seus serviços, fez o concerto no mesmo dia e à noite eu já estava habilitado a escrever de novo. Na terça, a gente também não foi não no Rio, fiquei em casa recuperando o tempo perdido sem computador nos dois dias anteriores. Também fiz Bayleis, para tomar com café, que neste friozão cai muito bem. Na quarta, vovó trouxe o Rio para passar o dia na casa da vovó e do vovô. Almoçou conosco e a sobremesa (mememesa) foi melancia, fruta que ele adora. Brincou muito, lemos juntos e depois ele tirou um soninho. À noitinha, fomos jantar na casa dele. Aí brincamos mais um bocado, lemos outros livros, fizemos mais bagunça. Então ele tomou um banho gostoso para ir nanar e nós voltamos para casa. Na quinta, fomos jantar na casa do Rio e ele tinha visitas. Brincamos muito, inclusive ele queria brincar de cavalinho na minha perna, mas não conseguiu subir nela. Eu estava deitado no chão, no quarto dele, então ele passeou em cima de mim, me amassou bastante e rimos um bocado.  Na sexta, só a vovó foi lá no Rio e voltou depois do almoço, na hora em que ele tira o soninho da tarde, mas soubemos que ele não dormiu, enrolou a mãe dele e ficou acordado. Mas à noite, antes da horinha de nanar ele já estava dormindo. No sábado, fomos com o Rio no parquinho do Eduardo Sétimo. Depois de brincar bastante, fomos à Estufa Fria de Lisboa, ali do ladinho do Eduardo Sétimo. Jardim belíssimo por fora, com lago e tudo e por dentro, jardins com muitas árvores, inclusive brasileiras, lagos, grutas, pontes, túneis, uma beleza só. Rio adorou, subiu e desceu um monte de escadas, até colocou a mão num laguinho bem pequeno dentro de uma gruta. Quando voltamos para a casa da vovó e do vovô, ele almoçou e depois tirou um soninho bem gostoso, que estava cansado. Então, à noitinha, voltamos para a casa dele, super bem agasalhados.

E a pandemia vai se agravando, de novo. Número de casos aumentado, por causa da variante ômicron, número de mortes também e hospitais  lotados. Não é o começo de ano que a gente esperava. Na segunda, começou em todo o país a campanha de vacinação infantil contra a Covid para crianças de 5 a 11 anos. Com quantidade de doses pequena, mas começou. Em Lucena, na região metropolitana de João Pessoa, a equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde comprovou erros na aplicação de vacinas em pelo menos 49 crianças que receberam doses para adultos, sendo 36 com doses vencidas e 13 dentro do prazo de validade.

Os brasileiros beberam mais e engordaram no primeiro ano da pandemia, segundo um estudo publicado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. O levantamento mostrou que casos de hipertensão e diabetes dispararam. Mais um ponto de atenção é a redução do percentual da população que realiza atividades físicas. O único destaque positivo, segundo o levantamento, foi no número de fumantes, que caiu durante o período da pandemia chegando a 6,7% da população adulta.

Pela primeira vez, na quarta, o Brasil registrou mais de 200 mil casos conhecidos de Covid-19 em 24 horas. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 100.322 - a maior marca registrada até aqui, superando pela primeira vez o patamar de 100 mil diagnósticos diários. A Anvisa decidiu adiar a decisão sobre a liberação da venda de testes rápidos de Covid-19 para que a população possa realizar o exame em casa, os chamados autotestes. A agência afirmou que precisa de mais dados do Ministério da Saúde.

Na quinta, A Anvisa autorizou a aplicação da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, mas incluiu um veto ao uso em pessoas com baixa imunidade. Alguns pontos de destaque da decisão: Não pode ser aplicada em imunossuprimidos; Aplicação está liberada para público com outras comorbidades;
Imunização será em duas doses, aplicadas com intervalo de 28 dias; Vacina é a mesma usada em adultos, sem adaptação para versão pediátrica.

