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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LIVROS "ESQUECIDOS"

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Tenho falado muito de ideias e iniciativas novas e criativas no sentido de incentivar a leitura, de incutir em cada vez mais pessoas o gosto de ler. Sempre que aparece alguém fazendo isso de uma maneira diferente, eu volto ao assunto.

Pois acabo de saber de mais uma iniciativa assim. Não é original, mas reciclar boas ideias também vale. Aqui em Florianópolis temos o projeto Floripa Letrada, do município, que consiste em coletar livros doados pela comunidade e colocá-los à disposição dos usuários do transporte coletivo, em três terminais da Ilha. Os livros ficam em estantes distribuídas pelos terminais urbanos e as pessoas que vão pegar o ônibus podem escolher livros para lerem enquanto esperam ou levá-los para ler em casa. Os livros são emprestados sem nenhuma burocracia, é só pegar e levar, mas a intenção é que eles sejam devolvidos para que outros pessoas possam levá-los, mas pouquíssimas pessoas devolvem, talvez nenhuma. Mesmo assim o projeto existe há um ano e cumpre o seu papel.

Já em Joinville, a Biblioteca Municipal e a Confraria do Escritor, uma associação de escritores criada este ano para congregar todos os autores da cidade, juntamente com a Biblioteca Municipal da cidade, idealizou o projeto “Soltos na Cidade”. Soltos na Cidade é uma das ações do município que fazem parte do Programa Joinville, Cidade dos Livros, e consiste em "esquecer" em vários pontos da cidade, vários livros de literatura. O projeto pretende deixar em praças, pontos de ônibus, bares ou qualquer outro lugar, livros que podem ser levados para casa e apreciados sem compromisso.

A primeira coisa que a pessoa lerá, ao abrir um livro do projeto “Soltos na Cidade” será o seguinte: "Esse livro chegou até você. Ele não pertence a ninguém. Está Solto na Cidade! Após ser lido, ele poderá ser deixado (esquecido) em praças, pontos de ônibus, bares ou qualquer outro local público, para que seja achado por alguma pessoa interessada em lê-lo. Faça o mesmo, libere os seus próprios livros para que outros possam aproveitá-los!”

Não é interessante? Ideia boa deve ser copiada. Se você tem livros que já leu e não tem onde guardar, se tem livros em duplicata, se é um escritor ou escritora e tem livros para doar, “esqueça-os” por aí, com uma anotação parecida com aquela aí de cima.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

MEU HOBBY E A DANÇA

  Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Mania? Passatempo? Um hobby faz mais do que deixar seu dia mais divertido. Passar algumas horas numa atividade leve e que traz relaxamento contribui para o seu equilíbrio físico e também para o controle das emoções. O seu passatempo preferido também contribui para desenvolver o senso de disciplina. Enquanto relaxa os pensamentos, você melhora o convívio social, diminui a ansiedade e ganha mais gás para manter a rotina. Um hobby é uma atividade que pode tornar a vida mais gosotsa. Pode ser uma coleção, pode ser um esporte, criar arte, um mundo de possibilidades.

Senão, vejamos:

Pra que melhor do que nos divertirmos na balada? Dançar é um dos melhores hobbies. Soltar o corpo, a mente, deixar a alma e o coração leves, a flutuar no embalo da canção.

E ler um conto de fadas, ah, voltar a ser criança, embalar os sonhos...

Fotografar é um dos hobbies mais praticados. Capturar o momento, poder recriar uma lembrança feliz, ver o instante exato de novo...

Pois o meu hobby é te amar. Não é só hobby, é uma constatação e a direção do futuro. É a minha vida.

Ir no Arraiá é o hobby anual: sair da rotina, virar caipira, dançar a quadrilha...

Jogar videogame é um hobby que eu gosto muito, mas com o qual tenho que ter cuidado, para não virar vício.

Um hobby que quase todos temos é ir ao cinema. Não importa qual o tipo de filme do qual gostamos, ver bons filmes na telona é ótimo, ainda mais com as novas tecnologias que vão surgindo.

Já fazer balé é um hobby que exige muito de quem o pratica, mas a magia de saber dançar, de dar leveza e flexibilidade ao corpo é compensadora.

Pescar o próprio peixe, praticar a paz e paciência da espera é uma ótima terapia. E comer o peixe pescado é melhor ainda.

Flertar é um hobby muito popular. Quem não o pratica? Olhos nos olhos, sorrisos abertos, aproximação. Quem não gosta?

Nem todo mundo sabe cozinhar, mas culinária é um hobby muito útil. Além de ser para quem o pratica, ele é muito bom, também, para os amigos do cozinheiro.

E um hobby pouco praticado é fazer serenata. É bem verdade quem nem todos sabemos cantar, mas deveria haver mais serenatas acontecendo por aí.

Outro hobby que não é muito comum é tocar um instrumento musical. Executar uma música com qualquer que seja o instrumento é um dom.

Dançar, ah, dançar. A música, poesia do som, embala a emoção, aguça os sentidos, transborda o coração, explode por todos os poros e faz-se movimento, dança, enlevo e encanto...

Brincar é coisa de criança. Mas é hobby de adulto. Quem não quer brincar, ser criança de novo, esquecer que é adulto?

E o nado sincronizado também é um hobby de tempo integral, pois demanda muito treino. Mas é lindo como poucas coisas neste mundo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A CORRUPÇÃO E O PODER

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


E o “ministro” do Trabalho – só no Brasil, mesmo, para uma piada como esse tal de Lupi ser ministro – continua no cargo. Apesar das idiotices que andou dizendo em rede nacional, quando afirmou que não havia a menor possibilidade de que ele saísse do Ministério do Trabalho, que ninguém o tiraria, que só sairia derrubado por arma de grosso calibre, ele não saiu. Apesar de ser acusado de um sem número de “mal feitos”, como ter usado avião de empresário de empresa beneficiada pelo Ministério, de estar envolvido com desvio de verbas pagas a Ongs, etc., a presidente teria feito vista grossa e dito que “passado é passado” e ele continuaria.

E as denúncias continuam, dia após dia, nos jornais, nas revistas semanais de informação. Como disse hoje uma repórter, ele já caiu, mas não saiu. E dona Dilma, vai deixar que ele tire a sua autoridade? Sim, pois se ele não se demitir e se a presidente não o colocar para fora, ela estará endossando o que o “ilustre” ministro disse. Vai ficar assim? Provado por A mais B que ele manda mais que a autoridade maior desse país? (Há controvérsias). A situação fica cada vez mais vergonhosa, cada vez mais insustentável, não para ele, mas para Dilma, para a “politicagem” desse nosso Brasil.

Que país é este que tem o poder público loteado entre partidos, que tem ministros desqualificados e corruptos como este “senhor”? Cadê a limpeza que a presidente deveria estar fazendo para melhorar esse cenário? Já desistiu, porque o seu Lupi achou um ponto fraco?

Quando é que essa corrupção generalizada, essa impunidade vergonhosa e criminosa vai acabar? Será que esse “ministro” do Trabalho vai continuar no governo, apesar de todos os atestados de ignorância e de falta de ética, de moral e de honestidade que deu até agora? Mente descaradamente, desafia a presidente do país, desrespeita o povo brasileiro e continua incólume?

domingo, 27 de novembro de 2011

NATAL EM CORUPÁ

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Neste final de semana estive em Jaraguá do Sul e aproveitei para voltar a Corupá. Sempre acabo voltando a Corupá. A cidade está linda como sempre, talvez mais agora, pois floresceu o jacatirão e há várias ilhas de vermelho na mata. Também há muito orquídea, uma infinidade imensa, uma orgia de cores e beleza.

A Cidade das Cachoeiras continua honrando o seu nome, com centenas de quedas d´água, incluindo a Rota das Cachoeiras, no Parque Ecológico Emilio Batistela, e seus rios, patrimônios extremamente valiosos, emprestando outro cognome a esse pedaço de chão abençoado: Vale das Águas.

E está mais linda, agora, a pequena e pacata Corupá, com a sua decoração de Natal. De dia, há incontáveis pontos turísticos, cartões postais como as cachoeiras, o Seminário. À noite, agora temos as luzes da decoração natalina. Parabéns à Corupá, por conseguir ficar ainda mais bonita.

Mas Corupá tem, também coisas simples e muito importantes, como a hospitalidade da sua gente. Minha tia Maria e meu tio Ovídio são ótimos exemplos, assim como meu irmão Ivan, meus primos e minha tia Rosa.

Aliás, estive no sábado e domingo na casa de tia Maria e Tio Lila (ele é mais conhecido pelo apelido). Parece que eles estão esperando a gente com aquele café delicioso e um bolo de laranja ou uma cuca de carambola, feitos em casa. Ou ainda um almoço de domingo que parece um banquete. Nesse domingo, almocei lá. Tinha cascudo ensopado (há quanto tempo!), churrasco, pernil assado e sabem o que mais? Pepinos azedos feitos com folha de parreira. Ah, me dá água na boca, só de lembrar. Acho que é só em Corupá que a gente pode encontrar uma coisa dessa. E isso faz parte de minha infância vivida na cidade.

Sempre é bom voltar à Corupá. Sempre é bom voltar para casa. Porque casa é lugar que mora no coração da gente. E Corupá, minha terra natal, cabe inteirinha dentro do coração. Com todas as suas mais de sessenta cachoeiras, com seus grandes rios, com toda a sua beleza e história. Com todos os seus Natais mágicos e felizes. Esse vale encravado no pé da Serra do Mar é um lugar privilegiado e é sabido, alguém já disse, que “a Mãe Natureza tem queda por Corupá.” Nada mais verdadeiro.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O ANIVERSÁRIO DO POETA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://prosapoesiaecia.xpg.com.br/

A crônica abaixo deveria ter sido postada ontem, dia 24, quando Cruz e Sousa completaria 150 anos de nascimento, mas por causa da dona GVT, minha internet não estava funcionando e o texto só vai para o ar hoje, dia 25.



Hoje o maior poeta catarinense de todos os tempos, Cruz e Sousa, completaria 150 anos de nascimento. Para comemorar, a terra onde ele nasceu, Florianópolis (ou Desterro, na época), preparou vários eventos. O Simpósio Cruz e Sousa debateu, com grandes nomes da literatura catarinense e brasileira, a vida e a obra do Cisne Negro, em quatro dias. Um selo em homenagem ao poeta foi lançado hoje, pelo Correio. Também hoje, as 18 horas, trinta e um atores declamaram poemas de Cruz e Sousa nos terminais de ônibus de Joinvile, Florianópolis, Criciúma, Itajaí, Araranguá, Blumenau, Curitibanos, Chapecó, Caçador e Lages. Após a apresentação dos poemas, foram distribuídos livros com a obra do poeta aos espectadores.

Dois filmes sobre o poeta foram exibidos na Fundação Cultural Badesc. E um CD com cinquenta poemas de Cruz e Sousa, declamados por cinquenta escritores catarinenses foi elaborado pela Fundação Catarinense de Cultura.

E mais eventos já foram ou serão levados a efeito. O reconhecimento que o grande poeta não teve em vida. Mas nada será o bastante para apagar o abandono em que o poeta morreu.

Pena que as homenagens, nenhuma delas das muitas que foram feitas, teve lugar no Memorial que leva o nome do poeta, ao lado do Palácio Cruz e Sousa, onde estão depositados os restos mortais dele. O local é muito pequeno e, apesar de ter sido feito para abrigar eventos culturais, não é apropriado para receber público, a não ser que seja bem pequeno.

Nosso respeito e nossa admiração por você, grande poeta. Feliz aniversário. De presente, meu poema em sua homenagem:

SAUDADE

(Luiz Carlos Amorim)

A poesia Catarina

tem um nome:

Cruz e Sousa.

A nossa poesia tem cor:

tem a cor da sua pele,

a cor alva dos seus dentes,

tem a cor do seu olhar,

tem a cor da sua alma,

a cor do seu coração;

tem todas as cores.

A poesia tem idade,

a idade da saudade:

mais de cem anos

de saudade do poeta.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O CANTO DA LIBERDADE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor e editor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Na academia ou clínica onde faço Pilates, ouço sempre uma cantoria apaixonada e em alto e bom som, de passarinhos dos quais não sei o nome. Como eles cantam continuamente, percebi que se tratava de pássaros presos. Hoje, ao chegar, eu os vi, na casa do vizinho, dentro de gaiolas minúsculas.

Fico muito triste, mais que isso, fico indignado com a crueldade do ser humano. Por que prender seres vivos, inocentes, como os passarinhos, por exemplo, cujo único crime é o seu cantar mavioso? E não são só os pássaros que sofrem com isso, outros animais têm a mesma sorte. É muito comum a gente ver cães presos a uma corda ou corrente de um ou dois metros, o que faz com o animal quase não consiga se mexer. Eles passam a vida inteira ali, sem poder andar, muitas vezes, sem água e sem comida por dias inteiro, pois quase sempre o dono só volta para casa à noite.

Que pessoas são essas, que condenam um ser vivo a viver o tempo todo encerrado em um pequeníssimo espaço? O que os leva a cometer tamanha maldade? Será ingenuidade, ignorância, ou será que alguns não têm, mesmo, alma e coração?

Se os “donos” dos passarinhos ao lado da clínica gostam do cantar daqueles passarinhos, por que não deixá-los cantar livre, na natureza? Seu cantar não seria muito mais sonoro, muito mais feliz, se pudessem voar livres pelo céu, pela mata, por entre nossas casas?

Na minha casa não há gaiolas, penso até que deveria haver uma lei que proibisse qualquer pessoa de usar essa arma. Mas a passarinhada vem, todos os dias, cantar no meu telhado, nas minhas calhas, no meu jardim, às vezes até entram na cozinha para ver se não há nenhuma migalha no chão. Então, para que não deixem de nos visitar, Stela, minha esposa, coloca quirera, pão ou frutas no jardim, para atrair mais deles. E eles vêm, eles cantam e encantam.

