Por Luiz Carlos
Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Volto a falar, mais uma vez, do Projeto Floripa Letrada, pois
passei pelo terminal do centro de Florianópolis e vi as estantes vazias. O projeto, iniciado em agosto de
2010 – encaminhando-se para o terceiro aniversário, portanto – consiste na
oferta de livros em estantes colocadas nos terminais urbanos da capital, em
pelo menos três deles. O usuário do transporte público pode pegar os livros
para serem lidos no terminal, enquanto se espera o ônibus, ou levá-lo para ler
no ônibus, enquanto viaja, e em casa. A intenção era que os livros fossem lidos
e devolvidos à estante, para que outros leitores pudessem levá-los, tanto que o
slogan do projeto é “a palavra em movimento”. Mas não é o que acontece, os
livros não são devolvidos.
O projeto parece estar
abandonado. Em meados de 2011, houve denúncias graves, que revelaram a
ocorrência de pessoas que pegavam livros às pilhas, nas estantes que estão nos
terminas de ônibus, para tentar vender em sebos. Ou vendiam nas ruas,
convencendo os compradores de que “estariam ajudando uma instituição de
caridade”. Com isso, o prefeito da capital, na época, ameaçou suspender o
projeto. Algumas pessoas da Secretaria de Educação da Prefeitura de
Florianópolis, responsáveis pelo projeto e que tem se dedicado a ele para que
não acabe, conseguiram que ele não fosse interrompido.
Mas de lá para cá o
projeto veio decaindo, chegando ao estado em que se encontra hoje, com as
estantes vazias. Sabemos que o reabastecimento das estantes do Floripa Letrada
só é possível em razão das doações de pessoas físicas e jurídicas – particulares,
editoras, livrarias, bibliotecas, etc. – a prefeitura não tem verba nem para
comprar livros para a biblioteca municipal, quanto mais para colocar num
projeto onde os leitores levam as obras e não devolvem.
Mas como o ex-prefeito
da capital praticamente abandonou a cidade, nos anos finais do seu mandato, não
era esse projeto que iria merecer a sua atenção.
Por isso esperamos que o novo prefeito de Florianópolis olhe pelo
projeto e não o deixe morrer. Já escrevi, em outra ocasião, um apelo ao
prefeito César Júnior para que valorizasse a cultura na cidade, criando um
Edital de Cultura que premiasse a literatura e outras artes como a música, a
dança, o teatro, etc., a exemplo de tantas outras cidades catarinenses. Só a
capital não tem um edital assim, porque os prefeitos anteriores não priorizavam
a cultura.
Insistimos no Edital de Cultura e pedimos que inclua aí a
manutenção do projeto Floripa Letrada.
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