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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

GRAMATICOFORME: CRIATIVA E ARTÍSTICA



Temos novidade no mundo editorial do norte catarinense. Está sendo publicada a Gramáticoforme - Gramática Ilustrada, idealizada e realizada por Filipi Amorim, com o apoio do Fundo Municipal de Cultura e da Fundação Cultural de Jaraguá do Sul, através de edital de cultura.

Uma nova visão sobre alguns dos principais elementos que compõe a gramática da língua portuguesa, criativa e artística, pois uma ilustração apresenta a palavra focalizada, mostrando como ela está sendo vista e imaginada pelo autor sem, no entanto, se afastar muito das suas características verdadeiras.

“Gramáticoforme” é uma gramática singular, que dá caráter de indivíduo à palavra: ela passa a ter personalidade, uma apresentação física e também pode apresentar qualidades e defeitos. Diferente do conceito de palavras como conhecemos até agora, ou seja:instrumento para tornar possível a comunicação entre os seres humanos.

Isso pode significar que temos um modo divertido e original para introduzir o ensino da gramática tradicional, pois a apresentação inusitada dos vocábulos, com certeza, irá despertar a curiosidade nos estudantes, diferentes de tudo o que eles já possam ter visto ou ouvido.

Sobre o seu trabalho o próprio autor, Filipi Amorim, esclarece: “Nessa gramática, os nomes das ordens, ou conceitos, são observados de uma forma bruta, inicialmente apenas pela sua característica visual (forma dos símbolos gráficos) e fonética (som no ato da pronúncia). Isso é o que incita a imagem de cada uma. Ao final, elabora-se uma descrição textual que trata, à primeira vista redundantemente, da própria imagem, porém exaltando o conceito, ideia, fenômeno linguístico ou regra a que se refere. Neste ponto, cria-se uma zona de convergência entre a ilustração e o conceito gramatical de mesmo nome.”

O trabalho artístico e didático integra a imagem ao texto e os dois se completam. Uma iniciativa inovadora na nossa literatura, que pode não só agradar aos leitores em geral, como pode tornar mais atraente o aprendizado da nossa gramática.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O LIVRO DIGITAL NO BRASIL


   Por Luiz Carlos Amorim –Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A Câmara Brasileira do livro divulgou, recentemente, que a venda de livros digitais – e-books – teve um incremento de 350%, entre 2011 e 2012, embora mesmo com todo este crescimento, isso represente apenas um por cento do faturamento do mercado livreiro.

Pouco mais da metade das editoras brasileiras – que não são tantas assim, diga-se de passagem – já aderiram ao livro digital e publicam também nessa plataforma, vendendo os e-books em lojas virtuais próprias ou em lojas tradicionais deste tipo de publicação, que aportaram no Brasil apostando nesta nova maneira de ler, neste novo nicho.

Até porque o Brasil é um mercado em potencial para o livro digital, uma vez que o formato está começando a se popularizar. E se considerarmos que os smartfones e os tablests já são muito populares – já existe mais de um bilhão de telefones multimídia em uso no país, além da grande quantidade de tablets e notebooks – basta que apenas uma parte dos proprietários desses aparelhos compre algum livro eletrônico para ler neles que a venda dos mesmos dispare.

É fato que a maioria das pessoas que têm um tablet ou um smartfone nem sabe que pode ler um livro neles, tamanha é a quantidade de opções de uso para eles, mas aí deve entrar o marketing das editoras e dos livreiros.

A verdade é que os e-books brasileiros estão muito caros. O livro impresso, tradicional, sempre foi um produto caro. E livro digital, que dispensa a impressão, deveria sair muito mais barato que a versão em papel, já que dispensa todo um custo industrial – mão-de-obra, matéria prima, equipamentos, logística de distribuição, etc. No entanto, não é o que vem acontecendo, aqui no Brasil. O preço de alguns livros digitais se aproxima muito do preço da versão tradicional, impressa em papel.

A desculpa para a aproximação do preço do e-book brasileiro com o preço do livro impresso é que o e-book não traria apena o texto, ele pode agregar sons, imagens, links para complementação da leitura. E a produção disso seria um tanto elevada. Eu, particularmente, prefiro um livro com o velho e bom texto, para que eu recrie um romance com a minha imaginação e criatividade, partindo do que o autor me oferece. Não quero um monte de entulho e penduricalhos dentro do meu livro. Acho, sim, que o recurso é muito bom para livros infantis, embora pense que também as crianças merecem exercitar a sua imaginação na recriação de uma fábula ou um conto. E nos livros didáticos e técnicos, aí sim os complementos viriam bem a calhar.

