COMENTE

Sua opinião é importante. Comente, critique, sugira, participe da discussão.



terça-feira, 9 de agosto de 2016

SER PAI



    Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completou 36 anos em 2016. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br

Dia dos Pais se aproximando e deixa mais vivo na memória que minha filharada está tão longe, que a casa está vazia e isso dá uma saudade danada. Fernanda mora em Nice, na França – embora more quase perto do local do atentando, ela não tinha ido ao desfile, ufa!  -, mas embarca pelo mundo e não tem ficado muito lá. Daniela está em Lisboa e ela e Pierre Aderne também viajam bastante, mas não têm vindo ao Brasil.
Estivemos em Lisboa em junho, eu e Stela, para matar um pouco da saudade de Daniela e Pierre e Fernanda esteve aqui nos primeiros meses de 2016, para ajudar na convalescenca da mãe, que fez um cirurgia delicada no final de 2015. Mas ah, que falta que elas fazem!
E o Dia dos Pais não só aumenta a saudade, mas me faz pensar no privilégio de ser pai. É interessante que até algum atrás, quando era um pouco mais jovem, eu achava que era um ótimo pai. Mas o tempo foi passando, a gente começa a ver tudo com mais clareza e comecei a tomar consciência de que não fui aquilo tudo como pai das minhas filhotas.
Queria ter ficado mais tempo com elas, queria ter vivido mais a infância delas, queria ter aprendido mais com Fernanda e com Daniela, queria ter trabalhado menos e vivido mais a adolescência delas. Queria ter aprendido com elas a dar mais carinho, a expressar melhor os sentimentos, queria ter sido mais pai. Queria não ter ficado longe delas por dois anos, por causa do trabalho, vendo a família só no fim de semana. Isso faz falta.
Sei que fizemos alguma coisa certa, eu e Stela, pois nossas meninas são pessoas educadas, inteligentes e capazes, assim como solidárias e carismáticas. Mas sei também que eu poderia ter sido um pai melhor.
Então, o grande presente que tenho, sempre, em qualquer dia, até no Dia dos Pais, é ter sido pai de pessoas de almas e corações tão grandes e abençoados. O tempo de vê-las crescer foi o tempo mais feliz da minha vida.
PS.: Já passou tanto tempo, mais de trinta anos, mas ainda não consigo escrever sobre a perda de nossa pequena Vanessa, que se foi muito rápido, no dia seguinte ao de sua chegada. Ainda dói muito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário