Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Vejo, no Twitter, notícia dando conta de que o Ministério Público de Santa Catarina abriu inquérito para apurar porque a Fundação Catarinense de Cultura repassou R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais!) para o Donna Fashion, evento de moda da iniciativa privada.
Pois saibam que não é a primeira vez que isso acontece. No ano passado, houve o repasse de verba de 300 mil reais, pela Secretaria de Cultura Catarinense, de verba que tinha sido solicitada pela Câmara Catarinense do Livro para a realização da Feira do Livro de Florianópolis e que, na verdade, apenas transitou pela CCL, indo para a realização do Donna Fashion, um evento de moda. A Câmara Catarinense de Cultura ficou apenas de patrocinadora no evento e nem conseguiu realizar algumas das sessões de autógrafos programadas pela própria organização do Donna Fashion, no espaço destinado para esse fim, que era tomado para transmissão de reportagens no horário dos lançamentos.
Falei, na época, com um integrante da diretoria, já que o presidente da casa não se encontrava na cidade, e ele me disse que a gestão anterior da CCL vinha requerendo, há coisa de três anos, junto ao Estado, verba para realizar a feira do livro de Florianópolis e junto com ela, no calçadão do Largo da Alfândega, o Donna Fashion. O presidente anterior da Câmara achava que o fato de trazer o evento de moda para a Feira do Livro atrairia mais público para a feira do livro.
Só que, depois de tanto tentar, o Estado concordou em atender o pedido, mas inverteu o projeto, como bem pudemos ver: a verba saiu, mas a Câmara, ao invés de acolher o Donna na sua Feira do Livro, apareceria, apenas, como patrocinadora do evento fashion. Quer dizer: o dinheiro pedido para a CCL realizar a feira teria sido revertido para o Donna, evento que nem estatal é. E pior, através da Câmara. Não é muito estranho?
E a Câmara do Livro precisa dar tratos à bola para conseguir recursos para a sua Feira Catarinense do Livro, que acontece no início e também no fim do ano.
Até hoje ninguém explicou isto para os cidadãos catarinenses. Afinal, o dinheiro em questão é dinheiro público. Porque a Câmara Catarinense do Livro patrocinaria um espetáculo de moda, se ela tem a Feira do Livro para realizar? Não deveria ser o contrário, a CCL recebendo patrocínio para a sua feira do livro? As últimas edições da Feira do Livro de Florianópolis têm sido bastante fracas, em decorrência justamente de falta de verba para custear atrações paralelas e o convite a grandes nomes da literatura. E recursos públicos foram repassados para um evento privado, usando a Câmara Catarinense do Livro para despistar.
Paralelamente, o CIC está com a reforma se arrastando há mais de dois anos, o maior teatro do Estado está fechado, sem que se estivesse mexendo em nada nele. E, no entanto, a Secretaria de Cultura dá 600 mil reais para um evento que nem ao menos estatal é.
A educação, a saúde, a segurança, a infraestrutura em todo o Estado estão falidos, mas o Estado dá dinheiro para um evento privado. Pela segunda vez, pelo menos até onde sabemos. Esperemos que o Ministério Público apure e exija de volta as verbas repassadas. Até agora, porque deve aparecer muita desculpa esfarrapada.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
NORMA, UM OLHAR SOBRE A ILHA
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Norma Bruno é cronista, das boas. Eu a “conheci” no Coojornal do portal Rio Total, da minha amiga Irene Serra. Li, há algum tempo, a crônica da semana, gostei muito e fui procurar mais no arquivo dela. Gosto dos temas, gosto de vê-la falando de coisas da ilha, gosto de vê-la transcrever a fala do ilhéu, que ela usa também na narração, às vezes, como jeito seu de falar, o jeito de falar do nativo desta nossa tão bela Ilha de Santa Catarina, um registro linguístico fiel do manezinho.
