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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O LIVRO DIGITAL NO BRASIL


   Por Luiz Carlos Amorim –Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A Câmara Brasileira do livro divulgou, recentemente, que a venda de livros digitais – e-books – teve um incremento de 350%, entre 2011 e 2012, embora mesmo com todo este crescimento, isso represente apenas um por cento do faturamento do mercado livreiro.

Pouco mais da metade das editoras brasileiras – que não são tantas assim, diga-se de passagem – já aderiram ao livro digital e publicam também nessa plataforma, vendendo os e-books em lojas virtuais próprias ou em lojas tradicionais deste tipo de publicação, que aportaram no Brasil apostando nesta nova maneira de ler, neste novo nicho.

Até porque o Brasil é um mercado em potencial para o livro digital, uma vez que o formato está começando a se popularizar. E se considerarmos que os smartfones e os tablests já são muito populares – já existe mais de um bilhão de telefones multimídia em uso no país, além da grande quantidade de tablets e notebooks – basta que apenas uma parte dos proprietários desses aparelhos compre algum livro eletrônico para ler neles que a venda dos mesmos dispare.

É fato que a maioria das pessoas que têm um tablet ou um smartfone nem sabe que pode ler um livro neles, tamanha é a quantidade de opções de uso para eles, mas aí deve entrar o marketing das editoras e dos livreiros.

A verdade é que os e-books brasileiros estão muito caros. O livro impresso, tradicional, sempre foi um produto caro. E livro digital, que dispensa a impressão, deveria sair muito mais barato que a versão em papel, já que dispensa todo um custo industrial – mão-de-obra, matéria prima, equipamentos, logística de distribuição, etc. No entanto, não é o que vem acontecendo, aqui no Brasil. O preço de alguns livros digitais se aproxima muito do preço da versão tradicional, impressa em papel.

A desculpa para a aproximação do preço do e-book brasileiro com o preço do livro impresso é que o e-book não traria apena o texto, ele pode agregar sons, imagens, links para complementação da leitura. E a produção disso seria um tanto elevada. Eu, particularmente, prefiro um livro com o velho e bom texto, para que eu recrie um romance com a minha imaginação e criatividade, partindo do que o autor me oferece. Não quero um monte de entulho e penduricalhos dentro do meu livro. Acho, sim, que o recurso é muito bom para livros infantis, embora pense que também as crianças merecem exercitar a sua imaginação na recriação de uma fábula ou um conto. E nos livros didáticos e técnicos, aí sim os complementos viriam bem a calhar.

Então o livro digital pode crescer, sim, mas por mais que cresça, o certo é que ele vai conviver harmoniosamente com o livro impresso, pois por muito e muito tempo aquele livro tradicional, que a gente pode folhear, manusear, que não exige nada para poder ser lido, a não ser a luz, continuará soberano.

 

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