Não poderia ser assim, também, com os donos das gaiolas? Ao invés de aprisionar os pássaros, deveriam oferecer algum mimo para que eles viessem cantar na sua área de serviço, no seu jardim, na sua janela.

Vamos combinar uma coisa? Podemos pedir aos nossos amigos que tem pássaros aprisionados em gaiola que os soltem e que ofereçam à passarinhada em geral uma fruta, um alpiste, que eles vêm cantar para a gente ouvir.

Liberdade é um direito de todos, não só dos homens. Será que as pessoas que encerram pássaros em gaiola gostariam de ficar presas como os passarinhos? Será que essas mesmas pessoas cantariam, se estivessem presas? Não desejo nada do que não quero pra mim, a ninguém.

Há que se respeitar a liberdade do próximo, pois a nossa pode ser tolhida, em contrapartida. E certamente nós não vamos gostar nada de sermos impedidos de ir e vir. Somos irmãos gêmeos da natureza. Por que, então, maltratá-la?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

POEMAS SONOROS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/



Outra iniciativa interessante e meritória para popularizar a poesia. Ao invés de distribuir a poesia impressa, ou exibi-la em varais como se fosse roupa, no meio do caminho do leitor, ou ainda recitá-la em lugares diversos, que as maneiras mais tradicionais de apresentar esse gênero literário, além novo suporte muito democrático que é a internet, nos dias de hoje, descobriu-se uma nova maneira de levar poemas até o público.

São os “poemas sonoros”, inventados por um grupo de Joinville, que seleciona peças das obras de poetas catarinenses e os entrega a compositores da cidade para musicá-los. Então esse grupo canta os poemas musicados para o público. Este ano eles estarão contando poemas na Livraria Midas, mas já é o terceiro ano que fazem isso.

Não é uma boa iniciativa? Eu tenho um poema musicado por um compositor pernambucano e sei que esse é um recurso belíssimo, aliar música à poesia, integrar música ao poema. A música “O Natal que eu quero” é meu cartão de Natal, que envio todo ano por e-mail a amigos e para a família.

Não que já não existam poemas de poetas consagrados musicados por grandes compositores, gravados por grandes nomes da música popular brasileira. Mas é uma grande ideia, sem dúvida nenhuma, pegar os poemas de poetas catarinenses e torna-los letras de músicas, para tornar a poesia catarinense mais conhecida e apreciada.

É a descoberta de um novo caminho para fazer a poesia chegar até o leitor. E precisamos de novas alternativas para tornar a poesia um gênero mais lido, mais apreciado. Porque a poesia é necessária. Sem poesia, o mundo é mais duro, mais cruel, menos sensível e menos humano.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

LEITURA SEJA AONDE FOR

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Existem muitas iniciativas, por esse Brasil afora, para disponibilizar livros de maneira gratuita nos mais diversos lugares: botecos, hospitais, empórios, praias, etc. Existe muita gente dedicada e abnegada que quer difundir a leitura, incentivar o hábito de ler, seja por meio de livros literários, ou mesmo através de revistas, gibis, jornais.

Em Florianópolis existe até a Barca do Livro, que é uma biblioteca na beira da Lagoa da Conceição e que também é volante, pois os livros são levados de barco para serem distribuídos em toda a orla.

Mas uma enfermeira do Hospital Universitário que colocou em prática, sozinha, o projeto de angariar livros, revistas e quadrinhos para poder oferecer para os doentes internados na casa. Há seis anos, ela começou a distribuir, nos quartos, alguns livros e algumas revistas. O projeto foi crescendo e hoje existe, no hospital, a Sala de Leitura Salim Miguel, com um acervo de cinco mil volumes, além de computadores com internet.

O sonho de levar leitura aos pacientes é uma realidade e, mesmo aqueles que não podem sair do quarto, usufruem da biblioteca do hospital: os livros são levados aos quartos dos que não podem ir até a Sala de Leitura.

Iniciativas como essas, que ajudam na convalescença dos doentes, ao mesmo tempo que ajuda a adquirir o hábito da leitura, existem muitas e de diversas maneiras. Sempre há alguém disposto a ajudar, a emprestar seu esforço para que o livro chegue até o leitor, seja qual for o local.

sábado, 19 de novembro de 2011

MENÇÃO HONROSA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


A edição anterior dos Prêmios Cidade de Manaus, em 2009, não teve apuração, infelizmente. Neste ano de 2011, felizmente o concurso literário, um dos mais importantes do país, foi reeditado.

São vários prêmios: para o melhor romance, para o melhor livro de contos, para o melhor livro de poesia, para o melhor livro de crônicas, para o melhor texto teatral para adultos, para o melhor texto de teatro infantil, para o melhor ensaio socioeconômico, para o melhor ensaio sobre tradições populares, para o melhor ensaio histórico, para o melhor ensaio sobre literatura, para o melhor livro de memória, para o melhor texto de jornalismo literário, para o melhor livro de literatura infantil. Há prêmio em dinheiro e a publicação do livro.

Eu enviei meu livro “O Rio da Minha Cidade”, para concorrer ao prêmio Péricles Moraes, destinado ao melhor livro de crônicas. Pois levei Menção honrosa, mas apesar de o resultado ter saído no início do mês de outubro, só agora fiquei sabendo.

Mas foi uma boa notícia, pois publicarei o livro no próximo ano e com esse aval dos Prêmios Cidade de Manaus ele vem à lume com uma boa indicação.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

POSSE NA ACADEMIA SUL BRASILEIRA DE LETRAS

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Acabo de chegar sessão solene da Academia Sul Brasileira de Letras, que reúne escritores do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Tomei posse, ocupando agora a cadeira 19, assim como Nereu do Vale Pereira, que ocupa a partir de agora a cadeira 50 e Augusto Cesar Zeferino, que ocupa a cadeira 50.
Uma festa estupenda, num lugar paradisíaco, o Eco Museu. O anfitrião, agora acadêmico da Academia Sul Brasileira de Letras, foi Nereu, que recebeu a todos com enorme simpatia e amabilidade. Os acadêmicos do Rio Grande do Sul, inclusive a presidente da Academia, Olga Maria Dias Ferreira, conduziram a cerimônia de posse e ficaram encantados com a beleza do sul da Ilha.
Transcrevo a segunda parte do meu "discurso":

A publicação de meu primeiro livro – de contos – aconteceu em 1979, quando estava na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Joinville. O segundo saiu no ano de fundação do Grupo Literário A ILHA, 1980, também de contos. Edições do autor, brochura, de apresentação bem modesta, mas que tiveram boa aceitação, embora hoje em dia eu não os publicasse. Meu primeiro livro publicado por editora foi “Vida, Vida”, também de contos, no Rio de Janeiro. O segundo foi “Uma Questão de Amor”, poemas, por iniciativa do saudoso Odilon Lunardelli, dono da Editora Lunardelli. Depois vieram outros livros por outras editoras, mas Odilon foi o grande editor do Estado, aquele que dava oportunidade a muitos escritores catarinenses. Aproveito para render aqui a minha homenagem a este grande senhor, que por décadas imprimiu e publicou quase tudo o que se produzia aqui no Estado. Então, não posso deixar de lembrá-lo como um dos mais importantes, talvez o mais importante publicador das letras catarinenses. É possível dizer-se, até, que grande parte do acervo literário de Santa Catarina, nas últimas décadas, passou pelas mãos daquele editor.

