COMENTE

Sua opinião é importante. Comente, critique, sugira, participe da discussão.



quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A PONTE SEM VÃO


Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – lc.amorim@ig.com.br )

Estou chegando agora de Jaraguá do Sul, onde estive por três dias. No caminho para um dos bairros, quase no centro, me deparo com uma cena inusitada. Numa rua importante, com bastante tráfego, num trecho perto de grandes empresas da cidade, havia uma ponte numa das pistas. E um semáforo. O problema é que ali não havia nenhum rio, nem ribeirão, não era um viaduto. Uma pista estava interditada e a outra tinha a já citada ponte e dava pra ver que havia um buraco meio grande, quase tampado, com de um metro de diâmetro, ao lado da ponte, na pista que não estava funcionando. O semáforo organizava o trânsito, pois tanto quem vinha, como quem ia, tinha que passar pelo mesmo lugar, ou seja, sobre a ponte.
Fui procurar saber o que estava acontecendo e descobri que há mais ou menos um mês, o asfalto começou a ceder e a prefeitura colocou em cima do buraco que estava se abrindo, um chapa imensa de ferro. Como a chapa de ferro começou a vergar com o peso dos carros e caminhões que passam por ali, decidiram fazer uma ponte de madeira por cima da parte menos prejudicada, onde só passava um veículo de cada vez.
Tudo bem que a alternativa da ponte poderia ser uma solução para não interromper o trânsito enquanto o problema estivesse sendo resolvido.
Acontece que eu passei por lá há três dias e não vi ninguém trabalhando para resolver o problema e acabar com a ridícula ponte em cima do asfalto. E me disseram que isso não está acontecendo somente nestes três dias que estive lá. A coisa se arrasta há coisa de um mês.
Onde está a prefeitura, que soube “idealizar” a genial idéia da ponte, mas não está trabalhando para acabar com o problema, consertar o que está errado e acabar com a famigerada ponte?
Aquela ponte é um monumento ao descaso e à estupidez. A prefeitura da cidade faz uma “ponte” que deveria ser um paliativo para que o tráfego não parasse, apenas enquanto estivesse trabalhando para sanar o problema, seja ele qual seja, mas o paliativo se transforma em solução definitiva, uma piada de mau gosto, causando transtorno a todos que precisam e que são obrigados a transitar por ali.
E eu que pensava que há havia visto tudo...

Um comentário:

  1. Bom texto, ótima crítica. Ótima e oportuna. Está chegando o tempo em que absurdos seremos nós - leitores, eleitores e contribuintes.
    Abraço.

    ResponderExcluir