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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS E O PEDÁGIO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Na volta da minha viagem para o norte do Estado, para ver o Festival de Música de Jaraguá do Sul, fiquei mais uma vez indignado, desta vez com a falta de conservação da BR 101, principalmente no trecho do trevo de São Francisco até Barra Velha.
Há diversos buracos no asfalto, dezenas deles, numa estrada na qual a gente paga pedágio para transitar. Então deveríamos ter uma estrada em bom estado, em ótimo estado, já que entra muito dinheiro para a empresa que recolhe o pedágio, já que a 101 tem um fluxo enorme. Mas não se vê ninguém trabalhando. O que se vê são buracos e mais buracos, que tendem a aumentar com a chuva e remendos mal feitos que estão se deteriorando, dando margem a mais crateras.
Não há ninguém para fiscalizar se as empresas que cobram o pedágio estão fazendo o seu trabalho? É só ganhar a licitação, começar a arrecadar o pedágio do contribuinte e para fazer o trabalho nas estradas, tão necessário para um mínimo de segurança, não há pressa?
De quem é a responsabilidade de verificar se a manutenção das estradas está sendo feita e se está sendo feita com a urgência necessária?
O DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, não teria algum papel nessa fiscalização? Precisamos cobrar mais a melhoria de nossas estradas. Afinal, pagamos pedágio para que? Apenas para enriquecer uns e outros?

domingo, 30 de janeiro de 2011

O PARAÍSO DA MÚSICA


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://prosapoesiaecia.xpg.com.br

Nesse último final de semana pude, finalmente, matar a vontade de viver o Festival de Música de Santa Catarina, que está acontecendo em Jaraguá do Sul, já na sua sexta edição, desde o dia 20 de janeiro e vai até o dia 5 de fevereiro.
Estou impressionado com a quantidade e a qualidade da música erudita ecoando por todo o Centro Cultural SCAR e em outros locais pela cidade. Na sexta, assisti apenas ao espetáculo que fecha o dia no Grande Teatro da SCAR e no sábado fiquei circulando, desde o começo da tarde, entre os dois teatros, em andares diferentes do prédio, pois um espetáculo nem tinha acabado em um deles e outro já estava lotado com outra apresentação iniciada. É claro que há os percalços, e naquele dia, infelizmente, alguns números foram cancelados pelos estudantes, mas mesmo assim a gente poderia ter uma overdose de música. E embriagar-se de música é muito bom.
É indescritível a sensação de poder usufruir da boa música, da melhor música, ao vivo. Ouvir o som dos diversos instrumentos sem nenhuma ajuda de aparelhos eletrônicos, ter o som puro de cada instrumento, ver a expressão facial e corporal dos músicos vibrando ao executar a música, ao executar a obra de um grande mestre, prestar atenção no espetáculo à parte que é a performance do maestro.
Estar ali, de frente para a orquestra, é como estar executando um dos instrumentos musicais, é como estar ligado em 220 volts, sendo energizado com aquela onda de força que transcende a vibração do som. A gente vê a alma dos músicos, que ficam transparentes quando estão, magistralmente, recriando as obras dos grandes compositores.
A interpretação de cada um dos integrantes das orquestras, duplas, trios, quintetos ou seja qual seja o tamanho do grupo de músicos, é algo que atinge o espectador e ouvinte, amante da boa música, no ponto mais sensível: a capacidade de se emocionar, de sentir prazer em degustar uma obra prima.
Eu, particularmente, sempre gostei de música erudita, e por isso o Femusc é o paraíso da música. Já ouvi diversas orquestras sinfônicas, filarmônicas, cameratas, mas não conhecia a Banda Sinfônica. Agora conheço e achei fabulosa.
Professores, alunos, maestros, músicos todos, obrigado por essa oportunidade. Pena que não pude ficar mais, mas no ano que vem espero voltar.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

MÚSICA POR TODA A CIDADE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Jaraguá do Sul, neste início de ano, apesar do tempo ruim que causou enchentes na cidade, é a capital brasileira da música. É nela que acontece o Festival de Música de Santa Catarina – FEMUSC, espalhando o som de diversos instrumentos musicais e as vozes de corais por toda a cidade.
Os concertos estão nos teatros e em diversos lugares: no Pequeno e no Grande Teatros da SCAR – Sociedade Cultural Artística da cidade, no Shopping Breithaupt, nas igrejas da cidade, no Teatro do SESC, no Museu WEG, no Center Angeloni e outros locais. Como os próprios realizadores definiram – e com razão – o FEMUSC é um festival-escola não competitivo, que promove a troca de experiências entre professores e alunos – brasileiros e de outros dezoito países – através de classes de estudos e mais de duzentas apresentações abertas ao público. Todos os dias, de 20 de janeiro a 5 de fevereiro, há espetáculos de música na cidade. Nos programas, músicas de mestres como Chopin, Bach, Schumann, Stravinsky, Villa-Lobos, Beethoven, Dvorak, Mozart, Handel, Brahms, Haydn, Henderson, Debussy, Schubert, Vivaldi, Grieg, Rachmaninoff, Liszt, Mendelssohn e tantos outros. Uma maratona musical.
Há, nesta edição do Femusc, um predomínio de três grandes compositores clássicos: Villa-lobos, o nosso Villa-lobos, Mozart e Brahms. E isso é bom.
Não é sensacional? Ter a oportunidade de ouvir, ao vivo, experts e estudantes tocarem clássicos, a música imortal de melhor qualidade, é um privilégio. E vale frisar que não são executadas só músicas clássicas, ainda que sejam predominantes: há música popular brasileira e, ainda, canções tradicionais de vários outros países.
São apresentações de consertos de alto nível artístico, com grandes mestres e seus pupilos, gratuitos. Espero que os moradores de Jaraguá e região estejam aproveitando o privilégio que tem de apreciar a bela música. É fabuloso ter uma oportunidade dessas, de ouvir música da melhor qualidade ao vivo e a cores, pertinho da gente.
Para os praticantes e aprendizes, que vem de todo o Brasil e de diversos outros países, há uma vasta programação paralela: 3º Simpósio Catarinense de Educação Musical, 3º Femusckinho, 2ª Conferência Internacional de Harpas, Concurso Internacional de Oboé, 3º Encontro Catarinense de Corais, Seminário de Professores de Piano, etc.
Felizmente a música erudita deixou de ser um privilégio de poucos e mais pessoas estão descobrindo o prazer de conhecê-la, ainda mais com iniciativas como este festival, que leva a boa música para onde o público está, disponibiliza-a em diversos locais, gratuitamente, conquistando mais adeptos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O DNIT E SEU PORTA-VOZ

