Passar rapidamente por Portugal é uma coisa. Ficar aqui por
um tempo e visitar pontos diferentes, várias cidades, olhar tudo com atenção,
encher os olhos, é outra coisa. Não se consegue ver tudo, pois há muito, muito
pra se ver. A riqueza de detalhes, a beleza da natureza, que foi muito generosa
com este pedaço de chão, a sua arquitetura e a sua gente são seus maiores
patrimônios. A gastronomia, os seus vinhos, os seus queijos, são um caso à
parte, temos ido a lugares em Lisboa, no Porto, no alto Douro e experimentado
pratos fabulosos. É claro que experimentamos a comida mais popular, como a “francesinha”,
na casa mais premiada do Porto.
Mas o Douro, ah o Douro. Por mais que eu tente explicar, não
vou conseguir expressar todo o meu encantamento por aquele quadro de um grande
mestre. As vinhas estão por todo o lugar, nas encostas, nos morros, nos
baixios, nos terraços pedregosos, com suas folhas coloridas, que oscilam do
verde até o roxo e o marrom, passando pelo amarelo, alaranjado, vermelho... E
existem, ainda outras árvores que se vestem de amarelo, quase como o ipê, há o plátano,
que também fica com suas folhas coloridas, algumas de suas árvores ostentando
tons de vermelho fabulosos.
E o Rio Douro e outros rios oferecem paisagens fantásticas,
que não nos enchem só os olhos, enchem nossos corações, enchem nossas almas de
beleza e de uma sensação de leveza, que nos faz quase que sair de nossos corpos
e pairar sobre essa tela divina.
Entendi que conhecer Portugal sem conhecer o alto Douro não
é conhecer esse país belíssimo. É claro que deve haver muito mais, ainda, para
ver e sei que ainda vou me surpreender, mas o Douro é muito lindo. E há muita,
muita oliveira, há nogueiras, há amendoeiras, os pés de avelãs...
Como ter vivido sem ter visto e sentido Trás os Montes?
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