Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Ninguém nega a necessidade de uma quarta ponte de ligação do continente com a Ilha de Santa Catarina. Florianópolis precisa dessa ponte não é de hoje, já faz muito tempo que a mobilidade é zero por aqui. Aí o governo do Estado, finalmente mostra um projeto, depois de algumas outras opções estapafúrdias. Eram três ou quatro possibilidades e a escolhida, que é a mais racional, foi o primeiro projeto a ser colocado no papel.
Então foi feito um vídeo do que vai ser a nova ponte, inclusive as benfeitorias e paisagismos que serão feitos no aterro que será construído do continente. Tudo muito bonito e funcional, muito moderno muito ousado. O novo aterro será maior que as áreas do aterro da Beira-mar Norte, Baía Sul e Via Expressa Sul. No aterro, haverá parque metropolitano, marinas, estacionamentos, ciclovias, pista de caminhada, concha acústica, áreas para prática de esportes, praças nas áreas arborizadas, programa de arborização urbana.
O custo é de mais de um bilhão de reais, será financiada por meio de parceria público-privada. Isso tudo me faz lembrar o projeto de uma outra ponte, a segunda, em 1970. Também fazia parte do projeto mais ou menos as mesmas maravilhas que estão no projeto dessa quarta ponte, mas o que vimos, depois de terminada, não foi nada daquilo que se anunciou. Então fico pensando se a novela não se repetirá.
Já temos uma outra novela em andamento, a da ponte Hercílio Luz, o cartão postal da capital que ameaça cair, apesar de todo o dinheiro que já foi gasto nela. A impressão que dá é que há quem não queira que a sua restauração acabe, pois é a galinha dos ovos de ouro. Se ela ficar pronta, se ficar apta a funcionar de novo, nem que seja para pedestres, em que sumidouro vão injetar dinheiro?
Parece que estamos diante de um impasse: o Estado e o município precisam arrecadar verba, mas está claro que não vai dar para conseguir as cifras milionárias para as duas “obras”. Terão que escolher uma. E o governador já disse que está cansado dessa morosidade da restauração da nossa querida ponte.
E é verdade que a quarta ponte tem prioridade, precisamos dela e tenho dúvidas e muito receio de que a construção demore mais do que estão prometendo, não seja nada daquilo que estão prometendo, repetindo, inclusive, o que aconteceu com as segunda e terceira pontes, que estão em petição de miséria, sem manutenção e construídas na base da economia.
Espero, muito mesmo, que meus receios sejam infundados.
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
SARAU POÉTICO NO DIA 10 DE DEZEMBRO EM SÃO JOSÉ
Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://luizcarlosamorim.blogspot.com/
Falei, no mês passado, da Noite Poética Josefense, sarau de poesia organizado pela poeta Hiamir em conjunto com a Fundação de Cultura de São José. Na oportunidade, foram homenageadas academias e associações literárias da Grande Florianópolis.
Pois no dia 10 de dezembro haverá uma segunda edição da Noite Poética Josefense, também no Teatro Adolfo Melo. E o Grupo Literário A ILHA será homenageado, como agremiação literária que é da Grande Florianópolis. Estaremos lá, integrantes do Grupo Literário A ILHA, daqui e de outros pontos do Estado, para participar do sarau poético e para receber a homenagem.
É bom ver que os saraus poéticos estão voltando e é alentador ver que os salões estão lotando para ouvir a poesia dos poetas da terra. Mesmo que a maioria dos espectadores seja poeta, o importante é fazer com que a poesia seja ouvida. É muito importante reunir os poetas e o público que gosta de poesia, para celebrar e popularizar cada vez mais este gênero literário.
Falei, no mês passado, da Noite Poética Josefense, sarau de poesia organizado pela poeta Hiamir em conjunto com a Fundação de Cultura de São José. Na oportunidade, foram homenageadas academias e associações literárias da Grande Florianópolis.
Pois no dia 10 de dezembro haverá uma segunda edição da Noite Poética Josefense, também no Teatro Adolfo Melo. E o Grupo Literário A ILHA será homenageado, como agremiação literária que é da Grande Florianópolis. Estaremos lá, integrantes do Grupo Literário A ILHA, daqui e de outros pontos do Estado, para participar do sarau poético e para receber a homenagem.