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Muito oportuna a nota "Desencontro", da coluna de Paulo Alceu, no jornal Notícias do Dia, comentando “o estado crítico e a situação de alerta” no Morro dos Cavalos, onde a erosão já chegava à beira da BR 101 e um deslizamento era iminente, caso continuassem as chuvas. “Assim mesmo o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - informava pelos meios de comunicação que a BR 101, naquele local, estava sob controle e sem problemas.”
O superintendente do Dnit esteve, no mesmo dia da nota, no Jornal do Almoço e, boca mole como é, repetiu as mesmas coisas: estamos monitorando, para nós, do DNIT, a encosta no Morro dos Cavalos está "estável", sem problemas e não adiantou cobrar dele uma posição de providência, porque ele empacou naquilo e só faltou dizer que estavam esperando o morro deslizar de novo, levando a rodovia.
O governo do Estado não poderia pleitear a mudança de superintendente do DNIT em Santa Catarina? Esse tal de João José dos Santos nunca diz nada com nada. Como é possível uma criatura como aquela ser superintendente de alguma coisa?
Há que haver mudanças, colocar gente que tenha perfil. Sempre que a imprensa ou a TV precisa falar com alguém do Dnit, sobre obras nas estradas, lá está o tal de seu João, dizendo nada com nada. O contribuinte merece ouvir alguém que tenha conhecimento das coisas e saiba tomar decisões, merece ter no Dnit alguém que tome providências imediatas, resolvendo os problemas que aparecem.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CADÊ A EDUCAÇÃO QUE DEVERIA ESTAR AQUI?

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Li a matéria “Cadê a universidade que estava aqui?”, na revista Época da última semana, e o que está lá não me surpreende nem um pouco. Eu já tinha conhecimento da novela que é a construção do campus universitário da UFSC em Joinville, que se arrasta há anos, sem solução, aliás, com solução capenga: serão construídas salas de aula no terreno da Univille, “provisóriamente”, enquanto não fica pronto a sede da universidade que será construída na Curva do Arroz, ao lado da BR 101.
Só não sabia que isso era lugar comum, que das 14 universidades federais que o governo Lula se vangloriava de ter criado, apenas quatro são realmente novas, as outras já existiam, e mesmo assim muitas delas estão como a UFSC de Joinville, algumas até piores.
O senhor ex-presidente que acaba de deixar o poder prometeu muita coisa que não cumpriu. Uma das quatorze universidades que ele próprio fez questão de lançar a pedra fundamental, plantando uma árvore no terreno, virou terreno baldio e os alunos estão ocupando salas de escola municipal, até hoje.
A educação foi uma das pastas mais relegadas a segundo, terceito plano no governo Lula. Com a mudança do tempo do ensino fundamental de 8 para 9 anos, mudou também a sistemática de alfabetização, para pior, o que resultou em alunos com mais dificuldades para aprender a ler e escrever, demandando muito mais tempo para chegar lá.
O projeto que previa, até o final do mandato de Lula, que cada aluno da escola pública em todo o Brasil teria na mãos um computador para estudar, ficou só na amostra: uma escola ali, outra acolá.
Também havia um projeto que prometia que até 2005 não haveria, no Brasil, nenhuma cidade sem a sua biblioteca pública. Que não se cumpriu.
Quanto ao Enem, exame usado atualmente para ingresso nas universidades públicas, o MEC só vem atestando a sua incompetência, pois há anos que ele vem apresentando problemas cada vez maiores. E por aí afora, professores mal pagos, escolas de menos e das que existem, muitas em mau estado.
De maneira que a educação falida que a presidenta (como ela gosta de ser chamada) Dilma herdou, em petição de miséria, precisa de muita atenção, dedicação e investimento. Isto, se não continuarem com a tradição do “quanto mais burros melhor”, pois assim, por qualquer coisa votam em quem o poder indicar.

domingo, 23 de janeiro de 2011

GAROAS E TEMPESTADES

Por Luiz Carlos Amorim - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Li a crônica da última quinta-feira da minha amiga Mary Bastian e não posso deixar de registrar que li e que gostei imenso da forma como ela partiu de um poema de Quintana para falar das chuvas intensas que se abateram sobre Santa Catarina nessa terceira semana de 2011.
Que Quintana é o meu poeta favorito, seguido de Coralina e Pessoa, todo mundo sabe. Mas sou também fã de carteirinha da minha amiga Mary, cronista de mão cheia. Ela, magistralmente, sacou de um pequeno/grande poema dos mais singelos e ao mesmo tempo mais profundos do poeta passarinho e num dedilhar de teclado rápido, lá estava a crônica homônima do poema, “Canção da Garoa”. Falando de anjos molhados, chuva no telhado, soluços... e de chuvas torrenciais, do descaso do ser humano para com o meio ambiente, para com a natureza, desta mesma natureza se rebelando contra o pouco caso de nós, filhos dela, Mãe Natureza, a quem deveríamos respeitar e proteger.
E ela fecha assim a crônica: “Espero que em cima do meu telhado haja um anjo todo molhado, aí vou convidá-lo pra entrar, secar suas asas, dar um cafezinho e ouvi-lo tocar no seu flautim uma musiquinha mais alegre. Sem soluços.” Só a Mary, com toda a sua sensibilidade e lirismo para ter uma visão assim, para alegrar o anjo triste encharcado de chuva.
Para quem ainda não conhece, transcrevo “Canção da Garoa”, de Quintana, uma das obras primas dele: “Em cima do meu telhado, / Pirulin lulin lulin, / Um anjo, todo molhado, / Soluça no seu flautim. / O relógio vai bater; / As molas rangem sem fim. / O retrato na parede / Fica olhando para mim. / E chove sem saber por quê... / E tudo foi sempre assim! / Parece que vou sofrer: / Pirulin lulin lulin...”
Pena que nossa chuva, sem anjo e sem flautim, chove do jeito que está chovendo e sabe por quê. E nós também. Obrigado, Mary, por nos fazer refletir um pouco sobre o que está acontecendo, com a ajuda de nosso grande Quintana.
Os administradores de nossas cidades deveriam ler a sua crônica para se conscientizarem de que é preciso fazer o seu papel, qual seja impedir que se construa em áreas de risco, para que a natureza não tenha que lhes mostrar que não fizeram seu trabalho direito. A natureza não é culpada pelas tragédias climáticas que estão acontecendo. Nós, seres humanos, é que provocamos tudo, envenenando o ar, o meio ambiente, a água, a terra e o mar. Nós poluímos tudo. E é hora de parar, ou as forças da natureza continuarão se rebelando e a vida humana cessará de existir na face da Terra.

sábado, 22 de janeiro de 2011

O LIVRO CATARINENSE E O ESTADO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com

A obra do escritor brasileiro, consagrado, chega às escolas, ao estudante, senão pelo livro, lido a partir de tarefa dada pelo professor, que ainda precisa impor e cobrar com apresentação e interpretação do conteúdo e nota, também pelo livro didático, que traz trechos de um e outro autor.

