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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A VOLTA DO FLORIPA LETRADA


Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
 
Há coisa de uma semana escrevei sobre o abandono do projeto Floripa Letrada, pois tenho passado no terminal de ônibus do centro e tenho visto as estantes vazias. A administração anterior da capital parece ter abandonado o projeto no ano passado, e ele estava esvaziado, então eu pedia, inclusive, ao novo prefeito, que o revitalizasse.
Pois ontem vi uma matéria a respeito, anunciando que o Floripa Letrada volta a ser abastecido com livros, nesta época de volta às aulas. "Toda segunda, quarta e sexta-feira, no período da tarde, as estantes das plataformas recebem obras doadas pela população, entidades públicas e privadas. No mês de março, o projeto será retomado nos terminais da Trindade, Canasvieiras e do Rio Tavares. A característica do Floripa Letrada é a de fornecer gratuitamente publicações aos usuários de ônibus. A iniciativa é das Secretarias Municipais de Educação e de Transporte, com o apoio da Cotisa, que é a companhia operadora de terminais de ônibus, e do Setuf, Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros."
O projeto, desde o seu início, tem o objetivo de propiciar acesso à leitura, incutir os gosto pela leitura, criar o hábito da leitura. No ano passado o Floripa Letrada foi mais um projeto abandonado pela "administração" do prefeito de então, em fim de mandato.
Agora o novo governo da cidade promete fazer novos convênios para garantir o abastecimento das estantes às segundas, quartas e sextas, para que os usuários do transporte público possam pegar livros e revistas para leitura no terminal, os ônibus ou em casa.
Na verdade, o projeto pretendia um rodízio, ou seja: as pessoas emprestariam os livros, mas depois de lidos eles seriam devolvidos às estantes do projeto para que outras pessoas os emprestassem. Infelizmente, muito pouco ou quase nada dos livros "emprestados" são devolvidos.
Ainda bem que, além dos convênios, o projeto conta com a doação de particulares. Assim, todas as pessoas que têm livros em casa já lidos, ocupando espaço, podem doar ao projeto. Nas estantes do Floripa Letrada, nos terminais de ônibus, está escrito que quem tiver livros ou revistas para doar deve ligar para os telefones 2106-5900 e 9956-2350, que um carro irá buscar em casa. Eu liguei, mas tive que insistir muito para que viessem pegar cerca de cem livros na minha casa, há pouco mais de um ano.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

UM VERÃO MUITO QUENTE


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br  

Este verão está se revelando um dos mais quentes, até porque tem chovido pouco, pelo menos por aqui. Ao contrário deste verão e do anterior, os inícios de ano sempre foram de muita chuva, tanta que tivemos grandes tragédias aqui em Santa Catarina e em outros estados brasileiros.

Pois as coisas têm mudado. Nas últimas temporadas temos tido calor cada vez maior e menos chuva e quem veio passar as férias aqui em Florianópolis deu-se muito bem se queria torrar no sol. Mas a verdade é que muito turista foi embora antes do tempo, porque faltou água nas torneiras.

Pois o sol inclemente deste verão fez estragos também no meu jardim e algumas plantas morreram. Minha “plantação” de morango quase que não sobreviveu ao sol escaldante, que andou por volta de quarenta graus, apesar do cuidado que eu tinha, regando pela manhã e à noitinha. Alguns pés de morango esturricaram no sol e tive que replantar para ter morangos no próximo inverno.

Mas em contrapartida, meus dois pés de araçás carregaram no início do verão e eu colhi muita fruta desde dezembro. E os pequenos pés de araçá continuam produzindo, tanto que está com muita fruta verde, ainda, para amadurecer nos próximos dias, enquanto eu colho as maduras e me delicio com a sua doçura. Pois quanto mais sol, mais doce ela fica.

Então, para mim não tem sido tão ruim o calorão e a seca, pois mesmo não curtindo mais a praia como em outros tempos idos, pude comer muito araçá, fruta que eu gosto muito e que a gente não encontra no supermercado. A abundância do araçá não impediu, no entanto, que este ano eu comesse também alguns cambucás, pois eles amadurecem em fevereiro e eu fui à Corupá, onde encontrei pés carregadinhos. Meu amigo Flávio José Cardozo também tem um enorme cambucazeiro em sua casa, mas este ano eu não fui visita-lo. Ainda tenho uma pequena muda de cambucá das frutas que eu ganhei dele.


Prefiro os nossos verões não tão chuvosos, mas bem que este podia ser menos quente. Precisamos cuidar melhor do nosso meio ambiente para que haja um equilíbrio maior das forças da natureza.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A JUSTIÇA E O LEITE VENCIDO


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com

Temos falado muito da falência da educação, da segurança, da saúde, ultimamente, porque isso tem ficado muito evidente, as provas tem sido assustadoras.

Infelizmente, não é só isso. A justiça também tem dado sinais de fraqueza, e não é de hoje. Por que os condenados do mensalão ainda não estão presos, por exemplo?

Acabo de ler que o filho de Eike Batista, que atropelou e matou uma pessoa, por estar alcoolizado, está livre de qualquer acusação, inclusive ganhou de volta a carteira de motorista. Pode voltar a dirigir, mesmo sendo um perigo em potencial no volante. E por aí afora. Isso é justiça? Que justiça é essa? Não há mais nada neste país que não seja tocado pela corrupção, pela falta de ética, de responsabilidade, de bom senso? Sobra irresponsabilidade, falta honestidade.

Aqui em Santa Catarina, mais especificamente em São José, na Grande Florianópolis, quase cinco mil latas de leite especial, que deveriam ter sido distribuídas à população carente, ficaram “guardadas” em um galpão da prefeitura municipal e tiveram sua validade vencida. O caso foi denunciado e ajuizado e finalmente a justiça deu a sentença: condenou o fornecedor a repor todas as latas de leite. Acontece que quando o fornecedor entregou o leite à prefeitura, ele não estava vencido. Por que não foi distribuído enquanto estava dentro do prazo de validade? A prefeitura diz de que todo o leite fornecido deveria ter sido entregue com prazo de 18 meses de validade. Isto deve estar escrito no contrato, mas se todo esse leite ficou estocado lá, alguma lata foi distribuída na gestão anterior? São quase cinco mil latas.

Não é injusto que apenas o fornecedor seja penalizado, quando o erro foi dos responsáveis pela distribuição do leite? Não deveriam ter chamado os titulares da Secretaria de Saúde, da época, para cobrar responsabilidades? As perguntas ficam em aberto. O contrato das compras de todo aquele leite deveria ser mostrado, para que se veja a cláusula do tempo de validade. Os registros de distribuição do leite, na gestão passada, também deveriam ser exibidos.

Já vi novela parecida nas enchentes. Naquela época, com estoques enormes de doações, as pessoas precisavam pedir pelo amor de Deus alguma coisa que precisassem, passar por uma burocracia absurda, enquanto nos galpões os alimentos e outros produtos estragavam, perdiam a validade.

Essa história do leite precisa ser melhor esclarecida.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

MANEIRAS FÁCEIS DE SOLUCIONAR PROBLEMAS


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

O governo do Estado de Santa Catarina tem maneiras muito fáceis de solucionar problemas. Aliás, problemas crônicos que vem se arrastando há anos, décadas, na saúde, na educação, na segurança.

O Hospital Regional, assim como outros hospitais catarinenses, “sofre” de superlotação e as pessoas são “internadas” nos corredores, em cadeiras, em bancos, etc. e ali ficam dias esperando por atendimento. Isso documentado e mostrado pela televisão inúmeras vezes. Pois na quarta-feira, dia 21 de fevereiro, Jornal do Almoço mostrou os corredores cheios de pessoas ali colocadas por falta de leito, esperando por atendimento. Só que um dia depois, a televisão voltou lá, pela manhã, para ver se havia sido feita alguma coisa, e os corredores estavam vazios. O interessante é que no dia anterior haviam 95 pessoas “internadas” e no dia seguinte apenas 66. Quer dizer, a solução foi muito simples: não foram aumentados os leitos, nem espaço físico, nem aumentaram o número de médicos e enfermeiros atendendo, apenas deram alta para quase metade das pessoas que estavam lá. Fácil, não? Tem gente demais, manda embora, que fica tudo bem. E as pessoas doentes que foram mandadas embora, será que estava bem, foram assistidas, tiveram seus problemas de saúde resolvidos, de uma hora para outra?

Outra solução rápida foi para os atentados: depois que a polícia federal veio para ajudar na retirada dos presos mais perigosos dos presídios catarinenses, o governo diz que, desde segunda, dia 19, não houve mais nenhum atentado, embora todos os dias, desde aquela segunda, tenha ocorrido, em algumas cidades catarinenses, carros,motos e ônibus queimados. A desculpa é que os incêndios não tem ligação com os atentados. Simples, não? Além disso, a população foi ainda mais penalizada com a incompetência dos governantes, que deixaram as coisas chegaram a esse ponto: na volta para casa, à noite, muitos ficaram sem ônibus, pois não havia “segurança” para os ônibus circularem, então só alguns deles saíam, com escolta, e com roteiros incertos. Beleza, não?

 E pra terminar, o estado caótico da educação: algumas escolas estaduais não têm a mínima condição de receber os estudantes na volta à escola, nesta semana, porque o Estado não vinha fazendo a manutenção nelas e não aproveitou os meses de férias para fazer reformas naquelas que estava em estado mais grave, literalmente caindo aos pedaços. Muitos estudantes tiveram que voltar para casa, nos primeiros dias de aula, por absoluta falta de segurança. Então esta semana o Governo lançou o “Pacto para a educação”, ou qualquer coisa que o valha, pacto este que prevê a reforma, a médio prazo, das escolas sucateadas. E a curto prazo? Como ficam as crianças das escolas que não podem receber alunos e professores? Vão ficar com horários reduzidos, pois aumenta-se um turno, e são apinhadas em espaços pequenos e mal equipados. Uma desculpa esfarrapada para o estado deplorável das escolas foi colocar a culpa dos estudantes, que não “cuidam” das escolas. Ora, se eu comprar ou construir minha casa e não fizer nenhuma manutenção nela, ao cabo de poucos anos ela começa a dar sinal de deteriorização. Então O Estado não pode se eximir da responsabilidade de manter as escolas, dar um espaço decente e equipado para estudantes e professores, porque é dever dele prover a educação de nossas crianças.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

AS ESCOLAS PÚBLICAS E A TECNOLOGIA DE PONTA

 
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Com a desastrosa volta à escola na rede pública estadual de Santa Catarina, com crianças tendo de voltar para casa, porque as escolas estavam caindo aos pedaços, foi um tanto irônico que ao mesmo tempo fosse assinado pelo nosso governador o “Pacto pela Educação”. Espero, claro, que o pacto seja cumprido, pelo bem da educação falida em nosso Estado. Nesse documento, entre outras coisas, consta a entrega de mais de 11 mil tablets para os professores, e não posso deixar de lembrar a promessa de investimento de mais de cento e oitenta milhões de reais,pelo governo federal, em tablets para as escolas públicas brasileiras. Coisa que não foi cumprida, como prometida, no ano passado. Os tablets deste ano, que entraram no pacto aqui em Santa Catarina, são a distribuição do que o MEC tinha comprado, como foi divulgado? O Estado está se apoderando de promessas do governo federal?

É até promissora a possibilidade de se colocar computadores nas nossas escolas de primeiro grau, pois as novas tecnologias, aliadas à internet facilitam o acesso à informação e, consequentemente, ao aprendizado, à aquisição de conhecimento.

Mas além da incerteza de que esses aparelhos apareçam, realmente, nas escolas, – os notebooks, de outro programa, bem mais antigo, até hoje foram entregues apenas a pouquíssimas escolas brasileiras - há o fato de que a educação pública está falida. Algumas escolas estão desabando, sem manutenção há anos, em muitas delas não há equipamentos indispensáveis para os alunos assistirem às aulas e para o professor ministrar as aulas e os professores recebem salário aquém do que merecem para a nobre missão que eles têm, de educar nossos filhos e prepará-los para a universidade e para a vida.


