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sábado, 17 de outubro de 2009

A "CULTURA OFICIAL" EM SANTA CATARINA

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Recebi, na sexta-feira, um e-mail de amigos que estavam divulgando uma crônica do Olsen Jr. que tivera a publicação censurada. Pois a crônica é sobre o trem da alegria que está acontecendo na “cultura oficial” aqui de Santa Catarina: lembram da minha “ESCRITORES DE SC NA FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE”, publicada aqui no blog no dia 6 e no jornal São José em foco no dia 15? Pois é, o Olsen também fala da “seleção” de escritores catarinenses feita pela comissão de intelectuais que a Fundação Catarinense de Cultura nomeou para que uma comitiva catarinense representasse as nossas letras no vizinho Estado do Rio Grande do Sul. Acontece que a tal comissão de intelectuais selecionou a si mesma, pois todos os integrantes, com exceção de Lauro Junkes e Jayro Schmidt, estão incluídos na lista de dezesseis escritores catarinenses que irão à Feira do Livro de Porto Alegre.
Aliás, Olsen vai mais além, ele se reporta à escolha dos livros selecionados para compra pelo estado e posterior distribuição às bibliotecas municipais catarinenses, que já apresentava vícios, como comentei em minha crônica “Os livros catarinenses selecionados para compra pelo estado”, publicada aqui no blog em 3 de setembro.
Transcrevo alguns parágrafos da crônica do Olsen, que foi muito mais enfático do que eu fui na minha crônica: “O governo do estado, através da FCC, elege uma “comissão” para escolher os escritores que irão a Feira do Livro de Porto Alegre. Estranho, penso. Se o “Governo” vai facilitar uma locomoção até a feira, bancando o veículo, natural seria se protagonizasse uma inscrição e que todos os interessados pudessem fazê-la, afinal, o governo, administra o Estado e não um feudo, de ungidos e diferenciados por apadrinhamento. Depois, analisando os acontecimentos ligados a minha área, isto é, a literatura, deparei-me com apoteóticas coincidências, senão vejamos: se a senhora, dona Anita Pires, presidente da FCC, por quem ainda tenho grande admiração, observar – basta por as listas dos nomes a sua frente – os membros que compuseram a comissão que selecionou os classificados no Edital Elizabeth Anderle, mais os nomes que integraram aqueles que escolheram os livros que deveriam ser adquiridos na “Lei Grando”(na Cocali – Comissão Catarinense do Livro) para abastecer as bibliotecas do Estado e ainda, esses agora que escolheram os nomes dos escritores para irem a Feira do Livro, nas três listas a senhora irá deparar com nomes que se repetem em todas elas. Isso posto, acrescente-se a má fé, como diria Sartre, em se “ungindo os agraciados com a ida a Feira do Livro com a indicação da cidade de origem, do nascimento, dos “eleitos” para dar uma ideia de “universalidade” e “abrangência” como se tivesse abarcado o Estado inteiro, assim, o sujeito nasceu em Blumenau (mas mora em Florianópolis), nasceu em Lages (mas está em Floripa), nasceu em Tubarão (mas reside em Floripa) e vai por aí… O Estado ajuda muito quando não atrapalha.”
Essa crônica precisa ser publicada.

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