Por Luiz Carlos
Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
O governo do Estado de Santa Catarina tem maneiras muito fáceis
de solucionar problemas. Aliás, problemas crônicos que vem se arrastando há
anos, décadas, na saúde, na educação, na segurança.
O Hospital Regional, assim como outros hospitais
catarinenses, “sofre” de superlotação e as pessoas são “internadas” nos
corredores, em cadeiras, em bancos, etc. e ali ficam dias esperando por
atendimento. Isso documentado e mostrado pela televisão inúmeras vezes. Pois na
quarta-feira, dia 21 de fevereiro, Jornal do Almoço mostrou os corredores
cheios de pessoas ali colocadas por falta de leito, esperando por atendimento.
Só que um dia depois, a televisão voltou lá, pela manhã, para ver se havia sido
feita alguma coisa, e os corredores estavam vazios. O interessante é que no dia
anterior haviam 95 pessoas “internadas” e no dia seguinte apenas 66. Quer
dizer, a solução foi muito simples: não foram aumentados os leitos, nem espaço
físico, nem aumentaram o número de médicos e enfermeiros atendendo, apenas
deram alta para quase metade das pessoas que estavam lá. Fácil, não? Tem gente
demais, manda embora, que fica tudo bem. E as pessoas doentes que foram mandadas
embora, será que estava bem, foram assistidas, tiveram seus problemas de saúde
resolvidos, de uma hora para outra?
Outra solução rápida foi para os atentados: depois que a
polícia federal veio para ajudar na retirada dos presos mais perigosos dos
presídios catarinenses, o governo diz que, desde segunda, dia 19, não houve
mais nenhum atentado, embora todos os dias, desde aquela segunda, tenha
ocorrido, em algumas cidades catarinenses, carros,motos e ônibus queimados. A desculpa
é que os incêndios não tem ligação com os atentados. Simples, não? Além disso,
a população foi ainda mais penalizada com a incompetência dos governantes, que
deixaram as coisas chegaram a esse ponto: na volta para casa, à noite, muitos
ficaram sem ônibus, pois não havia “segurança” para os ônibus circularem, então
só alguns deles saíam, com escolta, e com roteiros incertos. Beleza, não?
E pra terminar, o
estado caótico da educação: algumas escolas estaduais não têm a mínima condição
de receber os estudantes na volta à escola, nesta semana, porque o Estado não
vinha fazendo a manutenção nelas e não aproveitou os meses de férias para fazer
reformas naquelas que estava em estado mais grave, literalmente caindo aos
pedaços. Muitos estudantes tiveram que voltar para casa, nos primeiros dias de
aula, por absoluta falta de segurança. Então esta semana o Governo lançou o “Pacto
para a educação”, ou qualquer coisa que o valha, pacto este que prevê a
reforma, a médio prazo, das escolas sucateadas. E a curto prazo? Como ficam as
crianças das escolas que não podem receber alunos e professores? Vão ficar com
horários reduzidos, pois aumenta-se um turno, e são apinhadas em espaços
pequenos e mal equipados. Uma desculpa esfarrapada para o estado deplorável das
escolas foi colocar a culpa dos estudantes, que não “cuidam” das escolas. Ora,
se eu comprar ou construir minha casa e não fizer nenhuma manutenção nela, ao
cabo de poucos anos ela começa a dar sinal de deteriorização. Então O Estado
não pode se eximir da responsabilidade de manter as escolas, dar um espaço
decente e equipado para estudantes e professores, porque é dever dele prover a
educação de nossas crianças.
Bravo, Amorim, bravo!
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