O início do ano letivo, aqui em Santa Catarina, está sendo um caos, pois o Estado não vinha fazendo manutenção em várias escolas e muitas delas foram interditadas, por absoluta falta de segurança para alunos e professores. E o mesmo Estado não usou os meses de férias escolares para fazer reformas,  recuperar as escolas em estado precaríssimo. De maneira que as aulas começaram e muitos alunos tiveram que voltar para casa, pois não havia escola para eles estudarem.

É claro que tecnologia é importante e ela pode ajudar na eficiência da educação, se for bem usada. Mas não seria mais racional se o dinheiro que seria usado para a compra dos tablets (e mais tantas outras coisas que se compram a preço de ouro pelo poder público) fosse usado para pagar melhor os professores e para reformar as escolas que estão desabando, por absoluta falta de manutenção de quem tem que garantir a educação para a população? Precisamos de lugares decentes para ensinar nossas crianças, precisamos de ambientes seguros para transmitir-lhes conhecimento, sem o que é inútil colocar em suas mãos ferramentas tecnológicas de última geração. E para isso precisamos de boas escolas, equipadas e com professores capacitados”, remunerados com salários justos e em número suficiente. O “pacto”, assinado para apaziguar os ânimos em meio à crise da segurança e da educação, promete recuperar as  escolas sucateadas. Esperemos que isso se cumpra em curto espaço de tempo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

VALORIZAÇÃO DA CULTURA


Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://luizcarlosamorim.blogspot.com  


Quando o atual prefeito de Florianópolis assumiu a Fundação Catarinense de Cultura, fiz questão de escrever um artigo colocando fé na atuação dele. Pena que o tempo foi pouco frente àquela entidade, então não deu pra fazer muito.

Agora que ele assumiu a prefeitura, quero reafirmar a esperança de que ele atue firmemente para resgatar a cultura em Florianópolis. Há muito a ser feito, pois a cidade esteve abandonada em todos os sentidos nesses últimos anos.

Então eu peço a atenção do prefeito para a Cultura. A Fundação Franklin Cascaes tem alguns editais em ser, para teatro, dança, oficinas de arte. Mas não havia nada específico para a área de literatura. Ano passado, finalmente, foi criado o Edital de Apoio às Culturas, através do Fundo Municipal de Cultura e da Fundação de Cultura Frankin Cascaes, equiparando finalmente a capital a outras tantas cidades do Estado que já tinham seu edital de cultura.

Em 2012 houve uma edição do edital de cultura de Florianópolis, embora tenha sido pouco divulgado. O edital, que é uma seleção pública para a concessão de recurso financeiros para projetos artísticos e culturais, teria contemplado as seguintes áreas: Artes Visuais; Música, Dança, Teatro, Leitura, Literatura e Livro, Circo, Cultura Popular, Cultura Afro-brasileira e Negra, Cultura Guarani e Patrimônio Cultural. Um edital que se dedica, também, ao fomento da leitura, literatura e livros.

Então, senhor prefeito, contamos com a continuidade desse edital, contamos com uma edição dele a cada ano, daqui pra frente, contamos com mais incentivo à cultura em Florianópolis.
O senhor representa uma esperança para a cultura da cidade. O senhor sabe quantos grupos e associações literárias existem na cidade? Quantos escritores? Quantas publicações literárias? Contamos com o senhor e estamos à disposição para ajudar, se preciso for.


Chamo, também, a atenção do senhor prefeito para a Câmara Catarinense do Livro, que precisa do apoio do Estado e do município para fazer uma boa Feira do Livro. Também as feiras do livro de Florianópolis estão fraquinhas, enquanto as de Jaraguá do Sul, de Joinville e de outras cidades tem se revelado grandes eventos culturais, trazendo convidados de renome nacional e agregando muitas atrações paralelas. A capital precisa de uma grande feira do livro.