O livro do escritor local, do estado nativo, já se reveste de uma dificuldade maior, no que diz respeito a se conseguir uma brecha nas aulas de literatura ou português para abordá-lo, para apresentá-lo ao estudante. Não há, quase sempre, espaço no programa para focalizá-lo, para trazer a sua obra ou ele próprio para a sala de aula, divulgá-lo entre os leitores em formação da sua própria terra.

O livro do escritor catarinense deveria ter chegado às escolas do estado a partir de 92, quando foi regulamentada a Lei Grando, que tinha o objetivo de publicar títulos de autores catarinenses ou adquirir exemplares de livros já editados para distribuição às bibliotecas bibliotecas municipais de todo o estado. Digo “tinha” o objetivo, porque isso aconteceu apenas uma vez, depois de mais de dez anos que a lei existe, no ano de 2009, na gestão da presidente da FCC Anita Pires.
Com a dificuldade sempre crescente encontrada para se publicar um livro – para não dizer impossibilidade – o cumprimento da Lei Grando, regularmente, viria mais do que na hora, oferecendo novas oportunidades aos escritores de colocarem suas obras nas mãos dos leitores.

O presidente da Comissão Catarinense do Livro, na época da publicação da lei, comentou que “a partir dessa lei, o governo estadual tem a obrigação de editar e de comprar livros de escritores catarinenses e distribuir às bibliotecas municipais e escolares”. Todos os anos.

Obrigação que só foi cumprida em 2009, e só no que diz respeito à compra de exemplares de dez obras para distribuição às bibliotecas.

A lei determina, ainda, que o estado edite 1.500 (mil e quinhentos) exemplares de cada obra de autor catarinense selecionada com o superávit da Imprensa Oficial catarinense. O autor participa com 20% (vinte por cento) do valor da obra. Quer dizer, o autor participaria, não sairia totalmente de graça para ele.

Para a aquisição, seriam comprados 300 (trezentos) exemplares de cada título já editado para distribuição às bibliotecas, dez obras de cada vez, que seriam selecionadas pela Comissão Catarinense de Cultura.

Infelizmente, a lei não está sendo levada a sério. Na época foi dito que, com a lei, dependia dos escritores fazer chegar originais e livros publicados à Fundação Catarinense de Cultura para serem avaliados. Conversa jogada fora. Os livros e originais só podem ser enviados se houver um edital, como aconteceu em 2009.

Será que o novo governo resgatará o edital da Lei Grando, dará ouvidos às reivindicações, aos pedidos de cumprimento de um direito que foi legalmente reconhecido aos escritores da terra? O novo governador, na sua propaganda eleitoral, comprometeu-se com o desenvolvimento cultural do nosso estado. Esperemos que esse, pelo menos, cumpra o que prometeu.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

MAIS BIBLIOTECAS

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Deparei-me com uma boa notícia em um jornal, há uns dois ou três pares de anos - e olhe que notícia boa em jornal é coisa rara, cá pra nós. Falo do Projeto Livro Aberto, do Ministério da Cultura, que prometia implantar cento e trinta novas bibliotecas no país, naquele ano de 2005. Até o final de 2006, a meta era zerar a quantidade de cidades brasileiras sem salas de leitura. Não era uma boa notícia?

Isso significava que as pequenas cidades que até então não tinham o benefício e a opção da leitura, passariam a ter a sua biblioteca pública municipal, com um acervo inicial de dois mil livros. Do kit faria parte também um computador com o acervo cadastrado, mesas e cadeiras.

Tenho abordado, repetidas vezes, o assunto referente à falta de bibliotecas nesse nosso Brasilzão, principalmente nas pequenas cidades. Até porque nessas cidades, as pequenas cidades do interior, nem as escolas públicas têm biblioteca. Então os estudantes não têm onde procurar subsídios para os estudos, nem internet, muitas vezes, sendo obrigados a contentar-se com o que lhes é dado na sala de aula. O poder aquisitivo dos moradores de uma pequena cidade, em sua grande maioria, é pequeno e não permite a compra de livros.

O tal projeto Livro Aberto seria um alento para a acirrada luta que travamos com o objetivo de se conseguir disseminar a leitura nesse país, para que se consiga despertar o gosto pela leitura. O número de livrarias, no Brasil, sempre foi pequeno e continua sendo - culpa da renda ínfima do brasileiro em geral, dos preços altos dos livros ou da educação vigente? - mas isso é um assunto muito abrangente, para discutirmos outra hora.

Seria interessante e desejável que tivéssemos bibliotecas públicas em todas as nossas cidades para que o cidadão comum pudesse ter acesso à leitura e ao estudo, à pesquisa. Se o poder público, a cultura oficial fizer isso, já teremos um bom caminho andado.
Só que os anos se passaram e a promessa do governo Lula de zerar cidades brasileiras sem biblioteca municipal ficou só na propaganda. Assim como os notebooks de cem reais (?) para todos os estudantes da escola pública, lembram? Pois é. Mas segundo o presidente que acaba de deixar o poder, ele deixou o país às mil maravilhas. A educação e a saúde falidas, a segurança zero, etc. etc, não contam.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

