Júlio de
Queiroz, nascido no Espírito Santo, mas catarinense por adoção, é um dos
maiores escritores de Santa Catarina. Há décadas vivendo na Ilha de Santa
Catarina, ele chegou e encontou-se com a magia e a beleza desta terra e aqui
produziu a maior parte de sua literatura.
No ano
passado, ele foi protagonista de um dos mais concorridos eventos da Academia
Catarinense de Letras, casa onde ocupa a cadeira de número 10. Fez o lançamento
de quatro obras, numa noite de autógrafos que reuniu centenas de pessoas.
Fizeram uma enorme fila para obter o autógrafo do Mestre em pelo menos um dos
livros que estavam sendo entregues ao público. Os quatro livros novos então
publicados, eram: “Em Companhia da Solidão”, “Amor e Morte – os dançarinos da
vida”, os dois de contos, “A Mulher e a Humanidade” –
ensaio, e “Pelas Frestas da Caverna”, ensaios do pensador, filósofo,
tradutor e escritor Júlio de Queiroz, que a escritora Salma Ferraz assina com
ele, como organizadora. É um volume histórico de “ensaios com marca de
literatura e poesia, que trazem reflexões fisosóficas, teológicas, éticas, na
tentativa de entender o homem, a literatura, este mundo e sua complexidade”,
como bem o disse a parceira nesse encorpado volume, uma joia que reúne o
pensamento de um homem extremamente culto e inteligente.
Recentemente,
Júlio me enviou os originais de um novo livro de contos, prestes a ser
publicado – ele é um dos mais importantes produtores do conto, um dos maiores
escritores do gênero. É um privilégio poder ler em primeira mão um livro do
mestre, que também é um dos maiores poetas que temos em Santa Catarina. Os
livros anteriores dele, como “Em Companhia da Solidão” e “Amor e Morte”, os
mais recentes, “Encontros de Abismos” e tantos outros, já me tinham encantado
pela qualidade dos contos. E a sobriedade, a elegância, a excelência da
escritura de Júlio consegue ser ainda mais evidente nesta nova obra, que leva o
título de um dos contos, “A Cidade Amada”.
É muito
fácil e ao mesmo tempo muito difícil falar da obra de Júlio, pois ele escreve
com tanta naturalidade, que faz parecer muito fácil escrever bem. Mas não é só
o trato com a língua, a correção e a clareza de ideias de quem está acostumado
trabalhar com a palavra que chamam a atenção nos contos de Júlio. A
criatividade do autor, transformando o cotidiano em literatura da mais alta
qualidade é de uma excelência a toda prova: ler o Júlio é o mesmo que estar
conversando com ele, ouvindo ele a contar histórias, quando a gente nem o
interrompe, porque ninguém sabe contar fatos e casos como ele. Toda a cultura, toda a sabedoria do Júlio é
usada, com humildade e empatia, para
encantar e prender a gente na leitura do seu texto.
Então é um
privilégio poder ler este novo livro de Júlio de Queiroz, inédito, em primeira
mão. Mais uma obra prima desse escritor maior que engrandece as letras de Santa
Catarina. A escritura de Júlio é aquela para a qual a gente volta, lê de novo e
sente prazer redobrado. É a obra de um Mestre.
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