Na sexta, cartões falsificados, usados para acessar locais onde é necessário comprovar a vacinação contra a Covid-19, foram flagrados sendo vendidos por até R$ 200 em plena luz do dia no Rio. Os flagrantes aconteceram em pelo menos dois pontos da cidade. No Centro, com uma câmera escondida, a equipe de reportagem filmou o vendedor negociando o comprovante de vacinação

 Uma nota técnica do Ministério da Saúde traz uma contradição sobre o uso da cloroquina no tratamento contra a Covid-19. Na página 13, em trecho sobre os elementos técnicos e científicos das diretrizes terapêuticas, o documento rejeita o uso da substância. “Recomendamos não utilizar hidroxicloroquina/cloroquina, isolada ou em associação com azitromicina, em pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 em tratamento ambulatorial”, orienta o Ministério da Saúde. “A cloroquina e a hidroxicloroquina não devem ser utilizadas, independentemente da via de administração (oral, inalatória ou outras)”, acrescenta. Mais à frente, porém, na página 25, ao tratar de estudos feitos sobre a eficácia dos procedimentos analisados contra a Covid-19, o Ministério da Saúde afirma que há demonstração de efetividade da cloroquina e que não há a mesma demonstração a respeito da vacina. Ainda isso, o governo indicando um fármaco que comprovadamente não pode ser usado contra a covid. Quando isso vai parar? O que precisamos é que todos se vacinem.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 09-15.01.2022

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


Semana complicada, essa, quando a pandemia volta fica mais forte com a variante ômicron, aumentando número substancialmente número de casos por dia, com novos recordes e também número de mortes. Trabalhei bastante na revista ESCRITORES DO BRASIL, também no meu livro de viagem. Li um pouco, escrevi outro tanto e assisti um ou outro dos novos filmes que estão no cinema, mas assisti em casa. Continuo vendo o noticiário brasileiro e internacional, não é o melhor programa, mas é preciso saber como as coisas vão andando.

E continuo morando em Lisboa, para ficar perto do neto. No domingo ficamos em casa, que estávamos cansados do passeio do sábado, quando andamos dezoito quilômetros até Belém e voltamos. Na segunda fomos jantar com o Rio um bacalhau a Brás que a mãe dele fez, uma delicia. E brincar um pouco com ele, claro. Brincamos de esconder, lemos um pouco juntos, coisa que fazemos sempre. Rio adora ler um livro e a gente lê com ele. Na terça também fomos visitar o Rio, que a gente não consegue ficar muito tempo longe dele. Na quarta ele veio visitar fofó e fofô, que ele adora vir aqui e almoçou a comidinha da vovó. Mamãe também veio e almoçou conosco. Na quinta pegamos o Rio e passeamos com ele pelo príncipe Real. Apesar do frio, Rio e vovó tomaram um sorvete de polpa de cacau e ele brincou muito no parquinho. Depois fomos ao miradouro do Príncipe Real e Rio olhou a cidade  pelo binóculo que há lá e gostou muito. Na sexta, vovó foi lá brincar um pouco com o Rio e passearam no parque da Estrela. Depois saímos para fazer compras. Os saldos de fim de ano que vão até março foram liberados no dia dez. Muito preço bom, mas vai ficar ainda melhor. No sábado, fomos para a casa do Rio para ficar com ele, pois mamãe e papai viajam para o Porto, para começar a produção do concerto Rua das Pretas no Coliseu de lá. Antes de todo mundo ir dormir, fizemos  uma cuca alemã de amora (aqui, framboesa) e mirtilo. Rio ajudou.

E pandemia vai ficando pior, infelizmente, de novo. Muito mais casos, a cada dia, embora no Brasil os números pareçam baixos, mas há muita subnotificação, devido ao apagão por causa da “invasão de hackers” no SUS. Quem quiser que acredite que esse apagão não foi provocado. O Ministério da Saúde anunciou na segunda que o período de isolamento para pessoas recém-recuperadas de Covid passa a ser menor, diminuindo de 10 para 5 dias para pessoas que estão sem sintomas respiratórios e que tenham resultado negativo para teste PCR ou de antígeno. Além disso, o ministério vai pedir à Anvisa uma autorização para o uso de autoteste no Brasil. Outros países já utilizam esse teste para agilizar o diagnóstico da doença. Atualmente, a venda do autoteste não é liberada no nosso país. Mais cedo, o ministranta da saíude, Queiroga, disse também que a Pfizer antecipará 600 mil doses da vacina pediátrica contra a Covid. Não é muito pouco, não? Vai acontecer o que aconteceu com a vacina para adultos, que começou e parou por falta da compra de doses?