Depois de ler a escritora, tive que me comunicar com ela, para dizer-lhe como fiquei feliz em descobrir a sua escritura tão gostosa de ler, de estilo elegante e aconchegante, e acabei indo conhecê-la pessoalmente. Encontrei uma criatura simpática e amável, entusiasta das coisas referentes à cultura e à leitura.
Conheci, então, o livro da autora, “A Minha Aldeia”. Uma leitura deliciosa, com muita sensibilidade e experiência de vida em textos com bom humor e muito amor por essa nossa terra, essa ilha para onde a gente vem e não que mais sair. O livro é da editora Papa-Livro, tem 172 páginas e vale a pena ser lido.
A escritora diz que gosta de coisas velhas e não se dá bem com tecnologia, mas colocou no ar, há poucos meses, um blog chamado O Espírito da Cidade, onde fala das coisas da Ilha de Santa Catarina, sua paixão maior. O endereço, para quem quiser conhecer as crônicas deliciosas a respeito das coisas da Ilha, um olhar carinhoso, com muita ternura e também com bom humor sobre o manezinho, seu espaço e seu tempo, é http://normabruno.wordpress.com/author/normabruno .
Norma Bruno é cronista, das boas. Eu a “conheci” no Coojornal do portal Rio Total, da minha amiga Irene Serra. Li, há algum tempo, a crônica da semana, gostei muito e fui procurar mais no arquivo dela. Gosto dos temas, gosto de vê-la falando de coisas da ilha, gosto de vê-la transcrever a fala do ilhéu, que ela usa também na narração, às vezes, como jeito seu de falar, o jeito de falar do nativo desta nossa tão bela Ilha de Santa Catarina, um registro linguístico fiel do manezinho.
Depois de ler a escritora, tive que me comunicar com ela, para dizer-lhe como fiquei feliz em descobrir a sua escritura tão gostosa de ler, de estilo elegante e aconchegante, e acabei indo conhecê-la pessoalmente. Encontrei uma criatura simpática e amável, entusiasta das coisas referentes à cultura e à leitura.
Conheci, então, o livro da autora, “A Minha Aldeia”. Uma leitura deliciosa, com muita sensibilidade e experiência de vida em textos com bom humor e muito amor por essa nossa terra, essa ilha para onde a gente vem e não que mais sair. O livro é da editora Papa-Livro, tem 172 páginas e vale a pena ser lido.
A escritora diz que gosta de coisas velhas e não se dá bem com tecnologia, mas colocou no ar, há poucos meses, um blog chamado O Espírito da Cidade, onde fala das coisas da Ilha de Santa Catarina, sua paixão maior. O endereço, para quem quiser conhecer as crônicas deliciosas a respeito das coisas da Ilha, um olhar carinhoso, com muita ternura e também com bom humor sobre o manezinho, seu espaço e seu tempo, é http://normabruno.wordpress.com/author/normabruno .
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
IMPOSTO NOVO, JUSTIÇA COMPRADA, LEIS A GRANEL
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Abro os jornais, hoje, e vejo matérias que evidenciam cada vez mais a impunidade contra a corrupção que reina neste país. Pra começar, um jornal daqui do Estado anuncia que a Justiça (grande justiça, essa nossa!) concede liminar para 14 aposentados da Assembleia Legislativa de SC, que foram convocados a voltar ao trabalho. Eles não precisam mais atender ao chamado da AL para voltar ao trabalho, depois de constatado que não tinham nenhum problema que justificasse suas aposentadorias, em perícia realizada recentemente. E vão continuar recebendo seus altos salários, pagos por nós. Não é uma beleza? A justiça passa a mão na cabeça de quem rouba descaradamente do Estado, ou seja, de nós.
Em outro jornal, de circulação nacional, a manchete decreta: “A saúde vai ter um novo imposto”. Quem diz é Ideli Salvati, ministra das relações institucionais, figura oriunda daqui do Estado. Ela afirma que vão, sim, ressuscitar a CPMF, com outro nome, é claro, mas ela vai voltar. É que o governo precisa de “fontes” de onde tirar o dinheiro para a Saúde, pois os impostos sem fim arrecadados não suprem essa necessidade. Então o governo precisa criar um novo imposto para “financiar” a Saúde. Financiar a saúde como a extinta CPMF fazia? Nenhum tostão do que foi arrecadado com aquela taxa foi para a Saúde. Por isso a Saúde brasileira está falida como está. E se criarem um novo imposto vai acontecer a mesma coisa. Vamos pagar mais impostos para encher os bolsos dos políticos. Infelizmente.
Então, crise iminente, dólar subindo, o que significa que o preço de tudo vai subir também, trazendo de volta a inflação e, para completar, mais impostos para pagarmos. Isso sem contar a sessão relâmpago da Comissão de Constituição e Justiça, que em três minutos aprovou 118 projetos, nas sexta, no último final de semana, com apenas dois deputados em plenário. Os outros assinaram o ponto e foram embora. Quer dizer: aprovaram tudo sem ler nada, nem devem saber o que aprovaram. Esses são os representantes do povo, que efetivamente o representa tão bem, defendendo seus interesses. Estamos cada vez melhor arranjados.
Abro os jornais, hoje, e vejo matérias que evidenciam cada vez mais a impunidade contra a corrupção que reina neste país. Pra começar, um jornal daqui do Estado anuncia que a Justiça (grande justiça, essa nossa!) concede liminar para 14 aposentados da Assembleia Legislativa de SC, que foram convocados a voltar ao trabalho. Eles não precisam mais atender ao chamado da AL para voltar ao trabalho, depois de constatado que não tinham nenhum problema que justificasse suas aposentadorias, em perícia realizada recentemente. E vão continuar recebendo seus altos salários, pagos por nós. Não é uma beleza? A justiça passa a mão na cabeça de quem rouba descaradamente do Estado, ou seja, de nós.
Em outro jornal, de circulação nacional, a manchete decreta: “A saúde vai ter um novo imposto”. Quem diz é Ideli Salvati, ministra das relações institucionais, figura oriunda daqui do Estado. Ela afirma que vão, sim, ressuscitar a CPMF, com outro nome, é claro, mas ela vai voltar. É que o governo precisa de “fontes” de onde tirar o dinheiro para a Saúde, pois os impostos sem fim arrecadados não suprem essa necessidade. Então o governo precisa criar um novo imposto para “financiar” a Saúde. Financiar a saúde como a extinta CPMF fazia? Nenhum tostão do que foi arrecadado com aquela taxa foi para a Saúde. Por isso a Saúde brasileira está falida como está. E se criarem um novo imposto vai acontecer a mesma coisa. Vamos pagar mais impostos para encher os bolsos dos políticos. Infelizmente.
Então, crise iminente, dólar subindo, o que significa que o preço de tudo vai subir também, trazendo de volta a inflação e, para completar, mais impostos para pagarmos. Isso sem contar a sessão relâmpago da Comissão de Constituição e Justiça, que em três minutos aprovou 118 projetos, nas sexta, no último final de semana, com apenas dois deputados em plenário. Os outros assinaram o ponto e foram embora. Quer dizer: aprovaram tudo sem ler nada, nem devem saber o que aprovaram. Esses são os representantes do povo, que efetivamente o representa tão bem, defendendo seus interesses. Estamos cada vez melhor arranjados.
domingo, 25 de setembro de 2011
E-READERS & E-BOOKS
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
A revolução histórica que começou a acontecer, há pouco tempo, no ato de ler, no conceito de livro que tínhamos até poucos anos atrás, com o advento do leitor eletrônico e do e-book, parece estar tomando rumo diferente.
