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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

UM NOVO ANO PARA SER FELIZ


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


Os turistas que vêm para o verão em Santa Catarina, pela BR 101, têm um espetáculo de luz e cor incomparável: as duas margens da estrada derramando flores e cores sobre os passantes, qual uma alameda enfeitada para receber os visitantes. Cidades como Joinville, São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul, Corupá e tantas outras são privilegiadas, por terem seus acessos ladeados pelas flores da grande e majestosa árvore, tão generosa a oferecer essa festa brilhante de vida. Elas começam a florescer no final de outubro, começo de novembro e vão até janeiro, fevereiro, anunciando o verão, enfeitando o Natal e colorindo a entrada do Ano Novo. Em janeiro, os jacatirões nativos começam a florescer no Paraná, em São Paulo e outros Estados e o espetáculo se transfere, enchendo de matizes vermelhos as matas cortadas pelas estradas tantas.
É a natureza, pródiga, a nos presentear com suas obras mais belas, apesar de cuidarmos tão pouco dela. Nós, homens, continuamos desmatando, cortando árvores indiscriminadamente. Ainda se cortam pés de jacatirão para se fazer lenha. Haverá crime maior do que esse? Queimar a árvore que é um dos arautos da natureza, o enfeite natural de nossos natais, a flor que anuncia o ano novo...
Algumas pessoas sequer enxergam as vibrantes árvores floridas de jacatirão, desde meados da primavera até quase o fim do verão. Não que tenham problemas visuais - elas não dão nenhuma importância ao belíssimo fenômeno da mãe natureza que é a profusão de flores por todos os lados. Já disse antes, mas vale repetir o que Cecília Meirelles escreveu, com maestria e propriedade, em "A Arte de Ser Feliz": "é preciso olhar e ver". Às vezes, apenas olhamos, mas não vemos. Se você não viu ainda, olhe para o alto, para os lados, para as matas, para as alamedas, para os morros, para as margens dos caminhos, dos rios, das lagoas e veja: elas estão lá, singelas, humildes, mas majestosas e iluminadas. São elas que dão as boas vindas aos novos anos que se iniciam, colorindo-os com suas cores, lembrando-nos que a vida é o maior presente que podemos ter. São elas que espalham pétalas de esperança, mostrando que é possível recomeçar.
Vamos aproveitar o novo ano e cuidar mais do nosso meio ambiente, da nossa humanidade e da nossa capacidade de nos reconstruir, para que o futuro aconteça. E ele será melhor.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

NOVO TEMPO


 Luiz Carlos Amorim

O futuro chegou.
Novo tempo, nova vida,
Esperança renovada.
Sim, eu sei,
Sou viciado
Em esperança,...
Essa fé no amanhã
Que me empurra adiante.
Mas se não houver esperança,
O que será do futuro?
Precisamos, urgente,
Nós todos, seres humanos,
Juntar toda esperança
Que podemos cultivar
E fazê-la realidade:
Um mundo mais humano,
Com dignidade e justiça.
Depende de nós.
O ano novo não será feliz
Como que por encanto.
Há que se lutar por isso.
Não somos capazes disso?

domingo, 29 de dezembro de 2013

ANO NOVO

 

Luiz Carlos Amorim

Bebo um gole de vida
e saio pelos caminhos,
faróis nos olhos,
canção nos lábios,
o futuro nas mãos
e sonhos no coração.
Planto sorrisos,
cultivo a paz
e lanço sementes
no chão de um ano novo
que acabou de nascer.
Aprendo poesia
e eternizo a essência
de um novo ser,
num tempo novo
onde a emoção me leva.
Construo uma nação
dentro do meu poema
e convido você
a morar nele...

sábado, 28 de dezembro de 2013

UM NOVO E BOM ANO NOVO


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Como eu já disse em outra oportunidade, a gente recebe um monte de entulho pelo correio eletrônico, diariamente, mas às vezes chegam coisas espetaculares. Recebo da minha amiga Fátima de Laguna um clipe via Youtube que é um belíssimo cartão de Ano Novo. É uma música cantada por Sandra de Sá, por um cantor de Cabo Verde, Ilo Ferreira, e vários outros cantores e instrumentistas de diversos países, como Buenos Aires, Chile, India, Espanha, Jamaica, etc.

A música é linda, cantada em português e uma outra língua que eu não consegui identificar, talvez seja bengalês, mas não tenho certeza. E digo que é o cartão de Ano Novo ideal, porque a letra é simples, mas diz muito, diz tudo o que queremos para o nosso futuro, para o futuro do ser humano e do lugar onde vivemos.

Vejam alguns trechos: “Peço a Deus / que os homens encontrem / os seus sonhos perdidos / e que os sonhos despertem / esses olhos dormidos / que o amor transborde / e que vamos em paz. // Peço a Deus / que nos mande do céu / muita sabedoria / um amor verdadeiro / que ninguém passe fome / um abraço de mãos / que vivamos em paz / que terminem as guerras / e também a pobreza / Encontrar alegrias / entre tanta tristeza / que a luz ilumine / as almas perdidas / e um futuro melhor.” Alguém já tinha traduzido um cumprimento entre os seres humanos como “um abraço de mãos”? Pois é.

Não é lindo? Não é a mais pura verdade? Não é o que todos queremos, o que todos pedimos? Como disse a minha amiga Fátima: Natal é isto: gente unida pela música. Parafraseando Mercedes Sosa: “a paz é cantarmos todos juntos!”

O nome do clipe é Satchita (acho que é o nome da música) e a música, como disse, traduz nossos anseios e esperanças para um futuro melhor.

Considerem a sua letra o meu cartão de Ano Novo. E tenham todos o Ano Novo mais feliz de suas vidas. Que 2014 nos traga o resgate da educação brasileira, da saúde, da segurança, até da justiça. Vimos, em 2013, a falência também da justiça e vamos torcer e diligenciar para que ela volte a ser realmente justa em 2014.

Que saibamos votar neste ano de 2014 e que tenhamos candidatos em quem votar, para que possamos colocar políticos de verdade, honestos, na direção deste país. Para que os próximos anos sejam melhores.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

NASCEU O MENINO!


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Hoje é o dia tão esperado.Dia de abrir a porta de nossas casas, de nossos corações e convidar o Menino que nasce para entrar, que a casa é dEle. Dia de dizer-lhe que a manjedoura do meu coração, dos nossos corações, de todos os corações está preparada para recebê-lo. Que todos estamos de portas abertas só esperando que ele chegue.