É bom ver que os saraus poéticos estão voltando e é alentador ver que os salões estão lotando para ouvir a poesia dos poetas da terra. Mesmo que a maioria dos espectadores seja poeta, o importante é fazer com que a poesia seja ouvida. É muito importante reunir os poetas e o público que gosta de poesia, para celebrar e popularizar cada vez mais este gênero literário.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
PRÊMIOS DA ACADEMIA CATARINENSE DE LETRAS E ARTES
Transcrevo a carta que recebi da Academia Catarinense de Letras e Artes, conferindo-me o Prêmio "Paschoal Apóstolo Pítsica", como Personalidade Literária do Ano de 2011. Não sei se mereço tal deferência, mas fico muito honrado e grato.
Senhor Escritor e Poeta Luiz Carlos Amorim,
A Academia Catarinense de Letras e Artes – ACLA, entidade que representa escritores, poetas, músicos, artistas plásticos e das artes cênicas do Estado de Santa Catarina, vem, por seu presidente, comunicar a Vossa Senhoria o que segue.
Em sessão extraordinária, realizada hoje, dia 05 de novembro, Vossa Senhoria foi eleito Personalidade Literária do Ano de 2011 e, dessa forma, receberá o Prêmio “Paschoal Apóstolo Pítsica”.
Também foram eleitos o Artista Plástico Rodrigo de Haro, Personalidade Artística do Ano, que receberá o prêmio “Victor Meirelles” e o Músico Luiz Gustavo Zago, Personalidade Musical do Ano, que receberá o prêmio “Edino Krieger”.
Cada prêmio é concedido, anualmente, a três personalidades que se destacaram, respectivamente, nos cenários literário, artístico e musical de Santa Catarina, dando-se a escolha por aprovação unânime da Diretoria, ad referendum dos demais acadêmicos, após análise do curriculum vitae e da atuação do literato ao longo do ano.
O prêmio se constitui de uma Medalha, criada pelo Artista Plástico Loro, com a representação plástica das imagens dos três patronos, além de um Certificado especial.
A solenidade de premiação ocorrerá no dia 02 de dezembro próximo vindouro (sexta-feira), às 20h no auditório do Tribunal de Contas do Estado, à Rua Bulcão Viana, nº 90, Centro, Florianópolis, e o evento será abrilhantado por apresentação de obras musicais eruditas. Na próxima semana ser-lhe-ão enviados os convites e fornecidas as demais informações. Precisamos, no entanto, com certa brevidade, que nos envie um currículo e uma foto, preferencialmente do rosto e em tamanho próximo a 3x4 ou 5x7 (pode ser via e-mail).
A Academia Catarinense de Letras e Artes sente-se honrada em prestar essa homenagem a tão destacada personalidade literária do nosso Estado.
Saudações lítero-artístico-musicais,
ACADEMIA CATARINENSE DE LETRAS E ARTES (ACLA)
Florianópolis, 05 de novembro de 2011.
Senhor Escritor e Poeta Luiz Carlos Amorim,
A Academia Catarinense de Letras e Artes – ACLA, entidade que representa escritores, poetas, músicos, artistas plásticos e das artes cênicas do Estado de Santa Catarina, vem, por seu presidente, comunicar a Vossa Senhoria o que segue.
Em sessão extraordinária, realizada hoje, dia 05 de novembro, Vossa Senhoria foi eleito Personalidade Literária do Ano de 2011 e, dessa forma, receberá o Prêmio “Paschoal Apóstolo Pítsica”.
Também foram eleitos o Artista Plástico Rodrigo de Haro, Personalidade Artística do Ano, que receberá o prêmio “Victor Meirelles” e o Músico Luiz Gustavo Zago, Personalidade Musical do Ano, que receberá o prêmio “Edino Krieger”.
Cada prêmio é concedido, anualmente, a três personalidades que se destacaram, respectivamente, nos cenários literário, artístico e musical de Santa Catarina, dando-se a escolha por aprovação unânime da Diretoria, ad referendum dos demais acadêmicos, após análise do curriculum vitae e da atuação do literato ao longo do ano.
O prêmio se constitui de uma Medalha, criada pelo Artista Plástico Loro, com a representação plástica das imagens dos três patronos, além de um Certificado especial.
