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domingo, 2 de janeiro de 2022

CRÔNICA SEMANAL DA PANDEMIA – 26.12.2021-01.01.2022

   Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


A semana de passagem de 2021 para 2022 foi agitada. Tempo oscilando,  trabalhamos para preparar a festa para a virada, mas sem sair muito por aí. Fomos ao supermercado, para não deixar de preparar o porco assado, a lentilha, etc. No mais, só fomos até a casa do Rio e voltamos. Andamos pouco. Estou lendo um novo livro, A Garota do Lago, estou trabalhando no meu novo livro de viagens e começo a trabalhar na nova edição da revista ESCRITORES DO BRASIL. Não assisti muita televisão, mas vi um ou dois filmes e um pouco do noticiários português, brasileiro e de outros países.

Aqui em Portugal as medidas foram no sentido de prevenir o alastramento da ômicron, embora mesmo assim os números de novos casos aumentem vertiginosamente. O números de mortes não aumentou muito e a grande maioria das pessoas que morreram ou estão nas UTIs são aquelas que não tomaram a vacina. Infelizmente. Aqui é preciso teste para entrar em restaurantes e em qualquer evento. E o uso de máscara é obrigatório em locais fechados, inclusive transportes. Mas na Ilha da Madeira liberaram tudo e, além disso, ou por causa disso, havia onze navios de cruzeiro no Ilha na passagem do ano, com dezenas de milhares de turistas circulando. Estão insistindo nos cruzeiros, apesar de ser impensável juntar milhares de pessoas num local fechado como um navio, sem a possibilidade de sair dele a qualquer momento. É um risco inclusive para o continente, pois há fluxo constante entre as ilhas e o continente. Perigo dobrado para Portugal.

Rio ficou mais tempo esta semana com os pais e ele se diverte. Ficou acordado até a hora da virada, no dia 31 de dezembro. Adorou comemorar e só foi dormir no dia primeiro de janeiro de 2022. Um sopro de alegria que faz a gente feliz também. Uma ótima maneira de entrar no novo ano, entrar levados pelas mãos do Rio.

Por isso, a ordem neste início do novo ano é esperança. Precisamos combinar com o Universo que este ano tem que ser o ano do abraço apertado, do abraço de mãos, do beijo, da proximidade, da cura, da saúde. De muita luz. E ele será, se lutarmos por isso, se cuidarmos tanto quanto é necessário cuidar, se olharmos ao nosso redor e ajudarmos quem precisa ser ajudado, se dividirmos o pouco que temos. Conseguiremos, se tentarmos. Isso é esperança.

O ano de 2020 foi avassalador, com o mundo parando por causa de uma pandemia de covid 19. Não sabíamos nada sobre o novo flagelo que estava matando pessoas por todo o planeta, e cada vez mais. No final do ano de 2021, começaram a ser aplicadas as primeiras vacinas dessa pandemia e isso foi aceno de esperança de que o próximo ano, 2021, fosse mais promissor com o declínio da covid, já que todos deveriam ser vacinados. O fim da pandemia já era cogitado e o ano novo poderia ser bom. Mas não foi assim que aconteceu. As vacinas foram sendo aplicadas, aprovadas que foram em tempo record, algumas com maior índice de eficácia, outras menos.

No Brasil, a vacinação andou devagar por culpa de um governo negacionista que não comprou as vacinas em tempo hábil, por não reconhecê-las, criminosamente. Novas ondas da covid19, com novas variantes se espalharam pelo mundo e passamos o ano de sobressalto em sobressalto, com muito medo. Quando em parte do planeta havia países com 70, 80 por cento da população vacinada, no final de 2021, a terceira dose já estava sendo aplicada nos adultos e a primeira dose começava a ser aplicada em crianças de cinco anos em diante. Porque com a observação dos efeitos das vacinas e o aparecimento de novas cepas foi-se verificando a necessidade de uma maior proteção. E então apareceu mais uma variante extremamente contagiosa, a Ômicron. E já se fala em quarta dose.

Muita especulação, mas sem sabermos quase nada sobre a nova cepa, a esperança de um fim de ano quase “normal” foi se distanciando. Não deveríamos aglomerar-nos, ainda, não deveríamos abandonar os cuidados mais elementares, como usar máscaras, manter o distanciamento físico e fazer a higiene das mãos com álcool com frequência. E de novo muitos países tiveram que tomar medidas para atenuar o contágio nas festas de fim de ano: sem festas, sem fogos, os eventos de Natal e Ano novo foram quase todos cancelados. Alguns lugares insistiram na festa, aglomeraram pessoas, arriscando uma maior proliferação do vírus. E veremos o resultado nas próximas semanas.

Mas, apesar de tudo, teremos que perseverar a tentarmos fazer de 2022 um bom ano. Vamos ter que nos cuidar – se nos cuidarmos estaremos cuidando também dos outros – e fazer tudo para evitar que haja mais variantes. Pois só assim poderemos fazer um ano melhor, só conseguiremos isso tomando as vacinas e tomando os cuidados necessários. Talvez tenhamos que aprender a conviver com a covid, como convivemos com a gripe, tomando vacina todo ano, mas que seja uma forma mais branda. O novo “normal” continuará a exigir de nós todos os cuidados com os quais já nos acostumamos. Ou mesmo que não tenhamos conseguido nos acostumar, que é difícil. Depende também de nós, dos cuidados que tomaremos ou não. Que o  novo ano seja feliz, com covid e tudo, mesmo que tenhamos que conviver com ela tomando vacinas todos os anos. Mesmo que tenhamos que usar a máscara ainda por algum tempo. Mesmo que tenhamos que evitar aglomerações, por enquanto. Podemos tentar fazer um novo ano melhor.

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