Assim é o Natal. O Filho de Deus nascendo entre nós, em nós, mais uma vez. A manifestação de carinho ao presentear amigos e a família, as festas com muito brilho, muita luz, muita comida, não são nada se o Menino não for convidado. Se Ele não estiver na festa de Natal, a festa não valerá nada. Porque a festa é feita para comemorar o seu nascimento, que significa o renascimento do ser humano, a renovação de nossas vidas, o futuro chegando. Os lábios que beijam nossas pessoas queridas e desejam Feliz Natal devem também dizer uma oração ao Menino que está nascendo para nós. As mãos que abraçam a mão do próximo, que enlaçam seus irmãos, devem se elevar ao céu para agradecer ao Pai pelo Menino que ele envia para nós. E o coração deve se encher de amor para acolher o Menino.

Então não há Natal sem o Menino, sem o Cristo Menino, Filho de Deus. As grandes festas, fartas de tudo, mas sem o nascimento, a presença do Menino, não valem nada.

Esteja certo, irmão, que você sabe o que é Natal. Esteja certo de que você está vendo a luz da estrela-guia apontando o seu coração, anunciando que o Menino está nascendo dentro dele. Que a manjedoura está preparada. Que você está pronto.

E viva o Natal verdadeiro, por inteiro. Porque não há Natal mais bonito e mais verdadeiro do que aquele que acontece dentro de você. Abra seu coração. Feliz Natal.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

MAIS NATAL


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


O Natal está aí e constato que, apesar de saber o que ele significa, sinto que o tempo, passando inexoravelmente, me mostra que minha idade vai avançando e eu vou mudando com ela. Vejo que aquela ansiedade para que o Natal chegasse já não é a mesma da minha infância, da minha juventude, do tempo em que minhas filhotas eram pequenas. Hoje elas estão adultas e a casa está vazia.

O Natal já não é mais tão alegre como outrora. Essa época de reunir a família e os amigos, de nos aproximarmos mais, de comemorarmos juntos a vinda de um Menino que traz sempre, todo ano, um punhado de fé e de esperança pra gente, acaba ficando um pouco triste, quando a gente já perdeu tantas pessoas queridas.

Não estamos sozinhos, é claro, e agradecemos a Deus por termos ao nosso lado muitas pessoas que amamos e poder abraçá-los na noite de Natal é uma bênção. Mas é inevitável lembrar de tantas outras almas abençoadas que não estão mais aqui e que fazem falta, muita falta. Almas que levaram um pedacinho do coração da gente. Então é preciso lembrar do Menino do qual estamos comemorando o nascimento, para não esquecer que nossos entes queridos deixaram, também, um pedacinho do coração deles para cobrir aquele pedacinho do nosso que levaram. Que eles estão, portanto, acolhidos num cantinho do coração e é com o coração que devemos abraçá-los. Coração que ficará mais leve, para dar as boas vindas ao Menino que está chegando para ocupar o seu lugar, se deixarmos.

De maneira que, para espantar a tristeza, para fortalecer a chama do Natal, preciso de crianças, mais do que em outras épocas do ano. Crianças são insubstituíveis no Natal, como se fossem a representação viva do Menino que renasce a cada ano. Podem ser netos, sobrinhos, afilhados, podem ser apenas crianças, simplesmente. Pode ser até nosso animalzinho de estimação, não raro o bebê da casa, por que não? Porque com criança o Natal é mais Natal.

 

domingo, 22 de dezembro de 2013

NATAL NÃO É PAPAI NOEL


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Há algum tempo, li uma nota na página do cronista mor da Ilha, Sérgio da Costa Ramos, dizendo que, nos dias atuais, o símbolo do Natal já não é mais o Menino que nasce todo ano para trazer ao mundo paz, fé e esperança. Agora o símbolo é Papai Noel, este senhor que tomou conta do Natal, por conta da conotação comercial que estamos dando à data mais importante da cristandade.

Ele tem razão. O Natal transformou-se em uma festa comercial, quando compramos mais, enfeitamos tudo com muita luz, damos presentes e recebemos presentes. Mas o real significado da data vai sendo esquecido. Quando falamos em Natal, lembramos logo de Papai Noel. Mas não deveríamos lembrar do Filho de Deus, que nasceu para dar uma nova oportunidade ao ser humano?

Comemoramos, festamos muito, bebemos muito, comemos muito – quem pode, é claro, porque há quem não tenha o mínimo para comemorar o nascimento do Menino Filho de Deus, a não ser com uma oração – só não festejamos o real motivo da festa.

Estamos nos distanciando do Menino e de seu Pai, estamos transformando o Natal em uma festa cada vez mais igual às outras. Não deveria ser o contrário? Não deveríamos nos aproximar mais da forças que regem nossos destinos, não interessa o nome que lhe demos?

Precisamos pensar nisso. Quando a noite do dia 24 chegar e abraçarmos nossos amigos, nossa família, nossas pessoas queridas, vamos lembrar do nascimento que é a razão da comemoração. Vamos erguer um pensamento em homenagem ao Menino que espera achar um cantinho em nossos corações para nascer mais uma vez. O Menino que significa renovação da vida, significa recomeçar com nova fé e mais esperança.

Precisamos resgatar o verdadeiro Natal. E isso só é possível se resgatarmos a fé e deixarmos o Menino que está para chegar entrar no coração de cada um de nós. Aí, sim, far-se-á o Natal. Porque Natal não é só Papai Noel. Natal não é Papai Noel.

sábado, 21 de dezembro de 2013

AS FLORES DE NATAL

 
Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br  

 

   Nós, da região litorânea norte do estado de Santa Catarina, nem precisamos nos dar ao trabalho de enfeitar uma árvore no Natal. Em fins de outubro, início de novembro, no auge da primavera, os jacatirões começam a florescer, prenunciando o verão, anunciando a festa maior da humanidade.
   E em dezembro, o que vemos é um espetáculo grandioso de cor e beleza: nossas matas, nossos caminhos e encostas estão totalmente enfeitados por milhares de árvores que substituíram suas folhas por incontáveis flores que oscilam entre o branco e o lilás, resultando, à distância, um matiz avermelhado misturando-se ao verde.