A solenidade de premiação ocorrerá no dia 02 de dezembro próximo vindouro (sexta-feira), às 20h no auditório do Tribunal de Contas do Estado, à Rua Bulcão Viana, nº 90, Centro, Florianópolis, e o evento será abrilhantado por apresentação de obras musicais eruditas. Na próxima semana ser-lhe-ão enviados os convites e fornecidas as demais informações. Precisamos, no entanto, com certa brevidade, que nos envie um currículo e uma foto, preferencialmente do rosto e em tamanho próximo a 3x4 ou 5x7 (pode ser via e-mail).
A Academia Catarinense de Letras e Artes sente-se honrada em prestar essa homenagem a tão destacada personalidade literária do nosso Estado.
Saudações lítero-artístico-musicais,
Wesley O. Collyer
Presidente
domingo, 6 de novembro de 2011
LULA, SUS, ABOBRINHAS...
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Eu não ia falar sobre o câncer do Lula, primeiro porque acho uma coisa terrível e depois porque não concordo com essa paranóia de desejarem a morte dele, isso é mais terrível ainda. Não gosto dele, mas não desejo nem pra ele nem pra ninguém o câncer, muito menos a morte.
Mas então leio uma crônica de um tal de Eugênio Bucci, numa das revistas semanais de informação. O cara fala um monte de abobrinhas, mistura SUS, Lula e Teresa Cristina, uma personagem de novela, circo, etc. Fica injuriado porque “incitadores de ódio”, na internet, “sentenciaram Lula a ir procurar seu tratamento no SUS”. Ora, não foi o Lula mesmo que andou declarando, enquanto era presidente, que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”? Então que mal haveria se ele fosse se tratar no que ele próprio elegeu como o melhor sistema de saúde?
Porque essa indignação toda, essa necessidade absurda de defender o SUS, de paparicar o Lula? Será que esse “jornalista” não sabe que as pessoas morrem nas portas de hospitais públicos, que esperam anos para ter uma consulta e mais ainda por uma cirurgia? Ele, apesar de ser jornalista, não lê jornais, não vê televisão, não navega na internet?
A Saúde, apesar do que afirmou Lula, está falida, tanto que o atual governo acha que é preciso criar uma nova fonte (leia-se imposto) para custear esse direito do cidadão brasileiro, que lhe é negado com frequencia. Qualquer um vê isso, só Lula e o ilustre “jornalista” não conseguem enxergar. Segundo Eugênio, o gênio, “Hoje o público não sabe o que é solidariedade”. O público, o povo, sabe muito mais o que é solidariedade do que os políticos, meu amigo. Muito mais. Temos tido provas disso, nas calamidades que têm se abatido sobre algumas regiões de nosso país.
Continua o “jornalista”: “Se ele (o público, o povo) não se der ao respeito, não haverá mais política”. A verdade, isso sim, é que se os políticos corruptos não se derem ao respeito, não haverá política. Porque isso que está aí não é política, é politicagem. É corrupção, impunidade, falta de vergonha na cara. E ele conclui: “O debate de ideias sucumbirá ao desejo de exterminar o outro”. Que debate de ideias? Os corruptos de plantão querem saber é de encher os bolsos, “desviar recursos”, a ideia fixa deles é essa, não há debate de outras ideias, que é o que eles deveriam fazer, eleitos que foram para defender o povo. Então a voz do povo está calada pelos politiqueiros de plantão, que ao invés de legislar em favor da coletivdade, que é o seu trabalho, legislam em causa própria.
Grande jornalista, o nosso amigo. Perdeu uma grande oportunidade de ficar calado.
Eu não ia falar sobre o câncer do Lula, primeiro porque acho uma coisa terrível e depois porque não concordo com essa paranóia de desejarem a morte dele, isso é mais terrível ainda. Não gosto dele, mas não desejo nem pra ele nem pra ninguém o câncer, muito menos a morte.
Mas então leio uma crônica de um tal de Eugênio Bucci, numa das revistas semanais de informação. O cara fala um monte de abobrinhas, mistura SUS, Lula e Teresa Cristina, uma personagem de novela, circo, etc. Fica injuriado porque “incitadores de ódio”, na internet, “sentenciaram Lula a ir procurar seu tratamento no SUS”. Ora, não foi o Lula mesmo que andou declarando, enquanto era presidente, que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”? Então que mal haveria se ele fosse se tratar no que ele próprio elegeu como o melhor sistema de saúde?