O mundo registrou, na terça, pela 1ª vez mais de 3 milhões de casos de Covid em apenas 24 horas. É o quarto recorde diário nos últimos 8 dias. Essa explosão de infecções é impulsionada pela variante ômicron. Mais transmissível, a variante pode contaminar metade dos europeus até março, segundo alerta da OMS.

A variante ômicron segue avançando assustadoramente no Brasil e no mundo. Um levantamento do Instituto Todos pela Saúde apontou a presença da variante em 98,7% dos mais de 3 mil testes positivos coletados entre 2 e 8 de janeiro, em 24 estados e no DF. Em SP, o número de internados por Covid dobrou e levou o governo a recomendar limitação de público a 70% em estádios e eventos Além disso, a Anvisa recomendou o cancelamento da temporada de cruzeiros no país. Já não era sem tempo. Os testes para diagnosticar a Covid podem acabar por falta de insumos, segundo alerta da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica. A recomendação da entidade é priorizar pacientes graves. Enquanto isso, a Anvisa aguarda documentos do Ministério da Saúde para liberar os autotestes.

Em nota técnica divulgada na quinta, o Observatório Covid-19 Fiocruz trouxe um alerta para o aumento da ocupação de leitos UTIs no Sistema Único de Saúde (SUS). No documento, os pesquisadores destacam, ainda, que é preciso: 1 - reorganizar a rede de serviços de saúde, para dar conta dos desfalques de profissionais afastados; 2 - garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes com uso, por exemplo, da telemedicina; 3 - e seguir vacinando a população. O mundo registrou 3,6 milhões de casos de Covid em 24 horas e bateu um novo recorde. Os Estados Unidos seguem liderando o ranking de novas infecções (894 mil em 24h), mas a alta desta vez foi impulsionada pela Índia, que registrou seu maior número diário de casos da pandemia (442 mil).

Um menino indígena de 8 anos foi a primeira criança vacinada contra a Covid no Brasil, na sexta. Davi Seremramiwe Xavante recebeu a dose durante um ato simbólico em São Paulo. Nesta primeira fase, a vacinação será apenas para crianças com algum tipo de comorbidade ou deficiência, além de indígenas e quilombolas. Não será necessário apresentar receita médica. Há exato um ano, o Brasil viveu um dos momentos mais dramáticos e tristes de toda a pandemia: a crise do oxigênio no Amazonas. Até hoje, ninguém foi responsabilizado pelo caos sanitário que deixou mais de 60 mortos.

A Pfizer deve pedir o registro do medicamento Paxlovid, pílula antiviral contra a covid-19, na Anvisa nas próximas semanas. A presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, explica que o medicamento tem 90% de eficácia em pacientes de alto risco com sintomas de covid, para que sejam evitadas a forma grave da doença e a morte.
Então a pandemia está mais forte e precisamos cuidar mais, por conseguinte. Voltemos para a máscara (eu nunca deixei de usar), álcool gel e distanciamento físico.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

DIA DO LEITOR, MÊS DO LEITOR

 


            Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras, Editor das Edições A ILHA e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 41 anos de trajetória. Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br 


O leitor também tem o seu dia. O dia 7 de janeiro é o dia Nacional do Leitor, dia para homenagearmos nossos parceiros, sem os quais não existiríamos. Eu nem sabia que existia este dia, mas gosto da ideia, pois é mais um dia no qual podemos aproveitar para refletir sobre o acesso à leitura por parte de todas as camadas da população. Aliás, por que não um mês? Janeiro, o mês do leitor. Um mês para lembrarmos dos leitores, incentivarmos a leitura, trabalharmos para possibilitarmos aos leitores em formação o hábito da leitura.

Infelizmente, o número de leitores parece não ter a tendência de crescer, apesar do confinamento durante a pandemia, que fez com que tivéssemos mais tempo para ler. Lemos mais, sim, no período que ficamos em casa, mas a julgar pela qualidade do nosso ensino, da nossa educação, que vem proporcionando cada vez menos que os leitores em formação saiam dos primeiros anos do primeiro grau gostando de ler, essa tendência terá sido passageira. Até porque o ensino, no Brasil, que já estava ruim, está ainda pior com dois anos perdidos durante a pandemia, 2020 e 2021, com as escolas fechadas.  