   Por isso, não é preciso enfeitarmos outras árvores: é só abrirmos nossas janelas e olharmos para a encosta mais próxima, para o arvoredo ao lado e até para o jardim do vizinho, que temos as árvores mais bonitas, as mais coloridas, presentes de Mãe Natureza nos nossos Natais.

   E os novos anos entram ornados pelas tantas flores do jacatirão e pelo sol de verão, fazendo com que possamos, realmente, ter esperança de dias melhores e enfrentar com mais alegria os tempos difíceis que atravessamos e que poderão ser diferentes, se soubermos olhar e ver as coisas boas que perduram.

   Sim, porque é preciso saber olhar para ver: se ficarmos apenas a lamentar e não pararmos para olhar as flores à beira do caminho, se não soubermos vê-las, como perceber que o mundo ainda é bonito e que vale a pena estar aqui?

   Tomara que o progresso não acabe com os nossos jacatirões, para que eles continuem explodindo na primavera, enfeitando nossos verões, descortinando esse espetáculo esfuziante de caminhos coloridos com tanta árvore-flor...
    Alguém percebeu que, com a duplicação da BR 101 desapareceram quase metade dos jacatirões que existiam à margem da estrada?

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

NATAL MÁGICO



         Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

 

   Os enfeites natalinos estão pela cidade toda, nas ruas, nas lojas, nas casas, nos jardins, os Papais Noéis invadiram a televisão, os jornais, as revistas, o rádio e até a Internet. E eu me dou conta de que o Natal está aí.

   Natal, ah, o Natal... essa época mágica de desembrulhar esperanças, de dar de presente carinho, compreensão e amor, de construir e fortalecer a paz e a fé, de engavetar a saudade... Aquela saudade pequena, que vai ficando maior e que vai doendo um pouquinho mais à medida que o Natal vai chegando. Saudade de almas queridas, como do Menino aniversariante, inquilinos vitalícios de nossos corações...

   Natal, o mesmo Natal que, quando éramos crianças, trazia Papai Noel com os brinquedos, trazia a árvore enfeitada, guloseimas e canções. Canções que falavam do nascimento de um Menino encantado que tinha o poder de modificar as nossas vidas, se quiséssemos. Ele representava o ano novo que vinha em seguida, a renovação, significava que a vida seria melhor, que nós, seres humanos, poderíamos ser melhores.

   Inexorável, vem a adolescência, a juventude e, adultos, vamos deixando aquela esperança mágica de lado, ocupados em sobreviver.

   Mas ainda há tempo de ver um raio de luz nascendo no horizonte de nossas vidas, um fio de esperança apontando o futuro. Ainda há um resto de fé se multiplicando, e este é o tempo para multiplicá-lo mais e mais. Porque o Natal é renascimento, é o encontro da paz, é busca do amor: é a comunhão com Deus. É a ternura de um Menino nascendo, é um sentimento maior que nós, homens, ainda podemos exercitar.

   Há que querermos um Natal completo e por inteiro, um Natal verdadeiro. E o espírito do Natal, que aproxima os homens, pulsará em todo ser. E brilhará nos olhos de toda criatura, luz a colorir a vida, a semear a paz, sonhada e perseguida. E estará  nas mãos de todas as pessoas, carinho a semear ternura. E soará dos lábios de cada um, canção a propagar a fé. Isto é o Natal do coração, presente maior que podemos ter.

   Temos a mania de dizer, nós os adultos, que o Natal perde a graça, depois que crescemos. Mas temos que resgatar o nosso eu-criança em algum cantinho, temos que continuar sendo um pouquinho criança para não deixarmos de festejar com a alma e o coração o nascimento do Menino Deus, o aniversário do Homem de Nazaré. E haveremos de dizer uma prece para comemorar-lhe a grande data e pedir-lhe a bênção neste e em todos os Natais...

 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

TODAS AS CRIANÇAS TERÃO UM NATAL?

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br       


Recentemente, eu e minha esposa fomos levar donativos para uma creche na periferia da cidade, pois eles sobrevivem com a ajuda da comunidade. Não é uma entidade municipal ou estadual, a ajuda oficial é quase nada, apenas paga um ou outro professor, então eles precisam que a sociedade colabore e de tempos em tempos a gente vai lá levar um pouco de comida - dez, quinze quilos de frango, arroz, biscoitos, leite, massa, etc. Coisa pouca, que dá para alimentar poucas vezes tantas crianças.
A maioria dos funcionários da creche é composta de voluntários e eles são poucos para a grande quantidade de crianças que são atendidas. Com certeza, mais de duas centenas delas, com idade a partir de poucos meses até cinco ou seis anos, que ficam lá o dia todo. Mas eles atendem também crianças em idade escolar, que ficam lá meio período.
As instalações já foram de madeira, até um ou dois anos atrás. Hoje o prédio é quase todo de alvenaria, ainda que o estado geral seja um pouco precário, pela falta de recursos. É uma casa bem grande. Falta ainda parte do telhado, que não se conseguiu ainda o dinheiro para fazê-lo, então algumas dependências, como o refeitório, que está só com a laje de cobertura, tem infiltrações quando chove.
Como já disse, falta pessoal. A gente percebe, quando vai passando de sala em sala e vê a quantidade de crianças em cada uma: mais de vinte, talvez mais de trinta em alguma e apenas duas pessoas cuidando de cada turma, raramente três. E olhem que algumas salas, como já mencionei, têm crianças pequenas, de colo, ou engatinhando, ou começando a andar, que têm que ser alimentadas com mamadeira, têm que ser trocadas de tempos em tempos, têm que ser olhadas e cuidadas continuamente.
Elas estão ali porque seus pais têm que trabalhar e não têm com quem deixar seus filhos, então essa creche é a sua salvação, uma alternativa de sobrevivência. São pessoas carentes que dependem daquela casa.
Fico pensando nestes pais e nessas crianças, que quase não convivem, pois mal se veem no final do dia. Como será o seu Natal? Andei pela creche e não prestei atenção a não ser nas crianças, nem atentei para os enfeites natalinos, se havia ou não.
Já passou novembro, os apelos comerciais da grande festa já pululam por todo canto, mas ali o Natal parece que ainda não havia chegado.
Aquelas crianças terão um Natal? Certamente não ganharão presentes vários - brinquedos, roupas novas, calçados, guloseimas, nem a ceia natalina talvez tenham, como as crianças de classe média cá de fora. Muitas daquelas crianças nem saberão que não tiveram Natal, porque não tem idade para entender.
Elas aprenderão o significado do Natal, pelo menos aquelas um pouquinho maiores, de três, quatro, cinco anos? O Menino que vem todos os anos, nesta época, motivo das comemorações, nascerá na casa dessas crianças? Com certeza sim, mesmo que elas não saibam ainda. Mas os seus pais, na ferrenha luta pela subsistência, conseguirão mostrar a elas que o nascimento de um Menino mágico e encantado, que sempre vem, é para todos, inclusive para elas?
Esse esclarecimento, que elas merecem, não é, no entanto, responsabilidade apenas dos pais. É um compromisso de todos nós, cristãos, é um compromisso da sociedade. E podemos honrar esse compromisso, essa responsabilidade, não deixando que um trabalho como esse, de cuidar de crianças cujos pais precisam trabalhar, acabe descontinuando por falta de ajuda, por falta de apoio.
Feliz Natal a todos aqueles que têm boa vontade e se preocupam com o próximo, não apenas consigo mesmo. E prestem atenção a sua volta, pode haver uma criança que não sabe se terá Natal.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O SIGNIFICADO DO NATAL


Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

E estamos no final de 2013. O Natal está aí, essa festa grandiosa para a humanidade que a própria humanidade transformou num mero evento consumista: a festa da fraternidade e do amor, reduzida a uma época para se gastar mais, para se comprar mais. 
Mas ainda é tempo de mudar. Ainda há tempo. Será que vamos nos esquecer, novamente, que o Natal não é Papai Noel, não é presentes e guloseimas, cores e brilhos, simplesmente? Alguém lembrará do menino que está para nascer e que representa o renascimento da vida para cada um de nós, a esperança de renovação para cada cristão desse mundo de Deus?
O Natal é a oportunidade de reafirmarmos nossa fé em uma força superior que rege o universo, que rege o futuro, não importa o nome que lhe demos. Porque como já dissemos outras vezes, o que será de nós, seres humanos, irmãos gêmeos da natureza, se não tivermos fé e esperança num amanhã que está nas mãos daquele menino que está para nascer?
O que adiantará alguns de nós montarmos nossas árvores de Natal, com luzes e enfeites, podermos comprar presentes para os filhos, pais, irmãos, amigos, se não soubermos o significado do Natal? Precisamos começar a ensinar nossos filhos, que desde muito pequenos esperam ansiosamente o final de ano para que Papai Noel lhes traga brinquedos e doces de presente, que o Natal não é só isso. 
Que Natal é muito, muito mais do que isso. Que o Natal existe porque um menino nasceu, há muito tempo atrás, para ensinar-nos que sempre é possível começar de novo, que nunca é tarde para recomeçar, que nunca estaremos sozinhos, apesar de tudo. 
Que podemos exercitar sentimentos e emoções simples, próprios de nós, homens, filhos de Deus, como a solidariedade e a fraternidade, a amizade e a compaixão. Que esses sentimentos levam a sentimentos maiores. Não podemos deixar de lembrar, sempre, este significado maior.
Em alguns lares, às vezes por falta de tudo, às vezes por falta do espírito de Natal, nem a árvore enfeitada com frutos coloridos e maduros, representação de fartura, se faz presente. Principalmente se não há crianças. E uma casa sem Natal é muito triste. E um adulto que não tem mais a capacidade de sonhar, de sorrir e de ter esperança é mais triste ainda. É como se não deixássemos nascer o menino, o filho de Deus, que representa a nossa alma, a magia e o encantamento de viver.
Natal é a comemoração da vida, que um menino chamado Cristo traz todo ano, tentando nascer em nossos corações. É a comemoração do aniversário desse menino, que há mais de dois mil anos veio para iluminar nosso caminho. Essa é a grande festa: ela precisa começar dentro do coração de cada um. Feliz Natal para todos.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

SEÇÃO DE AUTÓGRAFOS NA FEIRA DO LIVRO DE SÃO JOSÉ



   Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Esta quinta, dia 12 de dezembro, estarei na Feira do Livro de São José, no Shopping Ideal, para a seção de autógrafos de meu mais recente livro, “HITÓRIAS DE NATAL”. Será às 15h30min. O livro de contos de Natal, que leva o prefácio do professor Celestino Sachet, é um volume de contos com uma visão sob vários ângulos da data máxima da cristandade. Na oportunidade, será lançada, também, a edição 127, especial de Natal, do Suplemento Literário A ILHA.

A Feira do Livro de São José é uma iniciativa da Papa Livro Editora e Distribuidora, começou no dia 3 de dezembro e vai até fevereiro.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

POESIA DO CORAÇÃO


                 Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

 

Maria de Fátima Joaquim sempre foi poetisa. Desde os tempos do Grupo Literário A ILHA, do qual ela foi uma das escritoras que participou desde o início – sua poesia fluía, romântica, apaixonada. Ela estava sempre mostrando versos novos, quando participava das reuniões, dos saraus e do varal da poesia nas feiras de artesanato.

Este é seu segundo livro. O primeiro, “PEDRA FALSA”, faz parte da coleção Poesia Viva, publicada pelas Edições A ILHA, com quatorze volumes.

Como já mencionamos e é facilmente perceptível, lendo os poemas de Maria de Fátima Joaquim, sua poesia é predominantemente romântica, embora manifeste, também, uma salutar preocupação social, em seus versos. A família, a natureza, o ser humano estão sempre presentes no seu trabalho.

É muito bom ver uma poetisa dinâmica e produtiva, como Maria de Fátima, voltar a publicar, brindando o leitor com mais uma coletânea de sua sensível e lírica poesia.

A poesia e a literatura estão em ascendência em Joinville e esta poetisa está junto nessa retomada. Com a transferência do Grupo Literário A ILHA para a capital, no final dos anos 90, houve tentativas de continuação de um movimento literário em Joinville, que não vingaram. Mas os escritores da Manchester se organizaram, no início da segunda década deste novo século e estão ativos, colocando de novo a sua produção em evidência.

E Maria de Fátima Joaquim é um dos agentes que estão trabalhando para que a literatura Joinvillense tenha o lugar que merece, que cada vez mais seja lida e valorizada.

Sua poesia merece ser sempre mais conhecida e apreciada.

domingo, 8 de dezembro de 2013

A ILHA - EDIÇÃO DE NATAL DE A ILHA

  
 
                          Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http//www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Saiu uma edição da revista do Grupo Literário A ILHA, em sua nova fase, com nova cara, graças à colaboração do diagramador Vlad Camargo e da poetisa Clarice Villac.

Esta é mais uma edição especial, pois além de muita poesia e muita prosa, além de informação literária e cultural, temos muitos textos em homenagem ao Natal. Muitos autores novos, outros que voltaram às páginas da revista.

Temos registro da participação do grupo no primeiro FLICAM – Festival Literário de Campos Novos , a homenagem ao poetinha Vinícius de Moraes, pelo passagem do seu centenário e também a homenagem ao escritor Lauro Junkes, em resenha sobre o seu último livro, lançado após a morte dele.

Registramos, ainda, a realização do Encontro Catarinense de Escritores em Joinville, promovido pela Confraria do Escritor, no mês de novembro, reunindo um grande número de autores de todo o Estado de Santa Catarina. E as feiras do livro de São José e Florianópolis, neste mês de dezembro, com a participação deste cronista, coordenador do Grupo Literário A ILHA, que lançara o seu novo livro de contos, "HISTÓRIA DE NATAL" e a nova edição da revista do grupo.

Desejamos a todos os nossos leitores um Feliz Natal e um 2014 cheio de realizações e muita inspiração aos escritores e convidamos todos a visitarem o portal do Grupo Literário A ILHA, em Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br , para verem a edição on-line da revista Suplemento Literário A ILHA e também a versão impressa em pdf.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

SAUDADES DO MEU HERÓI

 
                        Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Meu herói se foi. Nesta sexta, 6 de dezembro, meu pequeno grande herói foi-se embora. Não, não estou falando de Mandela, não. Falo de meu herói de verdade, falo de Wesley, o nosso herói-menino que lutou, lutou muito e bravamente pela vida, mas Deus decidiu que nós já tínhamos a companhia dele por muito tempo e queria, também, tê-lo ao lado Dele.

Eu estava feliz porque ele estava feliz, ontem, quinta, na festa que houve na Casa Padre Pio, feita em homenagem a ele. Brincou, sorriu, pulou, abraçou, ganhou presentes, estava rodeado de pessoas que o amavam. Foi uma linda despedida, mas ninguém sabia que era uma despedida.

Hoje, a professora Mariza nos dá a notícia que gostaria de nunca ter que dar: Wesley morreu. E dói, dói muito saber que nosso guerreiro lutou tanto, tanto, mas não pode vencer essa batalha. Tinha apenas sete anos, o nosso guerreiro e herói  Wesley Gabriel Pigosso. Mas sempre foi um exemplo de resistência e persistência, sempre tinha um sorriso nos lábios e aquele brilho no olhar. Mesmo com a dor, que agora ele não sentirá mais.

Gabriel está bem, agora, juntinho de Deus Pai. Nós é que nos sentimos desamparados com a sua ausência, nós é que sentiremos falta daquela força, daquele sorriso, daquela alegria a despeito de tudo.

A verdade é que a morte não poderá apagá-lo do coração de cada um de nós, ele continuará vivo em nós, em cada um de nós, através da memória que sua existência nos legou, graças a Deus. Pessoas como Wesley tornam esse mundo mais bonito, tornam a nossa vida mais vida.

Eu já perdi uma pessoa amada assim como Wesley, em uma outra primavera que já vai longe no tempo. Mas parece que foi ontem. E ainda dói. Dói muito. Mas essas perdas nos fazem dar mais valor a nossos entes queridos, a tudo que a vida nos dá. Então Wesley é mais um anjo que temos na casa do Senhor. Que ele, Wesley, e Vanessa, nos abençoem. Precisamos deles.

Que eles continuem em nossos corações, sempre, para que a gente saiba valorizar a vida e reconhecer nossos pequenos grandes heróis. Que não morrerão jamais em nossos corações, pois são inquilinos vitalícios. São sinônimos de amor. São anjos que nos ensinam o valor da vida.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

NOITE DE CULTURA EM SÃO FRANCISCO DO SUL


 



   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

O dia 29 de novembro foi marcante para a cultura francisquense e catarinense. Foi no anoitecer desse dia que a Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul abriu seção solene para a posse de novos acadêmicos honorários, amigos da academia e lançamento de cinco livros de acadêmicos.

Com uma programação tão ampla – posse de vinte acadêmicos honorários e quatro amigos da academia – o presidente da Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul, Rudi Oscar Beckhauser conduziu a solenidade de maneira dinâmica e simpática, com muita objetividade e bom humor, quebrando o protocolo, às vezes, para tornar o evento leve e prazeroso. De parabéns por tornar leve e agradável um evento que poderia ser sisudo, sério demais, e pela agilidade, também, pois tudo foi feito em mais ou  menos uma hora, para em seguida começar a seção de autógrafos dos acadêmicos.

Os livros, é bom que se frise, foram entregues ao público que lotou o auditório do Museu Nacional do Mar de forma gratuita. Ninguém teve que pagar um centavo e todos saíram com um ou mais livros de lá.

Uma noite literária para ficar na história de São Francisco do Sul, cidade histórica que sempre foi polo cultural de nosso Estado. Foi muito bom testemunhar uma festa literária como aquele e ver uma integrante do Grupo Literário A ILHA, a romancista mais conhecida deste nosso Estado catarina, Urda Alice Klueger, tomar posse como acadêmica honorária da Academia de Letras e Artes de São Chico, ela que já é acadêmica da Academia Catarinense de Letras.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

PROMESSAS PARA A CULTURA


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A Fundação Catarinense de Cultura anunciou, pouco depois do início do ano, a continuidade de alguns projetos culturais abandonados há alguns anos. Foi alvissareiro ter a promessa do Estado que o Prêmio nacional Cruz e Sousa, um dos concursos literários mais importantes do país, seria resgatado mais uma vez. Era importante, também, saber que o Edital para escolha de livros de autores catarinenses que seriam distribuídos para as bibliotecas municipais teria, finalmente, mais uma edição.

A última edição do Prêmio Cruz e Sousa foi em 2009. Esse concurso é um dos mais importantes, senão o mais importante do gênero, porque projeta o Estado de Santa Catarina no cenário  literário do país. Então é hora de reeditá-lo, é hora de ser mais  valorizado pelo poder público. Deveria ter, até, uma edição todos os anos.