Porque essa indignação toda, essa necessidade absurda de defender o SUS, de paparicar o Lula? Será que esse “jornalista” não sabe que as pessoas morrem nas portas de hospitais públicos, que esperam anos para ter uma consulta e mais ainda por uma cirurgia? Ele, apesar de ser jornalista, não lê jornais, não vê televisão, não navega na internet?
A Saúde, apesar do que afirmou Lula, está falida, tanto que o atual governo acha que é preciso criar uma nova fonte (leia-se imposto) para custear esse direito do cidadão brasileiro, que lhe é negado com frequencia. Qualquer um vê isso, só Lula e o ilustre “jornalista” não conseguem enxergar. Segundo Eugênio, o gênio, “Hoje o público não sabe o que é solidariedade”. O público, o povo, sabe muito mais o que é solidariedade do que os políticos, meu amigo. Muito mais. Temos tido provas disso, nas calamidades que têm se abatido sobre algumas regiões de nosso país.
Continua o “jornalista”: “Se ele (o público, o povo) não se der ao respeito, não haverá mais política”. A verdade, isso sim, é que se os políticos corruptos não se derem ao respeito, não haverá política. Porque isso que está aí não é política, é politicagem. É corrupção, impunidade, falta de vergonha na cara. E ele conclui: “O debate de ideias sucumbirá ao desejo de exterminar o outro”. Que debate de ideias? Os corruptos de plantão querem saber é de encher os bolsos, “desviar recursos”, a ideia fixa deles é essa, não há debate de outras ideias, que é o que eles deveriam fazer, eleitos que foram para defender o povo. Então a voz do povo está calada pelos politiqueiros de plantão, que ao invés de legislar em favor da coletivdade, que é o seu trabalho, legislam em causa própria.
Grande jornalista, o nosso amigo. Perdeu uma grande oportunidade de ficar calado.
sábado, 5 de novembro de 2011
CULTURA
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Hoje é o Dia da Cultura. Um dia difícil de comemorar, já que temos um Ministério da Cultura que não consegue aplicar com sucesso uma prova como o Enem, prefere abordar as histórias em quadrinhos, nessa mesma prova, ao invés da literatura brasileira, comprou milhares de um livro, para distribuir às escolas públicas, que sugere que esqueçamos as boas regras gramaticais para ler e escrever, há pouco tempo, e assim por diante.
Como comemorar o Dia da Cultura, num país onde temos poucas livrarias, poucas bibliotecas, onde o preço do livro é um tanto quanto alto? Onde o conteúdo programático das escolas públicas não privilegia espaço para a literatura, para que se incentive o gosto pela leitura? Pelo contrário, como há muito pouco espaço para a literatura, os professores exigem a leitura de um outro clássico com a condição da nota, o que faz com os leitores em formação acabem criando aversão pelos livros.
Difícil comemorar esse dia, quando nossos governantes dão pouca atenção e pouco apoio à cultura em todos os níveis. Editais de cultura vão ficando cada vez mais raros, eventos de cultura popular não tem espaço para acontecerem – na capital catarinense o maior teatro do estado está fechado há dois anos, sem que nada tenha sido feito nele – e o ensino público está falido, com professores mal pagos, escolas caindo aos pedaços, sem equipamentos.
Sei que parece muito pessimismo, mas a realidade é essa. A cultura é muito pouco assistido tanto pelo Estado, como pela União, como pelos municípios, em alguns casos.
Espero que esse quadro mude e que possamos comemorar essa data, num futuro próximo, com o começo do resgate da cultura. Que não aconteça mais, como aconteceu nos últimos dois anos, por exemplo, repasse de verba da Secretaria de Estado da Cultura para evento de moda privado, em Florianópolis. Pior, da primeira vez que isso aconteceu, o dinheiro transitou pela Câmara Catarinense de Letras, pois tinha sido solicitado por aquela entidade para a Feira do Livro da capital. E que se apure responsabilidades de coisa tão descabida usando o dinheiro público, que poderia ser aplicado em eventos de cultura para o povo.
Hoje é o Dia da Cultura. Um dia difícil de comemorar, já que temos um Ministério da Cultura que não consegue aplicar com sucesso uma prova como o Enem, prefere abordar as histórias em quadrinhos, nessa mesma prova, ao invés da literatura brasileira, comprou milhares de um livro, para distribuir às escolas públicas, que sugere que esqueçamos as boas regras gramaticais para ler e escrever, há pouco tempo, e assim por diante.