Os estudantes do ensino fundamental estavam chegando ao terceiro, quarto ano sem saber, efetivamente, ler e escrever. O que será agora, depois de dois períodos escolares sem aulas? Nossas escolas públicas estavam, literalmente, caindo aos pedaços, os professores não eram suficientemente qualificados e também nunca foram pagos condignamente. E as próprias modificações que o poder público fez, até agora,  na educação – como mudar a maneira de alfabetizar as crianças, aumentar o prazo para que as crianças sejam alfabetizadas, tentando legalizar a falência do ensino, e transformar as 13 ou mais disciplinas do ensino fundamental e médio em apenas quatro áreas, numa óbvia tentativa de diminuir o conteúdo curricular, diminuíram ainda mais a qualidade que já era ruim. E com o atraso de dois anos na vida escolar de nossos estudantes, o que será daqui pra frente?

Então nossos leitores em formação não são levados, infelizmente, a ter o hábito e o gosto pela leitura, com algumas exceções, pois conheço professores que fazem um trabalho excepcional neste sentido, de dedicação e superação. A qualidade da educação brasileira tem que mudar, tem que ser repensada, o ensino fundamental e médio tem que ser olhado com mais carinho, com mais dedicação, com mais responsabilidade pelos nossos “governantes”, que parecem querer que o povo seja mais ignorante, para que não reivindiquem seus direitos. A educação tem que ser resgatada em nosso país, mas com o governo que está aí isso parece bem difícil.

A leitura abre as portas do conhecimento, da imaginação, da criatividade. A leitura abre as portas para o nosso futuro. Precisamos trabalhar para que mais e mais brasileiros tenham acesso ao livro, não só no sentido de fazer com que eles adquiram a capacidade e o gosto pela leitura, mas que possam comprar livros, esse produto que ainda é caro para a maior parte da população, ainda que usufrua de algumas isenções. Ainda bem que agora temos muitos títulos que podem ser acessados gratuitamente na internet e que podem ser lidos até no celular.

Você, que pode comprar livros, não os deixe guardados em prateleiras ou gavetas. Troque-os, doe-os, empreste-os. Você, que tem livros em pdf ou endereços onde se pode conseguir livros on line, passe-os adiante. É assim, também dessa maneira, que podemos fazer a nossa parte e colaborar para que aumente o número de leitores neste nosso imenso Brasil. É assim que podemos dar oportunidades a todos os leitores. Se cada um de nós fizer um pouquinho, o resultado geral pode ser bem animador.

Nossa homenagem aos leitores de qualquer gênero, de qualquer idade, de qualquer lugar. Continuem a ler e incentivem a leitura. Leiam livros para crianças desde a mais tenra idade, leia livros com as crianças, que elas crescerão gostando de livros. E viva o leitor em formação.

 

domingo, 2 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 26.12.2021-01.01.2022

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


A semana de passagem de 2021 para 2022 foi agitada. Tempo oscilando,  trabalhamos para preparar a festa para a virada, mas sem sair muito por aí. Fomos ao supermercado, para não deixar de preparar o porco assado, a lentilha, etc. No mais, só fomos até a casa do Rio e voltamos. Andamos pouco. Estou lendo um novo livro, A Garota do Lago, estou trabalhando no meu novo livro de viagens e começo a trabalhar na nova edição da revista ESCRITORES DO BRASIL. Não assisti muita televisão, mas vi um ou dois filmes e um pouco do noticiários português, brasileiro e de outros países.

Aqui em Portugal as medidas foram no sentido de prevenir o alastramento da ômicron, embora mesmo assim os números de novos casos aumentem vertiginosamente. O números de mortes não aumentou muito e a grande maioria das pessoas que morreram ou estão nas UTIs são aquelas que não tomaram a vacina. Infelizmente. Aqui é preciso teste para entrar em restaurantes e em qualquer evento. E o uso de máscara é obrigatório em locais fechados, inclusive transportes. Mas na Ilha da Madeira liberaram tudo e, além disso, ou por causa disso, havia onze navios de cruzeiro no Ilha na passagem do ano, com dezenas de milhares de turistas circulando. Estão insistindo nos cruzeiros, apesar de ser impensável juntar milhares de pessoas num local fechado como um navio, sem a possibilidade de sair dele a qualquer momento. É um risco inclusive para o continente, pois há fluxo constante entre as ilhas e o continente. Perigo dobrado para Portugal.

