Estou num cruzeiro da Royal Caribean, pela quarta vez. Desta
vez de Barcelona para Santos. Já viajei com outras duas companhias, mas
preferia a Royal. Pois estou decepcionado. A hotelaria está boa, o atendimento
é ótimo, mas a programação de lazer está deixando a desejar.
Eu vinha fazendo propaganda com amigos e parentes sobre o
fato de haver salão específico para dança de salão nos navios da Royal, além de
outros lugares adicionais. Até convenci algumas pessoas a virem neste cruzeiro longo, de volta da
Europa, e estou com a cara no chão. Pois nas outras viagens em navios da Royal,
os dançarinos do corpo de dança, que apresentavam os espetáculos no teatro,
mais os integrantes da equipe de animação e entretenimento sempre estavam lá
nos bailes de dança de salão para dançar com as damas que estivessem
desacompanhadas. Isso era um diferencial. Agora parece que nem sequer há um
corpo de dança. E como o lugar para a dança agora é no centrum, um lugar
reduzido, também não vão lá os integrantes da esquipe de animação.
O salão de dança, muito amplo, não é usado mais para os
horários de dança de salão. Antes tínhamos dança de salão no salão apropriado
para isso, com pista de dança, mesas e poltronas, e no centrum, um espaço no
meio do navio onde uma banda toca e há um pequeno espaço para se dançar. Além
de outros. Pois agora o Top Hat – que em outros navios da Royal pode ter outro
nome – só tem programas de auditório e coisas que tais, pois na reforma recente
que o navio sofreu foram feitas duas salas
vips para os clientes do plano de fidelidade da companhia e, pelo que me
disseram os atendentes, não são feitos mais programas naquele lugar antes das
10h45minutos, onze horas, pois o barulho incomodaria os clientes das novas
salas. Não confirmei isso ainda com o diretor do cruzeiro, mas estivemos hoje
lá, de novo, após as nove horas da noite e não havia nada, nem o bar estava
servindo para quem quisesse ficar por lá.
Quer dizer: estão priorizando o atendimento de algumas
pessoas em detrimento da maioria. Para se ter uma ideia do absurdo, hoje, das
nove e meia até as dez e meia, não havia nada no navio, a não ser um barzinho. Nem
o espetáculo no teatro, que sempre aconteceu todo dia, hoje não aconteceu,
exibiram um filme no lugar de show ao vivo. Ontem, das onze a meia noite,
também não havia absolutamente nada, a não ser o barzinho. Digo até meia noite, porque nesse horário
começa a discoteca, no deck mais alto do navio.
Será que a Royal acha que porque há um grande número de
pessoas de idade, ninguém dançaria? Acho um tanto temeroso, preconceituoso,
até, pensar desta maneira, pois se eles estão lá no centrum, dançando, onde há
poucos lugares para sentar e onde fica muito gente olhando alguns poucos
dançarem, se o local apropriado para a dança de salão, no Top Hat, estivesse
funcionando, muito mais pessoas poderiam dançar. E mais, com as pessoas sentadas, o navio
venderia muito mais drinkes, pois quem está de pé dificilmente pede alguma
coisa.
O fato de diminuir o salão de dança para ceder espaço a
salas para clientes vips é, infelizmente, um absurdo que não poderia ter
acontecido. Isso, como já disse, faz com que não façam acontecer ali eventos
como dança de salão, para “não incomodar” os cientes do programa de fidelidade.
É uma pena, pois vi mais gente indignada com o marasmo, com
o tédio que invade o navio em alguns horários. Estamos começando a travessia do
Atlântico, que vai levar vários dias, cinco ou seis. Como serão esses dias, se
não houver uma programação mais eclética, mais racional, para ocupar o grande
número de hóspedes?
E tem mais: a internet, que custa 65 centavos por minuto, não funciona e eles não avisam a gente quando compramos. As postagens no face e os e-mais que envio todos os dias, não são recebidos por ninguém. Estou invisível na internet, não tenho como mandar meus artigos para os jornais, por exemplo.
E tem mais: a internet, que custa 65 centavos por minuto, não funciona e eles não avisam a gente quando compramos. As postagens no face e os e-mais que envio todos os dias, não são recebidos por ninguém. Estou invisível na internet, não tenho como mandar meus artigos para os jornais, por exemplo.
Precisamos começar a pensar em outras companhias para os
próximos cruzeiros, porque a Royal não está proporcionando tudo o que poderia aos seus hóspedes. Ou pelo menos não está continuando um bom atendimento que tinha.
Quanto aos cruzeiro frustrado, sinto por vocês, porque tinha tudo para fechar esta viagem com chave de ouro! Que pena! Você deveria passar esse seu texto para o comandante do navio e o organizador do Cruzeiro. Eles precisam saber do descontentamento de seus clientes. Penso que a questão vai além de eles presumirem que pessoas de mais idade não gostam de dançar, é falta de visão e de respeito para com aqueles que são a principal razão de os cruzeiros existirem. Sejam crianças, jovens, idosos ou "vips", todos são pessoas e merecem o mínimo de conforto e consideração.
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