Também não posso deixar de homenagear o grande divulgador da Literatura Catarinense, Lauro Junkes, pois foi ele que, desde o meu primeiro livro, apresentou o meu trabalho e falou dele na imprensa. Ele sempre foi considerado um integrante do Grupo Literário A ILHA, pois publicou em nossa revista e sempre difundiu o trabalho do grupo.
É ele o meu antecessor na cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras e, na verdade, não sei se mereço ocupar o lugar que já foi ocupado por tão importante figura das letras catarinenses.
Lauro foi um incansável leitor e pesquisador da literatura que se produziu, nas últimas décadas, nesse estado Catarina, além de resgatar a obra de grandes escritores da terra, como Cruz e Sousa, Luiz Delfino e tantos outros.
Foi o porta-voz da literatura catarinense, o homem que dedicou grande parte de sua vida a apreciar e avaliar os novos escritores da terra, revelando novos talentos e valorizando cada nova obra que aparecia.
Ele era a sentinela sempre atenta, tomando conhecimento de tudo o que se escrevia em Santa Catarina, para registrar, publicando sua apreciação para que o público leitor também ficasse a par.
Lauro Junkes era a literatura catarinense personificada. Ele não era, simplesmente, um crítico literário: era um apreciador, um incentivador, um motivador da cultura em nosso estado.

Outra grande saudade é o poeta Mário Quintana, patrono da cadeira 19, com quem Lauro foi se juntar, para prosearem, os dois, sobre poesia, quem sabe?
Quintana dizia que, quando morresse, ele “queria apenas paz para endireitar alguns poemas tortos. Levaria junto apenas as madrugadas, por-de-sóis, algum luar, asas em bando, mais o rir das primeiras namoradas”.
Quintana partiu para um nível superior onde as mortes são registradas como nascimentos, acreditava. Foi encher o céu de poesia. Com certeza estará fazendo poesia em parceria com Coralina, Pessoa, Drummond e batendo papos literários animados com nosso querido Lauro.
Aliás, tornar a poesia conhecida e apreciada era com ele mesmo. Foi ele que, com talento e afinco, levou a poesia para as páginas de jornal, popularizando-a, através “Do Caderno H”, que assinava no Caderno de Sábado, do Correio do Povo de Porto Alegre.
E por falar em Porto Alegre, a cidade nunca mais foi a mesma depois que o poeta fez uso de suas asas – Érico Veríssimo é testemunha: “...descobri outro dia que o Quintana, na verdade, é um anjo disfarçado de homem. Às vezes, quando ele se descuida ao vestir o casaco, suas asas ficam de fora.” – e subiu para o andar de cima. A feira do livro gaúcha, a mais tradicional do Brasil, da qual o poeta era a presença mais ilustre, a representação viva de um grande evento, continua firme, talvez até por isso, para cultivar e imortalizar o símbolo maior daquela festa de cultura.
Ofereço a Quintana, em homenagem, as flores do jacatirão, que começam a desabrochar, com a proximidade do verão. E as borboletas, que habitam o meu pequeno jardim e que botam ovos nas minhas folhas de couve e dão origem a dezenas, centenas de larvas que devoram tudo e deixam só os talos, mas eu nem ligo, porque sei que dali sairão os poemas esvoaçantes e coloridos, pequenas obras primas da natureza que me lembram o poeta “passarinho”.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

EU E A ACADEMIA

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Nesta sexta, dia 18, tomo posse na Academia Sul Brasileira de Letras, que reúne acadêmicos do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Esse é um trecho do meu discurso, que preciso ainda rever, pois nunca fiz isso antes.
A verdade é que o escritor da pequena Corupá, a Cidade das Cachoeiras no norte do Estado, encravada no pé da Serra do Mar, que começou publicando seus contos no jornal da sua cidade natal e nos jornais dos Diários Associados, não esperava ser convidado para uma casa tão importante, ainda mais com padrinhos como o nosso grande poeta e prosador Júlio de Queiroz. Minha aspiração maior foi sempre abrir novos espaços para a veiculação da produção de novos poetas e escritores, fazer novos leitores e tornar mais conhecida a literatura dos novos e bons autores que vão surgindo. Até as crônicas que publico pelo Brasil afora, em jornais e revistas, muitas delas, pretendem a difusão da poesia, da literatura, o incentivo à leitura e a formação de novos leitores.


O reconhecimento que sempre busquei foi, na verdade, para o trabalho de divulgação de escritores aqui da terra, realizado por todo um grupo de autores, através do Grupo Literário A ILHA, que completou 31 anos de atividades neste ano de 2011. O grupo A ILHA, usando de veículos como o seu portal na internet, a sua revista Suplemento Literário A ILHA, o Varal da Poesia, o Recital de Poemas, de Projetos como Poesia no Shopping, Poesia na Rua, Poesia na Escola e outros, leva a literatura produzida por seus integrantes a vários lugares. Principalmente às escolas, pois é lá que devemos incutir o gosto pela leitura, é lá que devemos tornar nossos escritores conhecidos.

E com o alcance da internet, o grupo já não conta apenas com escritores catarinenses. Temos autores de outros Estados e até no exterior. Muitos escritores catarinenses de renome passaram pelo grupo e alguns ainda estão nele, como Urda Alice Klueger, Enéas Athanázio, Wilson Gelbcke, Apolônia Gastaldi e tantos outros.

Então participar da Academia Sul Brasileira de Letras é importante para mim e para o grupo, pois vou agregar conhecimento com acadêmicos cultos e experientes que aí estão ou estão entrando para ela. Trocar experiência, aprender mais sobre a arte de escrever, sobre a literatura dos três estados e fazer amigos com objetivos comuns é um privilégio. E fazer parte deste grande time é me aliar a uma das principais funções da academia, que é unir forças não só na promoção da divulgação da nossa produção, mas da literatura como um todo. É levar a literatura produzida em nossa terra aos nossos conterrâneos, para que os catarinenses a conheçam e aprendam a valorizá-la.

E quero continuar neste mister, de abrir espaços e incentivar o gosto pela leitura em leitores em formação e em todo e qualquer cidadão, porque pude contar, de uma maneira ou de outra, com esse tipo de ajuda no início da minha incursão pela literatura.

Amanhã eu continuo.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

UM DIA INTEIRO DE CONGRESSO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Nesta segunda estive o dia inteiro no Congresso Brasileiro de Escritores, aqui em Ribeirão Preto. Escolhi, para começar o dia, às dez da manhã, a conferência “Multiculturalidades: a contribuição de várias culturas para a formação da língua portuguesa”, que deveria contar com a presença do escritor português António Cabrita, que não pode vir porque o país onde ele está, Moçambique, não permitiu que ele viajasse. Ele mandou, no entanto, por e-mail, por escrito, o que iria falar. Os outros dois escritores que faziam parte da mesa, brasileiros, eram Maurício Melo Jr. e Nicodemus Sena.