O Edital de Aquisição de Livros, promovido pelo Governo do Estado, deveria selecionar e adquirir obras de autores catarinenses. Deveriam ser selecionadas até dez obras, que teriam 300 exemplares de suas tiragens compradas e distribuídas para bibliotecas públicas municipais. Essa, na verdade, é Lei Grando, que existe há uns 20 anos, mas não vinha sendo cumprida há muito, muito tempo. Teve uma edição em 2009 e deveria ser levada a efeito todos os anos, mas a deste ano seria a terceira edição.

Independente disso, a Fundação Catarinense de Cultura prometeu, também, publicar livros de novos escritores catarinenses através da FCC Edições. Essa era uma promessa das mais promissoras, pois pode revelar novos talentos nas nossas letras.

A verdade é que estamos no final do ano e quase nada do que foi prometido pela FCC foi cumprido. Pra não dizer que nada foi feito, em meados de 2013 o Estado lançou o Edital Elizabete Anderle, que tem verba para projetos de Letras – publicação de livros e financiamento de atividades em prol da difusão do gosto pela leitura.

Os outros, projetos importantes para a cultura catarinense e para os produtores da arte literária, ficaram no esquecimento, como sempre. Quando o Estado cumprirá a intenção de colocá-los em prática, cumprir o prometido? Quando o Estado cumprirá as suas próprias leis?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

UM 'PUXADINHO' PARA CRUZ E SOUSA EM SC

 
      Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


O dia vinte e quatro de novembro marcou a passagem de mais um aniversário do nascimento do nosso grande poeta simbolista Cruz e Sousa, o maior poeta catarinense, conhecido no Brasil e no mundo. Mas ser o ícone do simbolismo brasileiro não significa que a sua vida foi fácil. Sofreu discriminação pela sua cor, não teve reconhecimento em vida e morreu jovem. Teve quatro filhos que morreram prematuramente, pela tuberculose, que também o matou e a sua mulher.

Os restos mortais do maior poeta catarinense, trazidos de Minas para o Rio em trem de carga e finalmente vindos para Santa Catarina em 2007, foram de novo para a senzala, que o local onde foi construído o “Memorial” Cruz e Sousa é justamente o lugar onde ficava a senzala do casarão que hoje é o Palácio Cruz e Sousa. Os ossos do grande mestre do Simbolismo ficaram esperando todo esse tempo – três anos, que o memorial, prometido pelo Estado para 2008, só foi inaugurado depois do aniversário do poeta de 2010 – para voltar à senzala.

E o tal Memorial, que deveria ser um lugar para receber público para reverenciar a memória do grande poeta, resultou num cubículo que nunca foi usado para nada, a não ser a inauguração.

Ontem, dia 27, estive numa seção da Academia Desterrense de Letras e um desabafo da acadêmica Telma Lúcia Farias me chamou a atenção. A seção solene era em homenagem a poeta maior Cruz e Sousa, pela passagem da data de seu aniversário, no dia 24, e a acadêmica pediu um aparte para lembrar que todos estavam fazendo homenagens ao nosso poeta, mas ninguém havia lembrado que os restos mortais dele foram trazidos para Santa Catarina e estavam esquecidos num “puxadinho” construído pelo Estado, nos fundos do Palácio Cruz e Sousa.

Achei muito oportuna a fala da acadêmica, porque tenho escrito diversas crônicas sobre o assunto, cobrando do Estado que resgate a dignidade de tão importante figura da cultura catarinense, construindo um Memorial à altura do grande nome que ele é. E é tempo, mais do que tempo de a Fundação Catarinense de Cultura deixar de prometer e fazer, efetivamente, alguma coisa. Se passarmos por lá, pelo “memorial”, no centro de Florianópolis, vamos constatar que ele está fechado e que ninguém está fazendo obra nenhuma no local, apesar de ter sido prometido pelo Estado, através da FCC, que os erros seriam corrigidos.

Precisamos nos unir para exigir que o Estado construa um Memorial condizente com a importância de Cruz e Sousa para a cultura do nosso Estado. Não é possível que o poeta que representa o simbolismo brasileiro, o maior poeta do Estado, continue a ser humilhado em sua própria terra. O correto, mesmo, seria fazer o Mausoléu para abrigar o poeta dentro do Palácio Cruz e Sousa.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A FEIRA DO LIVRO DE NATAL DA CAPITAL


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

No dia 25 de outubro, recebi convite, através do Facebook, para participar da 28ª. Feira do Livro de Florianópolis. Não respondi de imediato, porque precisava ver quais datas eu teria livre para agendar uma data e horário de lançamento no evento. Só no início de novembro, no dia 2, enviei e-mail para a Câmara Catarinense do Livro, perguntando a possibilidade de agendar um lançamento para o dia 13 de dezembro, as quinze ou dezesseis horas. Como passou-se mais de uma semana sem que obtivesse resposta, depois de duas semanas liguei para a CCL e a secretária me informou que não tinha tido condições de agendar ninguém, porque estavam com problemas quanto ao espaço da feria, no Largo da Alfândega, com a Prefeitura.

Comunicou-me ela que o espaço a ser cedido para a feira seria menor, pois a prefeitura não queria invadir o espaço dos feirantes e comunicaria assim que tivesse uma definição. Achei estranho, pois duas vezes por ano a feira é realizada no mesmo espaço e os feirantes são realocados para a praça ao lado, mas aguardei, pensando cá com meus botões que a Câmara já tem tanta dificuldade para realizar a feira do livro, agora teria mais um, que seria a diminuição do espaço.

Ontem, dia 26, falei de novo com a secretária da CCL e ela me confirmou  que, realmente, o espaço para a feira havia diminuído e que não haveria palco, nem espaço para lançamento de livros, nem espaço para os escritores locais. A feira seria só os estandes das livrarias. É um retrocesso, mas se a secretária está informando, é porque deve ser isso mesmo.

A Feira do Livro de Florianópolis vem diminuindo a cada ano, por falta de apoio tanto do Estado quanto do município. O evento vem sofrendo um processo de esvaziamento e, a continuar assim, no próximo ano não teremos feira do livro na capital.

Vou tentar fazer o lançamento do meu novo livro de contos de Natal no estande de uma editora, pois quero ver como é que fica a feira neste final de ano.

sábado, 23 de novembro de 2013

ENCONTRO DE ESCRITORES LUSO-BRASILEIROS


   Por Luiz Calos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

O ano do Brasil em Portugal e vice-versa acabou, mas continua dando frutos. A integração Brasil-Portugal está mais fortalecida do que nunca e a iniciativa da Revista Lapa Legal, do Rio, da escritora Jô Ramos, com a colaboração da ZL Comunicações e da Pastelaria Studios, editora de Lisboa, promovendo o 1º. Encontro entre Escritores de Portugal e do Brasil, prova isso.