Como comemorar o Dia da Cultura, num país onde temos poucas livrarias, poucas bibliotecas, onde o preço do livro é um tanto quanto alto? Onde o conteúdo programático das escolas públicas não privilegia espaço para a literatura, para que se incentive o gosto pela leitura? Pelo contrário, como há muito pouco espaço para a literatura, os professores exigem a leitura de um outro clássico com a condição da nota, o que faz com os leitores em formação acabem criando aversão pelos livros.
Difícil comemorar esse dia, quando nossos governantes dão pouca atenção e pouco apoio à cultura em todos os níveis. Editais de cultura vão ficando cada vez mais raros, eventos de cultura popular não tem espaço para acontecerem – na capital catarinense o maior teatro do estado está fechado há dois anos, sem que nada tenha sido feito nele – e o ensino público está falido, com professores mal pagos, escolas caindo aos pedaços, sem equipamentos.
Sei que parece muito pessimismo, mas a realidade é essa. A cultura é muito pouco assistido tanto pelo Estado, como pela União, como pelos municípios, em alguns casos.
Espero que esse quadro mude e que possamos comemorar essa data, num futuro próximo, com o começo do resgate da cultura. Que não aconteça mais, como aconteceu nos últimos dois anos, por exemplo, repasse de verba da Secretaria de Estado da Cultura para evento de moda privado, em Florianópolis. Pior, da primeira vez que isso aconteceu, o dinheiro transitou pela Câmara Catarinense de Letras, pois tinha sido solicitado por aquela entidade para a Feira do Livro da capital. E que se apure responsabilidades de coisa tão descabida usando o dinheiro público, que poderia ser aplicado em eventos de cultura para o povo.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
SEMEAR E COLHER
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Hoje, a crônica do Diário me cutucou. Não pude deixar passar em branco. Ela está sonora, está iluminada de sol, de solidariedade, de humanidade. Fiquei emocionado ao lê-la, pois me lembrei que também já acordei, de manhã, com a passarinhada fazendo barulho no meu telhado, mais exatamente bicando as calhas, num alvoroço só. Nas primeiras vezes, parecia alguém subindo no telhado e eu fui ver o que era, de manhã bem cedinho, com receio de que realmente alguém tivesse entrado em minha casa. Mas, como o autor da crônica, fiquei maravilhado com os pequenos avoantes que vinham anunciar o sol, que vinham me acordar para a vida. E desejei que eles viessem outras vezes, viessem sempre.
O “senhor que semeia alpiste e colhe passarinhos” – que bela imagem! – me lembrou, também, minha mãe. Ela mora sozinha, em Jaraguá do Sul, mas não mora em apartamento, não. É numa casa, pequena, mas com jardim, com horta, com pomar. Não é ela que cuida, que ela já não pode fazer isso, mas ela colhe couve, brócolis, vagens, chuchus, tangerinas, limões, xinxins, acerolas, araçás. E eu levei também, para ela, um pé de cambucá, que eu ganhei algumas frutas do Flávio José Cardozo, outro dia, em visita que fiz à casa dele e plantei as sementes, de maneira que fiz três mudas.
Então lá no meio dos pés de limão, de tangerina e outras árvores, ela pediu para construírem um pedestal – com cobertura, para os dias de chuva – e coloca, lá, todo dia, um pouco de alpiste e outro tanto no chão, além e frutas como banana, laranja, mamão. E desde cedo, por toda a manhã e até de tarde, uma quantidade imensa de passarinhos dos quais eu não sei o nome vem comer daquilo que lhes é ofertado, fazendo uma algazarra fenomenal. Trazendo uma alegria simples e verdadeira, despretensiosa e franca. São passarinhos de vários tipos, alguns conhecidos, como bem-te-vis, rolinhas, sabiás e outros, com penas de cores diferentes, cores muito vivas como amarelo, azul, vermelho. Um espetáculo de cor e vida.
Quando eu vou lá, espio pela janela, pois se eles me virem, interrompem o lanche e voam para longe. Minha mãe sim, pode sair, que parece que eles já a conhecem, parecem saber que é ela que deixa a comida lá para eles e apreciam a sua companhia.
O belíssimo texto do Felipe me fez perceber que minha mãe também semeia alpiste e colhe passarinhos. Isso me deixa muito feliz.