Uma palestra que eu escolhi para ver, à tarde, “O Papel das Academias de Letras”, com Antonio de Mendonça, presidente da Academia Paulista de Letras, frustrou-me bastante, pois o palestrante discutiu, bateu boca com duas escritoras da platéia, no pequeno espaço de tempo que estive lá (15 minutos), o que me fez desistir e ir para outra palestra, que havia três delas no mesmo horário. Fui ver “Conversa de uma editora com autores desorientados”, com Laura Bacelar.

As dezesseis horas fui a palestra de Affonso Romano de Santana, “Ler o Mundo: um desafio”, como não poderia deixar de ser. Havia outras duas no mesmo horário, que deveriam ser interessantes, mas não deixaria passar a oportunidade de ouvir Affonso. E valeu a pena. Ele é agradável de se ouvir, uma cara culto e inteligente, uma pessoa simpática e amável. E sua palestra me fez ver que leitura não é só ler um livro, ler alguma coisa escrita ou impressa, simplesmente. É, como diz o título da palestra que também é titulo de seu mais recente livro, ler tudo o que está ao nosso redor, até o que está em nos: ler o nosso corpo, ler a família, ler a sociedade, ler os amigos, ler o kosmo. E não é que ele tem razão? Como não poderia deixar de ser, é claro. Ele falou, também, em ampliação da palavra leitura e também da palavra livro. E nisso também ele tem toda razão. Poderíamos ficar ouvindo Affonso a tarde inteira, a noite inteira. Ele citou máximas como “Se você acha que a cultura é cara, imagine a ignorância”, “O livro faz bem à saúde”,”eu leio a leitura dele”, essa última dita por um doente de hospital que tinha livros para os pacientes e, tendo alta, pediu para ficar mais um pouco, para terminar de ler um livro. Acontece que o médico ficou sabendo que ele não sabia ler. E então ele explicou que o colega paciente ao seu lado lia para ele e ele “lia a leitura dele”. Não é fantástico?

Affonso, depois de terminar a palestra, respondeu a tudo que lhe foi perguntado com a maior simpatia, conversou com todos que ficaram para que ele autografasse seus livros e tirou fotos com todos. Só eu esqueci que estava com a máquina fotográfica no bolso e não tirei uma foto com ele. Falha minha, falha feia.

Depois de tudo isso, o programa prometia um sarau, no teatro da Faculdade onde o Congresso estava sendo realizado, e um concerto com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. O sarau estava ótimo, mas a orquestra não se apresentou. Uma pena.

Mas mesmo assim o dia foi muito bom.

domingo, 13 de novembro de 2011

O CONGRESSO BRASILEIRO DE ESCRITORES 2011

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br  



Hoje estou em Ribeirão Preto-SP, onde vim para participar do Congresso Brasileiros de Escritores, promovido pela UBE – União Brasileira de Escritores. Cheguei à tarde e já assisti duas palestras: Cultura na era digital, com Jorge de Cunha Lima e “Composição da Crônica”, com Ruth Guimarães. Não consegui ver “Jornalismo Literário”, com José Neumane Pinto, porque a sala estava lotada. Amanhã vou ver “O papel das Academias de Letras”, com Antonio Penteado, “Ler o Mundo: um desafio”, com Affonso Romano de Santana e “Multiculturalidades: a contribuição de várias culturas para a formação da língua portuguesa”, com Antonio Cabrita, escritor português.

Encontrei, também, essa tarde, a Jacqueline Aisenman, catarinense de Laguna, mas que vive em Genebra e o escritor Valdeck Almeida de Jesus, da Bahia, que eu conhecera no lançamento da antologia do Varal do Brasil, em Florianópolis. Encontrei, ainda o Menalton Braff, contista dos bons, que já frequentou as páginas do Suplemento A ILHA, mas não consegui assistir a palestra dele, sobre a composição do conto, que foi ontem. E conheci muitos outros escritores de várias partes do país.

Aliás, é muito importante a discussão de assuntos referentes à produção, publicação, distribuição da literatura e a função dela na sociedade, mas o que vale mais é o congraçamento de escritores que nem se conheciam e que vão continuar o debate depois que o congresso acabar.

Os princípios norteadores do Congresso Brasileiro de Escritores 2011, foram os seguintes, estabelecidos pelos escritores brasileiros presentes:

1 – Propor e defender uma política cultural nacional, justa, democrática e aberta, da qual o Estado participe como facilitador, e não como mentor.

2 – Exigir do Estado defesa, incentivo e proteção de toda criação artística, defesa, incentivo e proteção que se expressam no respeito ao direito autoral, à liberdade de expressão e na ampla divulgação e publicidade.

3 - Propor como prioridade absoluta e defender intransigentemente a qualidade da educação no Brasil, exigindo do Estado os investimentos necessários à qualificação e ao aprimoramento dos professores e à manutenção de escolas e equipamentos.

4 – Exigir a extinção de privilégios no fomento à produção artística, pela reestruturação do Fundo Nacional de Cultura.

5 – Exigir, dos meios de comunicação, concessionários que são, atenção à produção artística nacional e às demandas dos produtores artísticos nacionais, por meio da instalação de um Conselho Nacional de Comunicação que tenha maioria de membros indicados por organizações da sociedade civil.

6 – Propor, para a produção literária e artística nacional, atenção aos preceitos de desenvolvimento cultural de um país: educação, cidadania, democracia, igualdade, liberdade, diversidade, direitos humanos e preservação do acervo e do patrimônio cultural, estético, artístico e ecológico do país.

7 – Propor, junto a representantes do poder legislativo e ou executivo, demandas para serem consolidadas em instrumentos legais de proteção ou defesa dos direitos dos escritores.

Precisamos trabalhar para que isso se cumpra.

sábado, 12 de novembro de 2011

O ANIVERSÁRIO DE CRUZ E SOUSA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


No próximo dia 24 de novembro, comemoraremos 150 anos do nascimento do maior poeta brasileiro de todos os tempos. Brasileiro e catarinense.

As comemorações já começaram e continuam acontecendo. A Academia Catarinense de Letras e a Fundação Catarinense de Cultura iniciam a programação com o Simpósio Cruz e Sousa, que começa no dia 16, com Godofredo de Oliveira Neto abordando o tema “Vida e Obra de Cruz e Sousa – Aspectos Fundamentais; Luiz Augusto Borges traz o tema “Erotismo na Obra de Cruz e Sousa”; no dia 17, Álvaro Cardoso Gomes apresenta o tema “Música e Evocação em Cruz e Sousa”; Eliane Alcântara Teixeira nos traz o tema “A Estética do Feio na Prosa Poética de Cruz e Sousa”; no dia 18, Uelinton Farias Alves debate “Vida e Obra de Cruz e Sousa: Novos Ângulos”; Carlos Felipe Moisés aborda “A Prosa Poética de Evocações”; no dia 19, Cláudio Willer falará sobre “Cruz e Sousa, Poeta Maldito” e Ronaldo Augusto terminará com “A Poética de Cruz e Sousa Hoje”. O local dos eventos é a Academia Catarinense de Letras.

A Prefeitura da capital catarinense e os Correios lançam um selo e um carimbo para os 150 anos de nascimento do poeta simbolista, no próximo dia 24 de novembro, no Museu Cruz e Sousa.

Outros eventos acontecerão para comemorar o aniversário do Cisne Negro, como exibição de filmes, palestras e encontros.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O PANORAMA CATARINENSE DA NOVA LITERATURA

Na foto, Adriana, Melanie e eu


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Ontem estive na Livraria Livros & Livros, para o evento “Panorama Catarina: literatura 2011”, promovido pela casa e pela Design Editora, de Jaraguá do Sul. Vários novos autores estava lançando seus livros: Adriana Nietzkar e Vanucci Deucher, de Jaraguá do Sul, autografaram “Uma Palavra Muda”; Gabriel Gómez, argentino radicado em Rio do Sul, autografou “Exercícios da Ausência”; André Timm, de Chapecó, autografou “Insônia” e Melanie Peter, uma boa escritora corupaense que eu não conhecia e descobri só agora, radicada em Joinville, autografou “Persona”. Jacqueline Aisenman, lagunense radicada em Genebra, na Suiça, não pode comparecer porque, apesar de estar no Brasil, estava indo participar do Congresso de Escritores da UBE, que está acontecendo em Ribeirão Preto, e para o qual estou indo amanhã. Mas o livro dela estava lá.

O interessante desse lançamento coletivo é que os livros foram distribuídos gratuitamente. O ponto destoante é que, conforme já escrevi e conversei com o mestre Celestino Sachet, os escritores da capital, a maioria deles, não prestigia os seus pares. Alguns estavam lá, como Celestino, Regina e alguns outros. Mas pela quantidade de escritores que temos na Grande Florianópolis, se um décimo deles tivesse comparecido ao evento, a livraria teria ficado lotada.

E olhem que os livros era de graça. Perdeu quem não foi. Uma ótima iniciativa do Carlos, da Design Editora.

Volto a falar dos livros, que estou lendo e são muito bons.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PRECISA-SE DE MINISTROS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Estamos bem de ministros neste nosso Brasil, não é mesmo? Que ministro do Trabalho é esse, que vem cantar de galo para o mundo inteiro, ao vivo e a cores e depois, chamado atenção, dá uma de donzela arrependida, põe o rabinho entre as pernas e sai de fininho, com desculpas esfarrapadas? Como é que pode um indivíduo totalmente despreparado como esse – pra não dizer outra coisa - ser ministro? E não é só esse, alguns já saíram, mas alguns outros permanecem, como o tal de Haddad, Ministro da Cultura, queridinho dos chefes, que só não é mais incompetente por falta de espaço. Não consegue administrar uma prova como o Enem, que é um fiasco atrás do outro, compra e distribui livros que ensinam aos nossos estudantes das escolas públicas que a gramática é coisa de ótário, e assim por diante.

Não que as coisas estejam mudando muito, pois sai um e entra outro parecido, mas está muito evidente que muitos dos ministros de Lula não eram – como dizer isso de maneira mais ou menos elegante? Difícil, muito difícil – flor que se cheire. É claro que eu poderia dizer isso com muito mais clareza, mas todo mundo entendeu. E seu Lula deixava as coisas acontecerem e ainda passava a mão na cabeça de seus ministros queridos.

Estamos precisando de uma limpeza de verdade no poder público. É preciso tirar esse bando de corruptos impunes de seus cargos poderosos e fazê-los devolver tudo o que foi “desviado”. E prender cada um, para que não continuem em seus partidos agindo por baixo dos panos. Porque eles são denunciados, até perdem o ministério ou outro alto cargo, mas continuam nos seus mandatos de “políticos”, continuam com as falcatruas dentro de seus partidos. Partidos que lotearam a administração pública, com a conivência do “cara”.

Precisamos rever o Brasil. Precisamos nos lembrar desses escândalos todos e tantos, dos “políticos” envolvidos, para que ninguém vote mais neles, evitando que continuem a saga de “mal feitos”, como diz a presidente. Nós, eleitores, é que colocamos essa politicagem no poder. Então precisamos aprender a votar melhor. Ou votar nulo, pois se não houver cinquenta por cento de votos válidos, a eleição tem que ser anulada, para que se faça outra, sem os candidatos da anterior.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A NOVA PONTE E A PONTE HERCÍLIO LUZ

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Ninguém nega a necessidade de uma quarta ponte de ligação do continente com a Ilha de Santa Catarina. Florianópolis precisa dessa ponte não é de hoje, já faz muito tempo que a mobilidade é zero por aqui. Aí o governo do Estado, finalmente mostra um projeto, depois de algumas outras opções estapafúrdias. Eram três ou quatro possibilidades e a escolhida, que é a mais racional, foi o primeiro projeto a ser colocado no papel.

Então foi feito um vídeo do que vai ser a nova ponte, inclusive as benfeitorias e paisagismos que serão feitos no aterro que será construído do continente. Tudo muito bonito e funcional, muito moderno muito ousado. O novo aterro será maior que as áreas do aterro da Beira-mar Norte, Baía Sul e Via Expressa Sul. No aterro, haverá parque metropolitano, marinas, estacionamentos, ciclovias, pista de caminhada, concha acústica, áreas para prática de esportes, praças nas áreas arborizadas, programa de arborização urbana.

O custo é de mais de um bilhão de reais, será financiada por meio de parceria público-privada. Isso tudo me faz lembrar o projeto de uma outra ponte, a segunda, em 1970. Também fazia parte do projeto mais ou menos as mesmas maravilhas que estão no projeto dessa quarta ponte, mas o que vimos, depois de terminada, não foi nada daquilo que se anunciou. Então fico pensando se a novela não se repetirá.

Já temos uma outra novela em andamento, a da ponte Hercílio Luz, o cartão postal da capital que ameaça cair, apesar de todo o dinheiro que já foi gasto nela. A impressão que dá é que há quem não queira que a sua restauração acabe, pois é a galinha dos ovos de ouro. Se ela ficar pronta, se ficar apta a funcionar de novo, nem que seja para pedestres, em que sumidouro vão injetar dinheiro?

Parece que estamos diante de um impasse: o Estado e o município precisam arrecadar verba, mas está claro que não vai dar para conseguir as cifras milionárias para as duas “obras”. Terão que escolher uma. E o governador já disse que está cansado dessa morosidade da restauração da nossa querida ponte.

E é verdade que a quarta ponte tem prioridade, precisamos dela e tenho dúvidas e muito receio de que a construção demore mais do que estão prometendo, não seja nada daquilo que estão prometendo, repetindo, inclusive, o que aconteceu com as segunda e terceira pontes, que estão em petição de miséria, sem manutenção e construídas na base da economia.

Espero, muito mesmo, que meus receios sejam infundados.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

SARAU POÉTICO NO DIA 10 DE DEZEMBRO EM SÃO JOSÉ

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://luizcarlosamorim.blogspot.com/


Falei, no mês passado, da Noite Poética Josefense, sarau de poesia organizado pela poeta Hiamir em conjunto com a Fundação de Cultura de São José. Na oportunidade, foram homenageadas academias e associações literárias da Grande Florianópolis.