O evento estará reunindo escritores brasileiros e portugueses para debates, amostra da obra de autores dos dois países e exposição literária com a finalidade de divulgar a literatura dos dois países e aprofundar as ideias sobre o papel do escritor no mundo. Assim, a integração literária e cultural continuará a ser fortalecida, pois o congraçamento entre autores dos dois países irmãos ajudará a tornar a obra dos autores de um país mais conhecida no outro.

Será uma festa literária em Lisboa, abrindo o ano literário de 2014, e um reforço na parceria e discussão para melhorar a forma de divulgação do nosso trabalho em outros países. O encontro tem, também, o objetivo de valorizar mais o autor, a obra e o diálogo literário.

Temas como “Disseminação da literatura brasileira e portuguesa e o que temos que fazer para um intercâmbio mais eficaz entre os dois países”, “Como divulgar nossa  literatura em outros países” serão debatidos no Encontro de Escritores Portugueses e Brasileiros, que acontecerá em Lisboa, no dia 4 de janeiro de 2014, na Fábrica Braço de Prata.

Infelizmente não poderei estar presente, mas alguns volumes da minha obra estarão sendo levados pela organizadora.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

FEIRAS DO LIVRO PARA CRIANÇAS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A propósito de algumas feiras do livro que estão acontecendo e acontecerão, ainda, neste final de ano, como a de Florianópolis, nunca é demais discutirmos sobre o reflexo delas na sociedade, notadamente sobre os leitores em formação.
A cada grande feira, como a de São Paulo, a do Rio, a de Porto Alegre, podemos constatar que crescem as opções referentes à Literatura Infantil. E a cada final de feira verifica-se que o gênero que mais vende é o da Literatura Infantil e Infanto-juvenil. Provavelmente porque os livros infantis são mais baratos. Pode ser.
As feiras e bienais do livro realmente tem privilegiado a literatura infantil e infanto-juvenil e é importante que isto aconteça, porque temos de dar prioridade ao leitor em formação. Precisamos oferecer cada vez mais livros para crianças, de todos os tamanhos, cores e formatos, de texturas e até mídias diferentes, avulsos, em pacotes ou pequenas coleções.
E os eventos literários como feiras, bienais e festivais literários têm oferecido quantidade e variedade no gênero infantil e infanto-juvenil, tanto os clássicos como a produção contemporânea, pois temos ótimos autores, além das produções importadas. Há livros de contos e fábulas do tamanho de um CD e há livros gigantes, do tamanho de um jornal. Há livros infantis para todos os gostos e bolsos.
E vendem, vendem muito. Eu, que não tenho mais filhos pequenos, compro livros infantis para dar de presente a sobrinhos e filhos de amigos. Vê-se, nas feiras e bienais, crianças em companhia da família, crianças levadas pelas escolas, até crianças muito pequenas, que provavelmente nem sabem ler ainda, com moedas e notas de um real escolhendo, elas mesmas, o livro que vão comprar. Até meninos de rua fazem-se presentes, contabilizando trocados para comprar o seu livro – o primeiro, talvez.
Sim, é verdade, os livros infantis vendem também porque são baratos. Mas quando do resultado final das feiras, o valor da venda desses livros é bastante expressivo em relação aos outros gêneros.E se o livro infantil pode ser vendido mais barato, por que os outros não podem? Reconheço que os livros infantis têm menor número de páginas, mas em contrapartida têm muito mais cores – isto significa mais impressões, maior custo. E sabemos que, por venderem mais, as tiragens são maiores, o que faz com que o preço da unidade possa ser menor.
Mas vemos, também que outros livros, de literatura clássica e contemporânea, são publicados em grandes tiragens para serem vendidos em bancas de jornais e revistas, por preços bem mais convidativos do que aqueles que são cobrados nas livrarias pelas edições “convencionais” das mesmas obras. Isto significa que há alternativas para colocar o livro – não só o infantil – ao alcance de todos os leitores.
Destacamos o quanto as grandes feiras (e por que não as pequenas?) de livros têm nas crianças, esses leitores em potencial, o seu principal alvo, porque é por eles que devemos começar, para que se leia mais neste país: precisamos colocar livros nas mãos das crianças, desde a mais tenra idade, para que elas aprendam a gostar de ler.

domingo, 17 de novembro de 2013

A GVT, SEUS SERVIÇOS E O ATENDIMENTO AOS CLIENTES


   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Sou cliente da GVT há mais de um ano e  até uns três ou quatro meses atrás, gostava muito do serviço: a velocidade da internet era boa, a televisão tinha os canais em HD com ótima qualidade e o telefone não incomodava.

Pois começou a complicar de uma maneira tal que quando não estamos com o telefone mudo, é a internet que vive oscilando, caindo mesmo, ou a televisão que trava ou oscila e a imagem começa a deteriorar e até cai. Ou  acontece tudo ao mesmo tempo.

Não bastasse isso, o atendimento da GVT, que era ótimo, ficou péssimo: não atendem no prazo regulamentar, quando atendem resolvem o problema na hora, mas em seguida o problema volta e ainda aparecem outros.  Ultimamente, eles nem sequer tem dado retorno. A ouvidoria manda uma mensagem com o protocolo, dizendo que em até dez dias para entram em contato, mas ninguém nem contata com a gente, por telefone ou mensagem, nem mandam técnico para visitar e resolver.

Meu telefone vive mais mudo do que funcionando. Agora mesmo, hoje e já há vários dias, pela quarta ou quinta vez, ele está mudo. E o problema não é aqui, pois ele fica períodos às vezes longo, de cerca de uma semana sem funcionar, ninguém vem aqui e de repente ele volta a funcionar.  Já aconteceu de eu fazer ocorrência e três dias depois, num domingo, o técnico da GVT estar na minha porta – e eu nem estava em casa. É que o telefone, naquela oportunidade, voltou a funcionar no dia seguinte. Quer dizer: quem mais, além de mim, deveria saber que meu telefone já estava funcionando? A GVT. E mandaram técnico. Quando preciso, mesmo, como agora, que o telefone está mudo há dias, ninguém aparece.