E há, ainda, o Projeto Floripa Letrada. Que perdeu o gás e está com as estantes vazias, nos terminais de ônibus. Que foi abandonado pela gestão anterior. Precisa de uma injeção de ânimo. E de livros.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

ANIVERSÁRIO


Por Luiz Carlos Amorim – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Faço aniversário hoje. Nunca havia me ocorrido, mas há duas emoções distintas e contraditórias quando a gente comemora mais um ano de vida. Eu estou chegando aos sessenta e a não ser pelos esquecimentos aleatórios, pelas ites e oses, pelos cabelos brancos e quase ausentes, pelos vincos na cara, essa idade não combina muito com a minha cabeça. O cotidiano me mostra que as contas do tempo estão certas, mas eu gostaria que estivessem erradas, pois meu espírito ainda é jovem.

Então é mais ou menos assim: é muito bom completar mais um ano de vida, poder agradecer a Deus por mais este tempo junto daqueles a quem a gente quer bem. E receber o carinho e o abraço de toda essa gente querida.

Mas depois de uma certa idade, somar mais um ano aos já tantos anos acumulados significa ficarmos mais velhos. E ficar velho significa, também, limitações, dependências, assistência médica mais constante e mais cara. E isso preocupa.

Eu, apesar das minhas ites e oses, estou bem. Faço hidro – agora é a época do ano de retomar tudo, voltar à rotina -, musculação, tai-chi, dança e caminho bastante. Faço isso há anos, mas é claro que foi recomendação médica. A verdade é que me acostumei e gosto de fazer tudo isso. Estou uns dez quilos acima do peso, mas poderia ser mais, e nessa época do ano é normal o sobrepeso. Muita festa. Então agora  é entrar na linha, pois se fico pesado demais, o joelho berra. Estou aposentado e só escrevo, agora, além de fazer revisão de textos, então dá tempo para fazer regradamente tudo que é preciso.

De maneira que aniversário a gente tem que comemorar, sem fazer contas. Viver é um privilégio.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"FLORIPA LETRADA" PEDE SOCORRO


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Volto a falar, mais uma vez, do Projeto Floripa Letrada, pois passei pelo terminal do centro de Florianópolis e vi as estantes vazias. O projeto, iniciado em agosto de 2010 – encaminhando-se para o terceiro aniversário, portanto – consiste na oferta de livros em estantes colocadas nos terminais urbanos da capital, em pelo menos três deles. O usuário do transporte público pode pegar os livros para serem lidos no terminal, enquanto se espera o ônibus, ou levá-lo para ler no ônibus, enquanto viaja, e em casa. A intenção era que os livros fossem lidos e devolvidos à estante, para que outros leitores pudessem levá-los, tanto que o slogan do projeto é “a palavra em movimento”. Mas não é o que acontece, os livros não são devolvidos.

O projeto parece estar abandonado. Em meados de 2011, houve denúncias graves, que revelaram a ocorrência de pessoas que pegavam livros às pilhas, nas estantes que estão nos terminas de ônibus, para tentar vender em sebos. Ou vendiam nas ruas, convencendo os compradores de que “estariam ajudando uma instituição de caridade”. Com isso, o prefeito da capital, na época, ameaçou suspender o projeto. Algumas pessoas da Secretaria de Educação da Prefeitura de Florianópolis, responsáveis pelo projeto e que tem se dedicado a ele para que não acabe, conseguiram que ele não fosse interrompido.

Mas de lá para cá o projeto veio decaindo, chegando ao estado em que se encontra hoje, com as estantes vazias. Sabemos que o reabastecimento das estantes do Floripa Letrada só é possível em razão das doações de pessoas físicas e jurídicas – particulares, editoras, livrarias, bibliotecas, etc. – a prefeitura não tem verba nem para comprar livros para a biblioteca municipal, quanto mais para colocar num projeto onde os leitores levam as obras e não devolvem.

Mas como o ex-prefeito da capital praticamente abandonou a cidade, nos anos finais do seu mandato, não era esse projeto que iria merecer a sua atenção.

Por isso esperamos que o novo prefeito de Florianópolis olhe pelo projeto e não o deixe morrer. Já escrevi, em outra ocasião, um apelo ao prefeito César Júnior para que valorizasse a cultura na cidade, criando um Edital de Cultura que premiasse a literatura e outras artes como a música, a dança, o teatro, etc., a exemplo de tantas outras cidades catarinenses. Só a capital não tem um edital assim, porque os prefeitos anteriores não priorizavam a cultura.