Pois no dia 10 de dezembro haverá uma segunda edição da Noite Poética Josefense, também no Teatro Adolfo Melo. E o Grupo Literário A ILHA será homenageado, como agremiação literária que é da Grande Florianópolis. Estaremos lá, integrantes do Grupo Literário A ILHA, daqui e de outros pontos do Estado, para participar do sarau poético e para receber a homenagem.

É bom ver que os saraus poéticos estão voltando e é alentador ver que os salões estão lotando para ouvir a poesia dos poetas da terra. Mesmo que a maioria dos espectadores seja poeta, o importante é fazer com que a poesia seja ouvida. É muito importante reunir os poetas e o público que gosta de poesia, para celebrar e popularizar cada vez mais este gênero literário.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PRÊMIOS DA ACADEMIA CATARINENSE DE LETRAS E ARTES

Transcrevo a carta que recebi da Academia Catarinense de Letras e Artes, conferindo-me o Prêmio "Paschoal Apóstolo Pítsica", como Personalidade Literária do Ano de 2011. Não sei se mereço tal deferência, mas fico muito honrado e grato.

ACADEMIA CATARINENSE DE LETRAS E ARTES (ACLA)

Florianópolis, 05 de novembro de 2011.

Senhor Escritor e Poeta Luiz Carlos Amorim,


A Academia Catarinense de Letras e Artes – ACLA, entidade que representa escritores, poetas, músicos, artistas plásticos e das artes cênicas do Estado de Santa Catarina, vem, por seu presidente, comunicar a Vossa Senhoria o que segue.

Em sessão extraordinária, realizada hoje, dia 05 de novembro, Vossa Senhoria foi eleito Personalidade Literária do Ano de 2011 e, dessa forma, receberá o Prêmio “Paschoal Apóstolo Pítsica”.

Também foram eleitos o Artista Plástico Rodrigo de Haro, Personalidade Artística do Ano, que receberá o prêmio “Victor Meirelles” e o Músico Luiz Gustavo Zago, Personalidade Musical do Ano, que receberá o prêmio “Edino Krieger”.

Cada prêmio é concedido, anualmente, a três personalidades que se destacaram, respectivamente, nos cenários literário, artístico e musical de Santa Catarina, dando-se a escolha por aprovação unânime da Diretoria, ad referendum dos demais acadêmicos, após análise do curriculum vitae e da atuação do literato ao longo do ano.

O prêmio se constitui de uma Medalha, criada pelo Artista Plástico Loro, com a representação plástica das imagens dos três patronos, além de um Certificado especial.

A solenidade de premiação ocorrerá no dia 02 de dezembro próximo vindouro (sexta-feira), às 20h no auditório do Tribunal de Contas do Estado, à Rua Bulcão Viana, nº 90, Centro, Florianópolis, e o evento será abrilhantado por apresentação de obras musicais eruditas. Na próxima semana ser-lhe-ão enviados os convites e fornecidas as demais informações. Precisamos, no entanto, com certa brevidade, que nos envie um currículo e uma foto, preferencialmente do rosto e em tamanho próximo a 3x4 ou 5x7 (pode ser via e-mail).

A Academia Catarinense de Letras e Artes sente-se honrada em prestar essa homenagem a tão destacada personalidade literária do nosso Estado.

Saudações lítero-artístico-musicais,


Wesley O. Collyer

Presidente

domingo, 6 de novembro de 2011

LULA, SUS, ABOBRINHAS...

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Eu não ia falar sobre o câncer do Lula, primeiro porque acho uma coisa terrível e depois porque não concordo com essa paranóia de desejarem a morte dele, isso é mais terrível ainda. Não gosto dele, mas não desejo nem pra ele nem pra ninguém o câncer, muito menos a morte.

Mas então leio uma crônica de um tal de Eugênio Bucci, numa das revistas semanais de informação. O cara fala um monte de abobrinhas, mistura SUS, Lula e Teresa Cristina, uma personagem de novela, circo, etc. Fica injuriado porque “incitadores de ódio”, na internet, “sentenciaram Lula a ir procurar seu tratamento no SUS”. Ora, não foi o Lula mesmo que andou declarando, enquanto era presidente, que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”? Então que mal haveria se ele fosse se tratar no que ele próprio elegeu como o melhor sistema de saúde?

Porque essa indignação toda, essa necessidade absurda de defender o SUS, de paparicar o Lula? Será que esse “jornalista” não sabe que as pessoas morrem nas portas de hospitais públicos, que esperam anos para ter uma consulta e mais ainda por uma cirurgia? Ele, apesar de ser jornalista, não lê jornais, não vê televisão, não navega na internet?

A Saúde, apesar do que afirmou Lula, está falida, tanto que o atual governo acha que é preciso criar uma nova fonte (leia-se imposto) para custear esse direito do cidadão brasileiro, que lhe é negado com frequencia. Qualquer um vê isso, só Lula e o ilustre “jornalista” não conseguem enxergar. Segundo Eugênio, o gênio, “Hoje o público não sabe o que é solidariedade”. O público, o povo, sabe muito mais o que é solidariedade do que os políticos, meu amigo. Muito mais. Temos tido provas disso, nas calamidades que têm se abatido sobre algumas regiões de nosso país.

Continua o “jornalista”: “Se ele (o público, o povo) não se der ao respeito, não haverá mais política”. A verdade, isso sim, é que se os políticos corruptos não se derem ao respeito, não haverá política. Porque isso que está aí não é política, é politicagem. É corrupção, impunidade, falta de vergonha na cara. E ele conclui: “O debate de ideias sucumbirá ao desejo de exterminar o outro”. Que debate de ideias? Os corruptos de plantão querem saber é de encher os bolsos, “desviar recursos”, a ideia fixa deles é essa, não há debate de outras ideias, que é o que eles deveriam fazer, eleitos que foram para defender o povo. Então a voz do povo está calada pelos politiqueiros de plantão, que ao invés de legislar em favor da coletivdade, que é o seu trabalho, legislam em causa própria.

Grande jornalista, o nosso amigo. Perdeu uma grande oportunidade de ficar calado.

sábado, 5 de novembro de 2011

CULTURA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Hoje é o Dia da Cultura. Um dia difícil de comemorar, já que temos um Ministério da Cultura que não consegue aplicar com sucesso uma prova como o Enem, prefere abordar as histórias em quadrinhos, nessa mesma prova, ao invés da literatura brasileira, comprou milhares de um livro, para distribuir às escolas públicas, que sugere que esqueçamos as boas regras gramaticais para ler e escrever, há pouco tempo, e assim por diante.

Como comemorar o Dia da Cultura, num país onde temos poucas livrarias, poucas bibliotecas, onde o preço do livro é um tanto quanto alto? Onde o conteúdo programático das escolas públicas não privilegia espaço para a literatura, para que se incentive o gosto pela leitura? Pelo contrário, como há muito pouco espaço para a literatura, os professores exigem a leitura de um outro clássico com a condição da nota, o que faz com os leitores em formação acabem criando aversão pelos livros.