Em outra ocorrência, a respeito da oscilação da internet, o técnico veio, depois de eu falar com a Anatel, deu uma olhada em tudo, não mexeu em nada, disse que ia ver uma placa em algum lugar e que eu ficaria sem internet por quinze minutos. Voltaria a entrar em contato. Pois a internet não foi interrompida, naquele dia, nem o técnico voltou. No dia seguinte, um outro técnico apareceu, como se o primeiro não tivesse aparecido por aqui. Falei que já tinha estado aqui um técnico no dia anterior e ele ficou admirado, pois não havia nada registrado. E também não fez nada, porque ele era técnico de televisão e a meu problema era com a internet.

Um técnico que veio por uma ocorrência da TV, pois meu segundo ponto estava travando e caindo a todo instante, veio aqui, mexeu em tudo, trocou o moden, inclusive, mas depois que saiu o problema do travamento continuou, a internet começou a cair a todo instante, até a recepção de TV ficou prejudicada, pois a imagem passou a ter estrias até nos canais HD, o que não tinha acontecido até então. E os problemas continuam até hoje.

A cobrança também apresentou problemas. Meu pacote de TV subiu duas vezes num intervalo de três meses e está sendo cobrado de mim um valor superior ao que consta do site da GVT, para o mesmo pacote que tenho. No mês de junho de 2013, eu estava pagando 129,00 pelo pacote Ultimate. No mês de julho, o preço foi reajustado para 134,75, que é o preço que a GVT está cobrando, inclusive é o preço que está no site. Minha cunhada tem o mesmo pacote e paga 134,75. Mas eu estou pagando, desde o mês  de agosto, 140,66, pelo mesmo pacote. Escrevi para a Ouvidoria, em 24.10.13, eles me mandaram o protocolo com a promessa que entrariam em contato, mas até hoje não recebi nenhuma manifestação.

Então o descaso da GVT para com os seus clientes – e não sou só eu, pois conheço outros, é constante. Minha cunhada ficou seis dias sem TV, até que ela entrou em contato com a Anatel e a GVT  se dignou a visitá-la, mas os dias sem o serviço não foram descontados na conta. A gente fica sem o serviço por dias a fio, mas somos cobrados pelo serviço integral.

É um desrespeito total. Estou denunciando aqui para desabafar e para que outros futuros clientes saibam o que vão enfrentar, porque venho tentando um melhor atendimento há meses, mas nas últimas ocorrências a GVT nem sequer ligou para mim, quem dirá mandar alguém para resolver. Se o serviço voltar ao que era, eu também volto a escrever aqui sobre a mudança para melhor e publicarei nos mesmos jornais, por todo o Brasil, onde este artigo sair.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

DELFINO, ÍCONE DA POESIA LÍRICA BRASILEIRA

 

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
    
Quem foi Luiz Delfino? Não, ele não foi, como muitos pensam, apenas um político que virou nome de rua. Ele foi e é, isto sim, o segundo maior poeta catarinense. Ele até foi senador, foi também médico, mas foi na literatura que se perpetuou, ficando atrás apenas de Cruz e Sousa.
Infelizmente, se fizemos uma enquete nas ruas de Florianópolis, sua cidade natal, pouquíssimos saberão dizer quem foi ele.
Delfino nasceu em 1834, na ainda Desterro. Morou na ilha até os 16 anos. Mudou-se, então, para o Rio de Janeiro, onde se formou em Medicina. Foi um dos mais importantes médicos da época. Casou-se com Maria Carolina Puga Garcia, com quem viveu até sua morte, em 1910.
Não publicou nenhum livro em vida, o que fez com que sua obra quase se perdesse no tempo. Sua poesia, de rima e métrica perfeitas, era publicada freqüentemente na maioria dos jornais e revistas da sua época, o que o fez conhecido e amado como poeta. Chegou a ser eleito, pelos próprios colegas escritores, em 1898, o "Príncipe dos Poetas Brasileiros". Foi chamado, também, de Victor Hugo brasileiro.
Sua obra é imensa - escreveu mais de cinco mil poemas - e foi publicada em 14 livros, por seu filho, Tomás Delfino, entre 1926 e 1943. A obra publicada, no entanto, soma apenas um mil e quatrocentos poemas. É que em 1968, foi leiloado tudo o que estava dentro de uma casa que pertenceu ao poeta, no Rio de Janeiro, casa esta que guardava boa parte dos seus originais. Quem comprou foi um americano, David T. Hoberly, que estuda literatura brasileira. A poesia inédita do poeta saiu do país e provavelmente nunca mais a veremos.
Sua poesia vai do romantismo ao parnasianismo, passando pelo simbolismo.
A perfeição na rima em métrica dá cadência e musicalidade à obra de Luiz Delfino.
O amor e a mulher eram seus temas preferidos. "Foi ele um verdadeiro obsessionado pelo mito da beleza, da sensualidade, da idealizada companhia feminina, cantando o amor com toda a sua força e com todas as suas formas de atração...", analisou Lauro Junkes.
E é justamente Lauro Junkes, que estudou a obra e a vida de Luiz Delfino, que organizou e publicou dois volumes - "Poesia Completa - Sonetos" e "Poesia Completa - Poemas Longos", totalizando mais de mil e trezentas páginas, reunindo toda a poesia conhecida do poeta, resgatada dos livros que o filho de Delfino editou.
Os livros foram publicados através da Academia Catarinense de Letras, resgatando um legado riquíssimo deixado por este grande poeta, marco das letras catarinenses.
Os dois livros - totalizando mil e quinhentos exemplares - foram distribuídos a todas as bibliotecas municipais e estaduais e escolas de segundo grau de Santa Catarina, para que o poeta tenha sua obra conhecida pelos leitores em formação e pelo público em geral. E o seu valor reconhecido.
Uma amostra da obra do poeta:

O AMOR

O amor!... Um sonho, um nome, uma quimera, / Uma sombra, um perfume, uma cintila, / Que pendura universos na pupila, / E eterniza numa alma a primavera; Que faz o ninho e dá meiguice à fera, / E humaniza o rochedo, e o bronze, e a argila, / Sem o afago do qual Deus se aniquila / Dentro da própria luminosa esfera.A música dos sóis, o ardor do verme, / O beijo louco da semente inerme, / Vulcão, que o vento arrasta em tênue pós:Curvas suaves, deslumbrantes seios / De vida e formas variegadas cheios. / É o amor em nós, e o amor fora de nós.