LIVROS EM TRÂNSITO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Tenho falado, repetidas vezes, das várias e criativas formas que as pessoas descobrem ou inventam para incentivar o hábito da leitura, incutir o gosto pela literatura no povo brasileiro. Lembro que uma repórter do jornal A Notícia, de Joinville, fez uma experiência, há um ou dois anos atrás, colocando livros em locais públicos e ficando na espreita, para ver a reação das pessoas em relação às obras largadas em bancos de praças, rodoviárias, terminais, etc. Foi muito divertido e revelador.
Então vejo, em meio às catástrofes das enchentes, num dos estados atingidos, uma repórter entrevistando um dos voluntários que mostrava o lugar onde funcionava a recepção e organização de donativos para enviar às regiões onde muitas pessoas perderam tudo e precisavam de toda ajuda necessária. Era uma associação ou uma entidade de ajuda a pessoas necessitadas e no fundo, na parede, havia uma estante com vários livros. O repórter perguntou sobre os livros, objetos inusitados num lugar onde se recebia água, comida, calçados, material de higiene e limpeza. E o voluntário explicou que a entidade recebia os livros em doação e depois os deixava em lugares públicos para que qualquer pessoa que desejasse lê-lo, levasse. Depois de ler o volume levado, deveria deixar de novo em algum lugar público para um próximo leitor pegar.
A ideia não é original, aqui mesmo em Florianópolis existe ou existiu o “Livro em Trânsito”, que consistia em abandonar livros em vários locais pela cidade para que fossem levados pelos leitores que se interessassem em lê-los.
Nos terminais de ônibus daqui, também há estantes com livros e revistas para que os usuários do transporte urbano leve, leia e devolva para que outra pessoa possa levá-lo também, e outra e outra.
O único senão é que algumas pessoas levam e não devolvem. Mas de qualquer maneira a iniciativa de recolher livros que estão guardados, sem que ninguém os abra, para lhes dar sobrevida, para que sejam abertos de novo e lidos de novo já é uma grande coisa.
A nossa educação cultural ainda não é a desejável, mas quem sabe com o acesso à leitura mais democratizado, traduzido nas tantas iniciativas que visam o incentivo ao hábito de ler, acabemos chegando lá. Vamos chegar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A PREVENÇÃO DAS TRAGÉDIAS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

As tragédias que têm assolado cidades de vários estados do Brasil nesta temporada não são novidade, já são velhas conhecidas, só que este ano vieram mais forte. Todo início de ano é a mesma coisa. Por que não se faz prevenção, para evitar que tantas pessoas percam tudo, que tantas pessoas percam a vida?
Alguém havia dito, no início do ano, que a prioridade era investir na reconstrução do que foi destruído e não na prevenção. Ainda bem que a presidente tomou a frente do assunto – bem diferente de certo presidente que deixou o poder recentemente – e determinou a reestruturação do Sistema Nacional de Defesa Civil brasileiro, para que seja feita prevenção e alerta dos desastres naturais como os que estão acontecendo.
Menos mau. Prevenção é uma coisa que precisa ser feita e não é de agora. Se tivesse começado antes, não teríamos tantos mortos nem tantos cidadãos que perderam tudo. E quando digo prevenção, não significa avisar antes os moradores de uma região ou de uma cidade que vai cair uma tempestade ou que vão abrir uma comporta de barragem – barragens que são sempre construídas na boa de um vale, com várias cidades abaixo. Significa o estudo do solo de cada cidade, de cada região, por pessoal qualificado (geólogos, etc.), para que o poder público – as prefeituras – não autorizem a construção de benfeitoria em áreas de risco. Significa tirar os moradores das áreas de risco, mas não só tirar. É preciso planejar, organizar e implantar políticas de assentamento dessas famílias em área apropriada, para que não saiam de uma área de risco e se transfiram para outra, sem assistência do poder público.
Então, a prevenção é o que se precisa, mas prevenção de verdade. As prefeituras têm que fazer o seu trabalho, que é autorizar a construção de benfeitorias apenas em terrenos que não estejam em área de risco ou área de preservação. E cumprir a lei, não autorizando a construção onde há risco. Esse trabalho, que é dever do poder público, não está sendo feito. Por isso as tragédias que ora se abatem sobre nós não são culpa do tempo, são tragédias esperadas, são crimes premeditados.
Esperemos que o envolvimento da presidente na organização das ações do Estado para a criação de ações que façam com que existam equipes - e equipamentos - treinadas e habilitadas para agirem em situações de emergência extrema, como as que estamos tendo atualmente, realmente tenha resultados. E que faça parte do pacote a exigência de um trabalho mais eficiente das prefeituras, no sentido de não permitir a construção em áreas de risco onde quer que seja e por nenhuma razão. Além de retirar os moradores que essas mesmas prefeituras deixaram que se instalassem onde não deveriam estar, colocando-os em lugar livre de risco. Porque se os moradores invadiram e ficaram morando nas regiões de risco, é sinal que as prefeituras não proibiram, não fizeram cumprir a proibição e, em muitos casos, acabaram até legalizando a invasão, pois muitas famílias dessas regiões pagam IPTU, tem água e luz, então está provado que houve conivência do poder público.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CORUPÁ EM EVIDÊNCIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br


Como já disse em outra crônica, não gosto de novelas. Mas são duas novelas que estão colocando minha terra, Corupá, em evidência por todo o Brasil.
Começou com a novela Ana Raio e Zé Trovão, que está sendo reexibida pelo SBT e faz umas quatro semanas que a trama está localizada em Corupá, mostrando rios, cachoeiras, campos, o pequeno centro e um dos cartões postais da cidade, o Seminário Sagrado Coração de Jesus, com seu estilo gótico super interessante e bonito, travestido de castelo de Rudi.
Recentemente, começou outra novela na Globo, com um núcleo localizado em Florianópolis, mas não é por isso que tem a ver com Corupá. Uma das estrelas do novo folhetim é uma corupaense, Bruna Linzmeyer, que saiu da terrinha para ser uma atriz de sucesso em São Paulo.
Corupá está mostrando suas belezas na televisão para todo o país: as belezas naturais da cidade e a beleza natural da mulher corupaense.
É bastante divulgação para a Cidade das Cachoeiras, que tem muito o que mostrar. Seria bom se a cidade tivesse infraestrutura para receber mais turistas, porque cada vez mais pessoas vão se encantando com o patrimônio natural do Vale das Águas e muitos querem ver tudo de perto. A Rota das Cachoeiras, com suas catorze quedas d´água e o Seminário Sagrado Coração de Jesus são os carros chefes. O número de visitantes tende a aumentar.
O poder público da nossa pequena Corupá já havia melhorado um pouco o acesso à Rota das Cachoeiras, no Parque Emilio Battistela, mas a cidade precisa de mais investimentos: mais hotéis - e pousadas, campings, por que não? -, mais restaurantes – servir a comida típica da rigão, por exemplo, já que a região é essencialmente agrícola -, mais vida noturna, talvez. Sei que os moradores da cidade não merecem que sua paz e tranquilidade sejam perturbadas, mas quem sabe não seria possível conciliar as coisas? Dar mais conforto ao turista, sem descaracterizar as tradições e costumes do lugar, sem agredir o corupaense com progressos desnecessários.
É preciso pensar nisso.