Insistimos no Edital de Cultura e pedimos que inclua aí a manutenção do projeto Floripa Letrada.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

SANTA CATARNA - ESTADO DE CAOS


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Já passa de duas semanas do início dos atentados em Santa Catarina e eles continuam. O Estado não tem força policial suficiente para combater os bandidos. Mas recusou a ajuda do governo, que ofereceu o envio de policiais federais, com a desculpa de que apenas cem elementos era muito pouco. Ora, nós temos poucos policiais, porque nosso governador não providenciou o aumento do nosso contingente, e então ele diz que não quer ajuda porque a ajuda é pouca? E ainda por cima foi desmentido, pois a oferta não era de cem policiais, não foi especificado nenhum número, nenhuma quantidade.

Nosso governador é cego e surdo, além de devagar? Chega de dizer que tudo está bem, por que não está. Chega dessa cara de bonzinho, de inocente. Não dá pra não ver o que está acontecendo, não para não ver que ele está se contando história pra boi dormir enquanto o Estado afunda. Já morreu gente nestes atentados que assolam o Estado e quase chegam ao número de cem. Colombo não está dando conta do recado e está metendo os pés pelas mãos desde o início, pois a saúde e a educação também estão um caos, em estado de falência, assim como a segurança. Os atentados continuam, prova de que não há a mínima segurança.  Várias escolas estaduais estão interditadas, sem condições de receberem os estudantes que voltam às aulas nesta semana, pois inicia o ano letivo e durante as férias as reformas não foram iniciadas. Os hospitais continuam com o corpo médico defasado, faltando funcionários e os doentes continuam esperando muito para serem atendidos e internados – quando o são – em corredores e cadeiras, pois faltam leitos, faltam macas, faltam hospitais. Falta humanidade, falta competência, falta administração.

Senhor governador, já passou e muito a hora de tomar providências, de fazer o seu trabalho. Tem que correr atrás do prejuízo. Chega de desmandos, de falta de liderança. É preciso combater a violência, a corrupção e o terrorismo, é preciso recuperar o comando.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

TRÂNSITO EM JARAGUÁ DO SUL



      Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Tenho ido a Jaraguá do Sul nestes últimos meses e tive uma agradável surpresa. Além do Femusc, que considero um privilégio, o trânsito melhorou muito na Rua Epitácio Pessoa.

Antigamente, a Rua Epitácio Pessoa vinha com quatro pistas até a esquina com a Rua Rio de Janeiro (esquina do posto Mime) e duas delas desembocavam em apenas uma na sua continuação, em direção à Rua Erwino Menegotti e à saída da cidade para o norte. Era um descalabro, porque duas filas esperavam o sinal abrir (sinal que levava quase dois minutos para abrir naquele sentido) e era um Deus nos acuda para ver quem passava na frente de quem. Naquele trânsito caótico na base do salve-se quem puder, uma camionete já havia batido na traseira no meu carro.

Então fico feliz de ver que alguém botou a mão na cabeça e fez o que já deveriam ter  feito há muito tempo, provando que alguma coisa podia ser feita, que era possível organizar de maneira racional aquele trecho para que o trânsito fluísse tranquilo e seguro: fizeram duas pistas no trecho da esquina da Rua Rio de Janeiro até a entrada da Rua Erwino Menegotti.

Não sei porque demoraram tanto a fazer uma coisa que era tão simples, tão fácil, só dependia de boa vontade, bom senso, racionalidade. Agora o trânsito flui, calmo, porque duas pistas continuam em duas pistas.

Parabéns a quem está cuidando do trânsito de Jaraguá do Sul. Seja quem for, Jaraguá estava precisando de alguém competente, que enxergasse um pouco além do próprio nariz. Que continue a fazer esse bom trabalho para que todo o trânsito da cidade melhore. A população jaraguarense merece administradores que pensem no seu crescimento, na sua transformação em uma grande cidade.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A FALTA DE EDUCAÇÃO E O TERRORISMO


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Hoje a apresentadora Laine Valgas, ao chamar mais uma das tantas matérias sobre o abandono das escolas, por parte do Estado, disse uma coisa muito importante, para a qual venho chamando a atenção faz um bom tempo: se não tivermos escolas em condições de receber os estudantes, se não tivermos professores bem pagos e um conteúdo curricular minimamente apropriado, não podemos esperar que tenhamos cidadãos educados, esclarecidos, produtivos e honestos.

