COMENTE

Sua opinião é importante. Comente, critique, sugira, participe da discussão.



terça-feira, 20 de outubro de 2009

PRIMAVERA E IPÊS

Por Luiz Carlos Amorim (escritor e editor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Estamos quase no final de outubro e os ipês roxos estão florescendo espetacularmente.
Ainda ontem, ao passar por uma praça, vi uma gari varrendo o chão que estava coberto de flores roxas, quase azuis, um tapete colorido que se estendia aos nossos pés. Vi também, ao caminhar hoje pela minha rua, um belo ipê amarelo desabrochando seus milhares de botões. Se o tempo melhorar e as flores não caírem antes do tempo com o peso da água da chuva, amanhã teremos um sol a mais na nossa rua.
Quando falo do ipê roxo, não me refiro ao ipê rosa, que já floresceu um pouco antes, espetáculo do qual fui testemunha. Quero me referir ao ipê roxo, tão roxo que parece azul. Ou será que aquela flor azul não é de ipê? Eu não costumava lhe prestar atenção, mas parece que este ano há daquelas flores roxas do que amarelas. Talvez pelos desencontros das estações. Ultimamente, quando saio para caminhar, tenho notado vários deles pelas ruas onde passo e vi os tapetes coloridos que eles espalham pelos nossos caminhos. E desejei que nós, homens, cuidássemos mais da natureza, do meio ambiente, daqui por diante, para que essas árvores maravilhosas não deixem de espalhar cores pela nossa vida.
Para que nossos netos possam ver e mostrar aos seus filhos e netos as floradas esplendorosas de ipês amarelos, roxos, rosa e brancos. Como eu os posso ver hoje.
Para que eles possam ter o sol ao alcance da mão, flores douradas a emanar luz e cor.
Para que possam sentir a força da natureza, que se não a agredirmos, ela tem belezas incomensuráveis a nos oferecer. Como as flores dos ipês, do jacatirão nativo que começa a florescer daqui a alguns dias pelo norte e nordeste de Santa Catarina, e de tantas outras árvores floríferas.
Sou fascinado por árvores floridas, mas tenho medo, na verdade, de me apegar a elas, como dizia outro dia à Urda, escritora de Blumenau, pois minha amiga árvore, que conheci aqui em São José (eu não lhe sabia o nome, mas poderia ser um ipê rosa ou uma paineira) florescia lindamente todo ano e eu a via da janela do meu apartamento. Aí foram construindo mais um andar, outro mais, entre a minha janela e ela, e eu já não podia vê-la mais. Então mudei, mas quando ela florescia eu voltava para vê-la. Um dia, ao ir visitá-la, encontrei apenas um cepo no chão. Então tenho um pouco de receio de me apaixonar por elas, tornar-me amigo delas, pois de repente, sem mais nem menos, alguém pode tirá-las de mim. Mas não posso deixar de admirar-lhes a beleza e me encantar com as suas cores que transbordam meus olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário