Por Luiz Carlos Amorim
- Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Neste meados
de julho, com
o frio ornado
de flores de
jacatirão
(manacá-da-serra)
e azaleias,
quem sabe de
ipês, viajo de
mala e cuia
para o norte
catarinense,
pois temos o
Festival de
Dança em
Joinville, que começa no dia 17. Vou
encher a vista
com a beleza
da dança na
Cidade das
Flores.
Quando o
Festival de
Dança começou
em Joinville,
eu já morava
lá e assisti
todas as
edições, desde
a primeira,
enquanto
estava na
Manchester.
Começou no
Teatro
Harmonia Lyra
– eu me lembro
que assisti de
pé a primeira
noite do
primeiro ano
-, depois
passou para o
Ginásio Ivan
Rodrigues,
onde ficou por
vários anos,
até o
Centreventos
ficar pronto e
o grande
evento passou
a ter um lugar
maior. Está
precisando de
um teatro de
verdade, que
está
demorando.
A dança é uma
das artes mais
sublimes, pois
aliada à
música,
impressiona
todos os
nossos
sentidos. E o
Festival de
Dança de
Joinville
espalha essa
beleza, esse
movimento,
essa plástica
e seus sons
por toda a
cidade, não se
restringindo
apenas ao
Centreventos,
à mostra
competitiva. A
dança está nas
praças, nos
shoppings, nas
escolas, nos
bairros, nas
fábricas, nos
hospitais, em
todo lugar.
E nos anos 80
e 90, quando
ainda existia
a Feira de
Arte em
Joinville,
aliávamos a
beleza da
dança à
poesia,
levando o
Varal da
Poesia à praça
Nereu Ramos,
que tinha um
palco fixo (o
popular “palco
da
liberdade”),
onde eram
apresentados
os grupos e
suas
coreografias
que haviam
participado da
mostra
competitiva.
Os “poetas da
praça”,
integrantes do
Grupo
Literário A
ILHA,
produziam e
colocavam em
cartazes que
eram presos a
fios esticados
perto do
palco, dezenas
de poemas
cantando a
dança e os
bailarinos que
vinham de
todos os
pontos do país
e do exterior
para exercitar
na Cidade dos
Príncipes a
mágica poesia
do corpo.
Além dos
poemas como
“Qual grande
caixa de
música , /a
cidade, de
sons e cores,
/ é, também,um
grande palco:
/ a emoção,
bailarina, /
vibra dentro
de todos / e a
música é
poesia / na
ponta das
sapatilhas...”
ou “A música,
/ poesia do
som, / embala
a emoção,
/aguça os
sentidos, /
transborda o
coração, /
explode por
todos os poros
/ e faz-se
movimento, /
dança e
enlevo...” e
muitos outros,
que eram
exibidos no
Varal e
distribuídos
em sanfonas
poéticas,
colocávamos na
ruas de
Joinville
out-doors com
trechos de
poemas,
homenageando a
dança e os
bailarinos.
O Festival
continua, cada
vez maior, mas
falta um
pouquinho da
poesia que
existia
naqueles
tempos de
outros
festivais
ainda vivos na
lembrança.
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