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sexta-feira, 12 de julho de 2013

OS GUMES AFIADOS DE JACQUELINE


  Por Luiz Carlos Amorim – Escritor e editor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Falar da obra de Jacqueline Aisenmann, essa brasileira que divulga a literatura brasileira a partir da Suiça, onde vive, é uma responsabilidade muito grande, pois ela é, reconhecidamente, uma grande escritora. Mas ao mesmo tempo é muito fácil, pois “Sentimentos Confiscados” tem conotação de obra-prima, tamanha é a qualidade do conteúdo , da profundidade da sua escritura.

Jacqueline é poeta (poetisa, eu sei!) por excelência. Sua poesia é sensível , objetiva, sempre atenta à alma e à trajetória do ser humano neste planeta chamado Terra. Sua poesia é o canto do poeta que vê a vida se desenrolando ao seu redor e presta atenção a tudo, aos menores e mais íntimos detalhes, vendo muito além do que a maioria de nós, enxergando o que os olhos das pessoas comuns não alcançam. Jacqueline tem olhos e coração de poeta, por isso ela vai mais fundo, ela consegue chegar aos sentimentos, às emoções, à essência do ser. Não é à toa que os pequenos textos de pé de página quase sempre são poemas, pequenos-grandes poemas que passeiam por todo o livro.

E a sua prosa está impregnada dessa poesia que é o seu moto-perpétuo. As crônicas, os contos, os microcontos, os pensamentos, tudo o que ela escreve contém poesia. Sejam os textos mais curtos ou os mais longos, todos são densos de significado. Jacqueline tem uma leveza no escrever, uma elegância e uma espontaneidade que faz com que cada vez mais a sua obra nos encante a todos e  seja apreciada por mais e novos leitores.

Neste “Sentimentos Confiscados”, Jacqueline Aisenmann se dá a conhecer mais em textos intimistas, sem medo de revelar sua maneira de ver o mundo, de dizer o que sente e o que pensa. Jacqueline é ela mesma, Jacqueline é o que ela escreve. Autêntica, original. Sua literatura é reflexão de vida, a valorização de todos os momentos, o registro do homem neste espaço e neste tempo, o registro da sua capacidade de pensar, de sentir, de se emocionar, de amar, de ser solidário, de viver. “Eu me embriago com palavras” - quem mais poderia escrever isso, a não ser Jacqueline? E mesmo se embriagando com palavras, Jacqueline pode dizer, e somente ela: “fez poesia com olhares que não pediam palavras.” Ou “Chorei lágrimas de chuva”. Ou, ainda, “Vamos atravessar as horas até amanhecer meu coração.” Isso é poesia pura. Isso e muito mais é Jacqueline Aisenmann.

A literatura de Jacqueline é o coração dela escorrendo pelos dedos e saindo pela ponta do lápis, as palavras que no papel desenham a vida que acontece em derredor, os textos que se identificam tanto com o leitor.

“Sentimentos Confiscados”, como eu já disse, não tem um gênero definido. Ele é o coração e a alma de Jacqueline em páginas, encadernado. Por isso é um livro que tem que ser lido por todos nós, para que possamos emprestar de Jacqueline um tanto de humanidades, muito de lirismo, grande quantidade de emoções e um bocado de sentimentos. Coisas valiosas que estão em falta no nosso mundo de hoje. E ela pode nos ajudar a recuperar tudo isso, com a sua lavra.

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