Por
Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Li
o seguinte texto num post na internet, recentemente: “Essa lei que Vcs
colocaram eu como um repórter e jornalista básico náo concordo eu trabalho com
meu celular depois que saio da escola náo concordo mesmo quando fiquei sabendo
passei isso pra imprensa maior eles falaram com representante do governador ele
falo que aluno náo pode usa dentro da sala manter desligado mais proibi è um
abuso isso eu como aluno e brasileiro náo aceito isso ta bom diretora náo
aceito quem cria lei é governo na escola”.
Tive
que ler várias vezes, colocar os pontos e vírgulas e desconsiderar os erros de
concordância e letras faltantes em algumas palavras para entender que ele
estava protestando contra a proibição de celular em sala de aula. O autor do
texto não vem ao caso, porque na verdade ele não tem culpa da ignorância em
expressar suas ideias na sua língua que é o português, isso é culpa da nossa
educação, do ensino que está sendo praticadado com nossos jovens. O mais
estarrecedor da situação é que este é um aluno do segundo grau. Sim, do segundo
grau, não é dos primeiros anos do primeiro grau.
É
quase normal um aluno do terceiro ou quarto ano do primeiro não dominar a
escrita ou a leitura, diante das modificações que fizeram no sistema de ensino
brasileiro, nas últimas décadas, e diante da falta de consideração dos donos do
poder para com a educação e para com as
nossas escolas, mas alunos do segundo grau já deveriam ter esse domínio.
Segundo o texto que vimos acima, a pessoa que o escreveu não consegue nem ao
menos comunicar um fato simples, que é a proibição do uso do celular na salada
de aula, com o que ele não concorda.
É
flagrante o despreparo do estudante e não precisaríamos nem entrar no mérito da
questão dele, que é a indignação dele por não poder levar o celular para a sala
de aula. Mas há que se discutir, sim, o uso do celular, pois para alguém que
escreve tão mal, o celular pode desviar ainda mais a atenção do que está sendo
ensinado e a situação dele pode ficar ainda pior.
Precisamos
prestar mais atenção ao aproveitamento de nossos filhos na escola e precisamos
cobrar de nossos governantes melhoras na nossa educação. Melhores conteúdos
programáticos, mais qualificação e salários decentes para nossos professores,
manutenção assídua e equipamentos para as escolas públicas. Os programas de
relacionamento, na internet, são boas amostras de como anda a instrução que
estamos tendo em nosso país, pois lá as pessoas escrevem simplesmente como
sabem, alguns de nossos jovens mostram, infelizmente, o pouco que estão
aprendendo.
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