Então o livro digital pode crescer, sim, mas por mais que cresça, o certo é que ele vai conviver harmoniosamente com o livro impresso, pois por muito e muito tempo aquele livro tradicional, que a gente pode folhear, manusear, que não exige nada para poder ser lido, a não ser a luz, continuará soberano.

 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PRIMEIRO FESTIVAL LITERÁRIO DE SC


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Estive, a convite dos organizadores, participando do FLICAM – Festival literário de Campos Novos, no planalto catarinense, no dia 20 de setembro. Fiz uma palestra sobre  Livro e Leitura e a Nova Literatura Catarinense e levei para a feira do livro, que fazia parte do FLICAM, os meus mais recentes livros: o novo “Histórias de Natal” – contos, “O Rio da Minha Cidade” – crônicas, “Nação Poesia” – antologia poética e “Borboletas nos Jacatirões” – crônicas.

Fiquei muito honrado pelo convite, pois este evento de Campos Novos é, na verdade, a primeira festa literária em nosso Estado, o primeiro festival literário catarinense. Reputo de enorme importância a realização do FLICAM, pois pode servir de exemplo para outras cidades, no sentido de também organizar a sua festa. Um evento como esse traz o leitor para mais perto do livro, o que significa incentivo à leitura, e pode aproximar o leitor do autor. Ou o autor do leitor, como se queira.

O FLICAM levou para Campos Novos escritores e artistas catarinenses, numa integração harmoniosa com o público. Uma iniciativa cultural que só tende a crescer, pois certamente teremos novas edições, ano após ano.

Santa Catarina foi notificada, há poucos meses, que terá em 2014 a sua primeira festa literária, a acontecer em Florianópolis, idealizada e organizada por um empresário baiano – portanto, uma empresa privada. É bom poder dizer que, guardadas as proporções, não será a primeira festa literária, pois Campos Novos já realizou a sua, em 2013.

Mas o importante é que esses eventos aconteçam, pois são eles que disseminam a cultura, que podem melhorar o índice de leitura entre nós,  brasileiros. Que venham mais edições do FLICAM, que venha a FLISCA, que surjam muito mais festas e festivais literários pelo nosso Estado e por todo o Brasil.

Algumas feiras do livro, como as de Florianópolis, são apenas e meramente mercados de livros, sem nenhuma outra atração paralela a oferecer, infelizmente. Florianópolis perdeu o jeito, não está conseguindo resgatar as suas feiras do livro, não está havendo apoio para que isso aconteça,  nem do município, nem do Estado. Por isso precisamos de eventos literários mais fortes, em outras cidades, como o FLICAM e como as feiras do livro de Joinville e Jaraguá do Sul, que contam, sempre, com a presença de grandes nomes da nossa literatura e tem se constituído em verdadeiras festas das letras.

Parabéns a Campos Novos, pela iniciativa e ao Instituto do Livro, pela realização. Meus agradecimentos pela acolhida colorosa por parte do povo camponovense, uma gente simpática e acolhedora, de uma cidade linda e em franco desenvolvimento.

domingo, 22 de setembro de 2013

LIVRO, FAZENDO AMIGOS


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

As iniciativas de gente criativa e dedicada à fazer a cultura chegar a todos merece todo o nosso aplauso e reconhecimento. Sempre que sei de alguém que achou uma maneira nova e original para difundir a leitura, para facilitar o acesso ao livro, eu faço questão de divulgar. Já fiz muito isso. Recolher lixo reciclável para trocar por livros, sair à rua catar livros pela vizinhança para formar uma biblioteca de comunidade, colocar livros em lugares públicos para que as pessoas levem para ler e depois larguem, de novo, em outro local, para que outra pessoa leve, e assim por diante.

Hoje quero falar da professora Edna Matos, de Minas Gerais. Ela é leitora assídua do meu blog e multiplicadora das minhas crônicas nas suas aulas. A professora  reuniu algumas crônicas minhas, publicadas ultimamente, sobre livros, leitura, literatura, bibliotecas e montou um projeto para trabalhar com suas turmas de alunos. “Livros, fazendo amigos e levando histórias viajantes” é o nome do projeto e ele consiste em arrecadar muitos livros para doar a crianças hospitalizadas, a uma creche e ao asilo da cidade onde mora, Divinópolis. Não é maravilhoso?

Ela vai, depois, com seus alunos, levar os livros àqueles lugares já citados, para a entrega dos livros, mas não é só isso. A professora Edna, durante o desenvolvimento do projeto, pedirá aos seus alunos que escrevam cartas  entregar às crianças e aos idosos que receberão a doação, falando de livros que eles já leram na escola ou em casa, como sugestão de leitura e no intuito de despertar a curiosidade para a sua leitura. E os próprios alunos da professora lerão, para as crianças hospitalizadas, para as crianças da creche e para os idosos do asilo.

Sem dúvida é uma iniciativa meritória. E me lembra uma outra professora, aqui do nosso Estado, de Joinville, que faz um trabalho parecido. A professora Mariza, que pede a seus alunos que escrevam cartinhas de solidariedade aos pacientes de um hospital de Joinville que trata do câncer.

São professores assim que são alento à educação deste nosso país, que fazem a diferença em sua comunidade, com sua dedicação completa aos estudantes, ao magistério, à comunidade.

Parabéns, professora Edna. O Brasil precisa de mais pessoas como a senhora. Fico aqui muito lisonjeado que minhas crônicas tenham colaborado para que a senhora engendrasse um projeto tão fantástico, tão importante, que vai beneficiar tantas pessoas que precisam do nosso carinho e atenção e ainda divulga a literatura. Obrigado pelo voto de confiança.

sábado, 21 de setembro de 2013

PRIMAVERA COM CHUVA EM SC


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br  

E a primavera chega neste domingo. Infelizmente, com muita chuva e com um pouco de frio. As chuvas intensas que começaram no dia 19 encheram e transbordaram rios como o do Vale do Itajaí, alagando e invadindo casas em várias cidades. Em todas as regiões de Santa Catarina, as enchentes estão causando prejuízos e expulsando as pessoas de suas casas. Barreiras começam a cair, muros e encostas. E a previsão do tempo alerta que a chuva deve continuar.
O drama é recorrente, infelizmente, e este ano é assim que a primavera abre.
Apesar da chuva, posso ver a primavera acenando no meu jardim, onde tudo está florescendo, embora aqui na Grande Florianópolis também esteja chovendo. Os pés de araçás, os cravos, os ibiscos, as orquídeas, aquelas de caules longos, tudo está florescendo. Um dos meus pés de jacatirão de inverno, o manacá da serra, ainda exibe, orgulhoso, algumas flores. Vejam só, agora, quase no fim de setembro, só pra homenagear a chegada da primavera. Até os pés de cebolinha, de arruda, de alecrim estão cheios de flores, assim como o morango e o manjericão.

Nas ruas, florescem o ipê, a primavera, os tão poucos jacarandás. Pena que a chuva faça com que as flores caiam mais rápido. Tudo vai florescer, daqui por diante. A vida há florescer, a chuva excessiva há de esmorecer e tudo terá mais cor, pois o sol voltará e as pessoas deixarão florescer os sorrisos. Mesmo que a dor tenha insistido em entrar pela mesma porta da primavera.
Afinal, é a estação mais bonita do ano e o tempo ruim terá de ir embora para deixa-la reinar absoluta. Tudo brotará, com viço, até a alegria no coração das pessoas. O verde ficará mais verde, toda cor ficará mais colorida. Toda árvore, da maior a mais simples, toda planta prestará seu tributo à Mãe Natureza, desabrochando suas flores.
É tempo de primavera, tempo de recomeçar, de renascer, tempo de brotar para a vida. É tempo de superar as dificuldades, de adquirir força para seguir em frente, derrotar as adversidades. É tempo de ver a importância da natureza em nossas vidas. É tempo de aprender a cuidar da natureza.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

FLICAM-FESTIVAL LITERÁRIO DE CAMPOS NOVOS



Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Nesta sexta, dia 20, estarei participando da FLICAM - Festival Literário e Cultural de Campos Novos, com uma palestra sobre a Nova Literatura Catarinense e lançando meu vigésimo nono livro, o novo volume de contos "HISTÓRIAS DE NATAL", além dos livros "Nação Poesia" - antologia poética, "O Rio da Minha Cidade" - crônicas - Menção Honrosa dos Prêmios Literários Cidade de Manaus e "Borboletas nos Jacatirões – crônicas.

Será às 11 horas da manhã, neste que o primeiro festival literário de Santa Catarina. 



domingo, 15 de setembro de 2013

ESCREVER E LER POESIA


    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Dia desses vi entrevista com uma poetisa, que comentava sobre o fato de a  poesia vender pouco, de não ser publicada pelos editores das grandes editoras e  que, apesar disso, é um dos gêneros mais praticados. Escreve-se muita poesia. E dizia ela que se a imensa quantidade de poetas desse imenso Brasil lessem poesia, além de escrevê-la, se comprassem livros de poesia, edições inteiras de livros desse gênero seriam esgotadas em pouquíssimo tempo. E a poesia não teria, como tem, esse estigma de maldição.

Pois eu dizia, na minha crônica, que os escritores daqui da terrinha não leem os seus pares, não vão a lançamentos de livros de seus pares, não compram os livros de seus pares. Apenas alguns fazem isso. Por isso me identifiquei tanto com a poetisa que teve a coragem de dizer, em rede nacional, que os poetas deveriam ler mais poesia, que poetas deveriam ser mais poetas.

Poesia é o gênero literário mais praticado e não é de hoje. Com o advento da internet, com a democracia que ela representa como espaço para divulgação, passou-se a escrever ainda mais. É evidente que nem tudo tem qualidade, mas essa é outra história.

O fato é que existe uma quantidade muito grande de poetas, em todo lugar há poetas, quase todo mundo escreve “poemas”. Mas nem todos leem poesia. Até por isso, talvez, a pouca qualidade de boa parte do que se produz.

Se prestigiássemos uns aos outros, indo a lançamentos, comprando livros, as publicações de poesia realmente venderiam muito mais. Mas não é só pelo fato de vender mais livros, pura e simplesmente, se bem que isso já conferiria mais respeito ao gênero. A verdade é que precisamos ler mais, ler muito. Se somos poetas, se gostamos de poesia a ponto de produzi-la, então temos que ler muita poesia.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

BIBLIOTECAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS


      Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

 

No governo Lula existiu um projeto chamado Livro Aberto, que previa que todas as cidades brasileiras deveriam ter a sua biblioteca municipal. O que seria um alento para a acirrada luta que travamos com o objetivo de se conseguir disseminar a leitura nesse país, para que se consiga despertar o gosto pela leitura. Mas não vingou.

Então me deparo, no início deste ano, com uma notícia parecida com aquela de tantos anos atrás: “Biblioteca será obrigatória nas escolas do Brasil em 2020”. Para uma promessa semelhante, que já havia sido feita há bastante tempo, prevendo que em 2006 não haveria mais cidade brasileira sem biblioteca pública, prometer de novo, com tão largo prazo, é uma confissão de nossos governantes de que não cumprem as suas promessas. Ou suas próprias leis. Como os notebooks para os alunos de primeiro e segundo graus, prometidos há anos atrás e que também não chegaram a todos os estudantes. Essa promessa também foi reeditada, só que com tablets.

A verdade é que, com todo esse prazo, a lei federal 12.244/10, que determina que todas as instituições de ensino públicas e privadas do Brasil devem ter bibliotecas até o ano de 2020, foi sancionada em 2010, já com três anos de defasagem, portanto.

Mais interessante ainda é que, apesar dessa lei 12.244 ter sido sancionada em 2010, agora, no dia 10 de setembro de 2013, foi noticiado na imprensa brasileira que “A Comissão de Educação do Senado confirmou a aprovação do projeto de lei que estabelece que todas as escolas públicas brasileiras que oferecem ensino básico, terão que criar e manter bibliotecas abertas para os alunos e professores. Uma das mudanças feitas pelo relator da matéria, alterou o prazo para que as instituições se adaptem à nova regra, que passou a ser de três anos a partir da publicação da lei. Na sessão de hoje, dia 10, o colegiado decidiu acatar as mudanças que incluem também a previsão de contratação de bibliotecários para atuar nesses espaços e atender a alunos e profissionais de ensino. Como passou por alterações, o projeto, que já havia sido aprovado pelos deputados, voltará a ser analisado na Câmara para nova votação. Se aprovado, o texto segue para sanção do Executivo e passa a valer como lei.”