sábado, 15 de janeiro de 2011

CORUPÁ, O VALE DAS ÁGUAS


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Com a enormidade da tragédia que aconteceu e está acontecendo no Rio e em outros estados, como Minas e São Paulo, lembrei-me da famigerada PCH – Pequena Central Hidrelétrica, que estavam tentando construir em Corupá.
Se tivermos uma chuva parecida com aquelas que estão acontecendo por lá – e que já aconteceram aqui em Santa Catarina, também – já imaginaram Corupá com barragem na cabeceira do vale? Porque Corupá é um vale no pé da Serra do Mar, um vale abençoado pela natureza, que tem que ser preservado. Não quero nem pensar. E esses desarranjos climáticos, que nós, seres humanos temos provocado, por nosso total descaso com o meio ambiente, estão acontecendo em muitos lugares diferentes. Esperemos que passem ao lago da nossa querida Cidade das Cachoeiras.
Eu não soube mais notícia da liberação ou não da construção da PCH Corupá, mas espero que isso já seja passado, que a possibilidade de termos um elefante branco desnecessário que só vai agredir o meio ambiente não seja mais cogitada. Andei visitando o blog da Associação de Desenvolvimento Sócio-ambiental Corupaense (ADESC), fundada no ano passado, para participar na fiscalização e a aplicação da legislação ambiental em vigor, de olho, portanto, na tentativa de construção da hidrelétrica, mas não encontrei nada novo lá.
Seria mais um risco para a cidade, privilegiada com rios e cachoeiras, que não podemos deixar que se transformem em uma ameaça para a comunidade corupaense.
Os administradores tem mais é que aproveitar a exibição da novela Ana Raio e Zé Trovão, que mostra muitas e muitas cenas gravadas em Corupá, para divulgar as suas belezas, dotar a cidade de infraestrutura para receber os turistas e proibir a construção de qualquer hidrelétrica, como fez Joinville, por exemplo.
Corupá não merece uma barragem que pode romper, se tivermos uma chuva torrencial como essas que vem acontecendo por aí. Não queremos que aconteça e esperamos que não aconteça jamais, mas a possibilidade é inegável. Não corramos riscos, vamos sim, divulgar e mostrar a natureza exuberante do Vale das Águas. O potencial turístico de Corupá é imenso e essa terra maravilhosa merece que cuidemos bem dela.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A educação não foi uma das melhores heranças que o nosso ex-presidente e “estadista” deixou para o povo brasileiro. E não foi só isso, mas foi no governo Lula que foram feitas mudanças desastrosas no ensino fundamental. Em time que está ganhando não se meche, e uma sistemática de alfabetização que estava dando muito certo até poucos anos atrás, foi mudada de um jeito que hoje existem alunos de terceiro, quarto anos do primeiro grau que não sabem ler e escrever com segurança.
Essa foi uma das ações que contribuiu ainda mais para a baixa qualidade da educação em nosso país. Mas o presidente também prometeu que daria um computador portátil – um notebook – para cada estudante da escola pública, vocês se lembram? Pois é, aquela história do computador de cem reais, um tanto quanto fora da realidade. Algumas poucas escolas pelo Brasil até receberam, no ano passado, notebooks para seus alunos. Aqui em Florianópolis, por exemplo, sei de uma apenas. Mas a promessa era colocar um computador na mão de cada aluno da primeiro e segundo grau da escola pública. Ficou devendo feio. Aliás, não deveria ter prometido.
Outra promessa não cumprida foi a de que não haveria nenhuma cidade brasileira sem biblioteca pública, antes de terminar o seu mandato. Pois apesar de ter existido projeto específico para o cumprimento da promessa, ainda existem pequenas cidades que não têm a sua biblioteca.
A pretensão de dar computadores para cada aluno da escola pública é um tanto quanto mirabolante, pois se o governo não tem dinheiro para sanear a educação, para melhorar o sistema de ensino, para pagar melhor os professores e qualificá-los, como é que quer dar aparelhos como computadores para todos os estudantes? Seria bom se isso fosse possível, mas antes de colocar tecnologia de ponta na mão dos estudantes, é preciso que eles tenham educação de qualidade. As próprias instalações, em muitos casos, não são apropriadas, existem escolas caindo aos pedaços, sem nem manutenção, precisando de ampliação.
O Brasil não está melhor depois da passagem do “presidente” Lula, embora ele esteja convicto que sim. Entre tantas pérolas que deixou escapar quando falava de “improviso” – e ele fazia muito isso – está aquela na qual disse que é bobagem estudar e se formar numa universidade, pois ele não havia feito nada disso e era presidente. Que esperar para a educação, de um presidente que pensa assim?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

OMISSÃO, DESCASO E CRIME

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Grande parte do que está acontecendo em vários estados brasileiros é crime, do mais grave, perpetrado por administradores das nossas cidades, e não de estados como Rio, São Paulo, Minas, é de muitos outros governos também, municipais e estaduais, que não fizeram seu trabalho mais básico, que é prevenir tragédias que podem vitimar a população.
A omissão e o descaso foram as armas do crime.
Os dirigentes de nossas cidades dizem que não conseguem remover as pessoas que invadem as áreas de risco ou que constroem em locais onde não deveria haver benfeitorias. Pois não poderiam e não deveriam ter autorizado, desde o início, a ocupação de qualquer área sabidamente condenada, ou de preservação, como tantas que estão deslizando ou estão para deslizar. A função do poder público é essa.
E não digam que não autorizaram, pois há luz, água, telefone, cobrança de IPTU, esgoto (sem nem mesmo haver esgoto, em alguns lugares) e lixo (não é irônico?), nas famigeradas áreas condenadas.
E quanto a tirarem as pessoas dos locais de risco, se tirarem antes que todas elas sejam vítimas do pouco caso e da desumanidade daqueles em quem votamos, essas pessoas devem ser colocadas em local seguro, e não largadas na rua, sem ter para onde ir.
Esse estado de coisas têm que mudar neste nosso país. E logo. É urgente. Senão, muito mais pessoas morrerão, vítimas da omissão, da irresponsabilidade, da corrupção e da impunidade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

AS TRAGÉDIAS EM ÁREAS DE RISCO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com

Venho falando há anos da irresponsabilidade, para dizer o mínimo, do poder público, no que diz respeito à ocupação de áreas de risco em nossas cidades. Tenho denunciado repetidas vezes o descaso de nossas “autoridades”, que autorizam a construção de moradias em lugares que jamais poderiam comportar benfeitorias.
Novo ano, novas grandes tragédias, no do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e outros estados. Em vários lugares, encostas despencando com chuvas torrenciais, causando a morte de centenas de pessoas que moram em locais de alto risco. Os deslizamentos e enchentes se repetem a cada novo verão e cada vez mais pessoas, em vários pontos do país, têm denunciado a má administração pública das áreas de risco, como geólogos, ambientalistas, ecologistas, etc.Repórteres da televisão foram verificar como está a situação, nos locais onde já aconteceram tragédias nos últimos anos, e o que foi constatado é que não só não se fez nada, como as construções em áreas perigosas continuam.
A verdade é que é crime o que vem acontecendo, pois o poder público de nossas cidades não faz nada para coibir a ocupação de áreas que não devem ser usadas para construir residência. E mais: como no caso do Rio, no ano passado, o próprio poder público fez pior, depositando lixo na encosta do morro, por muito tempo, transformando a área em lixão e depois autorizando que as pessoas usassem a área para morar.
As pessoas estão morrendo, vítimas de deslizamentos de encostas, estão sendo feridas e perdendo tudo porque não foram impedidas de ocupar lugares proibidos.E não me venham dizer que não é isso, pois nesses lugares há luz, água, há urbanização e as pessoas ali estabelecidas estão pagando IPTU, na maioria dos casos.
Então os administradores que permitiram as ocupações ilegais deveriam ser responsabilizados.Gostaríamos de poder esperar que, pelo menos daqui para a frente, isso fosse corrigido. E que a médio prazo, aqueles que já estão nas áreas de risco sejam realocados. Para que não acontecessem mais tragédias como as tantas que estamos vendo pelo Brasil afora. Mas sabemos que é ilusão, que no próximo ano tudo acontecerá novamente. O governo do Rio disse, hoje, com todas as letras, que está diminuindo a verba para prevenção de tragédias nas áreas de risco. E todos fazem o mesmo: preferem tapear as reconstruções do que prevenir.
E, cá para nós, que os políticos não queiram colocar a culpa também na natureza. O que está acontecendo é apenas resultado do pouco caso e desrespeito do ser humano para com o seu meio ambiente e da incompetência em administrar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O ESTADO E A CULTURA EM 2011

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

O novo Secretário de Estado da Cultura, Cesar Souza Júnior, chegou com muita disposição para colocar ordem na casa, embora o governo já tenha determinado redução de verbas para a sua pasta. O orçamento para este ano deverá ser menor, mas ele promete cumprir o que já estava contratado.
Desafios sobram para a gestão do novo secretário. Como a reforma do CIC, por exemplo, que já vai fazer o segundo aniversário. O teatro Ademir Rosa, o maior da capital, ficou fechado esses quase dois anos, á toa, pois a reforma nele, especificamente, ainda nem começou, segundo a imprensa. Muito dinheiro já foi gasto com essa “reforma” no CIC e a coisa está mal parada, sem que ninguém responda pelo que está ou não acontecendo.
O nome do novo presidente da Fundação Catarinense de Cultura, peça chave para que as coisas se realizem ou não na cultura catarinense, ainda não foi revelado. O secretário deve estar cuidando disso com a atenção merecida, esperamos.
Mas ele está decidido a se impor e fazer mudanças. Deixar mais transparente as atividades do Comitê Gestor e do Conselho Estadual de Cultura, que deverão ser reestruturados, mudando as pessoas e implantando editais em todas as áreas e equalizando a distribuição de recursos, conforme entrevista publicada na imprensa.
O secretário falou, inclusive, das compras milionárias de livros da gestão anterior, quatro ou cinco, como aquela de livro indicado para o vestibular, de Cristóvão Teza, distribuído para todos os alunos de final do segundo grau, considerado, no entanto, impróprio para os estudantes. Milhares de exemplares do mesmo livro, que acabaram entupindo bibliotecas municipais do Estado, quando poderiam ser substituídos por dezenas de outros títulos. O Estado nunca deu, antes, livros indicados para o vestibular para os alunos das escolas públicas. Quem autorizou a compra? Quem fez a licitação?
O Secretário não deve responder estas perguntas, mas garante que compras sem a devida transparência não serão mais feitas.
E não vou bater mais naquela antiga tecla, tão repetida, de que o dinheiro gasto com tantos livros que não sabemos se serão usados, poderiam ser utilizados na publicação de obras de autores catarinenses, a serem selecionados pela Comissão Estadual de Cultura, pois esses livros quase que certamente, serão das mesmas figurinhas carimbadas de sempre, da panelinha que sempre fez parte da “cultura oficial”.
Então, senhor Secretário, estamos com o senhor, quando diz que vai mudar o estado de coisas na Secretaria de Estado da Cultura. Faça o que tiver que fazer, economize e use bem o dinheiro público. Não deixe as “comissões” que existiram no passado puxarem a sardinha para o lado delas, como tanto fizeram até o ano passado. Confiamos que o senhor terá forças para moralizar essa até agora tão malfadada “cultura oficial”.
Não esquecendo, é claro, do jornal “O Catarina”, publicado pela FCC, que precisa ter uma periodicidade – nos dois últimos anos aconteceram apenas duas edições, uma por ano – jornal que, além do visual, que modernizou-se, graças a Deus, há que melhorar a linha editorial, abrangendo a cultura e arte de todo o Estado.
Sucesso, senhor secretário. A cultura catarinense precisa de alguém que cuide dela com seriedade e boa vontade.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