É que com os atentados que voltaram a assolar toda Santa Catarina, superando a onda de terror que aconteceu em novembro passado, Laine acertadamente responsabizou o abandono da educação pela formação de terroristas e bandidos. E esse abandono é visível por aqui, conforme a televisão mostrou: escolas estaduais interditadas por absoluta falta de condições de receber alunos e professores, caindo aos pedaços, uma até já desabou.

Tivemos quase três meses de férias escolares e o Estado deveria ter providenciado para que, neste tempo, fossem feitas obras de reforma em várias escolas catarinenses. Mas não foi o que aconteceu. As escolas continuam em petição de miséria, nada foi feito, nem começado. E o ano letivo está prestes a iniciar. O que será das crianças que precisam estudar? Vão entulhar dezenas de estudantes em pequenas e precárias salas, piorando ainda mais a qualidade do ensino que já vem sendo sucateado pelo poder público há muito tempo?

Como disse a apresentadora, com esse tratamento à educação, como não esperar a escalada de terrorismo que se instalou em nosso Estado? E o descaso não é só com a educação. É com a saúde, com a segurança, com tudo. Não temos policiais nas ruas. Não há policiais suficientes e os que existem estão prestando serviço em gabinetes de repartições públicas. No que diz respeito à saúde, as pessoas continuam empilhadas nos corredores de hospitais, esperando serem atendidas. Morrendo à espera.

Senhor governador, está na hora de dizer a que veio. Está na hora de cobrar providências, de tomar providências. Nosso Estado está sob o comando de bandidos. Já é hora de se fazer alguma coisa. Já está mais do que na hora.

 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

UM DIA INTEIRINHO DE MÚSICA


 
         Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

 
O encerramento do FEMUSC, no dia 2 de fevereiro, foi triunfal. Os Concertos para a Família, ou Zoológico Musical, esteve, como o da semana passada, soberbo. A edição dos Concertos de Sábado, à tarde, proporcionou uma seleção de belíssimas peças de Haydn, Britten, Tchaikovsky e Shostakovich. E ainda no começo da tarde, houve o Femusquinho. Memovável. Estudpendo.

À noite, apesar dos contratempos havidos antes do espetáculo começar – o horário de início que constava dos ingressos e no programa era 20 horas, mas chegamos ao teatro as 19h55min e nos surpreendemos com centenas de pessoas esperando do lado de fora, com um calor bastante grande – o que pudemos ver e ouvir compensou. As portas do teatro abriram lá pelas oito horas e o concerto, propriamente dito, passados propagandas dos patrocinadores e tudo mais, era quase nove horas. A justificativa para o Grande Teatro não ter sido aberto antes foi o ensaio da Mega Orquestra. Só  que havia outros espaços no Scar, como o Pequeno Teatro, por exemplo. O público que prestigiou o Femusc por duas semanas não merecia esse contratempo. A última edição dos Grandes Concertos deveria ter sido marcada para as oito e meia, então, como foi em todos os dias anteriores. Foi problemático, porque, além do calor, havia muitas pessoas com alguma idade, que não podiam ficar de pé muito tempo.

Mas como disse, o concerto foi magistral. Já de cara, os alunos e professores da Mega Orquestra impressionara e emocionaram, quando um pequeno grupo de violinistas trocou o Hino Nacional e eles cantaram lindamente até o fim da execução. O público não cantou junto só pra poder ouvi-los. Emocionaram.

A Mega Orquestra, composta de grandes e talentosos músicos que, naquela noite, revelou pessoas de ótimo humor, revelando uma alegria que transcendeu o palco e se espalhou pela plateia, interpretou Verdi, Mahler, Tchaikovsky, Elgar e Ernesto Nazaré. O teatro lotado ficou extasiado com a estupenda interpretação de tão belas peças dos grandes mestres da música erudita.

