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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

AMIGO DE VERDADE

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Hoje pela manhã, quando saí para caminhar, vi uma coisa que me deu vergonha de pertencer à raça humana. Passava pela Rua Leoberto Leal, no continente e vi um cachorro andando com dificuldade, as patas de trás um tanto dobradas e bambas, quase arrastando no chão. Era um cachorro grande, do tamanho de um pastor alemão, mas não consegui identificar a sua raça, pois estava muito magro. Dava para contar as costelas. Ele parecia sofrer muito para andar e acho que estava com fome. Atravessou uma rua com muito esforço e relutância e percebi que um homem, empurrando um bicicleta, falava com ele. Chamava-o, como que pedindo para segui-lo.
Aproximei-me do homem, perguntando se o cão era dele. Ele me disse que não, mas como ele estava abandonado, dava-lhe comida, quando o via. Disse-me, também, que ele quase não conseguia andar porque tinha problema de coluna, e bem por isso deviam tê-lo abandonado.
Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo, porque o fato de ter alguém que olhava por ele amenizava um pouco a sua sorte, mas abandonar um animal assim, doente, sabendo que ele não poderia conseguir a própria comida para sobreviver... E foi um ser humano que fez isso, ou um projeto mal acabado de ser humano como tantos outros que existem por aí, pois cães doentes são abandonados quase todos os dias,aqui e em tantos outros lugares.
São abandonados quando ficam doentes, são abandonados simplesmente porque crescem ou ainda quando os donos vão viajar. As pessoas compram os cães ou aceitam ficar com eles, mesmo morando em apartamento, sem avaliar as condições que têm para acolher um animal em casa. E depois abandonam as pobres criaturas.
Que seres humanos somos nós, que acolhemos em nossa vida um animal como um cão, que se receber carinho e amor, devolve em dobro, indiscutivelmente, e depois abandonamos quando descobrimos que ele é uma criatura viva, que precisa de cuidados, e não um brinquedo?
E não é só isso: há quem tenha um cão e não o abandone, talvez fosse melhor se o fizesse, até. Há pessoas que mantém animais eternamente presos, às vezes com correntes que não tem mais de um metro de cumprimento. Um cão assim praticamente nem anda. E existem alguns deles, presos assim, que nem sequer recebem comida e água regularmente.
Alguém capaz disso é capaz de muito mais. Por isso vemos crimes cada vez mais hediondos, vemos a vida ter cada vez menos valor, vemos grassar a violência.

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