LIXO & ENCHENTE

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Com as enchentes que estão assolando alguns estados do país, destruindo lares, desabrigando pessoas, causando prejuízos incalculáveis na agricultura, nas estradas e nas cidades, um detalhe pequeno me vem à memória. Pequeno, mas que pode fazer diferença.
Todos nós vimos que está chovendo muito, bem acima do esperado para qualquer época, mas o problema da enchente poderia ser minimizado, se as redes pluviais não fossem entupidas com lixo, que insistimos em jogar em qualquer lugar. O lixo que não é colocado no lixo vai para os dutos que escoam a água da chuva. E em chovendo muito, como estamos vendo, os dutos estão interrompidos com o acúmulo de plástico, papel, papelão, vidros e outros tipos de resíduos. E a água começa a se acumular e invade casas, lojas, ruas, etc.
Isso me lembra da coleta de lixo diferenciada que já vi em uma ou outra cidade. O lixo normal é recolhido como em todas as cidades, mas existe uma coleta extra que leva aquele lixo não considerado normal: móveis velhos, como sofás, armários; eletrodomésticos que não têm mais serventia, como geladeiras, lavadoras, fogões, etc. De maneira que os habitantes daquela cidade não precisam esperar a noite para pegar um sofá velho, um fogão velho ou outro aparelho grande que passou do tempo de validade para jogá-lo em algum terreno baldio ou algum barranco perto de casa ou alguma beira de rio.
Às vezes o serviço é até de um particular, como vi em Jaraguá, que recolhe tudo para revender o que pode ser reciclado.
O resultado de uma ação dessas é que as chuvas torrenciais não têm causado problemas de enchente por entupimento nessas cidades, pois as galerias pluviais parecem estar funcionando bem e drenando com eficiência mesmo grandes quantidades de chuva. E as cidades ficam mais bonitas, sem cacarecos pelas beiras das ruas, encostas ou rios.
Na grande Florianópolis, ainda somos ecologicamente muito mal educados - para dizer o mínimo - pois muitos ainda jogam lixo na beira da rua. E não é só lixo doméstico, não. A gente vê montes de lixo que obviamente foi alguma empresa que desovou de caminhão, pela quantidade - em locais como debaixo de viadutos, por exemplo.
O problema dos deslizamentos é responsabilidade do poder público, que não impede que se construa em áreas de risco, mas a obstrução dos dutos de escoamento pluvial é conosco, que não devemos jogar o lixo no chão.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O PAC DA POBREZA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Não votei na presidente Dilma, mas uma vez ela eleita, espero que faça um bom governo, porque como ela própria já disse, não governa para os seus eleitores e sim para todos os brasileiros.
Apesar das nomeações de fichas sujas para o primeiro escalão, ainda assim ouso esperar que as coisas possam melhorar. É que tudo está se repetindo muito: os “políticos” são os mesmos, alguns deles, inclusive, foram expurgados do governo anterior. A presidente vai conseguir controlar a corrupção que vem grassando até agora, apesar do Ficha Limpa, que conseguiram quase ignorar, embora seja lei?
Um dos primeiros anúncios do novo governo foi a criação do PAC Pobreza, ou PAC Miséria, uma reedição do Bolsa Família, pelo que foi divulgado nos jornais. Falou-se muito e explicou-se pouco, nem nome definido o projeto tem ainda. Não sou contra, absolutamente, que se ajude os cidadãos pobres deste país. As pessoas, os brasileiros precisam sobreviver com um mínimo de dignidade. Discordo é da dependência de parte desses cidadãos, que ganham mais não trabalhando, recebendo o Bolsa Família, do que se estivessem empregados.
Espero que o novo PAC da Pobreza reveja, como prometido, a concessão do benefício, para que só aqueles que realmente precisam dele passem a recebê-lo. E que se invista mais na educação e na saúde, que se invista mais na segurança, que se invista pelo menos a diferença em formação e distribuição de conhecimento para que todos possam buscar dignamente a sobrevivência.
Não podemos continuar dando o peixe, precisamos dar condições às pessoas de pescar. Se tivermos uma escola pública melhor, uma educação mais eficiente, teremos cidadãos mais preparados para trabalhar e ganhar o seu sustento. Se investirmos mais na qualificação de professores, se eles forem bem pagos, se o Estado cuidar da educação como prioridade, não existirão vagas de trabalho sobrando, todos terão instrução bastante e estarão qualificados para trabalhar, para adquirir experiência.
Se pagarmos melhor a polícia, teremos melhores profissionais desempenhando suas funções e a segurança não será o caos que é hoje.
Há muito para fazer nesse nosso Brasil, senhora presidente. O saldo que lhe coube como herança do governo anterior não são só benesses, como quer fazer crer o presidente que acaba de largar o poder. Há que se combater a corrupção, a falta de credibilidade da justiça, a falência da educação, da saúde e da segurança. E a inflação começa a dar sinais de sua aproximação.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

LITERATURA PARA CEGOS

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Um escritor amigo meu, Enéas Athanázio, participou de uma antologia diferente, inovadora, original: um livro em braile. Uma obra para pessoas especiais, para pessoas deficientes visuais.
A antologia – “Blumenauaçu na Ponta dos Dedos” foi publicada pela Editora Cultura e Movimento e é pioneira em nosso estado: a coletânea tátil reúne trabalhos em verso e prosa de quinze escritores contemporâneos. A edição e impressão foram feitas pelo Centro de Difusão da Literatura para Cegos.
Um público específico, mas considerável, os deficientes visuais tinham acesso, até agora, a poucas obras em braile, quase todos clássicos. Melhor do que nada, necessário até, mas eles não tinham as letras da região, a obra dos autores importantes e atuais de quem ouviam sobre o sucesso, mas não tinham como lê-los.
Isso me chamou a atenção sobre um fato cada vez mais evidente, a capacidade de aprendizado e de realização das pessoas especiais.
Numa entrevista com deficientes visuais, foi marcante e oportuno o repórter abrir um livro em braile e mencionar que, para ele, aquelas eram simplesmente páginas em branco. Em contrapartida, colocou um livro impresso com texto e desenhos na frente de uma menina cega que, tocando-o, afirmou que também ela tinha diante de si páginas vazias. Mas trocando os livros, a menina cega começou a tatear as páginas em branco com uma rapidez e uma sofreguidão que dava idéia da importância de poder ler.
Isto lembrou-me também de uma outra matéria que vi, com pessoas especiais que, educadas e treinadas, trabalhavam em uma empresa e produziam como qualquer outra pessoa.
O livro em braile e a empresa formada pelas pessoas especiais são apenas uma mostra do que eles, marginalizados e subestimados até agora, são capazes de fazer. Já está na hora de aceitarmos as pessoas especiais, de reconhecermos as crianças especiais como especiais que são, capazes de ensinar-nos a sermos nós, os normais, mais humanos e mais felizes.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