Obrigado, mais uma vez, músicos de todo o Brasil e do mundo, que vieram a Jaraguá para nos oferecer a possibilidade de ouvir a boa música, tão generosamente, tão dedicadamente.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ATENDIMENTO AO SEGURADO NO INSS


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Ontem precisei ir ao INSS, pois sou procurador da minha filha que está fazendo mestrado em Lisboa e precisa fazer o recolhimento individual para contagem de tempo para aposentadoria e para estender seu seguro saúde no exterior.

Pois primeiro enfrentamos uma fila para a triagem: conforme o que se precisa fazer, pega-se senhas com letras diferentes e espera-se em outra sala – grande sala – para ser chamado. A princípio, a gente espera meia hora, uma hora e aí já percebemos que as chamadas são muito aleatórias. Números da letra de nossa senha bem superiores aos nossos eram chamados e nós continuávamos a esperar. Muita gente já estava impaciente. Não há nenhuma explicação, na sala, para que se entenda a ordem de chamada para que nos encaminhemos às mesas dos atendentes.

Quando já esperávamos mais de uma hora, uma senhora, que falava com um dos vigilantes que prestam serviço no local, depois de algum tempo de conversa começou a se alterar, a falar alto. Atentamos para o que estava acontecendo e vimos que a senhora estava grávida e que pessoas que chegaram depois dela já tinham sido atendidas e ela continuava esperando. A vigilante que falava com ela não teve paciência e tato para conversar com a segurada e a senhora saiu da sala, pois algumas pessoas sugeriram que ela fosse na recepção falar com a pessoa que lhe dera a senha, pois a senha que ela tinha não era a apropriada. Devia ser uma senha prioritária. Depois de todo o bafafá, soubemos que a nossa letra tinha a mesma sequência, mas algumas eram prioritárias e outras não. Por isso alguns números acima dos nossos eram chamados antes.  O problema maior é que só havia uma pessoa para atender a nossa letra. Daí a morosidade.

Aliás, havia quinze baias para atendimento de segurados naquela imensa sala e oito estavam vazias. Por que não há mais atendentes, um número suficiente de funcionários para atender? Já está na hora do poder público tratar os cidadãos segurados como eles merecem, colocando pessoas para trabalhar e atender condignamente os segurados. O governo continua colocando a saúde em último plano, abandonando os segurados do INSS a sua sorte, como se o que buscamos lá fosse um favor, quando na verdade nos pagamos por tudo aquilo que temos direito.

Mas o atendimento que deixou a desejar no caso da senhora grávida ficou pior ainda. A vigilante, ao invés de chamar seu chefe imediato para tentar contornar a situação, dar um atendimento digno sem que a segurada precisasse perder a linha, chamou a polícia. Isso mesmo, ao invés de resolver o problema, agravou ainda mais, chamando a polícia.

Quando a polícia chegou, ficamos todos meio assustados. Mas quando os dois policiais foram falar com a segurada, alguns de nós, também segurados que havíamos presenciado o acontecido, nos aproximamos e emprestamos nossa solidariedade àquela senhora, nos colocando à disposição para testemunhar, se fosse necessário, e esclarecendo que não havia nenhuma necessidade de chamar a polícia, que a situação poderia e deveria ter sido resolvida ali mesmo, com tato e bom senso. Com responsabilidade e humanidade.

A única providência sensata, que na verdade foi iniciativa da segurada, foi conseguir uma senha prioritária, que é o mínimo que deveria ter sido feito desde o início.

Esperemos que a situação tenha servido para que a segurança que presta serviço ali naquela agência do INSS, no centro de Florianópolis, saiba lidar com situações desse tipo com mais tato e sabedoria, e que o INSS coloque pessoas em número suficiente para trabalhar, que nós pagamos para ter esse atendimento. Sabemos que não é só ali, naquela agência que os problemas ocorrem, e cobramos do INSS uma providência.

Uma verdade que precisa ser dita: depois de quase duas horas, quando nossa senha foi chamada, a nossa atendente nos recebeu com a maior simpatia, no atendeu magistralmente, com toda a atenção e presteza. E tenho certeza de que é a maneira dela de atender, não foi um atendimento especial para nós. Pena que não peguei o nome dela, pois gostamos demais do atendimento dela.