Hoje, a crônica do Diário me cutucou. Não pude deixar passar em branco. Ela está sonora, está iluminada de sol, de solidariedade, de humanidade. Fiquei emocionado ao lê-la, pois me lembrei que também já acordei, de manhã, com a passarinhada fazendo barulho no meu telhado, mais exatamente bicando as calhas, num alvoroço só. Nas primeiras vezes, parecia alguém subindo no telhado e eu fui ver o que era, de manhã bem cedinho, com receio de que realmente alguém tivesse entrado em minha casa. Mas, como o autor da crônica, fiquei maravilhado com os pequenos avoantes que vinham anunciar o sol, que vinham me acordar para a vida. E desejei que eles viessem outras vezes, viessem sempre.
O “senhor que semeia alpiste e colhe passarinhos” – que bela imagem! – me lembrou, também, minha mãe. Ela mora sozinha, em Jaraguá do Sul, mas não mora em apartamento, não. É numa casa, pequena, mas com jardim, com horta, com pomar. Não é ela que cuida, que ela já não pode fazer isso, mas ela colhe couve, brócolis, vagens, chuchus, tangerinas, limões, xinxins, acerolas, araçás. E eu levei também, para ela, um pé de cambucá, que eu ganhei algumas frutas do Flávio José Cardozo, outro dia, em visita que fiz à casa dele e plantei as sementes, de maneira que fiz três mudas.
Então lá no meio dos pés de limão, de tangerina e outras árvores, ela pediu para construírem um pedestal – com cobertura, para os dias de chuva – e coloca, lá, todo dia, um pouco de alpiste e outro tanto no chão, além e frutas como banana, laranja, mamão. E desde cedo, por toda a manhã e até de tarde, uma quantidade imensa de passarinhos dos quais eu não sei o nome vem comer daquilo que lhes é ofertado, fazendo uma algazarra fenomenal. Trazendo uma alegria simples e verdadeira, despretensiosa e franca. São passarinhos de vários tipos, alguns conhecidos, como bem-te-vis, rolinhas, sabiás e outros, com penas de cores diferentes, cores muito vivas como amarelo, azul, vermelho. Um espetáculo de cor e vida.
Quando eu vou lá, espio pela janela, pois se eles me virem, interrompem o lanche e voam para longe. Minha mãe sim, pode sair, que parece que eles já a conhecem, parecem saber que é ela que deixa a comida lá para eles e apreciam a sua companhia.
O belíssimo texto do Felipe me fez perceber que minha mãe também semeia alpiste e colhe passarinhos. Isso me deixa muito feliz.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
O PEDÁGIO "IRREAL" DA BR 101-SC
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com/
Na edição de hoje de um de nossos jornais, leio nota sobre o atraso do rodoanel da Grande Florianópolis. O colunista transcreve trecho de reportagem da revista Exame que diz que “Todas as grandes obras das rodovias federais sob concessão da OHL estão atrasadas. A empresa culpa a burocracia ambiental. Mas o grande vilão parece ser o preço irreal do pedágio.”
Mais adiante o colunista escreve que “a OHL (a Autopista Litoral, concessionária que detém o trecho da BR 101 entre Curitiba e a Grande Florianópolis) estaria “fazendo caixa” para realizar as obras do referido rodoanel. E um “caixa” demorado, por conta justamente do pedágio subdimensionado (R$ 1,40 em Santa Catarina).”
Ora, a própria revista levanta o problema comum com a tal concessionária, que é o atraso em todas as obras. E o preço “irreal” mencionado na reportagem, que a princípio pensei ser uma alusão ao valor muito alto em vista do pouco retorno – a 101 está péssima, toda esburacada, não se vê o dinheiro arrecadado com o pedágio ser aplicado, parece até uma estrada sem pedágio -, não é nada disso, o que sugerem é que o preço é muito baixo.
E o colunista parece concordar com isso, quando fala em “pedágio subdimensionado”. Será que esse colunista trafega pela 101 daqui até Joinville, será que ele tem viajado neste trecho, ultimamente, para ver o estado lastimável em que ela se encontra?
Como pode ser “subdimensionado” um pedágio de R$ 1,40, cobrado em quatro postos num trajeto de menos de duzentos quilômetros, trajeto este cheio de buracos e de remendos, feitos à guiza de manutenção, com pás de asfalto sendo jogadas nos buracos, que se transformam em montículos no meio do caminho? Eu mesmo já vi um caminhão com asfalto no meio da estrada, com um funcionário jogando a massa nos buracos, ao invés de estar lá uma equipe com o equipamento completo para fazer um trabalho decente.