O tradicional e primeiro leitor eletrônico, o Kindle, apareceu com a função de ser o aparelho para lermos livros eletrônicos, os e-books, surgidos pouco antes. Com tela fosca, que não emite brilho, ele é apropriado para ler grandes textos. E os livros eletrônicos começaram a ser pensados como um negócio viável, por parte de editoras e livrarias, pois se o e-reader esta começando a vender bem, os livros eletrônicos também serão mais e mais procurados. Até no Brasil, as grandes editoras se mobilizaram e já estão publicando títulos no novo formato, embora a oferta ainda seja reduzida.
Mas com o sucesso do Kindle, ainda que um pouco tímido, em proporção à venda de livros de papel, outros aparelhos começaram a surgir. Só que não eram aparelhos para serem usados exclusivamente como leitores de livros. Os novos aparelhos, já não mais apenas leitores eletrônicos, fazem de tudo, como se fossem um computador portátil e passaram a ser chamados de “tablets”. Eles não tem a tela que não emite brilho, suas telas são semelhantes as de um e-book e agregam múltiplas funções, como acesso a internet – por wi-fi ou 3G, correio eletrônico, games, fotos, filmes, assinatura de jornais e revistas, celular, etc. Existe, também, um número sem fim de aplicativos para tais aparelhos, para fazer muito mais, uns pagos, outros não.
Com o aparecimento do tablet mais popular, o da maçã, muitos outros, alguns até com mais funções, passaram a concorrer no promissor mercado: quase toda grande marca de eletrônicos está lançando o seu. O aparelho, maior que um smartphone e menor que um notebook passou a ser o sonho de consumo, inclusive dos brasileiros.
E muitos dos que compram um tablet, atualmente, nem lembram ou não se importam com o fato de eles serem, também, leitores eletrônicos. Há tanto para se fazer com eles, que ler livro pode ser a última função que muita gente pensaria para ele. E não é só por isso: o preço do e-book, no Brasil é, algumas vezes, parecido com o preço do livro impresso em papel, o que significa que é muito caro.
Isso talvez modifique um pouco aquela previsão precipitada de que o livro impresso estaria acabado, que não resistiria por muito tempo, com a adesão cada vez maior ao leitor eletrônico. Parece que, como vínhamos dizendo desde o início, o livro tradicional não só poderá conviver harmonicamente com o livro eletrônico, se for o caso, como poderá manter a hegemonia por um bom tempo, ainda.
A revolução histórica que começou a acontecer, há pouco tempo, no ato de ler, no conceito de livro que tínhamos até poucos anos atrás, com o advento do leitor eletrônico e do e-book, parece estar tomando rumo diferente.
O tradicional e primeiro leitor eletrônico, o Kindle, apareceu com a função de ser o aparelho para lermos livros eletrônicos, os e-books, surgidos pouco antes. Com tela fosca, que não emite brilho, ele é apropriado para ler grandes textos. E os livros eletrônicos começaram a ser pensados como um negócio viável, por parte de editoras e livrarias, pois se o e-reader esta começando a vender bem, os livros eletrônicos também serão mais e mais procurados. Até no Brasil, as grandes editoras se mobilizaram e já estão publicando títulos no novo formato, embora a oferta ainda seja reduzida.
Mas com o sucesso do Kindle, ainda que um pouco tímido, em proporção à venda de livros de papel, outros aparelhos começaram a surgir. Só que não eram aparelhos para serem usados exclusivamente como leitores de livros. Os novos aparelhos, já não mais apenas leitores eletrônicos, fazem de tudo, como se fossem um computador portátil e passaram a ser chamados de “tablets”. Eles não tem a tela que não emite brilho, suas telas são semelhantes as de um e-book e agregam múltiplas funções, como acesso a internet – por wi-fi ou 3G, correio eletrônico, games, fotos, filmes, assinatura de jornais e revistas, celular, etc. Existe, também, um número sem fim de aplicativos para tais aparelhos, para fazer muito mais, uns pagos, outros não.
Com o aparecimento do tablet mais popular, o da maçã, muitos outros, alguns até com mais funções, passaram a concorrer no promissor mercado: quase toda grande marca de eletrônicos está lançando o seu. O aparelho, maior que um smartphone e menor que um notebook passou a ser o sonho de consumo, inclusive dos brasileiros.
E muitos dos que compram um tablet, atualmente, nem lembram ou não se importam com o fato de eles serem, também, leitores eletrônicos. Há tanto para se fazer com eles, que ler livro pode ser a última função que muita gente pensaria para ele. E não é só por isso: o preço do e-book, no Brasil é, algumas vezes, parecido com o preço do livro impresso em papel, o que significa que é muito caro.
Isso talvez modifique um pouco aquela previsão precipitada de que o livro impresso estaria acabado, que não resistiria por muito tempo, com a adesão cada vez maior ao leitor eletrônico. Parece que, como vínhamos dizendo desde o início, o livro tradicional não só poderá conviver harmonicamente com o livro eletrônico, se for o caso, como poderá manter a hegemonia por um bom tempo, ainda.
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sábado, 24 de setembro de 2011
A LITERATURA INFANTIL E AS FÁBULAS
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Ao ler um artigo de escritor brasileiro execrando as mudanças feitas nas músicas infantis – aquelas letras como “atirei o pau no gato”, por exemplo, lembrei-me de outro artigo sobre literatura infantil que, apesar de ver o tema por um ângulo apenas, teve a minha adesão, ainda que apenas pelo que foi lembrado, pois alguma coisa importante deixou de ser colocado.
O enfoque do texto recaía sobre as fábulas e os contos infantis clássicos, como "Branca de Neve e os Sete Anões", "O Gato de Botas", "Joãozinho e Maria", "Barba Azul", os contos das mil e uma noites, etc. O artigo chama a atenção sobre o fato de tais histórias ensinarem às crianças a mentira, a vingança, a trapaça, a deslealdade, o oportunismo, a hipocrisia, a corrupção, a inveja e outros vícios e defeitos execráveis do ser humano que os infantes podem levar para a idade adulta, pois eles são uma esponja que absorvem tudo, um disco rígido vazio pronto a gravar qualquer informação.
Vou transcrever um dos exemplos dado pelo artigo para melhor compreensão: "A madrasta de Branca de Neve detesta a enteada, que é mais bonita do que ela. Manda, então, matá-la - isso mesmo, matá-la - por inveja. Não sendo obedecida na sua ordem, ela mesma, disfarçada em vendedora de maçãs, envenena-a."
O autor do texto, Carlos A. Vieira, defende uma revisão nessa literatura infantil, porque da maneira como é apresentada, não serve para a criança. Não são as fábulas histórias escritas para servirem de veículo de lições de moral e, consequentemente, ensinar algo bom e construtivo para ser utilizado na vida, para se crescer como ser humano?
O que discordei no texto foi a ausência de menção à literatura infantil brasileira, aquela produzida por Monteiro Lobato e, depois dele, por tantos outros bons autores. O articulista falou apenas da literatura infantil importada, com todas as suas más influências, quando temos no Brasil uma produção considerável e grande parte dela de boa qualidade. Verdade que existem os textos rebuscados, destoando da linguagem que se deve usar quando se escreve para criança, mas a maioria deles passa uma boa mensagem, em boas histórias com personagens originais e interessantes.
Tanto que a literatura infantil é o gênero mais vendido atualmente em nossas livrarias, em feiras e bienais e até em bancas de jornais. Isso é facilmente comprovável em pesquisas e estatísticas de livrarias, editoras e livreiros,publicadas em grandes revistas semanais.
Ao ler um artigo de escritor brasileiro execrando as mudanças feitas nas músicas infantis – aquelas letras como “atirei o pau no gato”, por exemplo, lembrei-me de outro artigo sobre literatura infantil que, apesar de ver o tema por um ângulo apenas, teve a minha adesão, ainda que apenas pelo que foi lembrado, pois alguma coisa importante deixou de ser colocado.
