A Câmara Brasileira do livro divulgou, recentemente, que a
venda de livros digitais – e-books – teve um incremento de 350%, entre 2011 e
2012, embora mesmo com todo este crescimento, isso represente apenas um por
cento do faturamento do mercado livreiro.
Pouco mais da metade das editoras brasileiras – que não são
tantas assim, diga-se de passagem – já aderiram ao livro digital e publicam
também nessa plataforma, vendendo os e-books em lojas virtuais próprias ou em lojas
tradicionais deste tipo de publicação, que aportaram no Brasil apostando nesta
nova maneira de ler, neste novo nicho.
Até porque o Brasil é um mercado em potencial para o livro
digital, uma vez que o formato está começando a se popularizar. E se
considerarmos que os smartfones e os tablests já são muito populares – já
existe mais de um bilhão de telefones multimídia em uso no país, além da grande
quantidade de tablets e notebooks – basta que apenas uma parte
dos proprietários desses aparelhos compre algum livro eletrônico para ler neles
que a venda dos mesmos dispare.
É fato que a maioria das pessoas que têm um tablet ou um smartfone nem sabe que pode ler um livro neles, tamanha é a
quantidade de opções de uso para eles, mas aí deve entrar o marketing das
editoras e dos livreiros.
A verdade é que os e-books
brasileiros estão muito caros. O livro impresso, tradicional, sempre foi um
produto caro. E livro digital, que dispensa a impressão, deveria sair muito
mais barato que a versão em papel, já que dispensa todo um custo industrial –
mão-de-obra, matéria prima, equipamentos, logística de distribuição, etc. No
entanto, não é o que vem acontecendo, aqui no Brasil. O preço de alguns livros
digitais se aproxima muito do preço da versão tradicional, impressa em papel.
A desculpa para a aproximação do preço do e-book brasileiro com o preço do livro
impresso é que o e-book não traria
apena o texto, ele pode agregar sons, imagens, links para complementação da
leitura. E a produção disso seria um tanto elevada. Eu, particularmente,
prefiro um livro com o velho e bom texto, para que eu recrie um romance com a
minha imaginação e criatividade, partindo do que o autor me oferece. Não quero
um monte de entulho e penduricalhos dentro do meu livro. Acho, sim, que o
recurso é muito bom para livros infantis, embora pense que também as crianças
merecem exercitar a sua imaginação na recriação de uma fábula ou um conto. E
nos livros didáticos e técnicos, aí sim os complementos viriam bem a calhar.
Então o livro digital pode crescer, sim, mas por mais que cresça,
o certo é que ele vai conviver harmoniosamente com o livro impresso, pois por
muito e muito tempo aquele livro tradicional, que a gente pode folhear,
manusear, que não exige nada para poder ser lido, a não ser a luz, continuará
soberano.
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