Difícil comemorar esse dia, quando nossos governantes dão pouca atenção e pouco apoio à cultura em todos os níveis. Editais de cultura vão ficando cada vez mais raros, eventos de cultura popular não tem espaço para acontecerem – na capital catarinense o maior teatro do estado está fechado há dois anos, sem que nada tenha sido feito nele – e o ensino público está falido, com professores mal pagos, escolas caindo aos pedaços, sem equipamentos.

Sei que parece muito pessimismo, mas a realidade é essa. A cultura é muito pouco assistido tanto pelo Estado, como pela União, como pelos municípios, em alguns casos.

Espero que esse quadro mude e que possamos comemorar essa data, num futuro próximo, com o começo do resgate da cultura. Que não aconteça mais, como aconteceu nos últimos dois anos, por exemplo, repasse de verba da Secretaria de Estado da Cultura para evento de moda privado, em Florianópolis. Pior, da primeira vez que isso aconteceu, o dinheiro transitou pela Câmara Catarinense de Letras, pois tinha sido solicitado por aquela entidade para a Feira do Livro da capital. E que se apure responsabilidades de coisa tão descabida usando o dinheiro público, que poderia ser aplicado em eventos de cultura para o povo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

SEMEAR E COLHER

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Hoje, a crônica do Diário me cutucou. Não pude deixar passar em branco. Ela está sonora, está iluminada de sol, de solidariedade, de humanidade. Fiquei emocionado ao lê-la, pois me lembrei que também já acordei, de manhã, com a passarinhada fazendo barulho no meu telhado, mais exatamente bicando as calhas, num alvoroço só. Nas primeiras vezes, parecia alguém subindo no telhado e eu fui ver o que era, de manhã bem cedinho, com receio de que realmente alguém tivesse entrado em minha casa. Mas, como o autor da crônica, fiquei maravilhado com os pequenos avoantes que vinham anunciar o sol, que vinham me acordar para a vida. E desejei que eles viessem outras vezes, viessem sempre.

O “senhor que semeia alpiste e colhe passarinhos” – que bela imagem! – me lembrou, também, minha mãe. Ela mora sozinha, em Jaraguá do Sul, mas não mora em apartamento, não. É numa casa, pequena, mas com jardim, com horta, com pomar. Não é ela que cuida, que ela já não pode fazer isso, mas ela colhe couve, brócolis, vagens, chuchus, tangerinas, limões, xinxins, acerolas, araçás. E eu levei também, para ela, um pé de cambucá, que eu ganhei algumas frutas do Flávio José Cardozo, outro dia, em visita que fiz à casa dele e plantei as sementes, de maneira que fiz três mudas.

Então lá no meio dos pés de limão, de tangerina e outras árvores, ela pediu para construírem um pedestal – com cobertura, para os dias de chuva – e coloca, lá, todo dia, um pouco de alpiste e outro tanto no chão, além e frutas como banana, laranja, mamão. E desde cedo, por toda a manhã e até de tarde, uma quantidade imensa de passarinhos dos quais eu não sei o nome vem comer daquilo que lhes é ofertado, fazendo uma algazarra fenomenal. Trazendo uma alegria simples e verdadeira, despretensiosa e franca. São passarinhos de vários tipos, alguns conhecidos, como bem-te-vis, rolinhas, sabiás e outros, com penas de cores diferentes, cores muito vivas como amarelo, azul, vermelho. Um espetáculo de cor e vida.

Quando eu vou lá, espio pela janela, pois se eles me virem, interrompem o lanche e voam para longe. Minha mãe sim, pode sair, que parece que eles já a conhecem, parecem saber que é ela que deixa a comida lá para eles e apreciam a sua companhia.

O belíssimo texto do Felipe me fez perceber que minha mãe também semeia alpiste e colhe passarinhos. Isso me deixa muito feliz.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O PEDÁGIO "IRREAL" DA BR 101-SC

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com/

Na edição de hoje de um de nossos jornais, leio nota sobre o atraso do rodoanel da Grande Florianópolis. O colunista transcreve trecho de reportagem da revista Exame que diz que “Todas as grandes obras das rodovias federais sob concessão da OHL estão atrasadas. A empresa culpa a burocracia ambiental. Mas o grande vilão parece ser o preço irreal do pedágio.”

Mais adiante o colunista escreve que “a OHL (a Autopista Litoral, concessionária que detém o trecho da BR 101 entre Curitiba e a Grande Florianópolis) estaria “fazendo caixa” para realizar as obras do referido rodoanel. E um “caixa” demorado, por conta justamente do pedágio subdimensionado (R$ 1,40 em Santa Catarina).”

Ora, a própria revista levanta o problema comum com a tal concessionária, que é o atraso em todas as obras. E o preço “irreal” mencionado na reportagem, que a princípio pensei ser uma alusão ao valor muito alto em vista do pouco retorno – a 101 está péssima, toda esburacada, não se vê o dinheiro arrecadado com o pedágio ser aplicado, parece até uma estrada sem pedágio -, não é nada disso, o que sugerem é que o preço é muito baixo.

E o colunista parece concordar com isso, quando fala em “pedágio subdimensionado”. Será que esse colunista trafega pela 101 daqui até Joinville, será que ele tem viajado neste trecho, ultimamente, para ver o estado lastimável em que ela se encontra?

Como pode ser “subdimensionado” um pedágio de R$ 1,40, cobrado em quatro postos num trajeto de menos de duzentos quilômetros, trajeto este cheio de buracos e de remendos, feitos à guiza de manutenção, com pás de asfalto sendo jogadas nos buracos, que se transformam em montículos no meio do caminho? Eu mesmo já vi um caminhão com asfalto no meio da estrada, com um funcionário jogando a massa nos buracos, ao invés de estar lá uma equipe com o equipamento completo para fazer um trabalho decente.

Raramente se vê algum grupo com todos os equipamentos necessários para fazer uma boa recuperação do asfalto. Então pra onde vai todo o dinheiro arrecadado? Quantos mil veículos passam por dia por cada um dos quatro pedágios em Santa Catarina, quanto dinheiro é arrecadado? Acho até difícil quantificar, é muito dinheiro. Para onde está indo?

E há quem seja capaz de me dizer que estão tentando acumular dinheiro para fazer uma obra, que está “demorado” para fazer caixa, porque o valor do pedágio cobrado é muito pequeno, é “irreal”, é “subdimensionado”.

Pergunto mais uma vez, pergunto pela terceira ou quarta vez: quem deve fiscalizar o cumprimento dos contratos assinados com essas concessionárias? Quem deveria conferir o que deve ser feito na 101, mas não está? Quem fará um levantamento para que se revele qual é o valor arrecadado e para onde ele está indo?

O valor do pedágio é irreal, sim, mas porque é muito caro, em vista do que não é feito na 101. Pagamos pedágio, mas temos uma estrada cada vez pior. Quando você paga mas não tem nada em troca pelo que pagou, qualquer valor é muito alto.