O enfoque do texto recaía sobre as fábulas e os contos infantis clássicos, como "Branca de Neve e os Sete Anões", "O Gato de Botas", "Joãozinho e Maria", "Barba Azul", os contos das mil e uma noites, etc. O artigo chama a atenção sobre o fato de tais histórias ensinarem às crianças a mentira, a vingança, a trapaça, a deslealdade, o oportunismo, a hipocrisia, a corrupção, a inveja e outros vícios e defeitos execráveis do ser humano que os infantes podem levar para a idade adulta, pois eles são uma esponja que absorvem tudo, um disco rígido vazio pronto a gravar qualquer informação.
Vou transcrever um dos exemplos dado pelo artigo para melhor compreensão: "A madrasta de Branca de Neve detesta a enteada, que é mais bonita do que ela. Manda, então, matá-la - isso mesmo, matá-la - por inveja. Não sendo obedecida na sua ordem, ela mesma, disfarçada em vendedora de maçãs, envenena-a."
O autor do texto, Carlos A. Vieira, defende uma revisão nessa literatura infantil, porque da maneira como é apresentada, não serve para a criança. Não são as fábulas histórias escritas para servirem de veículo de lições de moral e, consequentemente, ensinar algo bom e construtivo para ser utilizado na vida, para se crescer como ser humano?
O que discordei no texto foi a ausência de menção à literatura infantil brasileira, aquela produzida por Monteiro Lobato e, depois dele, por tantos outros bons autores. O articulista falou apenas da literatura infantil importada, com todas as suas más influências, quando temos no Brasil uma produção considerável e grande parte dela de boa qualidade. Verdade que existem os textos rebuscados, destoando da linguagem que se deve usar quando se escreve para criança, mas a maioria deles passa uma boa mensagem, em boas histórias com personagens originais e interessantes.
Tanto que a literatura infantil é o gênero mais vendido atualmente em nossas livrarias, em feiras e bienais e até em bancas de jornais. Isso é facilmente comprovável em pesquisas e estatísticas de livrarias, editoras e livreiros,publicadas em grandes revistas semanais.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
DE NOVO, PRIMAVERA
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
E a primavera chegou. Esta manhã ela veio, devagarinho, tímida, com frio, desacompanhada do sol. Mas veio. O dia ficou cinza, parece que o inverno não gostou nada de dar seu lugar à esperada primavera e recusou-se a ir embora. Mas ele vai, ah, se vai.
Vi a primavera no meu jardim, onde tudo está florescendo. Os pés de araçás, os cravos, os ibiscos, as orquídeas, aquelas de caules longos. Um dos meus pés de jacatirão abriu um botão temporão, vejam só, agora, quase no fim de setembro, só pra homenagear a recém-chegada primavera. Até os pés de cebolinha floresceram suas flores roxas, o morango, o manjericão.
Nas ruas, ainda floresce o ipê. Tudo vai florescer, daqui por diante. A vida vai florescer. Tudo terá mais cor, pois o sol voltará e as pessoas deixarão florescer os sorrisos.
A estação mais bonita do ano chegou. Tudo brotará, com viço, até a alegria no coração das pessoas. O verde ficará mais verde, toda cor ficará mais colorida. Toda árvore, da maior a mais simples, toda planta prestará seu tributo à Mãe Natureza, desabrochando suas flores.
É tempo de primavera, tempo de recomeçar, de renascer, tempo de brotar para a vida. É tempo de festa, pois a primavera chegou.
E a primavera chegou. Esta manhã ela veio, devagarinho, tímida, com frio, desacompanhada do sol. Mas veio. O dia ficou cinza, parece que o inverno não gostou nada de dar seu lugar à esperada primavera e recusou-se a ir embora. Mas ele vai, ah, se vai.
Vi a primavera no meu jardim, onde tudo está florescendo. Os pés de araçás, os cravos, os ibiscos, as orquídeas, aquelas de caules longos. Um dos meus pés de jacatirão abriu um botão temporão, vejam só, agora, quase no fim de setembro, só pra homenagear a recém-chegada primavera. Até os pés de cebolinha floresceram suas flores roxas, o morango, o manjericão.