Estão trabalhando para aprovar uma lei que já existe? Isso é bem coisa de políticos incompetentes e de um país que não sabe resgatar a sua educação. Pelo menos o prazo para implantação dela será menor, de apenas três anos. Esperemos que ela seja cumprida, pois segundo o movimento Todos pela Educação, 72,5% das escolas públicas do país não têm bibliotecas. E precisamos de bibliotecas, precisamos de livros, precisamos incutir o hábito da leitura. E sem bibliotecas públicas e escolares, isso fica bem difícil, ainda mais com o sucateamento da educação que todos estamos vendo em nosso país.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

DOAR LIVROS GUARDADOS


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor e editor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Escrevi, já, sobre iniciativas interessantes para se conseguir acervo e iniciar uma biblioteca em uma entidade, associação, escola, bairro, comunidade. Uma delas era uma campanha de um grande supermercado pedindo doação de livros para criar uma biblioteca numa pequena escola de interior. O retorno foi bom, uma boa quantidade de bons livros – principalmente infanto-juvenis – foi arrecadada, uma nova biblioteca foi formada e muitos pequenos estudantes foram beneficiados. Estudantes que estão a uma grande distância de uma biblioteca municipal ou estadual – o que significa custo de passagens de ônibus para chegar até lá – e também não têm acesso à internet.
Eis que, na semana passada, participei de uma gincana para confraternização e comemoração do aniversário da uma grande empresa. E sabem qual era uma das tarefas? Além do leite em pó ou em pacote, para doação a comunidades carentes, marcava ponto quem trouxesse mais livros em bom estado ou novos, com bom conteúdo para constituir uma biblioteca em uma entidade de assistência a crianças carentes e escolas de primeiro grau mais distantes.
Fiquei feliz pela iniciativa e pela participação: centenas de livros – no geral bons livros, uma boa maioria deles livros infantis e infanto-juvenis, mas também romance, poesia, crônica, didáticos, auto-ajuda, técnicos. Fiquei surpreso com a qualidade e quantidade das obras.
É impressionante constar-se o fato de que guardamos, em nossas casas, muitos livros que já lemos, e que ficam lá, indefinidamente, enfileirados em estantes, sem que ninguém os abra. Então, quando há uma oportunidade, não é agradável dar sobrevida a uma coisa que estava morta, abandonada? Pois um livro numa biblioteca pode ser lido por inúmeros leitores, pode ser consultado por um número de pessoas que não podemos precisar.
A idéia não é nova nem original, mas é ótima para incentivar as pessoas a fazerem um expurgo em suas estantes e ver o que pode levar descobertas, o mundo da imaginação, arte, cultura e conhecimento para outras tantas pessoas.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

LITERATURA E LEITURA

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ )

Ensinar literatura nas escolas no ensino fundamental implica levar o aluno a ter o prazer de ler - não significa obrigá-lo a ler. Se ali não conseguirmos incutir-lhes o gosto pela leitura, o problema será muito maior quando estiverem no ensino médio: lerão, quando muito - e por obrigação - apenas resumos e orelhas dos livros.

A literatura é o registro da realidade, de costumes, espaço e tempo de um povo, ainda que visto por ângulos diferentes e aí reside a sua riqueza. Ela sempre estará associada à alguma realidade: são realidades verdadeiras, realidades possíveis ou apenas imagináveis, dependendo do que o leitor conseguir recriar.

Porque sabemos que a obra literária existe enquanto lida, enquanto está sendo recriada pelo leitor. E cada leitor pode recriá-la com nuances diferentes, pessoais. Essa é a característica mais marcante da literatura ficcional. A emoção do autor, ao produzir seu texto, não será, necessariamente, a mesma do leitor ao recriá-la.

Então a leitura nos provoca emoções, nos dá referência, faz-nos refletir, pode mudar nossa maneira de pensar e até de agir. Ela é viagem pelo desconhecido, é aquisição de conhecimento, é aprendizado e exercício de criatividade, é experiência adquirida. Isso é literatura e é isso que os nossos leitores em formação precisam ir buscar nas páginas de um livro. Ou de vários. O ensino da literatura dividindo-a em "escolas", acaba fazendo-a parecer, para o estudante, uma coisa velha, ultrapassada, sem utilidade imediata. Faz a produção literária parecer algo que é feito a partir de receitas, como se fosse um bolo, sem originalidade, sem criatividade.

Literatura é arte, por isso não pode ser tratada como uma disciplina estanque, precisa ser explorada como algo dinâmico e estimulante, que alarga os horizontes de quem lê, algo que vai acrescentar subsídios para o crescimento do leitor.