LIVROS E LEITORES

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Num desses programas que mostram costumes e tradições singulares de países vários, vi uma prática que me chamou a atenção. Num país distante – não me perguntem qual, pois infelizmente não lembro – chás de bebês têm um detalhezinho diferente daquele que conhecemos e praticamos aqui no Brasil. As pessoas convidadas que comparecem ao chá dão de presente para o bebê que está para nascer e para os pais – adivinhem o quê? Livros! Isso mesmo: os convidados dão livros de presente, livros que representaram muito na vida de quem os está dando, aqueles considerados os melhores e mais importantes, e que poderão acrescentar algo à vida da criança que está chegando. Não é fantástico?
Ao invés de levar apenas um pacote de fraldas, uma roupa, um brinquedo – que serão consumidos rapidamente – dá-se um presente para a vida inteira.
No Brasil, um grupo de pessoas reúne livros – pede doação, recolhe-os aqui e acolá – e junta obras de vários gêneros para sair à rua, de madrugada, e distribuir àqueles que trabalham à noite ou moram na rua.
Aqui em Santa Catarina, troca-se lixo por livros: os alunos das escolas públicas de algumas cidades recolhem o lixo reciclável, levam-no para a escola, que os vende para usar o dinheiro em benfeitorias nos estabelecimentos. As crianças que levam o lixo recebem, em troca, livros que são impressos por uma empresa patrocinadora, através da Lei Rouanet, livros adequados às idades dos estudantes, diga-se de passagem.
Em Florianópolis e em outras cidades do país, criou-se um projeto que recebe livros em doação e os dispinibiliza em estantes nos terminais de ônibus urbanos, para que os usuários do transporte público possam ler enquanto esperam ou levem os livros e revistas para ler em casa, gratuitamente. Embora o público leitor ainda não corresponda à intenção de rodízio dos livros, não devolvendo o que emprestou, muitas vezes, a iniciativa é boa.
São ideias geniais para incentivar a leitura, começar a formação de novos leitores e, conseqüentemente, tornar mais fácil o acesso ao conhecimento e à viagem nas asas da fantasia e da imaginação.
Eu ousaria sonhar mais, espichar essas boas idéias, apanhando crianças nas periferias das nossas cidades, das áreas mais carentes, onde nem as escolas têm bibliotecas, para levá-las a conhecer e freqüentar uma verdadeira biblioteca. É certo que seria muito melhor levar a biblioteca até elas, e já fiz isso – levei livros meus, do meu acervo particular e também os muitos livros infantis e infanto-juvenis e os didáticos das minhas filhas que já cresceram, - para iniciar bibliotecas em escolas do interior, onde elas não existiam. Mas enquanto as bibliotecas não são realidade em todos os lugares onde há crianças estudando, há a necessidade de que alguns de nós leve essas crianças até onde existam livros para que elas possam usufruir deles.
As ideias são muito boas, tanto a de doarmos os livros que temos em casa e que ninguém abre, para iniciar uma biblioteca numa escola que não a tem, como levar as crianças que não têm acesso aos livros até onde eles estão. O que é preciso para melhorá-las, é colocá-las em execução, como aquele pessoal pioneiro, que de dia pede livros a quem quiser doá-los e de madrugada os leva para aquelas pessoas que trabalham à noite ou que vivem nas ruas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

NOVELA GRAVADA EM CORUPÁ, A CIDADE DAS CACHOEIRAS


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor -Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A caravana da novela Ana Raio e Ze Trovão, atualmente sendo exibida pelo SBT, chegou, na semana passada, em Joinville, depois de passar por vários pontos do país. Esse folhetim, alguns devem lembrar, foi gravado, originalmente, pela Rede Manchete, há mais de vinte anos. E grande parte da novela, quase metade, foi gravado em Corupá, Santa Catarina, perto de Joinville, no pé da Serra do Mar, a Cidade das Cachoeiras.
Se bem me lembro da época em que foi exibida pela primeira vez, muitos dos cenários localizados em Corupá, até as cachoeiras que aparecem de fundo para algumas cenas dos personagens, aparecem como se fossem em Joinville.
Então quero aproveitar para esclarecer para aqueles telespectadores que não são do norte da nossa Santa e bela Catarina, que pouco foi gravado em Joinville. O castelo do Dr. Rudi, por exemplo, que aparece muito é, na verdade, o Seminário Sagrado Coração de Jesus, cartão postal de Corupá. A frente do castelo mostrada em “Ana Raio e Zé Trovão” é a fachada em estilo gótico do Seminário, a segunda, pois a primeira, visível para quem chega no lugar é a igreja católica.
O acampamento de ciganos também não está localizado em Joinville, ele é um campo na zona rural de Corupá, localizado atrás do Seminário.
Então a novela é uma ótima divulgação para o enorme potencial turístico de Corupá, chance que os administradores da cidade perderam, na época da gravação.
Corupá tem dezenas de cachoeiras, mais de sessenta, quatorze delas num único roteiro. É uma cidade que tem a sua economia centrada na agricultura – é uma das maiores produtoras de banana do estado Catarina e ainda é um lugar tranquilo e bonito, uma cidade pequena que vai crescendo devagar, cortada pela Estrada de Ferro, que hoje só transporta mercadorias e pela BR 280, perto de Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e Joinville.
Telespectadores de todo o Brasil, quando assistirem “Ana Raio e Zé Trovão”, ao verem as cachoeiras, o castelo, o acampamento cigano e outros cenários, lembrem que estão vendo Corupá, a Cidade das Cachoeiras. Um dos lugares com as cachoeiras, rios e recantos mais bonitos deste Brasil. A Salto Grande, décima quarta da Rota das Cachoeiras, tem 125 metros: um espetáculo da natureza.
Como já disse antes, a natureza tem queda por Corupá. E os produtores da novela “Ana Raio e Zé Trovão” também, pois gravaram um bom trecho da novela no Vale das Águas.

sábado, 1 de janeiro de 2011

A FCC E A CULTURA NO NOVO GOVERNO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesia.xpg.com.br

Com o governo do Estado assumindo o poder, neste início de 2011, ficamos na expectativa de saber quem será chamado para dirigir a Fundação Catarinense de Cultura. Uma das gestões mais produtivas, queiramos ou não, foi a de Anita Pires, que afastou-se porque o governador tapa-buraco estava procurando alguém para colocar no lugar dela sem que ela soubesse, sem comunicar-lhe. A mais curta, mas alguns projetos foram levados a efeito.
Precisamos de alguém que tenha conhecimento de causa, que seja afim com as coisas da cultura de nosso Estado e que retome os projetos que estão suspensos. Alguém que continue alguns projetos que foram retomados pela ex-presidente Anita, como a Lei Grando, que teve uma segunda edição prometida para o ano de 2010, mas que não aconteceu, e que faça com que o CIC – Centro Integrado de Cultura da capital acabe logo com a reforma que não anda e que mantém inativo o melhor e maior teatro que temos em Florianópolis, há mais de um ano.
E será preciso alguém de personalidade, forte e decidido a colocar ordem na casa, desfazendo a “panelinha” de “intelectuais” que compõe comissões disso e daquilo dentro da FCC, pois vimos muitas barbaridades neste ano, no ano passado e antes, como formação de um grupo para selecionar escritores catarinenses para irem à Feira do Livro de Porto Alegre, que selecionou a si próprio.
Isso precisa acabar. Também há que se determine uma periodicidade para o jornal “O Catarina”, que em 2009, teve apenas uma edição e em 2010 também.
Um jornal cultural oficial com apenas uma edição por ano?Quem assumir a FCC terá muito trabalho a fazer. Há muito o que fazer pela cultura do Estado, não só pela capital. Que o novo dirigente da casa tenha um olhar abrangente e veja Santa Catarina como um todo. Contamos com isso.