Nas ruas, ainda floresce o ipê. Tudo vai florescer, daqui por diante. A vida vai florescer. Tudo terá mais cor, pois o sol voltará e as pessoas deixarão florescer os sorrisos.
A estação mais bonita do ano chegou. Tudo brotará, com viço, até a alegria no coração das pessoas. O verde ficará mais verde, toda cor ficará mais colorida. Toda árvore, da maior a mais simples, toda planta prestará seu tributo à Mãe Natureza, desabrochando suas flores.
É tempo de primavera, tempo de recomeçar, de renascer, tempo de brotar para a vida. É tempo de festa, pois a primavera chegou.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
"NO OUTRO LADO DO MAR"
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Tenho o prazer de apresentar uma nova escritora catarinense, uma romancista que já estreia no gênero com uma boa história, bem contada, bem urdida. Imaginação a serviço da criatividade, como deve ser, mesclando cenários verdadeiros e os sentimentos humanos mais autênticos.
O romance é “No outro lado do Mar”, da blumenauense Karine Alves Ribeiro. Eu diria que é um romance romântico e de aventura, mas não gosto de rotular assim uma obra que deve ser lida por todos nós, que gostamos da boa leitura e não é só isso que a literatura de Karine nos dá. Mas é romântico, porque trata de relacionamento de pais e filhos, de um homem e de uma mulher atraídos de pontos distintos e longínquos do globo terrestre, de família, de relação de amizade e de trabalho. E de aventura, porque a autora narra com muita propriedade caças a baleias, nos mares da Noruega, enfrentamento de grandes tempestades em alto mar, ataques piratas, etc.
Com uma linguagem fluida e objetiva, sem rebuscamentos inúteis, ela nos conduz pelos cenários da Noruega e de Santa Catarina, onde circulam os personagens principais da sua obra, com seus dramas pessoas, seus fracassos e vitórias, seus erros e acertos. Além de nos brindar com um bom enredo e personagens interessantes, Karine ainda divulga as belezas da costa catarinense.
“No outro do mar” é uma ótima amostra do potencial dessa escritora que vem até nós com seu primeiro livro. Ainda ouviremos muito o nome dessa autora, que deverá representar muito bem as letras catarinenses.
Tenho o prazer de apresentar uma nova escritora catarinense, uma romancista que já estreia no gênero com uma boa história, bem contada, bem urdida. Imaginação a serviço da criatividade, como deve ser, mesclando cenários verdadeiros e os sentimentos humanos mais autênticos.
O romance é “No outro lado do Mar”, da blumenauense Karine Alves Ribeiro. Eu diria que é um romance romântico e de aventura, mas não gosto de rotular assim uma obra que deve ser lida por todos nós, que gostamos da boa leitura e não é só isso que a literatura de Karine nos dá. Mas é romântico, porque trata de relacionamento de pais e filhos, de um homem e de uma mulher atraídos de pontos distintos e longínquos do globo terrestre, de família, de relação de amizade e de trabalho. E de aventura, porque a autora narra com muita propriedade caças a baleias, nos mares da Noruega, enfrentamento de grandes tempestades em alto mar, ataques piratas, etc.
Com uma linguagem fluida e objetiva, sem rebuscamentos inúteis, ela nos conduz pelos cenários da Noruega e de Santa Catarina, onde circulam os personagens principais da sua obra, com seus dramas pessoas, seus fracassos e vitórias, seus erros e acertos. Além de nos brindar com um bom enredo e personagens interessantes, Karine ainda divulga as belezas da costa catarinense.
“No outro do mar” é uma ótima amostra do potencial dessa escritora que vem até nós com seu primeiro livro. Ainda ouviremos muito o nome dessa autora, que deverá representar muito bem as letras catarinenses.
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