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sábado, 19 de dezembro de 2015

OLHAR E VER JACATIRÕES



Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 35 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. Http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br

Voltando de Corupá, no norte da nossa Santa e bela Catarina, numa manhã luminosa deste final de dezembro, não pude deixar de agradecer ao Criador por meus olhos míopes. Vendo a profusão  de jacatirões floridos colorindo as matas dos dois lados da BR 101, da BR 280, da SC 413 (e tantas outras que cortam o estado), dei-me conta do valor dos meus olhos, mesmo que já estejam gastos pelo tempo, que já não sejam mais tão eficientes, que eu tenha que usar óculos. É um privilégio poder ver tanta beleza.
Não me imagino sem poder enxergar esse espetáculo vivo que a Mãe Natureza nos oferece, essa festa de cores e luzes que a generosidade dessa árvore majestosa que é o jacatirão nos proporciona.
Tenho quase certeza de que o Criador escolheu a flor do jacatirão para enfeitar a nossa velha Terra para a chegada do Seu filho a este mundo. E é tão pródiga essa beleza que Ele nos legou, que outras árvores esplendorosas como o flamboiã, como o jacaradá, como o ipê, juntam-se ao jacatirão, nesta época de Natal e de ano novo chegando, para colorir ainda mais as nossas matas, nossos caminhos, nossos jardins e nossas casas. Mesmo que não seja a época de florescência de algumas delas, mas com o descompasso do tempo que vem ocorrendo nos últimos anos, pelo menos uma coisa boa isso nos proporciona: árvores de épocas diferentes florescendo ao mesmo tempo, um milagre de Natal.
Então agradeço, todos os dias, por meus olhos que podem olhar e ver essa natureza de beleza incomensurável. Por que não basta apenas poder olhar, é preciso olhar e ver.
Você, leitor do norte de Santa Catarina, olhe pela janela de casa, pela janela do carro, olhe para os lados quando estiver caminhando, que você certamente vai ver, nem que seja ao longe, uma mancha vermelha no verde da mata ou simplesmente à beira do caminho. São os jacatirões. Olhe e veja. Mais de perto, é um degradé que vai do branco até o vinho. E lembre que aquela é uma mensagem pejada de votos de Feliz Natal e de um Ano Novo Próspero, de um Menino Eterno que está nascendo mais uma vez e de seu pai, que ainda acredita em nós. Apesar de tudo. E nos dá a possibilidade do recomeço, do renascer.

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