Rio ficou mais tempo esta semana com os pais e ele se diverte. Ficou acordado até a hora da virada, no dia 31 de dezembro. Adorou comemorar e só foi dormir no dia primeiro de janeiro de 2022. Um sopro de alegria que faz a gente feliz também. Uma ótima maneira de entrar no novo ano, entrar levados pelas mãos do Rio.

Por isso, a ordem neste início do novo ano é esperança. Precisamos combinar com o Universo que este ano tem que ser o ano do abraço apertado, do abraço de mãos, do beijo, da proximidade, da cura, da saúde. De muita luz. E ele será, se lutarmos por isso, se cuidarmos tanto quanto é necessário cuidar, se olharmos ao nosso redor e ajudarmos quem precisa ser ajudado, se dividirmos o pouco que temos. Conseguiremos, se tentarmos. Isso é esperança.

O ano de 2020 foi avassalador, com o mundo parando por causa de uma pandemia de covid 19. Não sabíamos nada sobre o novo flagelo que estava matando pessoas por todo o planeta, e cada vez mais. No final do ano de 2021, começaram a ser aplicadas as primeiras vacinas dessa pandemia e isso foi aceno de esperança de que o próximo ano, 2021, fosse mais promissor com o declínio da covid, já que todos deveriam ser vacinados. O fim da pandemia já era cogitado e o ano novo poderia ser bom. Mas não foi assim que aconteceu. As vacinas foram sendo aplicadas, aprovadas que foram em tempo record, algumas com maior índice de eficácia, outras menos.

No Brasil, a vacinação andou devagar por culpa de um governo negacionista que não comprou as vacinas em tempo hábil, por não reconhecê-las, criminosamente. Novas ondas da covid19, com novas variantes se espalharam pelo mundo e passamos o ano de sobressalto em sobressalto, com muito medo. Quando em parte do planeta havia países com 70, 80 por cento da população vacinada, no final de 2021, a terceira dose já estava sendo aplicada nos adultos e a primeira dose começava a ser aplicada em crianças de cinco anos em diante. Porque com a observação dos efeitos das vacinas e o aparecimento de novas cepas foi-se verificando a necessidade de uma maior proteção. E então apareceu mais uma variante extremamente contagiosa, a Ômicron. E já se fala em quarta dose.

Muita especulação, mas sem sabermos quase nada sobre a nova cepa, a esperança de um fim de ano quase “normal” foi se distanciando. Não deveríamos aglomerar-nos, ainda, não deveríamos abandonar os cuidados mais elementares, como usar máscaras, manter o distanciamento físico e fazer a higiene das mãos com álcool com frequência. E de novo muitos países tiveram que tomar medidas para atenuar o contágio nas festas de fim de ano: sem festas, sem fogos, os eventos de Natal e Ano novo foram quase todos cancelados. Alguns lugares insistiram na festa, aglomeraram pessoas, arriscando uma maior proliferação do vírus. E veremos o resultado nas próximas semanas.

Mas, apesar de tudo, teremos que perseverar a tentarmos fazer de 2022 um bom ano. Vamos ter que nos cuidar – se nos cuidarmos estaremos cuidando também dos outros – e fazer tudo para evitar que haja mais variantes. Pois só assim poderemos fazer um ano melhor, só conseguiremos isso tomando as vacinas e tomando os cuidados necessários. Talvez tenhamos que aprender a conviver com a covid, como convivemos com a gripe, tomando vacina todo ano, mas que seja uma forma mais branda. O novo “normal” continuará a exigir de nós todos os cuidados com os quais já nos acostumamos. Ou mesmo que não tenhamos conseguido nos acostumar, que é difícil. Depende também de nós, dos cuidados que tomaremos ou não. Que o  novo ano seja feliz, com covid e tudo, mesmo que tenhamos que conviver com ela tomando vacinas todos os anos. Mesmo que tenhamos que usar a máscara ainda por algum tempo. Mesmo que tenhamos que evitar aglomerações, por enquanto. Podemos tentar fazer um novo ano melhor.