Raramente se vê algum grupo com todos os equipamentos necessários para fazer uma boa recuperação do asfalto. Então pra onde vai todo o dinheiro arrecadado? Quantos mil veículos passam por dia por cada um dos quatro pedágios em Santa Catarina, quanto dinheiro é arrecadado? Acho até difícil quantificar, é muito dinheiro. Para onde está indo?
E há quem seja capaz de me dizer que estão tentando acumular dinheiro para fazer uma obra, que está “demorado” para fazer caixa, porque o valor do pedágio cobrado é muito pequeno, é “irreal”, é “subdimensionado”.
Pergunto mais uma vez, pergunto pela terceira ou quarta vez: quem deve fiscalizar o cumprimento dos contratos assinados com essas concessionárias? Quem deveria conferir o que deve ser feito na 101, mas não está? Quem fará um levantamento para que se revele qual é o valor arrecadado e para onde ele está indo?
O valor do pedágio é irreal, sim, mas porque é muito caro, em vista do que não é feito na 101. Pagamos pedágio, mas temos uma estrada cada vez pior. Quando você paga mas não tem nada em troca pelo que pagou, qualquer valor é muito alto.
Na edição de hoje de um de nossos jornais, leio nota sobre o atraso do rodoanel da Grande Florianópolis. O colunista transcreve trecho de reportagem da revista Exame que diz que “Todas as grandes obras das rodovias federais sob concessão da OHL estão atrasadas. A empresa culpa a burocracia ambiental. Mas o grande vilão parece ser o preço irreal do pedágio.”
Mais adiante o colunista escreve que “a OHL (a Autopista Litoral, concessionária que detém o trecho da BR 101 entre Curitiba e a Grande Florianópolis) estaria “fazendo caixa” para realizar as obras do referido rodoanel. E um “caixa” demorado, por conta justamente do pedágio subdimensionado (R$ 1,40 em Santa Catarina).”
Ora, a própria revista levanta o problema comum com a tal concessionária, que é o atraso em todas as obras. E o preço “irreal” mencionado na reportagem, que a princípio pensei ser uma alusão ao valor muito alto em vista do pouco retorno – a 101 está péssima, toda esburacada, não se vê o dinheiro arrecadado com o pedágio ser aplicado, parece até uma estrada sem pedágio -, não é nada disso, o que sugerem é que o preço é muito baixo.
E o colunista parece concordar com isso, quando fala em “pedágio subdimensionado”. Será que esse colunista trafega pela 101 daqui até Joinville, será que ele tem viajado neste trecho, ultimamente, para ver o estado lastimável em que ela se encontra?
Como pode ser “subdimensionado” um pedágio de R$ 1,40, cobrado em quatro postos num trajeto de menos de duzentos quilômetros, trajeto este cheio de buracos e de remendos, feitos à guiza de manutenção, com pás de asfalto sendo jogadas nos buracos, que se transformam em montículos no meio do caminho? Eu mesmo já vi um caminhão com asfalto no meio da estrada, com um funcionário jogando a massa nos buracos, ao invés de estar lá uma equipe com o equipamento completo para fazer um trabalho decente.
Raramente se vê algum grupo com todos os equipamentos necessários para fazer uma boa recuperação do asfalto. Então pra onde vai todo o dinheiro arrecadado? Quantos mil veículos passam por dia por cada um dos quatro pedágios em Santa Catarina, quanto dinheiro é arrecadado? Acho até difícil quantificar, é muito dinheiro. Para onde está indo?
E há quem seja capaz de me dizer que estão tentando acumular dinheiro para fazer uma obra, que está “demorado” para fazer caixa, porque o valor do pedágio cobrado é muito pequeno, é “irreal”, é “subdimensionado”.
Pergunto mais uma vez, pergunto pela terceira ou quarta vez: quem deve fiscalizar o cumprimento dos contratos assinados com essas concessionárias? Quem deveria conferir o que deve ser feito na 101, mas não está? Quem fará um levantamento para que se revele qual é o valor arrecadado e para onde ele está indo?
O valor do pedágio é irreal, sim, mas porque é muito caro, em vista do que não é feito na 101. Pagamos pedágio, mas temos uma estrada cada vez pior. Quando você paga mas não tem nada em troca pelo que pagou, qualquer valor é muito alto.
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